Darwinismo – Portal Conservador https://portalconservador.com Maior Portal dirigido ao público Conservador em língua portuguesa. Fri, 18 May 2018 22:10:42 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.8.6 65453639 Vem aí a nova biologia. Ou não. https://portalconservador.com/vem-ai-a-nova-biologia-ou-nao/ https://portalconservador.com/vem-ai-a-nova-biologia-ou-nao/#comments Wed, 15 Oct 2014 22:22:16 +0000 http://portalconservador.com/?p=1162 read more →]]> NOTÍCIAS SOBRE BIOLOGIA voltadas ao público geral com frequência fazem referência à briga de acadêmicos contra o criacionismo –o movimento defensor de que seres vivos foram criados por Deus, não pelos processos descritos na teoria da evolução. Ofuscado por essa discussão infrutífera de cientistas lançando argumentos racionais contra mentes religiosas impenetráveis, porém, existe um debate sério sobre se a biologia evolutiva está ou não carente de atualização.

DarwinModern

Esse movimento defende que a chamada “nova síntese” –a teoria da evolução de Darwin reformulada à luz da genética e, depois, da biologia molecular– precisa ser recauchutada. Liderados por biólogos como Gerd Muller, da Universidade de Viena, e Eva Jablonka, da Universidade de Tel Aviv, esses pesquisadores defendem aquilo que batizaram de EES (Síntese Evolucionária Estendida). É um corpo de conhecimento baseado em fenômenos que correm paralelamente aos descritos pela seleção natural de Darwin. Mas seria esta nova biologia algo com força suficiente para tornar a nova síntese uma teoria ultrapassada?

Para defender uma mudança radical, Jablonka recorre a fenômenos como a epigenética –transmissão de características que não requer mudança do DNA– e à construção de nichos –capacidade de animais de alterarem seu próprio ambiente e, portanto, modificar as pressões que a seleção natural exerceria sobre eles mesmos. Também são alvo de estudo da EES o “viés de desenvolvimento” –a impossibilidade de organismos de adquirirem certas formas enquanto evoluem– e a plasticidade –capacidade de um indivíduo de adquirir diferentes formas reagindo a seu ambiente.

Todos esses fenômenos, que são tratados pela (velha) nova síntese apenas como processos marginais, seriam sinal de que uma teoria de evolução com excesso de foco na biologia molecular se tornou incapaz de dar conta da explicação de processos que ocorrem sem interação com o DNA. Só a incorporação desses outros fenômenos, argumentam, pode salvar a teoria da evolução de se tornar algo ultrapassado.

TRAMANDO A REVOLUÇÃO

Entrevistei Jablonka em 2007 e achei interessante e bem fundamentada  suadefesa de que a epigenética reabilita ideias malditas do naturalista francês Jean-Baptiste Lamarck (1744-1829). Mas fiquei incomodado com sua crítica ao conceito de “gene egoísta”, a expressão criada pelo bólogo Richard Dawkins para descrever a centralidade da biologia molecular no processo evolutivo.

No ano seguinte, um congresso organizado por Jablonka e outros correligionários em Altenberg (Áustria) mostrou com mais clareza qual era a intenção do grupo. Os 16 cientistas presentes finalmente cunharam ali a sigla EES, para colocá-la em oposição ao que chamavam de SET (Teoria Evolucionária Padrão), rebatizando a nova síntese com um nome que a faz parecer algo ultrapassado. Ninguém ali se atreveu a usar o palavrão iniciado com “P”, mas a intenção era claramente a de declarar que a EES seria um novo paradigma na biologia.

Muita gente se impressionou. Outros, incluindo Dawkins, nunca deram muita bola. Desde então, deixei de acompanhar essa escaramuça, e confesso que a maior parte do conhecimento de almanaque que tenho sobre evolução acabei adquirindo como ouvinte no curso de Hopi Hoekstra e Andrew Berry, professores de Harvard que não simpatizam com o grupo de Jablonka.

CONFRONTO DIRETO

Foi só lendo a edição desta semana da revista “Nature” que finalmente tomei pé de como está essa discussão agora, ao me deparar com dois artigos, um a favor e um contra decretar que a teoria da evolução precisa ser repensada. Em contraposição estavam justamente as duas biólogas que já tive o privilégio de ouvir pessoalmente, Jablonka e Hoekstra, além de seus coautores.

Vale a pena ler. Como já deixer transparecer meu viés aqui, posso dizer que a argumentação de Hoekstra me convenceu de que a sigla EES é mais um adendo teórico do que uma revolução. É uma tentativa de alguns biólogos de se autoatribuírem a responsabilidade por uma mudança de paradigma, quando, na verdade, o que ocorre é um avanço gradual, no qual epigenética, construção de nicho, plasticidade etc. vão se integrando à teoria da evolução tradicional.

Mas o grupo da EES não quer saber de se render. “Essa não é uma tempestade num copo d’água acadêmico, é a luta pela própria alma da disciplina [da evolução]”, escreve o grupo de Jablonka, num texto com Kevin Laland como autor principal. Hoekstra retruca: “Nós também queremos uma síntese evolucionária estendida, mas para nós essas palavras estão em letra minúscula, porque nosso campo sempre avançou assim”.

DE VOLTA ÀS ORIGENS

Talvez seja tudo uma questão de nome. Darwin, por exemplo, publicou um livro inteiro sobre como minhocas alteram seu próprio ambiente por meio de sua ação no solo. “Hoje nós chamamos esse processo de construção de nicho, mas o novo nome não altera o fato de que biólogos evolucionários têm estudado feedback entre organismos e seu ambiente por mais de um século”, diz Hoekstra.

O problema, talvez, seja o de achar que a biologia precisa de uma grande ruptura, para seguir em frente apenas por meio de grandes saltos. A quebra de paradigma, o modelo de avanço científico descrito pelo filósofo Thomas Kuhn, não se aplica muito bem à biologia, já defendia o saudoso Ernst Mayr, biólogo com importantes contribuições filosóficas à disciplina. “Precisamos também lembrar que Kuhn era físico e que sua tese reflete o pensamento ‘essencialista’ e ‘saltacionista’ tão disseminado na física”, escreveu.

Mesmo a teoria de Darwin, a coisa que mais próxima de uma revolução que já ocorreu dentro da biologia, levou quase um século de debates e avanços graduais para se consolidar na forma da nova síntese. Não se estabeleceu de forma tão brusca quanto a relatividade de Einstein, por exemplo. E mesmo a física pós-Einstein não parece estar avançando em saltos tão grandes. Não há nada de errado com a ciência feita por Jablonka, Muller e seus colegas, que têm dado boas contribuições para entender processos biológicos complexos. Mas vender o advento da epigenética e companhia como uma revolução me parece algo um tanto caricaturesco.

Escrito por Rafael Garcia.

]]>
https://portalconservador.com/vem-ai-a-nova-biologia-ou-nao/feed/ 1 1162
Darwin no Banco dos Réus: o desafio completa 20 anos https://portalconservador.com/darwin-no-banco-dos-reus-o-desafio-completa-20-anos/ https://portalconservador.com/darwin-no-banco-dos-reus-o-desafio-completa-20-anos/#respond Tue, 25 Jan 2011 20:10:14 +0000 http://portalconservador.com/?p=1660 read more →]]> O download do livro pode ser feito aqui.

O polêmico livro que mexeu com os fundamentos científicos. Por quê? Ele demonstra que a teoria da evolução não tem sua base em fatos, mas na fé – fé no naturalismo filosófico. Phillip Johnson argumenta corajosamente que simplesmente não há um vasto corpo de dados que deem suporte à teoria. Com o clima intrigante de um mistério e detalhes que nos prendem como ao assistirmos a um julgamento, Johnson conduz o leitor através das evidências com a perícia de um advogado, a qual ele adquiriu como professor de Direito em Berkeley, especializando-se na lógica dos argumentos. “Qual a razão pela qual uma editora cristã [brasileira] lança no mercado a tradução de uma obra contra o evolucionismo escrita em 1993, portanto com 15 anos de atraso? A principal razão é a sua pujança e relevância. Apesar dos 15 anos de idade, o livro de Phillip Johnson continua atualíssimo. Pouca coisa surgiu nesse período que inovou a apologética antievolucionista além do que Johnson tem feito” (Augustus Nicodemus Lopes, na apresentação).

Darwin+no+banco+dos+reusPhillip E. Johnson é graduado em Harvard e na Universidade de Chicago. Ele foi oficial de direito do presidente do Superior Tribunal Earl Warren e ensinou por mais de trinta anos na Universidade da Califórnia, Berkeley, onde é professor emérito de Direito.

Nota do blog Desafiando a Nomenklatura Científica: “Sou suspeito para recomendar esse livro. Primeiro porque já fui evolucionista de carteirinha. Segundo porque defendo uma teoria científica que vai de encontro à teoria da evolução através da seleção natural de Darwin: a teoria do Design Inteligente. Há exatamente 20 anos, Johnson expunha o Darwinismo como sempre foi desde 1859 – uma fé no naturalismo filosófico que não é corroborada pelas evidências, se submetidas ao contexto de justificação teórica. Se você crítico de Darwin ainda não leu esse livro, leia e conheça as muitas dificuldades fundamentais que essa teoria sofre. Se você evolucionista ainda não leu, leia e mostre que você se sujeita às evidências aonde elas forem dar por ser uma pessoa objetiva que se convence pelos dados e não pela retórica darwiniana. O livro de Johnson continua, apesar de publicado há 20 anos, sendo um desafio devastador à Nomenklatura científica.”

]]>
https://portalconservador.com/darwin-no-banco-dos-reus-o-desafio-completa-20-anos/feed/ 0 1660
A Caixa-Preta de Darwin https://portalconservador.com/a-caixa-preta-de-darwin/ https://portalconservador.com/a-caixa-preta-de-darwin/#respond Tue, 08 Apr 2008 16:00:10 +0000 http://portalconservador.com/?p=1047 read more →]]> “O desafio da Bioquímica à Teoria da Evolução”. Esse é o subtítulo de um livro publicado pelo professor de bioquímica da Universidade Lehigh (Pensilvânia, EUA), Michael Behe: A Caixa Preta de Darwin (Jorge Zahar Editor, 1997). Nele, o autor desafia a teoria da evolução com o que chama de sistemas de complexidade irredutível.

Usando como exemplo desses sistemas a visão, a coagulação do sangue, o transporte celular e a célula, Behe demonstra convincentemente que o mundo bioquímico forma um arsenal de máquinas químicas, constituídas de peças finamente calibradas e interdependentes. Para que a teoria da evolução fosse verdade, deveria ter havido uma série de mutações, todas e cada uma delas produzindo sua própria maquinaria, o que resultaria na complexidade atual.


Mesmo não sendo um criacionista, o professor Michael Behe argumenta que as máquinas biológicas têm que ter sido planejadas – seja por Deus ou por alguma outra inteligência superior.

A-Caixa-Preta-de-Darwin-Portal-ConservadorPara ilustrar suas idéias, ele usa a analogia da ratoeira: “Suponhamos, por exemplo, que queremos fabricar uma ratoeira. Na garagem, podemos ter uma tábua de madeira velha (para a plataforma ou base), a mola de um velho relógio de corda, uma peça de metal (para servir como martelo) na forma de uma alavanca, uma agulha de cerzir para segurar a barra, e uma tampinha metálica de garrafa, que julgamos poder usar como trava. Essas peças, no entanto, não poderiam formar uma ratoeira funcional sem modificações excessivas e, enquanto elas estivessem sendo feitas, as partes não poderiam funcionar como ratoeira. Suas funções anteriores as teriam tornado impróprias para quase qualquer novo papel como parte de um sistema complexo.”

O autor complica ainda mais as coisas para o darwinismo ao perguntar: como se desenvolveu o centro de reação fotossintético? Como começou o transporte intramolecular? De que modo começou a biossíntese do colesterol? Como foi que a retina passou a fazer parte da visão? De que maneira se desenvolveram as vias de sinalização da fosfoproteína?

“O simples fato de que nenhum desses problemas jamais foi tratado, para não dizer solucionado”, conclui Behe, “constitui uma indicação muito forte de que o darwinismo é um marco de referência inadequado para compreendermos a origem de sistemas bioquímicos complexos”.

Quando o livro Origem das Espécies foi publicado, no século passado, os pesquisadores não imaginavam a enorme complexidade dos sistemas bioquímicos. Esse campo foi aberto em nosso século, quando Watson e Crick descobriram a forma de hélice dupla do ADN (ácido desoxirribonucléico), revelando os segredos da célula. Com isso, os bioquímicos vislumbraram um mundo de cuja complexidade Darwin nem sequer suspeitava.

O lado mais infeliz disso tudo, diz Behe, é o fato de que “numerosos estudantes aprendem em seus livros a ver o mundo através de uma lente evolucionista”, mas “não aprendem como a evolução darwiniana poderia ter produzido qualquer um dos sistemas bioquímicos notavelmente complicados que tais textos descrevem”.
A raiz do preconceito de alguns para com a religião remonta ao século 19, quando o clima do racionalismo e do materialismo acabou implantando uma nova ordem social. As pessoas estavam saturadas de tradicionalismo. Naquele momento, só lhes interessavam novidades, não importando seu fundamento. Assim, o pensamento evolucionista acabou se infiltrando nas demais ciências, e vem sendo amplamente difundido nas escolas e nos meios de comunicação.

Segundo Michael Behe, “a compreensão resultante de que a vida foi planejada por uma inteligência é um choque para nós no século 20, que nos acostumamos a pensar nela como resultado de leis naturais simples”. Porém, ele lembra que outros séculos “também tiveram seus choques, e não há razão para pensar que deveríamos escapar deles”. É tempo de abrir a caixa-preta de Darwin.

Escrito por Michelson Borges. Blog Criacionismo.

]]>
https://portalconservador.com/a-caixa-preta-de-darwin/feed/ 0 1047