A Falácia da Desmilitarização da Polícia

Criar um “SUS” da segurança pública, unificar as polícias e despir a PM de sua farda – eis as propostas que prometem revolucionar a segurança pública no País. Praticamente unânimes entre os acadêmicos especializados na área, essas ideias conquistam cada vez mais adeptos em Brasília. É o que se percebe nas discussões da Comissão Especial de Segurança Pública do Senado, instalada em 2 de outubro deste ano com o objetivo de debater e propor soluções para o financiamento da segurança pública no Brasil. Criada por iniciativa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a comissão é presidida pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) e tem como relator o senador Pedro Taques (PDT-MT).

“O sistema de segurança pública no Brasil está absolutamente falido” – com essa declaração, proferida numa audiência pública realizada no dia 13 de novembro último, o senador Pedro Taques resumiu um sentimento das ruas que hoje encontra guarida até nos quartéis. Cada vez mais estão surgindo depoimentos de policiais militares colocando em descrédito a própria corporação a que pertencem. É o caso do livro O Guardião da Cidade (Editora Escrituras, 2013, 256 páginas), do tenente-coronel Adilson Paes de Souza, fruto de sua dissertação de mestrado “A Educação em Direitos Humanos na Polícia Militar”, defendida na Faculdade de Direito da USP em 2012, sob a orientação do cientista político Celso Lafer.

Nesse trabalho acadêmico, festejado por toda a imprensa, o tenente-coronel da PM paulista defende a ampliação da carga horária do estudo de direitos humanos na formação dos oficiais da Polícia Militar, como forma de combater a tortura. Em artigo anterior, procurei demonstrar que se trata de uma falácia. O Curso de Formação de Oficiais é praticamente um curso completo de Direito e, como se sabe, é impossível estudar qualquer disciplina do Direito sem tratar dos direitos humanos, uma vez que a Constituição de 88, base legal de todas as disciplinas jurídicas, é alicerçada, de ponta a ponta, nos direitos da pessoa humana.

Sobrevivendo na Gestapo brasileira

Em vários momentos do livro, influenciado por pensadores de esquerda, que vêm na polícia um braço armado do sistema capitalista, Paes de Souza, de modo quase indisfarçável, compara a Polícia Militar brasileira com a Gestapo de Adolf Hitler. Chega a descrever o produto das ações da PM como um novo campo de concentração nazista. Com base em artigo da psicóloga e psicanalista Maria Auxiliadora de Almeida Cunha Arantes, sintomaticamente intitulado “Violência, Massacre, Execuções Sumárias e Tortura”, o tenente-coronel cita como exemplo desses casos, os 111 mortos do Carandiru, em 1992, os 493 mortos quando dos ataques do PCC em 2006 e a Operação Castelinho em 2002, “que constituiu uma emboscada”, com 12 mortos – todos bandidos do PCC, acrescente-se, já que o coronel não o faz em sua tese.

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Para a psicóloga Maria Auxiliadora Arantes, citada no livro O Guardião da Cidade, tais acontecimentos “são crimes filhotes de um Estado que deixou intacto um aparelho de matar e que não puniu os que o montaram”. O tenente-coronel Adilson Paes de Souza corrobora literalmente suas palavras, tanto que acrescenta a elas a seguinte frase: “De fato, Auschwitz faz-se presente”. Reparem: Paes de Souza está comparando o trabalho da Polícia Militar – instituição em que atuou durante 28 anos, chegando a tenente-coronel – com a violência das forças nazistas nos campos de concentração de Hitler. Justamente num momento em que a PM está sob o fogo cerrado dos formadores de opinião.

O cientista político Celso Lafer, responsável pela dissertação de mestrado de Adilson Paes de Souza na USP, deveria ter-lhe feito uma pergunta singela antes de aceitar a orientação de seu trabalho: “Onde o senhor estava, na condição de tenente-coronel da Polícia Militar, quando seus subordinados de farda se tornaram exemplos atuais da Gestapo de Hitler, torturando e executando pessoas?” Antes de pontificar sobre os problemas da Polícia Militar, apresentando soluções mirabolantes do conforto de uma cátedra universitária, o tenente-coronel deveria ter respondido para si mesmo essa pergunta. Na condição de tenente-coronel da Gestapo brasileira (a se crer nos seus próprios conceitos), ou Paes de Souza foi cúmplice do holocausto que denuncia ou foi omisso diante dessa carnificina que imputa à PM. Em qualquer dos casos, deveria refletir com mais profundidade sobre o assunto, antes de se arvorar a defender tese, escrever livro e contribuir, ainda que involuntariamente, para a difamação sistemática de que a PM é vítima na imprensa e nas universidades.

Não é possível sobreviver durante 28 anos num aterro sanitário moral e dele sair com a alma cheirando a talco, como canta Gilberto Gil. Em seu livro, citando o economista Albert Hirschman, Paes de Souza fala que os membros de uma instituição podem abandoná-la ou criticá-la quando se sentem descontentes. O autor não diz, mas, no caso da Polícia Militar, a via mais frequente é a omissão: o policial se esconde numa carreira burocrática, evitando o confronto das ruas e, com isso, pode pontificar sobre direitos humanos sem correr riscos. O tenente-coronel sobreviveu ao horror que denuncia foi por essa terceira via? Sem essa explicação, suas reflexões e denúncias sobre a PM perdem muito da autoridade que poderiam ter.

Depoimentos de PM homicidas

Para exemplificar as críticas que faz à polícia, Adilson Paes de Souza colheu o depoimento de dois policiais militares condenados por homicídio e se valeu também de dois depoimentos colhidos pelo jornalista Bruno Paes Manso, do jornal O Estado de S. Paulo. Em junho de 2012, Manso defendeu no Departamento de Ciências Políticas da USP a tese de doutorado “Crescimento e Queda dos Homicídios em São Paulo entre 1960 e 2010”, em que faz uma “análise dos mecanismos da escolha homicida e das carreiras no crime”. Essa tese de Manso já havia lhe rendido o livro O Homem X: Uma Reportagem sobre a Alma do Assassino em São Paulo (Editora Record, 2005), no qual o tenente-coronel buscou os dois depoimentos.

Os policiais ouvidos por Paes de Souza ganharam os apelidos de “Steve” e “Mike”, geralmente dados aos policiais que trabalham nas ruas. O policial Steve foi condenado a mais de 20 anos de reclusão por um homicídio a tiros e facadas. “No auge da prática do ato, senti que estava cheio de ódio e acabei descarregando tudo sobre o corpo da vítima. Tinha um sentimento de ódio generalizado de tudo”, afirma o policial. De origem nordestina, ele contou que seu pai era PM aposentado e costumava conversar com toda a família na hora do jantar sobre o sentimento de honra que envolvia a profissão. Inspirando-se no pai, Steve, ao completar 18 anos, ingressou na polícia, por meio de concurso público.

“Fui designado para trabalhar numa unidade da Polícia Militar na periferia da cidade de São Paulo. Comecei a ver uma realidade que não conhecia: favelas, meninas estupradas, pessoas pobres vítimas de roubo, o que causou revolta”, conta Steve. Movido por essa revolta, diz que começou a trabalhar além do horário normal, prendendo o máximo possível de bandidos, na esperança de acabar com a criminalidade na região. O PM conta que, numa ocasião, prendeu em flagrante dois ladrões que tinham roubado um supermercado, mas na noite do mesmo dia viu os dois na rua. Quando os abordou, soube que fizeram um acordo com o delegado, inclusive deixando na delegacia uma parte da propina para o policial.

“Nesse momento, percebi que a corrupção existente nos distritos policiais da área onde trabalhava gerava a impunidade dos delinquentes”, afirma Steve, que passou a frequentar velórios de policiais mortos em serviço, alimentando ainda mais sua revolta com a impunidade dos bandidos. Foi aí que decidiu fazer justiça com a própria farda: “Eu era juiz, promotor e advogado. Levava a vítima para um matagal, concedia-lhe um minuto para oração e a sentenciava a morte”. Essa vida de justiceiro fardado destruiu sua família. Sua mulher chegou a tentar o suicídio. E, na cadeia, sofreu maus-tratos e não teve a solidariedade dos colegas: os policiais que o visitavam estavam mais preocupados em sondá-lo para saber se não seriam delatados, em virtude de outras ocorrências.

Um dos entrevistados pelo repórter Bruno Paes Manso, citado na dissertação do tenente-coronel Paes de Souza, também relata que se via em guerra contra os criminosos e, movido pelo ideal de resolver o problema da criminalidade, trabalhava praticamente o dobro: as oito horas regulamentares pagas pelo Estado somadas às oito em que combatia o crime de graça, por sua própria conta e risco. Esse policial contou ter deparado com vários casos graves, que só via em filmes. Certa vez, atendeu a uma ocorrência em que uma criança de quatro anos foi estuprada e ele, junto com outros policiais militares, evitou o linchamento do estuprador. “Nesse momento, achou um contrassenso ter que proteger quem havia praticado uma monstruosidade contra uma menina. Sentiu revolta”, relata Paes de Souza.

Mais confrontos, mais mortes

Esse é praticamente o padrão dos depoimentos de policiais militares condenados por homicídio: 1) imersão idealista do policial no combate ao crime; 2) revolta com a impunidade dos criminosos; 3) justiça com a própria farda; 4) prisão, arrependimento e transferência da culpa para a corporação militar. O livro Sangue Azul (Editora Geração Editorial, 2009), baseado no depoimento de um soldado da PM do Rio de Janeiro ao documentarista Leonardo Gudel, também segue esse padrão. E, de acordo com as entrevistas concedidas pelo autor, parece que o recém-lançado Como Nascem os Monstros (Editora Topbooks, 2013, 606 páginas), romance do policial carioca Rodrigo Nogueira, condenado e preso por homicídio, também não foge à regra.

Um sargento preso por homicídio e ouvido por Bruno Paes Manso explica que o “assassinato é uma importante ferramenta no cotidiano perigoso do policial militar que trabalha na rua”, e acrescenta que “se os policiais fossem proibidos de matar seria melhor que parassem de trabalhar”. Esse mesmo policial diz ainda: “Sem contar que a bandidagem está cada vez ficando mais ousada, mais armada e respeita cada vez menos a polícia. Isso é explicado dessa forma, isso não foi a polícia que motivou. Hoje tem muito mais reação, o pessoal enfrenta, por isso tem mais morte”. O tenente-coronel Paes de Souza, do alto de sua tese da USP, classifica essa fala do sargento como simplista, por afirmar que mais criminalidade significa mais confronto e, consequentemente, mais mortes.

Ora, simplista é o modo como o tenente-coronel, desprezando seus 28 anos de experiência como policial, deixa-se seduzir pela inútil retórica da academia e utiliza esses depoimentos para corroborar teses injuriosas a respeito da Polícia Militar, que a acusam de ser uma máquina assassina, nazista, semelhante a Auschwitz. Quando atribuem à Polícia Militar o suposto “genocídio da juventude negra”, calúnia que já foi corroborada até por membros do Poder Judiciário, os acadêmicos escondem dois detalhes cruciais: primeiro, muitos jovens negros das periferias são recrutados pelo narcotráfico e matar ou morrer são verbos que conjugam diariamente; segundo, a Polícia Militar emprega muito mais negros do que as universidades que a criticam. Então, a ser verdade o que diz a academia, esses policiais não seriam genocidas, mas suicidas: estariam matando deliberadamente seus próprios familiares.

O tenente-coronel e os demais acadêmicos que escrevem teses sobre segurança pública acreditam que basta perorar sobre direitos humanos no ouvido de um soldado para que ele saia à rua com flores na boca do fuzil, ajudando velhinhas no semáforo e pegando crianças no colo, até que surja um marginal armado e esse policial, consciente de seus deveres, saque da farda um exemplar da Constituição e atire no rosto do bandido seus direitos humanos, para que o criminoso estenda os pulsos com cidadania e seja algemado com dignidade. É óbvio que a terrível complexidade da segurança pública não se rende a golpes de retórica sobre direitos humanos.

Policial só se equipara a médico

Uma análise verdadeiramente profunda dos depoimentos dos homicidas da PM revela a complexa natureza do trabalho policial, que, em qualquer tempo e lugar, é inevitavelmente insalubre para a alma. O policial é como o médico: sem uma dose sobre-humana de frieza, ele não será capaz de proteger vida nenhuma, pois o medo do sangue, da mutilação, do cadáver, irá acovardá-lo diante do dever a ser cumprido. Por isso, ser policial não é para qualquer um. Os policiais homicidas tentam enganar a própria consciência quando dizem que a corporação os transformou em violentos. O potencial de violência já estava presente neles ou não teriam sonhado em ser policial, uma profissão que, em algum momento, há de exigir violência para que as leis sejam cumpridas. Afinal, se bandido ouvisse conselho, não entraria no crime.

Polícia não é assistência – é contenção. Ela é chamada justamente quando as normas da cultura e os mandamentos da lei já não são suficientes para manter o indivíduo no bom caminho e alguém precisa contê-lo. Por isso, a polícia tem de ser viril. A testosterona que faz o bandido violento é a mesma que faz o policial corajoso. Daí a importância de se separar ontologicamente o policial do criminoso. Ao contrário do que acreditam os acadêmicos, o policial tem que tratar o bandido como inimigo, sim. O soldo sozinho – por maior que seja – não é capaz de separar o policial do criminoso, pois a natureza mais profunda de ambos e o ambiente em que vivem se alimentam da mesma virilidade masculina, responsável por mais de 90% dos crimes violentos em qualquer cultura humana em todos os tempos.

O policial de rua, obrigado a enfrentar o crime de arma em punho e não de uma sala refrigerada da USP, é como um médico num campo de refugiados ou em meio a uma epidemia letal: se trabalhar só pelo dinheiro, ele voltará para casa na hora, pois não há salário que pague sua própria vida, permanentemente em risco. Para compensar os riscos da profissão, o policial precisa ser tratado como herói. Especialmente num País como o Brasil em que a criminalidade soma cerca de 63 mil homicídios por ano (de acordo com estudos do Ipea). O policial precisa ter a certeza de que, ao tombar no campo de batalha, sua morte não será em vão: a sociedade irá cultuá-lo como herói diante de sua família enlutada e o bandido que o matou será severamente punido.

No Brasil, ocorre justamente o contrário: enquanto a morte de bandidos é cercada de atenção pelas ONGs dos direitos humanos e gera violentos protestos de rua em São Paulo e Rio, a morte de um policial não passa de uma efêmera nota de rodapé no noticiário e, em muitos casos, sua família não recebe nem mesmo a visita das autoridades da própria segurança pública, temerosas do que possam pensar os formadores de opinião. Já em países como os Estados Unidos, um bandido reluta em matar um policial, pois sabe que o assassinato será motivo de comoção pública e a pena que o aguarda será à altura dessa indignação cívica com a morte de um agente da lei.

Completa inversão de valores

Mas não basta tratar como herói o policial – também é preciso tratar o bandido como bandido. O ser humano é um ser relativo e não consegue julgar em absoluto, mas somente por meio de comparação. Por isso, ao mesmo tempo em que se enaltece o policial corajoso e honesto, é preciso punir verdadeiramente o criminoso, para marcar a diferença entre ambos. O policial se revolta ao proteger de linchamento o estuprador de uma criança ou ao levar para o hospital o bandido ferido que tentou matá-lo porque sabe que seu trabalho heroico e humanitário foi inútil: logo, esses bandidos serão postos na rua para cometer novos homicídios e estupros.

Mesmo o estuprador de uma criança ou o homicida que queima viva sua vítima têm direito a todas as regalias da legislação penal, travestidas de direitos humanos. Até criminosos que matam ou estupram mulheres gozam de benefícios absurdos, como a famigerada visita íntima. A Resolução CNPCP Nº 4, de 29 de junho de 2011, do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, instituiu de vez a visita íntima como um direito do preso qualquer que seja a gravidade do seu crime. No seu artigo 4º, a resolução deixa claro que “a visita íntima não deve ser proibida ou suspensa a título de sanção disciplinar”; ou seja, mesmo se o preso promover rebeliões e mortes na cadeia, a visita íntima continuará sendo assegurada a ele como um direito sagrado, à custa da segurança da sociedade. É óbvio que a mulher que se presta a lhe servir de repasto sexual também há de lhe fazer outros favores associados diretamente ao crime, como passar recados para seus comparsas que estão fora das grades.

É por isso que quando uma patrulha da PM leva um criminoso ferido para o hospital, muitas vezes junto com um policial também ferido na troca de tiros, os policias que assim agem precisam ser tratados como heróis. É sua única recompensa. Não há salário que pague esse gesto. Não é fácil para nenhum ser humano salvar a vida de seu próprio algoz sabendo que aquele criminoso que tentou matá-lo não será punido como merece, pois, na cadeia, continuará comandando o crime, com direito a saídas temporárias, visitas íntimas e outras regalias. A legislação penal é tão moralmente hedionda que um dos assassinos do jornalista Tim Lopes, depois de preso, jogou água quente em sua companheira dentro da própria cela. E esse novo crime bárbaro só foi possível porque o Estado brasileiro – cúmplice contumaz de bandidos – garante a famigerada visita íntima até para um monstro dessa espécie.

Feministas contra a polícia

Mas, por incrível que pareça, até as feministas – que criticam violentamente a polícia – defendem as visitas íntimas para presos, consideradas uma extensão dos direitos humanos e classificadas como “direitos sexuais”. Ora, direito sexual é como o direito de expressão: toda pessoa tem o direito de falar, mas não tem o direito de obrigar o outro a ouvi-la. O preso não pode ser impedido de sonhar com uma mulher ou até de satisfazer solitariamente sua libido. Mas isso não significa que ele tem o direito de manter relações sexuais dentro da cadeia, mesmo que seja com sua esposa. E a razão é simples: seu desejo sexual não pode ser posto acima da segurança da sociedade. É óbvio que, durante a visita íntima, não há meio de controlar o preso. Ele pode usar a visita – e sempre usa – para transmitir recados aos comparsas fora da cadeia, daí o comando que o cárcere continua tendo sobre o crime organizado. Praticamente todas as centrais telefônicas do PCC são administradas por mulheres de presidiários. E mulher de preso inevitavelmente o obedece, sob pena de ser morta.

O mesmo se dá com a alimentação do preso. Não deixar um latrocida morrer de fome e sede na cadeia é garantir-lhe um direito humano básico, mas permitir que ele escolha o cardápio, por meio de rebeliões, como ocorre com muita frequência nos presídios brasileiros, não passa de um abuso com o dinheiro de suas vítimas. Hoje, até o criminoso que queima sua vítima viva tem direito a remissão de pena não por dias trabalhados, por horas de estudo e, pasmem, até pela simples leitura de romances na cadeia. Ou seja, o que os acadêmicos chamam de “direitos humanos” são, na verdade, privilégios civis, que deveriam ser privativos do cidadão que respeita as leis e não do bandido que fere o contrato social e, por isso, tem de ser excluído da esfera da cidadania enquanto cumpre sua pena.

Hoje, a inversão de valores é tanta que, oficialmente, por meio das políticas públicas do governo federal, o policial militar se tornou o inimigo público número um, enquanto se concede ao criminoso o monopólio dos direitos humanos. A Resolução nº 8, de 21 de dezembro de 2012, da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, sob o comando da ministra Maria do Rosário, estabelece em seu artigo 1º que, quando um bandido morre em confronto com a polícia, na descrição de sua morte nos registros oficiais não deve mais ser usada a expressão “resistência seguida de morte” e, sim, “homicídio decorrente de intervenção policial”.

A alegação é que os policiais utilizam o chamado “auto de resistência” para esconder execuções. Ora, nos casos em que isso ocorre, não vai ser mudando as palavras que o crime deixará de ser praticado. Mais do que a nomenclatura, o que importa em qualquer crime é a investigação. E essa não deixará de ser feita caso um auto de resistência levante suspeitas, a não ser que as autoridades responsáveis pelo controle externo da polícia se omitam. Prova disso é que dezenas de policiais militares são expulsos da corporação em todo o País. Classificar esse tipo de ocorrência como “resistência seguida de morte” é uma questão de respeito com o policial. É um absurdo que, após uma troca de tiros com assaltantes de bancos armados de fuzil, o policial tenha de descrever a morte de um dos bandidos como “homicídio decorrente de intervenção policial”.

Criminoso é “reeducando”, policial é “homicida”

A sociedade honesta e trabalhadora, que não se acumplicia com bandidos, não pode aceitar essa calúnia legalizada contra a polícia, tachando previamente de “homicida” o policial que mata para proteger a sociedade, cumprindo seu dever constitucional. Se numa investigação sobre um auto de resistência ficar provado que não houve confronto, mas execução, então que o policial seja punido. O que não se pode aceitar é que o policial seja antecipadamente tachado de homicida mesmo quando é obrigado a matar para proteger vidas. Na prática, é essa a mancha que o policial terá de carregar em sua imagem, caso seja obrigado a registrar a morte de um bandido em confronto como “homicídio”. Isso é ainda mais grave quando se compara o tratamento de “homicida” que querem dar ao policial com o tratamento de “reeducando” que a Justiça dá a latrocidas e estupradores nas cadeias.

Atentem para esta fórmula de inversão dos valores: policial que mata um sequestrador é “homicida”, até que prove o contrário; já o sequestrador que mata o refém vira “reeducando” quando é preso e condenado pela Justiça. Como se pode notar, há uma completa inversão dos valores morais: o policial é culpado até que prove sua inocência; já o bandido é inocente como uma criança de escola (“reeducando”), justamente quando sua culpa foi provada e sentenciada nos tribunais. Esses fatos mostram que os acadêmicos que criticam a Polícia Militar não estão preocupados com a segurança da população honesta e trabalhadora – querem é atacar a sociedade capitalista, como se não fossem justamente os mais pobres os que mais perdem com o enfraquecimento da polícia? Os ricos podem contratar segurança privada. E os pobres? E a classe média? O que será deles sem a polícia?

A grande verdade é que a Polícia Militar não é necessariamente pior do que as demais instituições humanas. Convém relembrar uma máxima do economista Albert Hirschman não aproveitada na tese do tenente-coronel Paes de Souza: “Sob qualquer sistema econômico, social ou político, indivíduos, firmas e organizações, em geral estão sujeitas a falhas de eficiência, racionalidade, legalidade, ética ou outros tipos de comportamento funcional. Não importa quão bem estabelecidas as instituições básicas de uma sociedade; alguns agentes, ao tentarem assumir o comportamento que deles se espera, estão fadados ao fracasso, ainda que por razões acidentais de quaisquer tipos”.

Ou seja, todas as demais instituições indispensáveis à Justiça, como o Judiciário, o Ministério Público, a OAB, a Polícia Federal e a Polícia Civil, para citar as principais, estão sujeitas a gravíssimas falhas por parte de seus membros. Um juiz que mata um inofensivo e desarmado vigilante de supermercado, como já ocorreu no Brasil, é infinitamente mais criminoso do que um policial desesperado, que, depois de escapar por pouco das balas de um assaltante, resolve terminar de matá-lo ao se dar conta de que ele está ferido. É errada essa atitude do policial? Sem dúvida.

Mas é compreensível, tanto que a maioria da população, equivocadamente, a aprova. E a única forma de inibir essa justiça vicária feita com a própria farda é dar ao policial a certeza de que ele pode entregar o bandido aos tribunais, que a sociedade será vingada mesmo assim – sem visitas íntimas, sem saídas temporárias, sem indultos de Natal, sem celulares na prisão, sem regime semiaberto, sem remissão de pena e sem as demais regalias dadas ao criminoso.

É bom lembrar que leis mais duras serviriam inclusive para punir os maus policiais, que também existem, mas, hoje, acabam ingressando no crime organizado ao serem expulsos da corporação. Se os maus elementos de cada instituição humana fossem enforcados nas tripas dos maus elementos das outras, não sobrariam condenados nem tripas. A maldade humana está relativamente bem distribuída em todas as instituições.

Por isso, é tolice creditar os problemas da segurança pública à Polícia Militar, como insistem em fazer os acadêmicos e até policiais influenciados por eles. Tortura, corrupção e truculência não são privativas da PM. E a injustiça com a PM é ainda mais grave quando se leva em conta o contexto em que a corporação atua – a miséria moral dos mais ferozes criminosos, que não têm o menor respeito pela vida humana. Por isso, é tolice achar que, desmilitarizando a PM, se resolvem todos os problemas da segurança pública. Mesmo se isso fosse verdade, seria um desatino desmilitarizar a polícia justamente quando os bandidos andam com fuzis nas ruas e transformaram até as cadeias em quartéis crime.

Escrito por José Maria e Silva.

29 Comments

  1. Guilherme disse:

    Cara, fiquei pensando por alguns estantes em escrever algo bem complexo e por consequência extenso, mas sua analise em relação a desmilitarização da PM merece apenas uma palavra… PERFEITO!!!

  2. ROY disse:

    Matéria muito bem elaborada. Manda para os politicos de plantão. Diga para que vistam a farda, peguem numa arma e saiam para atender uma simples briga de marido e mulher.

  3. Walmir disse:

    Sou policial da reserva remunerada e concordo em termos com a postagem, acho realmente que a polícia precisa de disciplina e ordem contudo, acho que não deve ser regida pelo Regulamento Disciplinar do Exercito (RDE), pois o mesmo é parcial, discriminatório e estúpido enfim, um dinossauro em meio a nova democracia brasileira. Lembro me que o comandante da CIA PM que eu trabalhava falou uma vez durante a reunião com a tropa. “Se eu mandar qualquer um de vocês descascar um saco de batatas, vocês terão que me obedecer imediatamente não importando a função que exerçam, porque eu sou o seu superior hierárquico.” Todos os policiais sabem que existem duas polícias dentro da Polícia Militar, aquela que manda,ganha mais, come a melhor alimentação nos quarteis, mesmo sem trabalhar nas ruas tem as melhores fardas e armamentos e aquela que faz o serviço sujo, carrega a corporação nas costas e muitas vezes é humilhada por oficiais autoritários.

  4. Miro disse:

    Sou sargento reformado, Mesmo que tirem o nome de, Policia Militar, vai ter q ter um grupo uniformizado e armado nas ruas, ai eu digo com qual preparos esse grupo vai estar pra enfrentar o crime organizado? Vai ser melhor ou pior?

  5. Nando disse:

    Tenho apenas duas considerações a fazer:

    1- Acho que seja necessário sim que a PM acabe pois a hierarquia imposta pela militarização não é útil para que sejam feitas as coisas certas. Como bem citado no comentário do Walmir, essa diferença de status (posto, patente) inibe as ações que o comandante não deseja. Logo, se o comandante não desejar que um bom serviço seja desempenhado, nenhum de seus soldados será capaz de executar as tarefas pois vão faltá-los meios para proteger de fato a sociedade.

    2- Concordo que a desmilitarização vem sido defendida como solução para o nosso problema de segurança pública. No entanto, enquanto os outros poderes (legislativo e judiciário) não fizerem o seu papel, de nada adiantará que policiais (militares ou não) protejam a sociedade pois o bandido irá voltar. Por isso, assistimos essa novela do “Mensalão” na esperança de que finalmente haja um primeiro passo na luta contra a corrupção (maior mal da sociedade brasileira).

    Excelente texto! Abraços!

    • adriano disse:

      concordo plenamente com você NANDO..ótima visão…

      acho que devemos iniciar um modelo de policia americano, com mais apoio do legislativo e judiciário.

      • alisson disse:

        Adriano, que tal iniciar um modelo de sociedade americana? é muito fácil comparar a polícia de lá com a de cá, quero ver compararem a sociedade!!! tragam um policial americano e coloque para trabalhar no RJ, aí vejamos se funciona!!!!!

    • Ricardo Ribeiro disse:

      Então temos a Polícia civil como um exemplo de eficiência e eficácia?…a CORE funciona bem, mas muitos que trabalham nela são Policiais Militares!!!…parece a velha situação de encontrar a mulher com outro no sofá…então vamos trocar de carro, para que o molho da pizza fique bom!!!!…sem nexo, que isso!!!

  6. Ozéias disse:

    As pessoas não percebem que polícia é apenas um detalhe no combate ao crime. Quando iremos olhar para os fatores sociais?

    O q esse cara disse é totalmente parcial. Muito simples analisar um lado, ouvir pessoas com a mesma ideia.

  7. Oslon disse:

    A instituição está atrelada ao passado de tal modo que qualquer coisa que soe como mudança já é encarada rudemente. Oficiais que querem ter o controle absoluto e praças que sofrem com as humilhações em demasia. Sendo militar ou não, fardada ou não, a instituição precisa sim passar por uma reforma urgente no seu modo de pensar e agir. Profissionais que ficam anos esquecidos nos destacamentos somente por questões pessoais, uma região que recebe mais homens e material de trabalho que outra, oficiais que produzem textos onde falam que os militares têm que agir, mas que estes nunca são lembrados por ficarem dias e dias sozinhos em cidades sem nenhum tipo de apoio. Sim, mudanças são mais que necessárias…

  8. GREIK disse:

    SABE COMO ACABAR COM ESSE “PROBLEMA”DE SEGURANÇA PÚBLICA?

    1º- O POVO TEM QUE OLHAR MAIS PRA CIMA E VER QUE O PROBLEMA VEM DO ALTO E QUE EM UM PAÍS CUJA CORRUPÇÃO IMPERA, NÃO EXISTEM MEIOS TERMOS PARA SOLUÇÃO DESSES PROBLEMAS, SENÃO A EXTINÇÃO DESSA RAÇA DE GENTE SAFADA LÁ EM CIMA.

    2º-QUANDO TODOS FALAM SOBRE SEGURANÇA PÚBLICA, DIZEM QUE A POLICIA NÃO FAZ NADA, QUE BANDIDOS ESTÃO TOMANDO CONTA E BLA BLA BLA!—MAS VEJAMOS: SE A POLICIA PRENDE, O GOVERNO MANDA SOLTAR POR FALTA DE LUGAR PARA POR TANTO PRESO.(O POVO PÕE A CULPA NA POLICIA)..SE A POLICIA MATA, DIZEM QUE É ATROCIDADE.. E SE A POLICIA DEIXA DE FAZER QUALQUER UM DOS DOIS… DIZEM QUE É OMISSA…ESPERA AÍ… ESSA SOCIEDADE HIPÓCRITA TEM QUE DECIDIR QUE QUAL LADO ESTÁ E PARAR DE PROTEGER VAGABUNDO.

    3º A POLICIA NÃO É DESPREPARADA..NÃO ADIANTA COLOCAR 1000 HORAS DE DIREITOS HUMANOS PARA O PM ESTUDAR….PORQUE ENQUANTO O GOVERNO CONTINUAR A DAR PODER OS VAGABUNDOS E TIRAR O PODER DA POLICIA..A TENDÊNCIA É PIORAR…

    –GENTE… A POLICIA ESTÁ AI PRA PROTEGER…

    – A POLICIA SÓ FAZ O QUE O GOVERNO MANDA FAZER

    –QUEM MATA PAI DE FAMÍLIA É O BANDIDO QUE O GOVERNO PROTEGE..

    GENTE DESMILITARIZAR NUNCA FOI A SOLUÇÃO… O GOVERNO SÓ QUER ACABAR COM A POLICIA “MILITAR” PARA QUE SEJA MAIS FÁCIL CONTROLÁ- LA… AFINAL… ALGUÉM, POR FAVOR ME RESPONDA: QUEM FAZ O ERRADO, A FARDA OU O POLICIAL QUE A ESTÁ VESTINDO?
    TIRAR A FARDA DE UM PM SÓ VAI AUMENTAR A INSATISFAÇÃO DA CLASSE E DIMINUIR A QUALIDADE DOS SERVIÇOS PRESTADOS…
    GENTE.. SE QUEREM MELHORAR A SITUAÇÃO, COMECE MUDANDO A SUA CABEÇA..
    PARE DE ACREDITAR EM TUDO QUE Vê NA TV.
    O GOVERNO PRECISA DA OPINIÃO PUBLICA, ENTÃO ELE VAI FAZER O POSSÍVEL, PRA FORMAR UMA OPINIÃO NA SUA CABEÇA…O GOVERNO SABE COMO CORROMPER AS PESSOAS…
    “JÁ TEM MUITA GENTE COM DÓ DO GENUÍNO”…A GLOBO JÁ O COLOCA COMO VÍTIMA..ISSO É ABSURDO…
    E O QUE QUE O POVO FAZ? “NADA”, CRUZA OS BRAÇOS E DIZ QUE NÃO PODE FAZER MUITA COISA.

    QUANDO VAI PRA RUA MANIFESTAR…SAI PRA PEDIR REFORMA GAY, PASSAGEM R$0,20 MAIS BARATA…
    PAREM COM ISSO….
    VCS TEM QUE PEDIR É REFORMA POLÍTICA
    REFORMA DA CONSTITUIÇÃO
    REFORMA DO CÓDIGO PENAL
    E ETC…(MUDANÇAS QUE REALMENTE FARÃO A DIFERENÇA)

    O BRASIL SÓ VAI MUDAR QUANDO O POVO DEIXAR DE SER OMISSO E HIPÓCRITA…E MUDAR PRIMEIRO A PRÓPRIA CONDUTA…

    LIMPEZAS SEMPRE SÃO FEITAS DE CIMA PARA BAIXO E NÃO O CONTRÁRIO…

  9. Evaldo M. Souza disse:

    Somente a três grupos de pessoas interessam que a polícia seja militar:

    1º Grupo: os Oficiais
    Os Oficiais das PMs ditam normas e legislam dentro das instituições sempre de forma a favorecer sua classe e colocar as praças em uma situação de constrangimento. Por exemplo, o tratamento discrepante quanto as infrações de ordem administrativa. Enquanto um oficial não precisam de testemunha para acusar um praça de ter faltado com seu dever, este ainda deve arcar com o ônus da prova. Ou seja: um oficial acusa um praça sem provas e sem testemunha e a praça ainda precisa provar que é inocente. Outra coisa é o fato de que na rua, no âmbito do serviço policial, o oficial não é e não tem nenhuma autoridade policial sobre o desenrolar de uma ocorrência. Então, para o cidadão civil, tanto faz se vai ser atendido pelo coronel ou pelo recruta, o resultado deverá ser o mesmo. Oficial da PM não é autoridade policial. Por isso, quando um cidadão inconformado por levar uma multa diz que vai ligar para o “major fulano” ou “coronel sicrano”, geralmente a praça que está multando nem liga, pois caso esse oficial interfira, basta que a praça anote seu número, entregue na corregedoria, na assembleia legislativa e aos jornais. Dentro dos quartéis e longe dos olhos da sociedade ocorrem atrocidades como assédio moral, racismo, segregação, preconceito, humilhação, castigos físicos, ofensas e muito mais. É isso que os oficiais tentam manter e preservar. Fora isso, há o teatro da segurança pública, onde são lançados policiamentos que privilegiam os ricos e políticos em desfavor dos pobres ou menos influentes. Com isso, os oficiais garantem empregos em prefeituras em órgãos dos estados quando se aposentam na PM. Vide os cargos de chefes das guardas municipais e secretarias de segurança municipais e estaduais.

    2º Grupo: Políticos, Ricos e Pessoas com Influência Política e Financeira
    Esse grupo é composto por aquelas pessoas que gritam para o PM matar o menino negro que foi preso ao arrombar um carro. É esse grupo que manipula a PM, através de seus oficiais, para conseguir policiamento privado na porta das casas de juízes, coronéis, promotores, donos de jornais de grande circulação, amigos e parentes de políticos e etc.
    É grupo que aparece nas seções e colunas sociais dos jornais em coquetéis, esbanjando simpatia, mas que diz que viu um ladrão caminhando na calçada, referindo-se é claro um jovem de aparência favelada que por ali tenha transitado.

    3º Grupo: Governador e seus asseclas
    As PMs são os exércitos particulares de cada estado. Cada governador trata a PM como se fossem seus seguranças particulares. Os professores estão em greve? Solta a PM. Os estudantes estão manifestando? Solta a PM. A mãe do governador vai à missa? Coloca a PM na porta da Igreja. Os familiares de pacientes do hospital estão nervosos por seu parente ter morrido após 10 horas na fila de espera de atendimento? Solta a PM.
    Para tudo o governo manda a PM, que cumpre as ordens devido ao burro e arcaico militarismo.

    O que o povo precisa é de uma polícia única, civil, de ciclo completo, com um ramo uniformizado e outro investigativo, com disciplina de verdade.
    Esse modelo atual já se mostrou um fracasso.
    As PMs são enviadas para atender ocorrências de origem diversa. Com isso, acaba por usurpar a função de outros órgãos. Hoje a PM faz o serviço da polícia civil, do samu, dos bombeiros, de psicólogos, de advogados e etc… um verdadeiro absurdo.

    • Eder disse:

      Que visão míope… pensamento assim envergonha a classe policial militar! Em que mundo vc está? Na polícia militar ou civil não tem lugar pra preguiçoso… mesmo que estas sejam extintas e outra seja instituída, os seus integrantes terão que fazer tudo o q vc não quer fazer (trabalhar) e mencionou em seu comentário tacanho. Em todas organizações (civil ou militar) existem gestores e o “chão de fábrica”, existem regulamentos disciplinares e existe trabalho (muito trabalho). O problema é que a PM é a vitrine do Estado mais visível e apedrejá-la já virou hábito, notadamente pelos incompetentes, pois impotentes e inábeis não são capazes de provocar mudanças sociais mais inteligentes e significativas.

  10. ANDRE disse:

    NÃO E A FARDA QUE VAI DIZER SE O POLICIAL TRABALHA CERTO OU ERRADO
    QUEM E CORRUPTO E CORRUPTO COM FARDA OU SEM FARDA
    TODA PROFISSÃO TEM O PROFISSIONAL BOM EXEMPLO E O MAL EXEMPLO
    E NECESSÁRIO QUE AS LEIS SEJAM DURAS SEM MEIO TERMO,CONDENADO E PARA CUMPRIR A PENA TODA 12 ANOS E PARA OS 12
    A POLICIA MILITAR E A LINHA DE FRENTE,A PM E CHAQUALHADA PORQUE ELA TRABALHA DE VERDADE EM TODO PAIS, FAZ UMA PESQUISA SERIA, VER QUE ESTAR NA LINHA DE FROTE
    FALTA E SER VALORIZA SOCIALMENTE, COM SALARIOS DIGNOS, ESTE PONTO NINGUEM TOCA NINGUEM SE MANISFESTA, E SO OLHAR PARA NOSSA POLICIA FEDERAL E VALORIZADA COM SALARIOS DIGNOS NINGUEM CHAQUALHA NINGUEM APONTA O DEDO, O SALARIO VALORIZA COLOCA O HOMEM EM NIVEL DE IGUALDADE, DEIXA O HOMEM SEGURO PARA TRABALHAR.
    QUANDO VOCE COMBATE O CRIME, TEM QUE ESTAR SEGURO QUE SUA FAMILIA ESTA BEM, NUNCA FOI CORRUPTO, PARA ISTO TIVE QUE PAGAR O PREÇO, DE FAZER BICO EM PORTA DE FARMACIAS, PADARIAS, GRAFICA, TRABALHA NAS FOLGAS, TIRAR SERVIÇO DE OUTRO COMPANHEIRO.
    TEM MUITA GENTE COM DOUTORADO FALANDO MUITA LEZEIRA,VAI VESTE A FARDA E VAI VER DE PERTO O QUE SER POLICIAL MILITAR.

    ATT ANDRE

  11. Marcos William disse:

    Texto excelente, falou com propriedade. Temo com essa proposta de desmilitarização pela segurança da sociedade e pela própria instituição policial-militar. Não consigo ver vantagens para a sociedade em destruir a polícia militar. Os os outros responsáveis pela segurança pública é deviam mudar esse cenário. Vejo que a polícia militar faz mais do que lhe é atribuído legalmente em prol de uma sociedade que não lhe retribui.

  12. Sandro Campos disse:

    ….. LI TODO O TEXTO E PUDE OBSERVAR QUE MAIS UMA VEZ A AUTO PROMOÇÃO SE VEM ANTES DO SÉRIO E DO QUE É RELEVANTE…. SOMOS OS PATINHOS FEIOS DA HORA… TUDO QUE PUDER SER DESVIADO DE ERRADO NESTE PAÍS VAI CAIR NAS COSTAS DO DISCURSO DE DESMILITARIZAÇÃO DA PM… RENAN CALHEIROS QUE É UM DOS SENADORES MAIS HONESTOS E PROBOS QUE EXISTE NESTE PAÍS ACOMPANHADO DE MEIA DÚZIA DE COMUNISTAS (PT…PSOL…PDT … E .. POR AI VAI) CRIOU A TAL DE COMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA…. ENFATIZANDO O QUE TAL TEN CEL ADILSON PAES DE SOUZA (PMESP) COLOCOU EM SUA MONOGRAFIA DE MESTRADO…. ESSE SE VANGLORIA PELA FRAGILIDADE DO SISTEMA POLICIAL COMPARANDO NÓS PM”s A NAZISTAS….. ISSO MESMO A NAZISTAS… DECLARADA ABSURDO OS CASOS CARANDIRU…. ENTRE OUTRAS MORTES DO PCC… MAS …. REPITO MAS….EM MOMENTO ALGUM SITA OS VALORES A SEREM AFERIDOS AO FATOR HUMANO… OU SEJA O POLICIAL EM SI…. DECLAMA DIREITOS HUMANOS COMO UM FATOR PRIMORDIAL DE ACADEMIAS DE FORMAÇÃO DE POLICIAIS… PORÉM O MÉRITO NO BRASIL SE ENCONTRA NO DIREITO CONSTITUCIONAL… POIS O POLICIAL QUE PRIMA PELOS DIREITOS CONSTITUCIONAIS DO CIDADÃO… EM CASO O DIREITO A SAÚDE …. A EDUCAÇÃO…. ENTRE OUTROS CONSUBSTANCIADOS NO ART 5ª DO DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL JÁ SERIA O EFEITO ÍGNEO PARA O INÍCIO DE UMA REVOLTA SOCIAL DE CARÁTER SEM PRECEDENTES…..” UM POVO SEM CULTURA É FACILMENTE DOMINADO” (CHE GUEVARA)…. NINGUÉM NESSE PAÍS DIANTE ESSA DITADURA BRANCA BOLIVARIANA PETISTA… VAI QUERER UMA POLÍCIA HUMANITÁRIA…. VÃO QUERER SIM UM BODE OU UMA MULA DE CARGA… QUE NÃO DE TIRO DE BORRACHA E NEM JOGUE GAZ DE PIMENTA EM JORNALISTA…. ESTUDANTE… E… OUTROS NOBRES DE UMA NAÇÃO POBRE E PODRE QUE QUEREM SIMPLESMENTE MOSTRAR QUE PROBLEMA SOCIAL É EM FAVELA… HELICÓPTERO LOTADO DE COCAÍNA NÃO É TRÁFICO É COISA DO ESPÍRITO SANTO….. ONDE APARENTEMENTE VAMOS CONTINUAR POLICIAIS MILITARES OU NÃO …. COM FUZIL NO MORRO E POLÍTICA PÍFIA DO MELHOR PORTUGUÊS TIPO: E AI DOUTOR TA LIMPO CONTINUA AI … HÓ POUSA EM OUTRO LUGAR QUE ZOME TA EM CIMA !!!!! (Sandro Campos – Sargento PMMG)

  13. Bruno Furtado disse:

    Parabéns pela excelente matéria, e pela análise fantástica e bem pontuada da verdadeira situação dos sistemas de segurança pública em nosso país. A inversão dos valores e dos papéis de cada uma na sociedade é cada vez mais assustadora. Artigos como este deveriam servir de base para nossos legisladores atuarem com justiça verdadeiramente.

  14. WILIAM disse:

    Sou Policial da ativa em São Paulo, há tempo me deparo com essas teses inúteis de estudiosos que usaram a PM como trampolim e nunca tiveram os desprazeres do confronto nas ruas, onde o conhecimento da operacionalidade policial se da somente através de análises criminais ou dados tendenciosos, Quem tem espaço na mídia pode sem dúvida expor as mais absurdas idéias com poucas chances de serem confrontado com fatos, em uma sociedade onde seus membros são desinteressados e desorientados ficando o conhecimento aqueles que tem algum envolvimento com as questões expostas, desmilitarizando ou não os mesmos problemas continuarão, pois, aqueles que apresentam essas soluções estão muitas vezes incumbidos apenas com sua auto promoção e fazem isso como sendo verdade absoluta, para os PM de São Paulo a desmilitarização vem como uma emergência respiratória visto que o sufoco arbitrário do regime entra em confronto com a legalidade e um dos princípios da administração pública que é a eficiência, nessas nuances desmilitarizar significaria equiparar o serviço policial aos demais setores da administração pública.
    A esperança de melhorias com a segurança é tão grande que qualquer asneiras que se divulguem acaba por ser bem vinda, nosso “bem dito” Governo Federal que perdeu sua qualificação em 2002, parece esta mais receptivo ao crime e ao assistencialismo, já o Governador do Estado demonstra um total descaso com nossa policia. Estamos em um caminho sem volta rumo ao enfraquecimento social e policial e o fortalecimento do crime e não vai parar enquanto tivermos o crime organizado ou não com influências políticas….
    Só tenho a dizer: Lamentável e que muito em breve não farei parte dessa corporação hostil e cada vez mais desmoralizada…

  15. Calixtive disse:

    Texto excelente!! Tomara mesmo que acabe o Militarismo pois os policiais em geral estão loucos pra exercer seu direito de greve que TODO trabalhador “CIVIL” tem… Os militares são exclusos desse direito que é CONSTITUCIONAL… “como se os militares fossem semi Deuses que não necessitam reivindicar nada, pois tudo já é concedido sem ao menos ter que pedir”…

    Quero ver quando o Brasil virar o caos que esta hoje a Argentina, se não vão se recordar com saudades do tempo em que tinham um rebanho preso e contido num canto e os transformaram em uma manada de bufalos cheios de rancor a solta!!

  16. MAURICIO disse:

    É NECESSÁRIO REFLETIR MUITO MAIS SOBRE ESSE ASSUNTO, POIS ME PARECE QUE HÁ UM SENTIMENTO DE SOLUÇÃO MILAGROSA PARA OS PROBLEMAS SOCIAIS, POIS A ORIGEM DESSA DESMILITARIZAÇÃO, NÃO SE TRATA DE UM PROBLEMA INTERNO DAS PMs, PODEM DESMILITARIZAR A PM, MAIS ISSO VAI PRENDER MAIS BANDIDOS NAS CADEIAS ? ISSO VAI MUDAR ALGUMA LEI AO QUAL MENORES INFRATORES QUE COMETEM ROUBOS, ASSALTOS, HOMICIDEOS, E ESTUPROS CONTINUEM A PERMANECER IMPUNES ? E TANTOS OUTROS CRIMES COMETIDOS NA SOCIEDADE QUE PARECEM NÃO TER MAIS FIM, E SERÁ QUE SERÃO INVESTIDOS MAIS RECURSOS NA CONSTRUÇÃO DE ESCOLAS, HOSPITAIS, VAI GERAR MAIS EMPREGOS A POPULAÇÃO, OU ENTÃO ” PASSAGENS DE ÓNIBUS GRÁTIS PARA UNIVERSITÁRIOS !!! ?”
    EU NÃO SEI SE ISSO É SOLUÇÃO OU NÃO, MAIS UMA COISA É CERTA AQUELES QUE ESTÃO CRITICANDO TANTO ASSIM A POLICIA MILITAR, COM CERTEZA TEM INTERESSE OBSCURO EM DESVIAR A ATENÇÃO DE OUTROS PROBLEMAS PARA NÃO RESOLVE-LOS.

  17. Papiro disse:

    Desmilitarizar não vai melhorar a Segurança no país e sim a Lei Penal que é muito arcaica. A Hierarquia e disciplina são os pilares da Policia Militar. É o militarismo que separa o “joio do trigo”, pois bandido querendo entrar para a corporação não suporta o militarismo. No primeiro “ranca” (exercícios forçados) ele pede baixa ou como diz o CAP Nascimento em Tropa de Elite: “Pedi pra sair”.

  18. leonardo disse:

    A solução é a seguinte:o que deve mudar é o povo brasileiro, adepto da desordem e um jegue com cabresto puxado pelos livros didáticos imposto por um governo terrorista. Se você tirar a farda da PM, os mesmos ex pms estarão na polícia do mesmo jeito. Me mostrem uma solução convincente catedráticos, cambada de bestas. Vocês nem sabem o que querem, vão para a rua para fazerem baderna e protestar,mas, protestar o quê, milhares pelas ruas, “sem lenço e sem documento”, marcham e nem sabem para onde. Oh povinho ridículo meu Deus, se continuarem assim, vão ser eternos escravos do sistema.

  19. Cadete PM disse:

    Pelo seu conteúdo, o título do texto não deveria ser “A falácia da desmilitarização da Polícia”. Apesar de ser muito bem referenciado, este artigo ainda carece de considerações que giram em torno da Criminologia e Sociologia da Violência. Há que se concordar que o nosso Estado, altamente influenciado pelo iluminismo e mais recentemente pelo marxismo, tem enfraquecido os seus órgãos de segurança pública, isso quando não tem deslegitimado. Deveria ter neste foco a chamada para a sua leitura. Por outro lado, a desmilitarização é uma bandeira defendida para atender bem mais interesses dos portões do quartéis para dentro do que para fora. A sociedade pouco – ou nada – irá sentir com a desmilitarização, porque ela não acabará com o policiamento fardado nas ruas. A operacionalidade policial não diminuirá nem tampouco deixará de existir hierarquia e disciplina com a supressão de postos e graduações. Faz-se necessária uma mudança dentro da instituição para com seus integrantes. É inadmissível que um profissional não tenha sentimento de pertença dentro do seu local de trabalho, a satisfação enquanto policial também precisa ser abraçada. O que se quer corrigir é a gama de injustiças cometidas pelos superiores contra os seus subordinados e, neste sentido, a Polícia Militar ainda está na década de 1940. A sociedade avança a passos largos, a tecnologia também está em alta, a criminalidade se organiza incrivelmente e todas as instituições se adaptam à nova conjuntura social. E por que a PM ainda precisa atuar com vistas ao passado? Os direitos humanos também precisam entrar nos quartéis, até porque policiais também são humanos.

  20. Gustavo Ferronato disse:

    Com a desmilitarização os policiais militares teriam direitos trabalhistas, que foram conquistados arduamente durante muitos anos pela população civil, e deixariam de ser escravos, com cargas horarias exorbitantes e perseguições dos superiores pelo simples fato de alguns policiais ponderar a injustiça cometidas pelos graduados, oficiais e pela própria corporação.

  21. BORGES disse:

    Se o problema fosse a questão de a polícia ser militar muitos países como o Canadá não teria um polícia militar atuando como policia ostensiva. É claro que existe muitos PM truculentos, torturadores mas são policiais que agem contra os princípios impostos pelas PMs. Nada disso e ensinado nos cursos de formação de policiais militares. Porem os problemas de segurança publica não são culpa da instituição PM, e sim do código penal, do judiciário, e de outros fatores sociais e políticos. Mas como tudo que acontece de ruim e culpa da PM.

  22. É seu Nando, o senhor não está equivocado, é equivocado. Sabemos de experiência, que desde muito, visto o fim desses princípios da hierárquia e disciplina, o que está acontecendo com o Brasil. O crime corre solto. Nos últimos tempos, tenho sido com frequência tomado de assalto e meu dinheiro levado embora. A desordem é geral, não temos nem governo. O governo brasileiro, cuida de sí, o resto que se lixe. O esquerdização diabólica!…

  23. Rodrigo disse:

    Concordo com os pontos apresentados no texto, mas a desmilitarização, como apontado em vários comentários e a meu ver, não visa desmoralizar a polícia, mas agilizar e facilitar a atuação da instituição. Exponho os seguintes pontos, e convido a comentários e contra-argumentações:

    1 – A hierarquia e disciplina NOS MOLDES MILITARES, num país onde as demais instituições de defesa do indivíduo não são eficientes, permite que maus profissionais se escondam através de suas patentes e lhes dá poder de fácil retaliação a algum atentado contra seu ego ou vaidade. Obviamente, tais mecanismos para corruptos e maus policiais são muito úteis.

    2 – O militarismo não impedem criminosos de se formarem ou de ingressarem nas instituições. E acredito que o comentário anterior seja ao militarismo no período de formação. A única coisa que impede é que criminosos fracos entrem na instituição. Se essa impedir bandidos fosse a regra, nas FAs não haveria corruptos, e baseado em própria observação interna posso afirmar que esse não é o caso.

    3 – O simples fato de polícia investigava e de patrulhamento trabalharem dentro de uma mesma organização permite a melhor articulação da força, clareza de informações e corta burocracias na comunicação. Ou seja, a maior integração entre o trabalho de ambas permitiria alcançar os objetivos com maior eficiência.

    Não tenho muita informação de dentro da PM, mas se houver alguém aqui disposto, gostaria de saber: o treinamento do soldado/oficial foca na mentalidade de uma organização de salvar vidas, de fazer cumprir a lei, ou o foco é mais para os métodos, para o combate? São constantemente lembradas e reforçadas regras de engajamento básicas, ou só são mais um capítulo de uma das matérias?

    No mais, acredito realmente que os policiais estão de mãos atadas. Se prendem, estão errados. Se matam, estão errados. Se não fazem nada, estão errados. E se são mortos, não são lembrados. Um dos maiores motivadores profissionais, as vezes maior que o dinheiro, é o reconhecimento. E a sociedade brasileira, contaminada com essa sociologia esquerdista barata, insiste em retirar esse prazer daqueles que por ela entregam a vida.

  24. Braulio disse:

    No Brasil, SEGURANÇA PÚBLICA é tratada pela maioria da população como o futebol: todos são profundos entendidos, todos opinam sobre escalações, contratações, técnicas e táticas, porém, na verdade, a responsabilidade recai somente sobre um pequeno grupo de pessoas.
    Ao observar tantas opiniões favoráveis para que seja retirada a estética militar das Polícias Estaduais, lembro-me dos inestimáveis ensinamentos do Excelentíssimo Senhor DESEMBARGADOR do Tribunal de Justiça de São Paulo ÁLVARO LAZZARINI, professor da Academia de Polícia Militar do Barro Branco, quando lecionou sobre esta problemática: “reafirmo que o modelo policial brasileiro não é exótico e, de forma semelhante, funciona bem nos demais países: cada um com suas peculiaridades. Os ataques que se fazem hoje à investidura militar da polícia brasileira têm na verdade DOIS OBJETIVOS: PRIMEIRO, afastá-las – e aos Corpos de Bombeiros, também militares – do nosso Exército. Aí temos interesses de grupos internos, ideológicos, que temem intervenções militares no poder político. Pensam, portanto, ser-lhes útil enfraquecer tudo que for militar, acrescendo-se a possibilidade de SINDICALIZAR A POLÍCIA, colocando-a como MASSA DE MANOBRA PARTIDÁRIA.
    O SEGUNDO OBJETIVO, que move civilistas desinformados, grupos avessos ao primado da ordem e alguns que veem na polícia, não como um mister deontológico, mas apenas uma profissão qualquer, é DESTRUIR A DISCIPLINA QUE DE ALGUMA FORMA LHES DESAGRADA. A disciplina rígida, ou seja, coercitiva e ágil, que de fato não existe na administração pública civil, somente será desnecessária à polícia na medida em que a autodisciplina ou a disciplina consciente possa substituí-la. Basta olhar a nossa realidade social para constatar que estamos muito longe disto. Tanto no passado como no presente, não vejo como manter o poder de polícia, sem uma disciplina rígida. Aliás, ATRIBUO A MAIORIA DOS EXCESSOS POLICIAIS JUSTAMENTE À QUEDA DA DISCIPLINA.”
    Observo uma gama de críticas à Estética Militar das Polícias. Mas, quantos sabem, realmente, que Estética Militar significa um conjunto de estímulos materializados nos uniformes, insígnias, gestos, atitudes etc., vinculados a valores de disciplina e hierarquia, vistas como fundamento da obediência ao ordenamento jurídico do Estado e às ordens das autoridades superiores. É, portanto, ainda mais necessária em razão da CULTURA BRASILEIRA, DE INDIVIDUALISMO E INDISCIPLINA, QUE ESTIMULA A DESOBEDIÊNCIA ÀS REGRAS SOCIAIS, LEVANDO À PRÁTICA DE TRANSGRESSÕES E AO DESCRÉDITO DO POVO NAS INSTITUIÇÕES. Remover a investidura militar da polícia significaria acentuar a indisciplina e enfraquecer a hierarquia, sobrecarregando, ainda mais, os graves problemas da segurança pública, ao invés de resolvê-los ou amenizá-los.
    Quando vejo uma série de críticas aos regulamentos militares, me pergunto: há alguma instituição ou empresa que funcione sem suas próprias regras e regulamentos, que respeitem a necessidade dos serviços que prestam? Algum indivíduo, ao ingressar numa instituição militar foi enganado? Há algum caso devidamente constatado de que lhe foi prometido fazer o que bem entendesse durante o horário de trabalho?
    Aliás, acho bastante curioso ver alguns comentários de supostos integrantes das Instituições militares criticarem a estética militar. Se o modelo militar não os agrada, porque não simplesmente não pedem baixa do serviço (exoneração)? Seria covardia, incompetência, hipocrisia, comodidade ou uma soma de todos esses fatores? Há quem possa alegar que a razão que os motiva a permanecer é a vontade de melhorar a Instituição, o que nada mais é do que tentar moldá-la aos SEUS ANSEIOS. Ao revés do que possa aparentar NINGUÉM É COMPELIDO A INGRESSAR NA INSTITUIÇÃO POLÍCIA MILITAR, mas ao fazê-lo estará aceitando todos os preceitos que regulam a atividade profissional, devendo, portanto, cumpri-los. Aos inconformados, lembro que há uma infinidade de profissões de todas as naturezas, onde poderão buscar sua realização.
    Por derradeiro, assevero que as críticas relativas a divisão entre Oficiais e Praças não passam de manifestações de IGNORÂNCIA ou MÁ FÉ. A pergunta que eu faço é: qual é a instituição ou empresa que não é hierarquizada? Todos são importantes para a consecução dos objetivos da Instituição Militar: do Soldado ao Coronel. O que os difere são as ESCOLHAS. A Polícia Militar exalta a MERITOCRACIA e possui CONCURSOS para ascensão profissional todos os anos. Se o indivíduo REALMENTE quer galgar as graduações e os postos da Polícia Militar basta aliar dois fatores: VONTADE e CAPACIDADE.

  25. alysson disse:

    Perfeita o artigo, sem adendos. E o comentário do Rodrigo enriqueceu muito mais com uma simples verdade. O esquerdismo barato do pseudointelectual brasileiro baseado na inveja, ódio ao mérito e repulsa militar, como se a culpa da desgraça brasileira fosse a ditadura negando que desde 89 a sociedade civil está livre para fazer o que bem entender e até o momento nada fez….

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