Portal Conservador » Política http://portalconservador.com Este novíssimo Portal é dirigido àqueles que defende a família; o capitalismo; a tradição judaico-cristã e a Igreja. Thu, 05 Dec 2013 22:41:56 +0000 pt-BR hourly 1 http://wordpress.org/?v=3.6.1 Não chorem a morte de Nelson Mandela! http://portalconservador.com/nao-chorem-a-morte-de-nelson-mandela/ http://portalconservador.com/nao-chorem-a-morte-de-nelson-mandela/#comments Thu, 05 Dec 2013 22:41:56 +0000 Commodoro http://portalconservador.com/?p=3255 read more →]]> Ao mesmo tempo que a maior parte do mundo se recusa a aceitar o que está a acontecer na predominantemente comunista África do Sul, a organização sem fins lucrativos com o nome de Genocide Watch declarou no mês passado que os preparativos para as atrocidades genocidas contra os camponeses sul-africanos brancos estavam já bem encaminhados, e que as fases iniciais do genocídio provavelmente já tinham começado. De modo geral, o chefe da Genocide Watch, o Dr. Gregory Stanton, explicou que as poderosas forças comunistas tencionam também abolir a propriedade privada e esmagar todos os potenciais resistentes. Segundo os peritos e os números ofciais, pelo menos 3,000 camponeses brancos, conhecidos por Boers, foram brutalmente massacrados durante a última década. Muitos mais, incluindo crianças – e até as crianças mais pequenas – foram também violadas ou torturadas de modo tão selvagem que meras palavras não podem expressar o horror.

E o problema só está a piorar – afirmam os observadores das organizações dos direitos humanos presentes na África do Sul. O governo sul-africano, dominado pela Congresso Nacional Africano (ANC = African National Congress) que tem um forte apoio comunista, respondeu à crescente onda de assassinatos racistas negando o fenómeno, alegando de modo pouco plausível que muitos dos ataques simplesmente são crimes regulares. Apesar das críticas ferozes, as autoridades pararam de registar as estatísticas que poderiam disponibilizar uma imagem mais correcta do que realmente está a acontecer na chamada “Nação Arco-Íris”.

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Em muitos casos, os assassinatos são simplesmente qualificados de “assaltos”, e ignorados. Devido a isto, é seguro afirmar que os números em volta dos assassinatos certamente são mais elevados do que aqueles que as entidades oficiais admitem. Entretanto, múltiplas fontes reportam que as forças policiais estão muitas vezes envolvidas nos assassinatos ou, pelo menos, nas manobras que visam esconder a realidade dos eventos.

Um sul-africano exilado nos EUA declarou à “The New American” que, quando as vítimas são capazes de se defender, e os perpetradores capturados, muitos deles costumam estar afiliados ao ANC ou à sua facção jovem.

Os peritos não estão a acreditar na ocultação dos factos feita pelo governo. “Estamos cada vez mais convencidos que os assassinatos de camponeses [brancos] não são acidentais,” declarou o Dr. Stanton da Genocide Watch durante a sua missão de averiguação dos factos no mês passado. Ele acrescentou ainda que era bem óbvio que os massacres não eram crimes comuns principalmente devido à barbaridade usada contra as vítimas.

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Não sabemos ainda quem está a planejá-los mas apelamos a uma investigação internacional que julgue e determine quem está por trás destes assassinatos.

De fato, os analistas mais honestos concedem que as milhares de matanças brutais, e as dezenas de milhares de ataques, fazem parte dum padrão mais abrangente. E segundo o Dr. Stanton, que esteve envolvido no movimento anti-Apartheid da África do Sul e tem décadas de experiência na análise de genocídios e usurpação comunista, a tendência aponta para um futuro conturbado para esta nação.“Este tipo de coisas é o que eu já observei em outros genocídios,” disse ele dos assassinatos dos camponeses brancos, listando vários exemplos tais como uma vítima que foi abandonada com uma Bíblia aberta sobre ela, ou outras vítimas que foram torturadas, desventradas, violadas ou pior. Isto foi o que aconteceu no Burundi, e foi o que aconteceu no Rwanda. Já aconteceu em muitas outras partes do mundo.

Falando em Pretória num evento organizado pelo grupo anti-comunista Transvaal Agricultural Union, o Dr. Stanton atacou os esforços que são feitos no sentido de desumanizar os brancos sul-africanos caracterizando-os de “colonos.” Esta qualificação tem como propósito construir em torno dos Afrikaner – descendentes de imigrantes da Europa do Norte que chegaram ao país há séculos atrás – uma imagem de pessoas que não pertencem ao país. Este foi o processo que foi levado a cabo contra os Arménios Cristãos que viviam na Turquia, explicou Stanton. O fenômeno da desumanização ocorreu também contra o povo Judeu na Alemanha que se encontrava debaixo do regime Nacional Socialista, muito antes de Hitler implementar a “Solução Final.” Os peritos defendem que, infelizmente, a África do Sul pode ser a próxima na linha. Stanton declara:

Sempre que tens este tipo de desumanização, estás perante o princípio dum processo descendente até ao genocídio.

Stanton acrescentou que a situação na África do Sul já passou esta fase [desumanização]. A próxima fase antes do extermínio, que começou há já alguns anos, é a logística para o levar a cabo. “Nós estávamos preocupados com a existência de grupos organizados que estão de facto a fazer o planejamento. . . . Tornou-se claro para nós que a Youth League [da ANC] é este tipo de grupo e eles estiveram a planejar este tipo de massacre genocida ao mesmo tempo que forçavam a remoção dos brancos sul-africanos.”

A Genocide Watch levantou o alerta para a África do Sul da fase 5 para a 6 – a 8ª fase é a negação depois do fato – quando o então líder da ANC Youth League Julius Malema começou a cantar abertamente uma canção racista que incitava o assassínio de camponeses brancos sul-africanos:

Disparem sobre o Boer! Matem o Boer!

Descrito pelo grupo anti-genocídio como um “racista marxista-leninista”, Malema foi também citado afirmando que “todos os brancos são criminosos” e ameaçando tirar as terras dos camponeses brancos das suas mãos à força. Depois dos seus apelos ao genocídio terem chegado aos ouvidos da comunidade internacional, o Tribunal Supremo Sul Africano declarou que a canção que incitava a matança dos brancos, era discurso de ódio ilegal.

Surpreendentemente, o presidente sul-africano e membro do ANC, Jacob Zuma, começou este ano a entoar a mesma canção em público. Desde então, o número de camponeses brancos sul-africanos assassinados têm aumentado todos os meses. Outros oficiais governamentais séniores têm apelado abertamente para a “guerra. ”O Dr Stanton declara que “Este é o tipo de conversa que, obviamente, não só é pré-genocídio, como vem antes dos crimes contra a humanidade.” Stanton apelou a todos a não esquecer que somos todos membros da raça humana.

Aqueles que seriam os negacionistas, e que tentam rejeitar os sinais de aviso, na minha opinião estão a ignorar os fatos.

Stanton explicou ainda a lógica do progresso até ao genocídio onde também há a “polarização” onde a população-alvo – camponeses brancos, neste caso – e até os moderados são caracterizados como “o inimigo.” E o fenómeno é cada vez mais aparente na África do Sul, levando a Genocide Watch a classificar a África do Sul como estando já na fase final do genocídio..A questão em torno da distribuição das terras, que se tornou num dos pontos-chave nesta progresso descendente, é também uma das maiores preocupações. A minoria branca ainda é dona da maioria das terras sul-africanas, apesar do ANC prometer redistribui-las aos negros. Mas a redistribuição que já ocorreu – como por exemplo, no Zimbabwe – resultou num falhanço total.Apesar do registo das atrocidades até agora, alguns extremistas, incluindo elementos do governo dominado pelo ANC, tencionam agora ficar com as terras dos brancos o mais rapidamente possível, chegando ao ponto de algumas facções argumentar que isso deveria ser feito sem qualquer tipo de compensação. Para além disso, a agenda comunista, tal como em todo o lugar onde a redistribuição coerciva ocorreu, tem planos ainda mais vastos. O Dr Stanton, que alega já ter vivido em países comunistas, avisa:

Qualquer que seja o sistema de posse de terras que a África do Sul adote, os comunistas – a longo prazo – tencionam abolir toda a propriedade privada. Isso nunca deve ser esquecido. Em todos os lugares que os comunistas se apoderam, a possessão privada é abolida uma vez que esta dá às pessoas poder – poder econômico – de se oporem ao governo. Mal te é retirado tal poder. não há qualquer base sobre a qual tu podes ter o poder econômico para te opores ao governo.

Entretanto, o governo sul-africano está a desenvolver esforços para desarmar os já-de-si-afligidos camponeses brancos, retirando-lhes assim a sua última linha de defesa. Naturalmente, e como tem sido consistente através de toda a História, o desarmamento é sempre um precursor necessário para o totalitarismo e até o eventual massacre do grupo-alvo. De facto, as armas nas mãos dos cidadãos são normalmente a última fronteira até à escravatura total e até mesmo o extermínio.No seu site, a Genocide Watch ressalvou o seguinte:

O governo separou as unidades commando dos camponeses brancos que outrora protegiam os campos, e aprovou leis que visam confiscar as armas dos camponeses. O desarmamento dum grupo-alvo é um dos sinais mais sérios dum possível futuro genocídio.

O exilado que falou com a TNA disse que muitas das armas confiscadas aos brancos foram mais tarde encontradas nos horriveis locais do crime. Até a mera possessão de uma arma “não registada” ou “não licenciada” – obter uma licença tornou-se bastante difícil, senão impossível – pode resultar em cadeia. Na África do Sul, especialmente para um camponês branco, ir para a cadeia, com as violações generalizadas e as infecções HIV a serem a norma, é practicamente uma sentença de morte.

O Dr. Stanton prometeu aos Afrikaners que visitaria a embaixada dos EUA e colocaria o assunto em cima da mesa perante os líderes mundiais. No entanto, ele apelou para que eles não abdicassem das suas armas e que continuassem a resistir a “ideologia” comunista proposta por muitos líderes políticos e partidários que agora dominam o coercivo aparato do governo da nação.As Nações Unidas definem um genocídio como “a destruição deliberada e sistemática, no seu todo ou parcial, de um grupo étnico, racial, religioso ou nacional.” No entanto, o termo inclui ainda acções que estão para além da simples matança. Segundo a ONU, entre os crimes que podem ser classificados de genocídio incluem-se:

  • actos que: visem causar dolo a membros dum grupo minoritário específico,
  • infligir à minoria – e de modo deliberado – condições que resultam na sua destruição total ou parcial,
  • buscar ou prevenir nascimentos entre os grupos-alvo,
  • e transferir de modo coercivo as suas crianças menores para outros

Os ativistas e os exilados alegam que muitas destas condições foram já atingidas – e, tecnicamente, qualquer uma delas pode constituir um acto de genocídio se faz parte duma tentativa sistemática de destruir um grupo em particular. Entretanto, os peritos afirmam que o governo está a exacerbar o problema discriminando de modo activo contra os brancos, e em muitos casos, facilitando as atrocidades que já ocorrem.Obviamente, esta não seria a primeira vez que uma tragédia similar ocorria na zona Sul do continente africano. Quando o ditador marxista Robert Mugabe tomou o poder no Zimbabwe (conhecida previamente como “Rodésia”, e um dos países mais abastados do continente) ele deu início a uma guerra impiedosa contra a população branca e contra os seus oponentes políticos. O país rapidamente mergulhou num caos e em fome generalizada quando o regime Mugabe “redistribuiu” as terras e a riqueza existente entre os seus amigos e parceiros políticos que, obviamente, nada sabiam de agricultura.O regime matou dezenas de milhares de vítimas, e alguns estimam que milhões tenham morrido como consequência directa das políticas marxistas de Mugabe. Os brancos que se recusaram a abandonar a propriedade durante a “redistribuição”, foram frequentemente torturados e mortos pelo regime ou pelos seus esquadrões da morte. Com Mugabe ainda no controle, o trágico sofrimento do Zimbabwe continua a piorar, mas o tirano assassino ainda é visto com bons olhos pelos oficiais seniores do ANC.Nem todos os sul-africanos – especialmente os citadinos – estão convencidos que está a ocorrer um genocídio no seu país, ou que um se aproxima. De facto, a vasta maioria dos negros e dos brancos apenas quer viver em paz uns com os outros. Para além disso, há outros problemas mais sérios a serem resolvidos pelo governo sul-africano.

No entanto, virtualmente todos concordam que, sem uma solução, a situação precária da “Nação Arco-Íris” vai continuar a decair – de má para pior. Muitos activistas que buscam atrair a atenção das pessoas para este assunto apelam aos governos europeus e aos EUA que comecem imediatamente a aceitar os refugiados brancos mais vulneráveis provenientes da África do Sul.

Há menos de 5 milhões de brancos a viver no país, 10% da população, uma queda abismal se levarmos em conta que há algumas décadas atrás os brancos eram quase 1/4 da população total. Os analistas afirmam que fornecer-lhes asilo vai ser politicamente duro, parcialmente porque isso levantaria o véu sobore os mitos da elite em torno de Nelson Mandela e do seu partido ANC, como sendo “heróicos” e “combatentes pela liberdade.”

Sem surpresa alguma, os órgãos de comunicação da elite ocidental raramente reportam a calamidade que se aproxima. E quando resolverem contar a verdade aos seus leitores, pode já ser tarde demais.

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A Falácia da Desmilitarização da Polícia http://portalconservador.com/a-falacia-da-desmilitarizacao-da-policia/ http://portalconservador.com/a-falacia-da-desmilitarizacao-da-policia/#comments Mon, 02 Dec 2013 12:24:54 +0000 Commodoro http://portalconservador.com/?p=3233 read more →]]> Criar um “SUS” da segurança pública, unificar as polícias e despir a PM de sua farda – eis as propostas que prometem revolucionar a segurança pública no País. Praticamente unânimes entre os acadêmicos especializados na área, essas ideias conquistam cada vez mais adeptos em Brasília. É o que se percebe nas discussões da Comissão Especial de Segurança Pública do Senado, instalada em 2 de outubro deste ano com o objetivo de debater e propor soluções para o financiamento da segurança pública no Brasil. Criada por iniciativa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a comissão é presidida pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) e tem como relator o senador Pedro Taques (PDT-MT).

“O sistema de segurança pública no Brasil está absolutamente falido” – com essa declaração, proferida numa audiência pública realizada no dia 13 de novembro último, o senador Pedro Taques resumiu um sentimento das ruas que hoje encontra guarida até nos quartéis. Cada vez mais estão surgindo depoimentos de policiais militares colocando em descrédito a própria corporação a que pertencem. É o caso do livro O Guardião da Cidade (Editora Escrituras, 2013, 256 páginas), do tenente-coronel Adilson Paes de Souza, fruto de sua dissertação de mestrado “A Educação em Direitos Humanos na Polícia Militar”, defendida na Faculdade de Direito da USP em 2012, sob a orientação do cientista político Celso Lafer.

Nesse trabalho acadêmico, festejado por toda a imprensa, o tenente-coronel da PM paulista defende a ampliação da carga horária do estudo de direitos humanos na formação dos oficiais da Polícia Militar, como forma de combater a tortura. Em artigo anterior, procurei demonstrar que se trata de uma falácia. O Curso de Formação de Oficiais é praticamente um curso completo de Direito e, como se sabe, é impossível estudar qualquer disciplina do Direito sem tratar dos direitos humanos, uma vez que a Constituição de 88, base legal de todas as disciplinas jurídicas, é alicerçada, de ponta a ponta, nos direitos da pessoa humana.

Sobrevivendo na Gestapo brasileira

Em vários momentos do livro, influenciado por pensadores de esquerda, que vêm na polícia um braço armado do sistema capitalista, Paes de Souza, de modo quase indisfarçável, compara a Polícia Militar brasileira com a Gestapo de Adolf Hitler. Chega a descrever o produto das ações da PM como um novo campo de concentração nazista. Com base em artigo da psicóloga e psicanalista Maria Auxiliadora de Almeida Cunha Arantes, sintomaticamente intitulado “Violência, Massacre, Execuções Sumárias e Tortura”, o tenente-coronel cita como exemplo desses casos, os 111 mortos do Carandiru, em 1992, os 493 mortos quando dos ataques do PCC em 2006 e a Operação Castelinho em 2002, “que constituiu uma emboscada”, com 12 mortos – todos bandidos do PCC, acrescente-se, já que o coronel não o faz em sua tese.

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Para a psicóloga Maria Auxiliadora Arantes, citada no livro O Guardião da Cidade, tais acontecimentos “são crimes filhotes de um Estado que deixou intacto um aparelho de matar e que não puniu os que o montaram”. O tenente-coronel Adilson Paes de Souza corrobora literalmente suas palavras, tanto que acrescenta a elas a seguinte frase: “De fato, Auschwitz faz-se presente”. Reparem: Paes de Souza está comparando o trabalho da Polícia Militar – instituição em que atuou durante 28 anos, chegando a tenente-coronel – com a violência das forças nazistas nos campos de concentração de Hitler. Justamente num momento em que a PM está sob o fogo cerrado dos formadores de opinião.

O cientista político Celso Lafer, responsável pela dissertação de mestrado de Adilson Paes de Souza na USP, deveria ter-lhe feito uma pergunta singela antes de aceitar a orientação de seu trabalho: “Onde o senhor estava, na condição de tenente-coronel da Polícia Militar, quando seus subordinados de farda se tornaram exemplos atuais da Gestapo de Hitler, torturando e executando pessoas?” Antes de pontificar sobre os problemas da Polícia Militar, apresentando soluções mirabolantes do conforto de uma cátedra universitária, o tenente-coronel deveria ter respondido para si mesmo essa pergunta. Na condição de tenente-coronel da Gestapo brasileira (a se crer nos seus próprios conceitos), ou Paes de Souza foi cúmplice do holocausto que denuncia ou foi omisso diante dessa carnificina que imputa à PM. Em qualquer dos casos, deveria refletir com mais profundidade sobre o assunto, antes de se arvorar a defender tese, escrever livro e contribuir, ainda que involuntariamente, para a difamação sistemática de que a PM é vítima na imprensa e nas universidades.

Não é possível sobreviver durante 28 anos num aterro sanitário moral e dele sair com a alma cheirando a talco, como canta Gilberto Gil. Em seu livro, citando o economista Albert Hirschman, Paes de Souza fala que os membros de uma instituição podem abandoná-la ou criticá-la quando se sentem descontentes. O autor não diz, mas, no caso da Polícia Militar, a via mais frequente é a omissão: o policial se esconde numa carreira burocrática, evitando o confronto das ruas e, com isso, pode pontificar sobre direitos humanos sem correr riscos. O tenente-coronel sobreviveu ao horror que denuncia foi por essa terceira via? Sem essa explicação, suas reflexões e denúncias sobre a PM perdem muito da autoridade que poderiam ter.

Depoimentos de PM homicidas

Para exemplificar as críticas que faz à polícia, Adilson Paes de Souza colheu o depoimento de dois policiais militares condenados por homicídio e se valeu também de dois depoimentos colhidos pelo jornalista Bruno Paes Manso, do jornal O Estado de S. Paulo. Em junho de 2012, Manso defendeu no Departamento de Ciências Políticas da USP a tese de doutorado “Crescimento e Queda dos Homicídios em São Paulo entre 1960 e 2010”, em que faz uma “análise dos mecanismos da escolha homicida e das carreiras no crime”. Essa tese de Manso já havia lhe rendido o livro O Homem X: Uma Reportagem sobre a Alma do Assassino em São Paulo (Editora Record, 2005), no qual o tenente-coronel buscou os dois depoimentos.

Os policiais ouvidos por Paes de Souza ganharam os apelidos de “Steve” e “Mike”, geralmente dados aos policiais que trabalham nas ruas. O policial Steve foi condenado a mais de 20 anos de reclusão por um homicídio a tiros e facadas. “No auge da prática do ato, senti que estava cheio de ódio e acabei descarregando tudo sobre o corpo da vítima. Tinha um sentimento de ódio generalizado de tudo”, afirma o policial. De origem nordestina, ele contou que seu pai era PM aposentado e costumava conversar com toda a família na hora do jantar sobre o sentimento de honra que envolvia a profissão. Inspirando-se no pai, Steve, ao completar 18 anos, ingressou na polícia, por meio de concurso público.

“Fui designado para trabalhar numa unidade da Polícia Militar na periferia da cidade de São Paulo. Comecei a ver uma realidade que não conhecia: favelas, meninas estupradas, pessoas pobres vítimas de roubo, o que causou revolta”, conta Steve. Movido por essa revolta, diz que começou a trabalhar além do horário normal, prendendo o máximo possível de bandidos, na esperança de acabar com a criminalidade na região. O PM conta que, numa ocasião, prendeu em flagrante dois ladrões que tinham roubado um supermercado, mas na noite do mesmo dia viu os dois na rua. Quando os abordou, soube que fizeram um acordo com o delegado, inclusive deixando na delegacia uma parte da propina para o policial.

“Nesse momento, percebi que a corrupção existente nos distritos policiais da área onde trabalhava gerava a impunidade dos delinquentes”, afirma Steve, que passou a frequentar velórios de policiais mortos em serviço, alimentando ainda mais sua revolta com a impunidade dos bandidos. Foi aí que decidiu fazer justiça com a própria farda: “Eu era juiz, promotor e advogado. Levava a vítima para um matagal, concedia-lhe um minuto para oração e a sentenciava a morte”. Essa vida de justiceiro fardado destruiu sua família. Sua mulher chegou a tentar o suicídio. E, na cadeia, sofreu maus-tratos e não teve a solidariedade dos colegas: os policiais que o visitavam estavam mais preocupados em sondá-lo para saber se não seriam delatados, em virtude de outras ocorrências.

Um dos entrevistados pelo repórter Bruno Paes Manso, citado na dissertação do tenente-coronel Paes de Souza, também relata que se via em guerra contra os criminosos e, movido pelo ideal de resolver o problema da criminalidade, trabalhava praticamente o dobro: as oito horas regulamentares pagas pelo Estado somadas às oito em que combatia o crime de graça, por sua própria conta e risco. Esse policial contou ter deparado com vários casos graves, que só via em filmes. Certa vez, atendeu a uma ocorrência em que uma criança de quatro anos foi estuprada e ele, junto com outros policiais militares, evitou o linchamento do estuprador. “Nesse momento, achou um contrassenso ter que proteger quem havia praticado uma monstruosidade contra uma menina. Sentiu revolta”, relata Paes de Souza.

Mais confrontos, mais mortes

Esse é praticamente o padrão dos depoimentos de policiais militares condenados por homicídio: 1) imersão idealista do policial no combate ao crime; 2) revolta com a impunidade dos criminosos; 3) justiça com a própria farda; 4) prisão, arrependimento e transferência da culpa para a corporação militar. O livro Sangue Azul (Editora Geração Editorial, 2009), baseado no depoimento de um soldado da PM do Rio de Janeiro ao documentarista Leonardo Gudel, também segue esse padrão. E, de acordo com as entrevistas concedidas pelo autor, parece que o recém-lançado Como Nascem os Monstros (Editora Topbooks, 2013, 606 páginas), romance do policial carioca Rodrigo Nogueira, condenado e preso por homicídio, também não foge à regra.

Um sargento preso por homicídio e ouvido por Bruno Paes Manso explica que o “assassinato é uma importante ferramenta no cotidiano perigoso do policial militar que trabalha na rua”, e acrescenta que “se os policiais fossem proibidos de matar seria melhor que parassem de trabalhar”. Esse mesmo policial diz ainda: “Sem contar que a bandidagem está cada vez ficando mais ousada, mais armada e respeita cada vez menos a polícia. Isso é explicado dessa forma, isso não foi a polícia que motivou. Hoje tem muito mais reação, o pessoal enfrenta, por isso tem mais morte”. O tenente-coronel Paes de Souza, do alto de sua tese da USP, classifica essa fala do sargento como simplista, por afirmar que mais criminalidade significa mais confronto e, consequentemente, mais mortes.

Ora, simplista é o modo como o tenente-coronel, desprezando seus 28 anos de experiência como policial, deixa-se seduzir pela inútil retórica da academia e utiliza esses depoimentos para corroborar teses injuriosas a respeito da Polícia Militar, que a acusam de ser uma máquina assassina, nazista, semelhante a Auschwitz. Quando atribuem à Polícia Militar o suposto “genocídio da juventude negra”, calúnia que já foi corroborada até por membros do Poder Judiciário, os acadêmicos escondem dois detalhes cruciais: primeiro, muitos jovens negros das periferias são recrutados pelo narcotráfico e matar ou morrer são verbos que conjugam diariamente; segundo, a Polícia Militar emprega muito mais negros do que as universidades que a criticam. Então, a ser verdade o que diz a academia, esses policiais não seriam genocidas, mas suicidas: estariam matando deliberadamente seus próprios familiares.

O tenente-coronel e os demais acadêmicos que escrevem teses sobre segurança pública acreditam que basta perorar sobre direitos humanos no ouvido de um soldado para que ele saia à rua com flores na boca do fuzil, ajudando velhinhas no semáforo e pegando crianças no colo, até que surja um marginal armado e esse policial, consciente de seus deveres, saque da farda um exemplar da Constituição e atire no rosto do bandido seus direitos humanos, para que o criminoso estenda os pulsos com cidadania e seja algemado com dignidade. É óbvio que a terrível complexidade da segurança pública não se rende a golpes de retórica sobre direitos humanos.

Policial só se equipara a médico

Uma análise verdadeiramente profunda dos depoimentos dos homicidas da PM revela a complexa natureza do trabalho policial, que, em qualquer tempo e lugar, é inevitavelmente insalubre para a alma. O policial é como o médico: sem uma dose sobre-humana de frieza, ele não será capaz de proteger vida nenhuma, pois o medo do sangue, da mutilação, do cadáver, irá acovardá-lo diante do dever a ser cumprido. Por isso, ser policial não é para qualquer um. Os policiais homicidas tentam enganar a própria consciência quando dizem que a corporação os transformou em violentos. O potencial de violência já estava presente neles ou não teriam sonhado em ser policial, uma profissão que, em algum momento, há de exigir violência para que as leis sejam cumpridas. Afinal, se bandido ouvisse conselho, não entraria no crime.

Polícia não é assistência – é contenção. Ela é chamada justamente quando as normas da cultura e os mandamentos da lei já não são suficientes para manter o indivíduo no bom caminho e alguém precisa contê-lo. Por isso, a polícia tem de ser viril. A testosterona que faz o bandido violento é a mesma que faz o policial corajoso. Daí a importância de se separar ontologicamente o policial do criminoso. Ao contrário do que acreditam os acadêmicos, o policial tem que tratar o bandido como inimigo, sim. O soldo sozinho – por maior que seja – não é capaz de separar o policial do criminoso, pois a natureza mais profunda de ambos e o ambiente em que vivem se alimentam da mesma virilidade masculina, responsável por mais de 90% dos crimes violentos em qualquer cultura humana em todos os tempos.

O policial de rua, obrigado a enfrentar o crime de arma em punho e não de uma sala refrigerada da USP, é como um médico num campo de refugiados ou em meio a uma epidemia letal: se trabalhar só pelo dinheiro, ele voltará para casa na hora, pois não há salário que pague sua própria vida, permanentemente em risco. Para compensar os riscos da profissão, o policial precisa ser tratado como herói. Especialmente num País como o Brasil em que a criminalidade soma cerca de 63 mil homicídios por ano (de acordo com estudos do Ipea). O policial precisa ter a certeza de que, ao tombar no campo de batalha, sua morte não será em vão: a sociedade irá cultuá-lo como herói diante de sua família enlutada e o bandido que o matou será severamente punido.

No Brasil, ocorre justamente o contrário: enquanto a morte de bandidos é cercada de atenção pelas ONGs dos direitos humanos e gera violentos protestos de rua em São Paulo e Rio, a morte de um policial não passa de uma efêmera nota de rodapé no noticiário e, em muitos casos, sua família não recebe nem mesmo a visita das autoridades da própria segurança pública, temerosas do que possam pensar os formadores de opinião. Já em países como os Estados Unidos, um bandido reluta em matar um policial, pois sabe que o assassinato será motivo de comoção pública e a pena que o aguarda será à altura dessa indignação cívica com a morte de um agente da lei.

Completa inversão de valores

Mas não basta tratar como herói o policial – também é preciso tratar o bandido como bandido. O ser humano é um ser relativo e não consegue julgar em absoluto, mas somente por meio de comparação. Por isso, ao mesmo tempo em que se enaltece o policial corajoso e honesto, é preciso punir verdadeiramente o criminoso, para marcar a diferença entre ambos. O policial se revolta ao proteger de linchamento o estuprador de uma criança ou ao levar para o hospital o bandido ferido que tentou matá-lo porque sabe que seu trabalho heroico e humanitário foi inútil: logo, esses bandidos serão postos na rua para cometer novos homicídios e estupros.

Mesmo o estuprador de uma criança ou o homicida que queima viva sua vítima têm direito a todas as regalias da legislação penal, travestidas de direitos humanos. Até criminosos que matam ou estupram mulheres gozam de benefícios absurdos, como a famigerada visita íntima. A Resolução CNPCP Nº 4, de 29 de junho de 2011, do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, instituiu de vez a visita íntima como um direito do preso qualquer que seja a gravidade do seu crime. No seu artigo 4º, a resolução deixa claro que “a visita íntima não deve ser proibida ou suspensa a título de sanção disciplinar”; ou seja, mesmo se o preso promover rebeliões e mortes na cadeia, a visita íntima continuará sendo assegurada a ele como um direito sagrado, à custa da segurança da sociedade. É óbvio que a mulher que se presta a lhe servir de repasto sexual também há de lhe fazer outros favores associados diretamente ao crime, como passar recados para seus comparsas que estão fora das grades.

É por isso que quando uma patrulha da PM leva um criminoso ferido para o hospital, muitas vezes junto com um policial também ferido na troca de tiros, os policias que assim agem precisam ser tratados como heróis. É sua única recompensa. Não há salário que pague esse gesto. Não é fácil para nenhum ser humano salvar a vida de seu próprio algoz sabendo que aquele criminoso que tentou matá-lo não será punido como merece, pois, na cadeia, continuará comandando o crime, com direito a saídas temporárias, visitas íntimas e outras regalias. A legislação penal é tão moralmente hedionda que um dos assassinos do jornalista Tim Lopes, depois de preso, jogou água quente em sua companheira dentro da própria cela. E esse novo crime bárbaro só foi possível porque o Estado brasileiro – cúmplice contumaz de bandidos – garante a famigerada visita íntima até para um monstro dessa espécie.

Feministas contra a polícia

Mas, por incrível que pareça, até as feministas – que criticam violentamente a polícia – defendem as visitas íntimas para presos, consideradas uma extensão dos direitos humanos e classificadas como “direitos sexuais”. Ora, direito sexual é como o direito de expressão: toda pessoa tem o direito de falar, mas não tem o direito de obrigar o outro a ouvi-la. O preso não pode ser impedido de sonhar com uma mulher ou até de satisfazer solitariamente sua libido. Mas isso não significa que ele tem o direito de manter relações sexuais dentro da cadeia, mesmo que seja com sua esposa. E a razão é simples: seu desejo sexual não pode ser posto acima da segurança da sociedade. É óbvio que, durante a visita íntima, não há meio de controlar o preso. Ele pode usar a visita – e sempre usa – para transmitir recados aos comparsas fora da cadeia, daí o comando que o cárcere continua tendo sobre o crime organizado. Praticamente todas as centrais telefônicas do PCC são administradas por mulheres de presidiários. E mulher de preso inevitavelmente o obedece, sob pena de ser morta.

O mesmo se dá com a alimentação do preso. Não deixar um latrocida morrer de fome e sede na cadeia é garantir-lhe um direito humano básico, mas permitir que ele escolha o cardápio, por meio de rebeliões, como ocorre com muita frequência nos presídios brasileiros, não passa de um abuso com o dinheiro de suas vítimas. Hoje, até o criminoso que queima sua vítima viva tem direito a remissão de pena não por dias trabalhados, por horas de estudo e, pasmem, até pela simples leitura de romances na cadeia. Ou seja, o que os acadêmicos chamam de “direitos humanos” são, na verdade, privilégios civis, que deveriam ser privativos do cidadão que respeita as leis e não do bandido que fere o contrato social e, por isso, tem de ser excluído da esfera da cidadania enquanto cumpre sua pena.

Hoje, a inversão de valores é tanta que, oficialmente, por meio das políticas públicas do governo federal, o policial militar se tornou o inimigo público número um, enquanto se concede ao criminoso o monopólio dos direitos humanos. A Resolução nº 8, de 21 de dezembro de 2012, da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, sob o comando da ministra Maria do Rosário, estabelece em seu artigo 1º que, quando um bandido morre em confronto com a polícia, na descrição de sua morte nos registros oficiais não deve mais ser usada a expressão “resistência seguida de morte” e, sim, “homicídio decorrente de intervenção policial”.

A alegação é que os policiais utilizam o chamado “auto de resistência” para esconder execuções. Ora, nos casos em que isso ocorre, não vai ser mudando as palavras que o crime deixará de ser praticado. Mais do que a nomenclatura, o que importa em qualquer crime é a investigação. E essa não deixará de ser feita caso um auto de resistência levante suspeitas, a não ser que as autoridades responsáveis pelo controle externo da polícia se omitam. Prova disso é que dezenas de policiais militares são expulsos da corporação em todo o País. Classificar esse tipo de ocorrência como “resistência seguida de morte” é uma questão de respeito com o policial. É um absurdo que, após uma troca de tiros com assaltantes de bancos armados de fuzil, o policial tenha de descrever a morte de um dos bandidos como “homicídio decorrente de intervenção policial”.

Criminoso é “reeducando”, policial é “homicida”

A sociedade honesta e trabalhadora, que não se acumplicia com bandidos, não pode aceitar essa calúnia legalizada contra a polícia, tachando previamente de “homicida” o policial que mata para proteger a sociedade, cumprindo seu dever constitucional. Se numa investigação sobre um auto de resistência ficar provado que não houve confronto, mas execução, então que o policial seja punido. O que não se pode aceitar é que o policial seja antecipadamente tachado de homicida mesmo quando é obrigado a matar para proteger vidas. Na prática, é essa a mancha que o policial terá de carregar em sua imagem, caso seja obrigado a registrar a morte de um bandido em confronto como “homicídio”. Isso é ainda mais grave quando se compara o tratamento de “homicida” que querem dar ao policial com o tratamento de “reeducando” que a Justiça dá a latrocidas e estupradores nas cadeias.

Atentem para esta fórmula de inversão dos valores: policial que mata um sequestrador é “homicida”, até que prove o contrário; já o sequestrador que mata o refém vira “reeducando” quando é preso e condenado pela Justiça. Como se pode notar, há uma completa inversão dos valores morais: o policial é culpado até que prove sua inocência; já o bandido é inocente como uma criança de escola (“reeducando”), justamente quando sua culpa foi provada e sentenciada nos tribunais. Esses fatos mostram que os acadêmicos que criticam a Polícia Militar não estão preocupados com a segurança da população honesta e trabalhadora – querem é atacar a sociedade capitalista, como se não fossem justamente os mais pobres os que mais perdem com o enfraquecimento da polícia? Os ricos podem contratar segurança privada. E os pobres? E a classe média? O que será deles sem a polícia?

A grande verdade é que a Polícia Militar não é necessariamente pior do que as demais instituições humanas. Convém relembrar uma máxima do economista Albert Hirschman não aproveitada na tese do tenente-coronel Paes de Souza: “Sob qualquer sistema econômico, social ou político, indivíduos, firmas e organizações, em geral estão sujeitas a falhas de eficiência, racionalidade, legalidade, ética ou outros tipos de comportamento funcional. Não importa quão bem estabelecidas as instituições básicas de uma sociedade; alguns agentes, ao tentarem assumir o comportamento que deles se espera, estão fadados ao fracasso, ainda que por razões acidentais de quaisquer tipos”.

Ou seja, todas as demais instituições indispensáveis à Justiça, como o Judiciário, o Ministério Público, a OAB, a Polícia Federal e a Polícia Civil, para citar as principais, estão sujeitas a gravíssimas falhas por parte de seus membros. Um juiz que mata um inofensivo e desarmado vigilante de supermercado, como já ocorreu no Brasil, é infinitamente mais criminoso do que um policial desesperado, que, depois de escapar por pouco das balas de um assaltante, resolve terminar de matá-lo ao se dar conta de que ele está ferido. É errada essa atitude do policial? Sem dúvida.

Mas é compreensível, tanto que a maioria da população, equivocadamente, a aprova. E a única forma de inibir essa justiça vicária feita com a própria farda é dar ao policial a certeza de que ele pode entregar o bandido aos tribunais, que a sociedade será vingada mesmo assim – sem visitas íntimas, sem saídas temporárias, sem indultos de Natal, sem celulares na prisão, sem regime semiaberto, sem remissão de pena e sem as demais regalias dadas ao criminoso.

É bom lembrar que leis mais duras serviriam inclusive para punir os maus policiais, que também existem, mas, hoje, acabam ingressando no crime organizado ao serem expulsos da corporação. Se os maus elementos de cada instituição humana fossem enforcados nas tripas dos maus elementos das outras, não sobrariam condenados nem tripas. A maldade humana está relativamente bem distribuída em todas as instituições.

Por isso, é tolice creditar os problemas da segurança pública à Polícia Militar, como insistem em fazer os acadêmicos e até policiais influenciados por eles. Tortura, corrupção e truculência não são privativas da PM. E a injustiça com a PM é ainda mais grave quando se leva em conta o contexto em que a corporação atua – a miséria moral dos mais ferozes criminosos, que não têm o menor respeito pela vida humana. Por isso, é tolice achar que, desmilitarizando a PM, se resolvem todos os problemas da segurança pública. Mesmo se isso fosse verdade, seria um desatino desmilitarizar a polícia justamente quando os bandidos andam com fuzis nas ruas e transformaram até as cadeias em quartéis crime.

Escrito por José Maria e Silva.

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A Inadimplência não é de hoje http://portalconservador.com/a-inadimplencia-nao-e-de-hoje/ http://portalconservador.com/a-inadimplencia-nao-e-de-hoje/#comments Thu, 07 Nov 2013 02:46:55 +0000 Commodoro http://portalconservador.com/?p=3064 read more →]]> Os comerciantes de Paraguaçu estão acostumados com o fenômeno da inadimplência, ou seja: as pessoas que compram e não pagam, que combinam e não cumprem, ou que alugam um imóvel e não pagam aluguel, em suma, as pessoas que deixam de honrar as dívidas contraídas. Para entender como essa grande inimiga do comércio age, de onde veio, e como funciona, é preciso olhar um pouco para a história contemporânea.

Antes do séc.XX, vigorava a civilização cristã, para a qual a palavra dada e a honra pessoal eram a base de todo o sistema de livre-mercado que ficou conhecido como capitalismo. No entanto, em 1917, com o advento da União Soviética e da ignominiosa revolução bolchevista, a sociedade que antes se baseava na ética e no valor – a meritocracia – foi sendo substituída pela sociedade baseada no roubo e na extorsão – a cleptocracia.

Bem demonstra este processo o livro O melhor inimigo que o dinheiro pode comprar, no qual o historiador britânico Anthony C. Sutton provou que a revolução soviética foi financiada com dinheiro de Wall Street, com vistas à obtenção de controle social. A coisa funciona assim: acelera-se a queda do capitalismo sobrecarregando a sociedade com uma burocracia sem fim, ao mesmo tempo em que se fomenta o endividamento de todas as empresas, para quebrar a economia e implantar com isso a opção totalitária socialista, na qual o poder é exercido por uma minoria de cleptocratas.

Assim, pode-se deduzir de que o projeto socialista, para dar certo, precisa que todas as pessoas físicas e jurídicas sejam/estejam lançadas à inadimplência, porque daí vem a alternativa socialista para impor seu regime à sociedade em caos. É fácil ver como certos governos incentivam isso.

O Presidente norte americano Bill Clinton (1992-2000), socialista confesso, criou as bases para que os bancos dos EUA emprestassem dinheiro a pessoas sem capacidade de pagar, apenas para gerar a crise monumental que teve seu ápice com a eleição de Barack Obama, também do partido democrata. Com isso garantiu mais 8 anos de governo para seu amigo socialista Barack Obama.

No Brasil, o maior exemplo disso é o “Bolsa-família”, que também foi projetado para quebrar a economia, ou seja, as pessoas só recebem à custa do estado sem ter que prestar nenhuma contrapartida e não querem pagar ninguém, porque sabe que sempre irá receber dinheiro do estado sem ter que fazer nada, por isso não há problema algum se o nome “ficar sujo”. Outro exemplo são os “manifestantes” do passe livre que querem adquirir as coisas sem pagar, só receber sem pagar, exigindo cada vez mais do estado que vai ficando cada vez mais exaurido.

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Assim fica fácil deduzir de onde vem a onda de estelionatários, que emitem cheques sem fundo no comércio local, assim como as pessoas que compram e não pagam: o governo brasileiro é o maior de todos os devedores, com dívida total em torno de R$3 trilhões, pois o Sr. Lula da Silva conseguiu triplicar a dívida externa! Para tirar os 30 milhões da miséria (sic!) não foi com crescimento, mas com dívida.

Os governantes estão a dar este exemplo para as pessoas, e o mal da inadimplência só tem uma solução: o retorno aos valores cristãos que estão na base tanto da revolução industrial inglesa, da formação da constituição dos EUA e no desenvolvimento da moderna sociedade industrial que hoje temos. A ética, a honra, o cumprir com a palavra e com o combinado verbalmente é coisa de homens de caráter, e de caráter cristão.

Como dito em Gênesis, cap.20, versículo um dos 10 mandamentos da lei mosaica é a “Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem o servo, nem sua versa, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo” e “não proferirás falso testemunho contra o teu próximo . O estelionatário, o devedor, o inadimplente ofende diretamente esses dois mandamentos da Lei Mosaica, que está na base da ética judaico-cristã: para obter a vantagem ilícita, o caloteiro sempre faz uso de mentiras, subterfúgios e enganações.

O tipo mais cínico e despudorado de golpe na praça tem relação direta com os dados históricos acima discutidos: trata-se de um grupo de delinquentes auto-intitulados “Fora do Eixo”. Trata-se de uma trupe de golpistas que se dizem músicos e artistas, mas que na verdade são tão somente eestelionatários. Eles tiveram a cara de pau de inventar um “dinheiro de mentirinha”, chamado “cubo card”, o qual usam para “pagar” por serviços de alimentação e hospedagem que consomem em diversas cidades. Os proprietários, quando enganados, nunca veem a cor do dinheiro de verdade, como é o caso de José Ignácio Lima, dono de um restaurante em Cuiabá, que foi lesado inicialmente em R$21 mil reais, ou quase 2 mil refeições. A dívida hoje já foi reconhecida pela justiça e está em torno de R$60mil, devido ao tempo transcorrido. Para piorar, já foi constatado por meio de depoimentos de ex-integrantes do grupo Fora do eixo que lá se usa trabalho escravo de jovens desavisados com vistas a divulgar as ações do grupo, o qual conta com vastos recursos de verbas governamentais, obtidos por meio do relacionamento de seu fundador Pablo Capilé com o todo-poderoso agente cubano José Dirceu, apontado pelo STF como o chefe da quadrilha do Mensalão.

Vê-se que o próprio estado, quando não é o maior caloteiro – vide o caso dos velhinhos que morrem nas filas à espera do recebimento de precatórios judiciais do INSS – é o maior incentivador da inadimplência. Incentiva diretamente, por meio do financiamento a grupos de caloteiros, como Fora do Eixo, MST e UNE, e indiretamente, proibindo a expressão pública e o ensino da religião cristã nas escolas, que o único remédio contra o mau-caratismo dos caloteiros, pois ensina o valor da ética.

É sempre bom pensar de forma ampla e sem preconceitos para localizar de onde vêm os problemas eu nos afligem diariamente, como é o caso da inadimplência no comércio, pois muitas vezes o problema se localiza onde menos esperamos.

No caso da inadimplência, embora seja fácil provar que advém das ideias utópicas revolucionárias do séc.XX, a coisa toda é escondida com muito esforço pelos veículos midiáticos controlados pelo governo. Na dúvida, é sempre bom receber à vista, ou seja, acreditar nas raízes da civilização judaico-cristã do que nas conversinhas furadas da gente que idolatra o assassino Che Guevara, ou seja: são as ideias socialistas que geram a inadimplência na sociedade contemporânea.

Escrito por Dr. Dante Mantovani. Portal Conservador.

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Canarinho na Mina de carvão http://portalconservador.com/canarinho-na-mina-de-carvao/ http://portalconservador.com/canarinho-na-mina-de-carvao/#comments Tue, 29 Oct 2013 15:21:25 +0000 Commodoro http://portalconservador.com/?p=2974 read more →]]> Todo mundo, até eu mesmo, já se convenceu de que somos o “povo que deixa tudo para última hora”. Pagamento de imposto de renda, compra de entrada para futebol, inscrição no vestibular…a lista não tem fim. Deixar coisas para serem resolvidas perto do último minuto parece nos fazer bem. De certa maneira, imagino que ajuda a confirmar a aparência de povo “tranquilo” e que não se “estressa”, não é mesmo? Pois bem, afirmo que nossa capacidade de preocupar-se e propor soluções para o país está sujeita à mesma regra.

http://www.terrastock.com.br/images/full/A1453.jpgSabem por que estou escrevendo essas coisas? Porque me parece que de repente a internet, através de blogs, hangouts, redes sociais ou seja lá o que for, ficou cheia de gente que percebeu que é uma urgência tirar o PT do poder no Brasil. Seguindo a tradição nacional, essas pessoas perceberam – na última hora – o que é esse partido e qual o risco que representa para liberdade. Agora começam as idéias: formar partidos novos, continuar com trabalho cultural, implorar pela intervenção militar…Vejam, não estou aqui fazendo a crítica delas. Não estou apoiando ou descartando soluções mas apenas observando de uma maneria muito clara que não se pode fazer – de outubro de 2013 ao final de 2014 – aquilo que o movimento revolucionário vem fazendo no Brasil desde 1968! Sei que parece óbvio escrever esse tipo de coisa mas mesmo assim é necessário.

O PT não vai sair do poder no Brasil em 2014. Poderá sair do governo; mas não do poder. A diferença entre uma coisa e outra é gigantesca e não vou, novamente, tocar no assunto. Digo ainda que, garantida sua presença no poder, o partido é capaz de inclusive abrir mão do governo já que, uma vez nele, uma série de coisas fica mais difícil de fazer do que quando se está na oposição.

Até aqui vimos essa gente tomar conta de todo poder Judiciário, livrar da cadeia imediata os réus do processo do mensalão e continuar governando por medidas provisórias. Vencidos fomos quando tentamos nos opor à entrega da saúde pública brasileira nas mãos de pessoas que sequer sabemos se são médicos e agora aproxima-se o “marco regulatório da internet”. Observem quanto tempo a mídia brasileira – quase toda ela afinada com o governo petista – deu às denúncias de espionagem no país. Vejam o número de reportagens extensas a respeito da indignação da Presidente Dilma e o cancelamento da sua visita aos Estados Unidos. Tudo isso foi feito para “preparar o clima”…para fazer com que as pessoas pensem que a censura é de fato necessária e que o PT quer proteger o cidadão brasileiro. Até quando as pessoas vão continuar caindo nesse tipo de conversa?

Há mais de um século atrás, quando mineiros desciam às profundezas das minas de carvão na Inglaterra, nenhum controle rigoroso havia sobre os vazamentos de gás nos depósitos subterrâneos…Além do risco de explosão, a intoxicação por monóxido de carbono era perigo constante. Preocupados com isso, os trabalhadores adquiriram o hábito de levar um canarinho numa gaiola. Mais sensível aos efeitos dos gases do que os seres humanos, enquanto o passarinho estivesse cantando sabia-se que era seguro continuar com as escavações. Seu silêncio ou sua morte indicavam perigo iminente e determinavam o momento de parar com o trabalho e retornar à superfície…

Sem querer ofender esses belos bichinhos, imagino que deveríamos pensar na imprensa brasileira como um deles..rss e lembrar que – gostando ou não de pássaros – eles podem nos salvar a vida. Somos duzentos milhões de mineiros de carvão a centenas de metros abaixo da luz e do ar puro. Foi o PT que nos enfiou nesse abismo. Por enquanto ainda respiramos..e o canarinho ainda canta na mina de carvão.

Para querida amiga Lúcia Nogueira Moraes..

Porto Alegre, 29 de outubro de 2013.

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No mundo islâmico, o fanatismo religioso; no Ocidente, o secular http://portalconservador.com/no-mundo-islamico-o-fanatismo-religioso-no-ocidente-o-secular/ http://portalconservador.com/no-mundo-islamico-o-fanatismo-religioso-no-ocidente-o-secular/#comments Wed, 16 Oct 2013 00:13:30 +0000 Commodoro http://portalconservador.com/?p=2965 read more →]]> O Mundo Islâmico está ameaçado pelo fanatismo religioso. O Mundo Ocidental está ameaçado pelo fanatismo secular.

Ambos buscam dominar a sociedade e usam o poder do Estado para atingir esse objetivo. Ambos buscam eliminar o ‘Outro’ – para os fanáticos islâmicos, esse termo representa as religiões não-muçulmanas e o secularismo; para os fanáticos seculares, representa o Cristianismo e qualquer invocação pública de Deus. Islâmicos tentam impor a Lei da Sharia; a União Americana para as Liberdades Civis (ACLU) e a esquerda em geral querem impor a lei secular. O Talibã se livrou de qualquer vestígio do Budismo no Afeganistão; a ACLU e seus aliados buscam eliminar qualquer vestígio do Cristianismo na América – como fizeram, por exemplo, em Los Angeles, onde conseguiram, com sucesso, pressionar o Conselho de Supervisores a remover uma pequena cruz do símbolo da cidade. Uma cidade fundada por Católicos – daí o nome “Os Anjos” – foi forçada a parar de comemorar seus fundadores porque eles eram religiosos.

Esse fanatismo foi mostrado mais recentemente no estado de Rhode Island. No último Natal, o governador Linconl Chafee renomeou a Árvore de Natal de “Árvore de Festas”. Apesar de o Natal ser um feriado nacional, para o fanático secular, qualquer coisa cristã – ou, como veremos, qualquer coisa relacionada à religião ou a Deus – deve ser banida da vida pública.

A última expressão do equivalente secular ao Islamismo é o processo promovido contra uma escola de Rhode Island, Cranston High School West, por permitir que um banner, feito por um aluno da sétima série em 1963, continuasse a ficar na parede de uma das escolas. Uma estudante ateísta, junto com a ACLU, iniciou o processo e o juiz decidiu que é inconstitucional que o banner fique exposto. Para ter uma ideia do quão fanática é a estudante, a ACLU e os juízes são, você precisa saber quais as palavras no banner. Aqui estão elas:

Nosso Pai do Céu,
Garanta-nos, todos os dias, o desejo a fazer o melhor, a crescer mentalmente e moralmente tanto quanto fisicamente, em ser dóceis e prestativos a nossos colegas e professores, a sermos honestos conosco assim como somos com os outros. Ajude-nos a ser bom nos esportes e a sorrir nas derrotas assim como nas vitória. Nos ensine o valor da verdadeira amizade. Ajude-nos a nos ter uma conduta de forma a trazer crédito a nossa escola.

A ideia de que essa oração viola a Constituição dos Estados Unidos é um deboche tão grande da Constituição quanto é do senso comum. Somente um fanático pode pensar em remover tal pedido doce, moral e não denominacional de uma parede de um colégio. A América está, de fato, ameaçada pela ACLU tanto quanto o Mundo Islâmico pelos Islamistas.

Defensores da decisão do juiz apontam que a Suprema Corte decidiu banir em 1962 a reza estatal em escolas públicas. O paralelo é inválido. Nenhum estudante é convidado, muito menos compelido, a afirmar o que está escrito no banner da escola. Mas argumentos citando a decisão da Suprema Corte apenas servem para confirmar o meu argumento: o fanatismo secular está tomando conta da América. A oração do Estado de Nova York que a Corte proibiu há 50 anos era tão inofensiva, moral e não-sectária quanto a oração de Rhode Island.

Aqui está ela por completo:

“Poderoso Deus, nós reconhecemos nossa dependência a Você, e nós pedimos Suas bênçãos sobre nossos, nossos pais, nossos professores e nosso país”.

Depois de ler essa única frase, é intelectualmente DESONESTO manter que a decisão da corte não foi uma expressão de fanatismo. Seria necessário negar que pode haver algo como fanatismo secular para fazer isso. De fato, se fosse possível, a Suprema Corte teria declarado a Declaração de Independência inconstitucional por ter citado o Criador.Imagem

Não é de se admirar, então, que a Alaska Airlines tenha anunciado na última semana que não irá mais refeições com seus famosos cartões com Salmos.
Existem americanos que pensam que estão criando uma sociedade melhor sem uma Árvore de Natal do Estado, sem que estudantes vejam uma oração pedindo que nos tornemos melhores seres humanos e sem que a Alaska Airlines tente elevar a vida americana de uma pequena – e, novamente, não-denominacional – maneira.

Mas o Islâmico pensa que ele está melhorando a vida dos muçulmanos, também, é claro.

Dennis Prager

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Justiça e saúde pública: tempo de humildade http://portalconservador.com/justica-e-saude-publica-tempo-de-humildade/ http://portalconservador.com/justica-e-saude-publica-tempo-de-humildade/#comments Sun, 13 Oct 2013 02:14:06 +0000 Commodoro http://portalconservador.com/?p=2956 read more →]]> Quando escrevi De Alma-Ata ao Mais Médicos – A Trajetória do SUS, mostrei que o conceito de saúde atualmente em vigor no mundo ocidental tem origem comum com o movimento revolucionário. Procurei provar que a preocupação com o tema antecedia até mesmo à publicação do Manifesto do Partido Comunista feita em 1848 e que a partir da Conferência Mundial de Saúde de 1978, na antiga URSS, surgiram as bases que mais tarde deram origem ao SUS no Brasil.

O objetivo do artigo de hoje é diferente. Buscaremos descobrir quais os campos do conhecimento e qual o “armamento teórico” necessário para fazer a crítica imparcial do modelo de saúde marxista implantado no nosso país. Inicialmente, de maneira dramática e provocativa, quero afirmar o seguinte: só acredito numa discussão séria sobre a saúde pública quando não estiverem envolvidos os seus atores. Em outras palavras – nada de médicos, enfermeiras, psicólogos, ou “outros profissionais da saúde” falando e escrevendo sobre o assunto. Mais desconforto ainda me causaria a opinião dos pacientes e dos gestores – partes conflitantes que absolutamente nada tem a acrescentar ao debate.

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Dr. Milton Simon Pires

Por que fiz essa afirmação? Qual a base teórica para sustentar tamanha discriminação? Respondo da seguinte maneira: muito antes dos aspectos técnicos, econômicos ou administrativos é no terreno da filosofia, da história e da moral que o verdadeiro debate deve travar-se. Afirmo, de modo contundente, que ao falarmos em “saúde pública” escondemos no conceito a idéia de “justiça social”. Provo o que digo da seguinte maneira – quando nada mais resta a um gestor, médico, paciente ou enfermeira apresentar do ponto de vista técnico no sentido de defender o sistema, o discurso pode rapidamente ser mudado e entrar num campo em que a argumentação, muito mais do que científica, assume um caráter passional. Basta a qualquer um desses profissionais perguntar ao seu opositor o seguinte – “Aceitando que tu tenhas razão, o que sugeres fazer para que as pessoas mais pobres não sejam deixadas a margem do atendimento? Propões que agonizem e morram como animais sem direito a coisa alguma?”

Vejam: não há – na minha opinião – prova maior do que essa no sentido de mostrar que a verdadeira discussão deve ser não no sentido de como o SUS deva funcionar; mas se ele deve ou não existir !

Se não for feito um debate de natureza histórica e filosófica que contemple, com uma razão livre, as obrigações do estado com relação ao cidadão e a definição de justiça, jamais se poderá falar seriamente sobre saúde pública.

Cada vez que um médico, enfermeira, psicólogo ou administrador se opõem ao SUS com argumentos técnicos o que se tem é algo semelhante a entrada de uma mulher de 50 quilos num ringue em que vai enfrentar um lutador de boxe peso-pesado. Explica-se isso pelo fato de sabermos que toda argumentação tem dois componentes: um racional e outro emotivo. Quem defende o SUS o faz através de um discurso em que o que não é dito é o mais importante. É o apelo passional por uma saúde para todos…por uma “medicina transformadora” que supera de longe qualquer argumento contrário e que transforma o opositor em alguém “sem coração e que quer mais é que os pobres morram.”

Não preciso dizer o quão insignificante é a formação de um médico brasileiro no campo das ciências humanas. Médicos pouco ou nada sabem de filosofia e não tem a mínima condição de entrar num debate sério sobre “justiça social” (seja lá qual for o significado dessa expressão) ou Teoria Geral do Estado. Apoiados sempre num discurso técnico e fundamentado numa ética que praticamente se limita à deontologia, nós não temos – de modo geral – a mínima condição de enfrentar um opositor munido de uma cosmovisão….de um sonho em que é possível, conhecendo e dominando as leis da história, fazer com que o Reino de Deus seja construído aqui mesmo nessa terra e nesse tempo.

Irônico, nesse processo todo, é lembrar-se que Medicina e Filosofia nasceram praticamente juntas e perceber que quem primeiro salvou uma vida o fez em nome de uma verdade transcendente e muito mais importante que os conceitos de Estado ou de Lei. Muito interessante seria buscar na história o momento em que essa ligação rompeu-se pois talvez daí pudessem ser recuperadas as bases humanísticas que fizeram da profissão médica algo muito maior que qualquer sonho totalitário. Necessário é dizer também que não se pode esperar dos médicos e demais profissionais da saúde a construção de um arsenal teórico capaz de enfrentar o discurso marxista aplicado à saúde pública. Esse instrumental é escasso mesmo dentro das Universidades e sua falta faz-se sentir nas aulas das faculdades de Direito, História e Filosofia muito antes da implantação de cadeiras como “socioantropologia da saúde” ou “relação médico-paciente” nos cursos de Medicina.

Vítimas da chamada “guerra assimétrica” nós médicos continuamos errando ao debater saúde pública com um governo que – muito mais do que acesso a verbas e poder – é portador de um sonho..de uma fé que segue sendo “vendida à população” em cada consulta de ambulatório..em cada exame solicitado.

Talvez nós, médicos brasileiros, devêssemos – agora que entendemos o que é o PT e ao que veio – buscar socorro naqueles que realmente podem nos ajudar: historiadores e filósofos brasileiros livres do fanatismo petista capazes de discutir a questão do acesso universal à saúde com argumentos – esses sim – à altura da pseudo-intelectualidade e dos médicos comunistas que ajudaram a construir o SUS. Só assim há de chegar uma nova época em que não nos sentiremos culpados pela pobreza e sofrimento no Brasil mas também não seremos tolos a ponto de nos orgulharmos de “contribuir para sua redução.” A Medicina voltará a ser feita para os doentes; não para os políticos. Isso vai vir com um novo tempo – Tempo de Humildade.

Dedicado ao Professor Olavo Luiz Pimentel de Carvalho
Porto Alegre, 12 de outubro de 2013.

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Abaixo à Maria da Penha! http://portalconservador.com/abaixo-a-maria-da-penha/ http://portalconservador.com/abaixo-a-maria-da-penha/#comments Sun, 29 Sep 2013 01:34:47 +0000 Commodoro http://portalconservador.com/?p=2878 read more →]]> Após ter ouvido os absurdos que sustentam os argumentos dessa “bendita lei” e em seguida ter vomitado — mentalmente — em classe, resolvi, novamente, expor a minha opinião em papel: dessa vez sobre a lei Maria da Penha.

Antes de qualquer outra coisa é necessário que se a publique:

Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.

Como o próprio caput do artigo primeiro da lei nº 11.340, deixa claro, a violência é doméstica e familiar contra a MULHER e somente a FAVOR da mulher. Sendo assim está óbvio que é inconstitucional (vide artigo 5º da Constituição Federal de 1988). Continue lendo: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm

Uma lei que vai de contra não somente a constituição, mas também aos próprios fatos sociais — uma vez que a violência doméstica e familiar foi relevada como fato social e depois recebeu um valor normativo, acabou que, o fato da violência, recebeu, por sua vez, um único agente causador de delitos (o homem); quando na verdade tanto ele como a mulher sofre da mesma situação doméstica e familiar —, no qual cospe na cara dos restantes que necessitam ser amparados pela própria.

Afinal os argumentos que foram proferidos em classe foram os respectivos:

1º “A mulher tem menos força que o homem, por isso ela precisa de uma proteção exclusiva contra a defesa doméstica e familiar”.

2º “Os fatos sociais demonstram que a mulher sofre muito mais violência doméstica e familiar que os homens”.

3º “Ninguém jamais será igual e a lei Maria da Penha serve para cobrir essa desigualdade”.

Observação: Os outros foram redundantes e não os convém dispor aqui.

Poderia, eu, muito bem ter decidido não levar isso adiante, porém a forma como foi dita, juntamente com o mesmo chororô de sempre, me deixou um tanto quanto pensativo. Então por que não argumentar em favor da igualdade entre homem e mulheres?

Vale dizer que sou contra qualquer tipo de violência contra a mulher e também contra o homem. Muito pelo contrário, um problema doméstico ou familiar deve ser tratado comconversas civilizadas, bem como também em relação a outras questões que envolvem homens e mulheres.

Há muitas formas de agressão, me refiro quanto ao uso do instrumento do delito, que não precisa de muitos esforços do infrator (a) para causar algum dano físico. E neste sentido homens e mulheres estão em pé de igualdade, pois ambos podem muito bem sofrer sérias consequências de objetos que são usados como arma para levar ao dano físico da pessoa.

Mesmo sendo o caso das mulheres bastante corriqueiro, não se deve descartar a proteção nos casos dos homens, em que estes nos 99.9% dos “acidentes” preferem manter o sigilo do evento para não sofrer nenhuma zombaria de alguém, e, quando resolvem agir em sua autodefesa são enquadrados como meros monstros sem coração. Ademais são obrigados a terem apenas o dever de apanhar e não o direito de se defenderem, nem que seja um simples empurrão para o afastamento da agressora.

Tem também a agressão psicológica. Ou seja: se o homem disser algo em algum momento de raiva e a mulher se sentir ofendida, pode ela muito bem registrar uma queixa na delegacia mais próxima. Já com o homem o máximo que se consegue é umas risadas na hora da ocorrência: “Olha, a minha mulher me ameaçou em me agredir se por acaso eu não comprar a sua melissa”. Ora mas o que é isto? Desde quando na agressão psicológica a mulher se encontra em desigualdade com o homem meu Deus do céu? Sem dizer dos casos acima que já foram refutados — se agressão física já pôde muito bem ser justificada e coloca os dois no mesmo nível de sujeição de agressão, quanto mais à violência psicológica que precisa tão-somente de algumas palavras de intimidação para com a vítima.

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Agora que desigualdade existe quando a questão é violência doméstica? A única que há é referente à própria lei Maria da Penha, onde deveria dispor de proteção não apenas mulheres, mas também aos homens. Contudo, me indago na seguinte pergunta: se um “casal” de lésbicas brigarem, a agressora será enquadrada na Maria da Penha? A tolice da lei é tão grande que, para continuar defendendo as mulheres em um sentido total,a mesma terá de se estender para “A violência da mulher contra a mulher”, ou seja: o gênero feminino é tão perspicaz que se deve alterar a lei para defender as mulheres das próprias mulheres.

Mas espera aí, se o caput do artigo 1º deixa claro que a defesa é somente em favor da mulher, o que neste caso põe o homem como um mero monstro causador da opressão, porém, e se a mulher (leia-se lésbica) bater na esposa ou ameaçar a suposta vítima, não seria uma forma de demonstrar que a mulher também é um monstro e causadora da opressão doméstica e familiar? Se for assim, porque então não proteger o homem também deste tipo de violência? Nada mais que justo. Se não, a própria Maria da Penha não se sustenta em uma justificativa válida, uma vez que a defesa é em prol da mulher contra o homem, voltamos na estaca zero de que é inconstitucional e não há justificativa para o seu funcionamento.

Sávio Vilar, Portal Conservador

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Os médicos cubanos e a cirurgia do socialismo no Brasil http://portalconservador.com/os-medicos-cubanos-e-a-cirurgia-do-socialismo-no-brasil/ http://portalconservador.com/os-medicos-cubanos-e-a-cirurgia-do-socialismo-no-brasil/#comments Tue, 27 Aug 2013 16:20:51 +0000 Commodoro http://portalconservador.com/?p=2761 read more →]]> A primeira coisa a se fazer numa análise política séria das ações de um governo é distinguir a matéria das propostas nominais de suas implicações reais caso sejam levadas às últimas consequências. Não por acaso, estas implicações são quase sempre o resultado inverso daquilo que foi proposto.

A importação de médicos estrangeiros, com destaque para a leva vinda de Cuba, é apresentada como a grande estratégia do governo para levar saúde aos municípios do interior, onde esse serviço é deficiente. Porém, um olhar mais cuidadoso aos fatos que cercam essa questão mostra que o Programa Mais Médicos não tem competência nem mesmo para resolver o problema a que se propõe, mas serve tão somente como pretexto para camuflar uma teia de relações de favorecimentos mútuos entre o governo brasileiro e a ditadura castrista.

Os problemas da saúde no Brasil são de ordem qualitativa-administrativa, não quantitativa. Por ano, formamos cerca de 13 mil médicos no Brasil¹. Ano passado, segundo o governo federal, foram investidos R$ 71,7 bilhões para custear a saúde.² O erro dessa configuração é muito simples: muitos médicos mal distribuídos e muito dinheiro mal aplicado. Dinheiro mal aplicado se resolve substituindo quem administra o destino desse dinheiro. Médios mal distribuídos se resolve, logicamente, redistribuindo-os adequadamente, e não injetando uma massa de outros médicos na rede de saúde.

Mas ainda assim alguém dirá: “Os médicos brasileiros não querem ir trabalhar no interior porque são um bando de burgueses que só pensam em ganhar dinheiro! É preciso que os médicos celestiais de Cuba venham nos socorrer!” Esse é o argumento genérico dos que apoiam a contratação desses “profissionais” (assim, entre aspas mesmo), constituído de duas falácias grotescas: (I) médicos brasileiros não trabalham no interior porque não querem e (II) os médicos cubanos são melhores e mais humanos que os nossos, por isso mesmo eles vão ao interior do país.

Os médicos brasileiros não trabalham no interior por dois motivos: Primeiro porque sabem que nessas localidades não existe infra-estrutura adequada para realização de procedimentos médicos básicos. Médicos não tiram máquinas de raio x dos jalecos, assim como cozinheiros não tiram panelas dos gorros (Toque Blanc), eles precisam desse equipamento disponível para poderem trabalhar. Ademais, médicos existem desde os tempos da Roma Antiga, e, no entanto, a expectativa de vida naquela época era baixíssima justamente porque os médicos daquele tempo não possuíam aparelhos medicinais sofisticados como hoje. Desse modo, os médicos preferem não atender em locais com condições precárias porque sabem que o paciente corre risco de morte e a responsabilidade dessas mortes nunca pertence a quem não disponibilizou os equipamentos para o trabalho eficiente do médico, mas sim ao próprio médico.

O segundo motivo, como bem denuncia o Deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) [http://www.youtube.com/watch?feature=v=6kLPoxeGp6Q], é o fato de que as prefeituras não oferecem planos de carreira decente, pelo contrário, caloteiam os médicos após a propaganda de sua contratação produzir o devido efeito eleitoreiro, reduzindo os seus salários até que os mesmos deixem o posto.

O povo fica com o consolo de que este programa lhe trará benefícios a longo prazo, ao passo que o governo colhe os frutos imediatos desta ilusão: os votos na eleição do ano que vem.

A alegação de que os médicos cubanos sejam melhores que os brasileiros se mostra falsa quando comparamos a grade curricular das universidades cubanas com as brasileiras. Esta é a grade curricular do curso de medicina na USP: https://uspdigital.usp.br/jupiterweb/listarGradeCurricular?codcg=5&codcur=5042&codhab=0&tipo=N e esta a da Escuela Latinoamericana de Medicina: http://instituciones.sld.cu/elam/files/2013/07/Síntesis-del-Plan-de-Estudio-de-la-Carrera-de-Medicina.pdf. A diferença entre as exigências de uma instituição e outra é absolutamente monstruosa. O curso de medicina na universidade cubana termina em 10 semestres, ao passo em que o mesmo tem duração mínima de 12 semestres podendo chegar até 16 na universidade brasileira.

Outro fato que põe em cheque o crédito na medicina cubana é a experiência que outros países já tiveram com médicos cubanos quando realizaram programas semelhantes a este que está em curso no Brasil, como foi o caso da Venezuela. Sobre isso, o vice-presidente da Confederación Médica Latinoamericana y del Caribe (Confemel) e presidente da Federación Médica Venezolana (FMV) deixou claro, em entrevista ao O Globo, que cubanos “não possuem experiência nem conhecimento para atuarem como médicos”. Confira a entrevista completa aqui e tire suas próprias conclusões: http://oglobo.globo.com/pais/e-absurda-decisao-do-governo-brasileiro-de-importar-medicos-diz-dirigente-da-confemel-8849721. Reproduzo abaixo um trecho que acho importante:

“A razão porque digo que eles não são médicos é que temos informações que esses cubanos cometeram erros clínicos em países da América do Sul. Na Venezuela, por exemplo, um jovem de 18 anos apresentou febre alta de 41º graus e não havia forma de reduzir a sua temperatura. A mãe do paciente disse ao médico que ele era alérgico a dipirona, mas ele respondeu que cuidaria disso depois, que o importante naquele momento era reduzir a febre. O suposto médico injetou a dipirona no paciente. Em cinco ou dez minutos, ele estava morto e ninguém nunca mais soube desse médico. Um outro caso, ocorrido em Bolívia, foi de um paciente, de 36 anos, que caiu de uma árvore e sofreu um traumatismo lombar. No hospital, disseram que ele deveria passar por uma operação, porque havia um sangramento renal. O cubano extraiu um dos rins do paciente, o que era equivocado. Os médicos depois fizeram um interrogatório a esse cubano e viram que ele não entendia nada da anatomia dos rins.”

Em outubro, ele pretende entregar um relatório sobre casos como este, que vem analisando a mais de 10 anos, à Associação Médica Mundial. Espero que isso sirva para enterrar o mito da medicina cubana de uma vez por todas.

É claro que médicos brasileiros também comentem erros fatais, a diferença é que não são erros cometidos em função da falta de conhecimento da medicina, como no caso dos cubanos, mas sim casos excepcionais de médicos com conduta criminosa ou ainda por erros acidentais. Ainda não vi, no Brasil, um caso em que um médico tivesse convicção de que dar dipirona a uma pessoa alérgica poderia salvar a vida dela. Já vi casos em que ele eventualmente confundiu dipirona com outro medicamento (caracterizando o erro acidental que me referi acima), mas nunca algo parecido com isto.

A prova de que casos como esse não são uma exceção entre os médicos formados em Cuba, é que a esmagadora maioria é reprovada no teste de revalidação de diploma, como mostra esta notícia: http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2013/08/24/interna_gerais,439209/ufmg-reprova-75-dos-diplomas-de-cuba.shtml e esta: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/07/revalida-exame-para-medicos-de-fora-sera-aplicado-alunos-do-brasil.html. Com relação a este último link, perceba que há uma discrepância entre o número de aprovados com nacionalidade cubana e os formados em universidade cubana. Enquanto o índice de aprovação entre os primeiros é de 25%, os segundos ficam com apenas 11%, evidenciando que o problema não são os cubanos em si, mas a origem de seu diploma.

Os pobres cubanos são vítimas desse sistema semi-escravocrata. Quem não se lembra que os atletas cubanos quando não quiseram retornar a Cuba foram praticamente capturados como escravos e mandados de volta à ilha-prisão caribenha? Leia: http://www.istoe.com.br/reportagens/1430_A+MISTERIOSA+DEPORTACAO. Médicos que foram para a Venezuela, também fugiram, e para os Estados Unidos, o “demônio imperialista”. Leia: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,medicos-cubanos-fogem-da-venezuela-para-os-eua,492963,0.htm. Esta notícia mostra que a mesma coisa já está acontecendo com os médicos cubanos no Brasil: http://catve.tv/noticia/6/66359/medico-cubano-sai-de-hotel-para-caminhar-e-nao-retorna. Se Cuba realmente fosse o país das maravilhas da medicina, por que você acha que estes médicos estariam fazendo de tudo para não votarem à Ilha?

A única razão para evocar a medicina cubana como exemplo a ser seguido são os indicadores de saúde em Cuba, que apontam uma baixíssima mortalidade infantil. Como se sabe, Cuba vive em um Estado policial onde toda a informação é rigorosamente controlada pelo governo, inclusive, e com certeza, informações que formam seus indicadores sociais. Creio ser razoável supor que quando um governo dificulta o acesso à informações significa que as chances dessas informações não serem boas são altíssimas.

Não é possível confiar em informações de um país fechado como Cuba. Por muito tempo não se sabia o que acontecia na URSS, até que a cortina de ferro foi aberta e o mundo pode ver a indescritível miséria social do leste europeu. Sem falar das tantas farsas descobertas após a abertura dos arquivos soviéticos. São coisas desse tipo que poderemos conhecer se um dia acabar a ditadura castrista.

Você nunca viu na propaganda oficial dados negativos acerca dos serviços públicos, você sabe que eles não são bons ou porque é usuário, ou porque conhece o testemunho de quem é usuário. Como você provavelmente nunca se tratou em Cuba, tem duas opções: ou acredita nas estatísticas do governo cubano (e não da OMS, ela apenas apresenta os dados cedidos pelo governo), ou no depoimento das pessoas que conhecem aquela realidade. Poderá encontrá-los aqui: http://www.therealcuba.com/. O depoimento da dissidente Yaoni Sánchez também nos dá uma idéia do quanto são fraudulentos os dados do governo cubano. Leia: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/veja-7-yoani-sanchez-as-tres-mentiras-essenciais-de-cuba/

Supondo que trazer médicos para o Brasil fosse solução para alguma coisa (pois já demostrei que não é o caso), os médicos formados em Cuba estariam fora de questão.

Mas, então, por que a insistência em trazer estes médicos para cá? Explico. Conforme escreve Reinaldo Azevedo [http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/a-resposta-indecorosa-de-padilha-ou-governo-doara-a-cuba-por-ano-r-320-milhoes-da-verba-da-saude-mas-nada-fez-para-impedir-a-perda-de-41-mil-leitos-do-sus/], a contratação dos médicos cubanos custará 40 milhões de reais por mês aos cofres públicos. Se esse dinheiro fosse usado para pagar os médicos, até que não seria um problema, mas cerca de 8 dos 10 mil reais pagos por médico pelo governo brasileiro vai direto para conta do governo cubano. Por muito tempo, sabe-se que Cuba foi sustentada pela URSS, sua anja-da-guarda. Agora, parece ser a vez do Brasil.

Mas isso ainda não é tudo. O que está acontecendo é mais grave do que uma simples troca de favores entre dois governos corruptos. O que está acontecendo é um avanço no processo de socialização no Brasil. O G1 noticia que o MEC planeja um programa nos moldes do Programa Mais Médicos, só que para importar professores. Vide: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/08/mec-anuncia-programa-nos-moldes-do-mais-medicos-para-professores.html

Se com os atuais professores de ciências humanas a doutrinação ideológica já é assustadora, imagine o que poderia acontecer com centenas de professores cubanos dentro de nossas escolas ensinando aos pobres alunos que Che Guevara foi um homem de caráter exemplar, que os Estados Unidos são a causa dos problemas do mundo entre outros absurdos. Não preciso citar neste texto algo sobre as mazelas do comunismo. Basta que se leia Ludwig Von Mises para saber que o socialismo é uma farsa enquanto teoria e basta que se estude a história do séxulo XX para saber o quão mortífero é o comunismo enquanto resultado real.

Não me espantaria se, depois de professores e médicos, o Brasil importasse policiais cubanos. Caso isso ocorra, uma dica: pegue sua família suma deste país o quanto antes.

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Referências
1. http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2012/12/treze-mil-medicos-sao-diplomados-ao-ano-mas-faltam-profissionais.html

2. http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2011/08/31/orcamento-de-2012-preve-r-165-bilhoes-em-investimentos

Isaac Ramos

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O Ateísmo político http://portalconservador.com/o-ateismo-politico/ http://portalconservador.com/o-ateismo-politico/#comments Thu, 22 Aug 2013 12:17:28 +0000 Commodoro http://neoconservatism.us/?p=2736 read more →]]> Três dos maiores genocidas da história da humanidade eram ateus: Josef Stalin, Mao Tsé Tung e Pol Pot. Juntos, estes ateus mataram perto de 100 milhões de almas em menos de 100 anos. Eles mataram através da fome (Holodomor), fuzilamento, trabalhos forçados e muitas outras formas. O seu ódio ao ser humano e ao cristianismo é algo que o mundo nunca deve esquecer.

Se os três não tivessem já partido para um outro domínio de existência (inferno), todos eles diriam que as suas acções tinham em vista a defesa da sua visão política. Todos eles provavelmente diriam que o que fizeram era perfeitamente justificável dentro da visão do mundo que eles subscreviam. Para eles, a eliminação dos opositores ideológicos era algo necessário para o progresso do comunismo.

Até este ponto todos estamos de acordo uma vez que os dados históricos estão à disposição de todos. Os problemas começam quando nós começamos a entender a natureza ateísta do comunismo. Quando começamos a ligar os pontos, como dizem os anglófonos, podemos ver que o ateísmo teve um peso enorme dentro das matanças socialistas soviéticas e chinesas. Isto incomoda os ateus uma vez que os mesmos estão habituados a impugnar os cristãos como os causadores de todo o mal no mundo.

Como Mikhail Gorbachev apropriadamente asseverou, o Estado comunista empreendeu uma patente “Guerra contra a Religião.” Ele lamentara que os bolcheviques, seus predecessores, mesmo após a guerra civil terminada no começo dos anos 20, durante uma época de “paz”, “continuou a por ao chão as igrejas, a prender sacerdotes e a destruí-los”.

Os ateus modernos, cientes do perigo que há em se mostrar a intima ligação entre comunismo e o ateísmo, tentam a todo o custo atirar esse fardo para cima dos seus opositores ideológicos: os cristãos. Pessoas como Stalin e Mao Tsé Tung já não são, portanto, líderes ateus, mas sim líderes com uma leve inclinação religiosa. As suas matanças, como tal, já não são da responsabilidade das suas crenças ateístas, mas sim responsabilidade de crenças teístas.

O ateu evolucionista Ludwig segue a mesma linha de pensamento no seu comentário às palavras de Christopher Hitchens. Ele diz:

Mesmo entre os que são ateus, num sentido estrito, o mau comportamento institucionalizado vem da aceitação acrítica de superstições e ideologias estranhas ao ateísmo.

Nós sabemos que são “estranhas ao ateísmo” porque o Ludwig nos diz que são estranhas ao ateísmo. O Ludwig assume que a “aceitação acrítica de superstições e ideologias” é algo que o ateísmo não aceita, mas não nos diz porquê. Ele apenas diz que é assim.

Portanto, por definição, o ateísmo é imune ao “mau comportamento institucionalizado”. Se se verifica que ateus implantam “maus comportamentos institucionalizados”, por definição, isso não é da responsabilidade do ateísmo.

De que forma é que combater o cristianismo é “estranho ao ateísmo”? De que forma é que institucionalizar movimentos políticos para se remover a influência do cristianismo numa sociedade é “estranho ao ateísmo”? Num mundo onde a lei imperadora é a lei da sobrevivência do mais forte/apto, de que forma é que a eliminação sistemática de cristãos por parte de ateus é algo “estranho ao ateísmo”?

Na Coreia do Norte, um exemplo comum dos terrores do ateísmo, a Constituição foi alterada em 1998 para nomear Kim Il-Sung o Presidente Eterno da República. O homem já tinha morrido quatro anos antes. E depois? O facto da Constituição ter sido alterada 4 anos após a sua morte não invalida o que ele fez em vida. O estalinismo, o maoismo e a ditadura em Cuba, apesar de não seguirem algo que oficialmente seja considerado divino, assentam também numa teimosia ideológica que o ateísmo não exige mas que é fundamental em qualquer religião. Embora não sejam bem bem religiosos, ao possuírem uma “teimosia ideológica”, os estados comunistas são, portanto, mais perto da religião do que do ateísmo. Nós sabemos disto porque o ateísmo não tem nenhuma “teimosia ideológica”. Por definição.

QUAL É A VERDADE?

Infelizmente para os crentes ateus, a realidade nega-se a conformar aos seus revisionismos históricos. Por mais que eles tentem absolver o ateísmo dos genocídios do comunismo, as evidências continuam firmes.
Eis, seguidamente, algumas das coisas que os ateus comunistas afirmaram.

Enquanto as lêem, perguntem-se se se justifica a remoção do ateísmo como ideologia-mãe do comunismo.

* “É preciso combater a religião, eis o ABC do comunismo.” (Vladimir Lenin, marxista revolucionário russo)
* “Detrás de cada imagem de Cristo só se vê o gesto brutal do capital.” (Vladimir Lenin)
* “Deus é uma mentira.” (Vladimir Lenin)
* “O homem que se ocupa em louvar a Deus se suja na sua própria saliva.” (Vladimir Lenin)
* “Deus é o inimigo pessoal da sociedade comunista.” (Vladimir Lenin, carta a Gorki)
* “Nós odiamos o cristianismo e os cristãos.” (Anatoly Lunatcharsky, marxista revolucionário russo)
* “Nosso programa inclui necessariamente a propaganda do ateísmo” (Vladimir Lenin)

Conclusão:

É por demais óbvia a associação entre o ateísmo e o comunismo e esta ligação não é algo que os ateus possam empurrar para o colo dos cristãos como forma de desculpabilizar o ateísmo. Eles, tal como nós, têm que assumir as consequências daqueles que agiram de acordo com a sua ideologia.

Fazer revisionismo histórico e alterar as definições de termos apenas mostra a outros ateus que há algo de errado com o ateísmo. Dizer que eles não eram “verdadeiros ateus” é incorrer na falácia do “verdadeiro escocês”. Quem é que define o que é um “verdadeiro ateu”? Se vocês têm que deturpar o passado como forma de vencer no futuro, então há algo de errado com o vosso presente.

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Uma crônica sobre a lei do aborto http://portalconservador.com/uma-cronica-sobre-a-lei-do-aborto/ http://portalconservador.com/uma-cronica-sobre-a-lei-do-aborto/#comments Tue, 20 Aug 2013 14:30:15 +0000 Commodoro http://neoconservatism.us/?p=2728 read more →]]> Uma crônica para melhor compreender a dimensão da lei 2.845/2013 sancionada pele presidente Dilma Rousseff.

Pai sentado na sala, lendo jornal. Filho caçula assistindo a TV…

Filha de 16 anos entra na sala e pergunta ao pai:

- Pai, o que acha desta lei que proteja as mulheres estupradas que o governo Dilma Rousseff aprovou, se não me engano em 2 meses, no Congresso que visa proteger, nós mulheres, caso soframos alguma forma de atividade sexual não consentida?

- Filha, eu acho importante. Afinal, estamos em pleno século XXI e, ainda tem marmanjos violentando as mulheres à força, responde o pai.

- Pai, uma dúvida: o que difere uma emergência médica de um atendimento médico?

- Filha, boa pergunta? Não sei…

- Pai, o que é uma forma de atividade não consentida? – pergunta o filho caçula de 09 anos.

- Filho, veja bem, forma de atividade sexual não consentida é quando… , é quando… , é quando… .Oras, quando filho, você quer algo que a mulher não queira. É tipo querer dançar com a menina mais bonita na escola, na festa junina e, ela preferir outro e, então a professora a obriga a dançar com você. Algo assim, meu filho.

- Sei, entendi Pai. Responde o caçula com um sorriso.

- Pai, o senhor sabe quantos hospitais podem fazer aborto no Brasil? – pergunta a filha.

- Filha, se não me engano, são cerca de 64 hospitais que estão autorizados a fazer isso no Brasil, mas não sei ao certo. Por que essa pergunta?

- Pai, o que precisa para uma mulher ter o direito de praticar o aborto e com quantas semanas de gestação, as mulheres podem recorrer a tal prática?

- Filha, semanas? Como assim? Se ela foi estuprada, ela precisa ir urgente ao hospital e, fazer uma ocorrência policial. Não se espera para saber se está grávida ou não, simplesmente os médicos cuidam para que você não chegue a ficar grávida. É isso que acontece, filha!

A essa altura, a mãe que estava na cozinha ouvindo tudo entra na conversa.

- Querido, você precisa confrontar o que você lê nos jornais. Na verdade, a lei mudou no entendimento do que seja uma “forma de atividade sexual não consentida” e, basta, por exemplo, a nossa filha chegar em qualquer hospital conveniado com SUS, hoje uma rede de 6.500 hospitais no Brasil e dizer que o bebê que está em sua barriga, foi fruto de uma atividade sexual não consentida.

- Você tá de brincadeira! – responde o Pai atordoado.

- Não, meu querido. E, ainda, o médico não pode negar a veracidade do que ela lhe diz, inclusive mesmo sendo uma menina na sua adolescência, pois isso será entendido como agravamento da violência sofrida pela mulher…

- Você está tirando onda comigo, não poder ser! – diz o Pai.

- Por isso, não se usa mais a frase: emergência médica. E sim, atendimento emergencial. Pois com isso, não há uma questão de prazo. Inclusive o Manual adotado pelo Ministério da Saúde já prevê abortamento para menos de 22 semanas e para acima de 22 semanas.

- Não acredito! Esse governo não fez isso, fez?

- Pai, o senhor é a favor ou contra ao aborto? – pergunta a filha.

- Claro que sou contra, minha filha. O direito a vida é inviolável! Não se mata uma criança, por uma atitude nossa, como se fosse uma coisa ou como não tivéssemos conhecimento do que a gerou? É uma vida!

- Pai, eu aprendi na escola que qualquer adolescente, pode ir fazer o aborto com o consentimento ou não dos pais. Trata-se da saúde da mulher. Trata-se do corpo da mulher. E, nós temos o direito de fazer com o nosso corpo o que bem entendemos.

- Filha, não é bem assim. Aqui em casa, Graças a Deus, não vamos precisar se preocupar com isso. – responde o Pai.

- Pai, me desculpe, mas estou indo para o hospital. Eu te amo, viu! -

Responde a filha saindo chorando de sua casa, dizendo que ela não queria perder a sua virgindade, mas o seu namorado disse que iria deixá-la se ela não tivesse relações sexuais. E agora, ele não quer mais ficar comigo…

Está pequena crônica para refletirmos sobre o impacto da Lei 12.845/2013 aprovada em regime de urgência no Congresso e sancionada na íntegra pela presidente Dilma Rousseff.

Pela Lei, a filha poderá abortar, sem que os pais tenham qualquer interferência. Os pais nesse caso, não podem agir contra a vontade da filha de 16 anos.

Pela Lei sancionada toda a rede de hospitais conveniados ao SUS são obrigados a adotar o protocolo do Ministério da Saúde. Incluídos os hospitais católicos.

Não deixemos essa lei tramitar mais uma vez no silêncio.

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