crise europeia – Portal Conservador http://portalconservador.com Maior Portal dirigido ao público Conservador em língua portuguesa. Sat, 27 Aug 2016 23:41:30 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.6.1 65453639 O que a imprensa brasileira não vai te contar sobre a crise de refugiados na Alemanha http://portalconservador.com/o-que-a-imprensa-brasileira-nao-vai-te-contar-sobre-a-crise-de-refugiados-na-alemanha/ http://portalconservador.com/o-que-a-imprensa-brasileira-nao-vai-te-contar-sobre-a-crise-de-refugiados-na-alemanha/#respond Thu, 14 Jan 2016 01:23:05 +0000 http://portalconservador.com/?p=2730 read more →]]>

O que a imprensa bananeira não vai te contar sobre os desdobramentos da crise dos refugiados na Alemanha:

– Segundo o Bild, o jornal não-asiático mais vendido do mundo, a polícia foi orientada a não reportar ou dar publicidade aos crimes cometidos por refugiados para não deixar que o problema seja “instrumentalizado pela extrema-direita”. Você leu corretamente, a polícia alemã está sendo acusada de esconder a vastidão dos crimes há meses por motivação política do governo Merkel. Outras agências de notícias também reportaram a operação-abafa das autoridades policiais da Alemanha.

– A Alemanha recebeu em 2015 o número recorde de 1,1 milhão de refugiados, o maior contingente na Europa e cinco vezes mais do que o pais recebeu no ano anterior.

– Refugiados estão sendo atraídos por quadrilhas locais para cometer assaltos, traficar drogas, entre outros crimes. O problema é ainda maior do que parece. O jornal diz que alguns refugiados começam a cometer crimes assim que entraram no país.

– Um crime comum é o roubo de celulares, muito populares entre os próprios refugiados. Há um mercado negro enorme de celulares roubados entre eles.

– Autoridades alemãs estimam que serão gastos 17 bilhões de euros este ano pelo governo com refugiados no país.

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Angela Merkel, que aparece na foto do post fazendo selfies com refugiados, está sob fogo cruzado de ambos os lados da política do país. A esquerda critica Merkel por suas declarações abstratas contra o multiculturalismo, a direita reclama da frouxidão das regras de imigração e da lentidão para deportar criminosos.

– A prefeita de Colônia, cidade onde houve mais registros de crimes na noite de Ano Novo, declarou que vai publicar nos próximos dias um “código de conduta” para as mulheres da cidade, como se a culpa de “provocar” os estupros fosse delas. É a assimilação de idéias nada ocidentais que tratam mulheres como cidadãs de segunda classe e responsáveis pelos crimes que os homens cometem, como as esposas de maridos adúlteros que são apedrejadas em praça pública. Há países em que o testemunho de uma mulher num tribunal não é sequer levado em conta.

– No último sábado, a polícia de Colônia dispersou com jatos de água uma manifestação de mais de mil pessoas que protestavam contra Merkel e os “rapefugees”, um neologismo que junta “rape” (estupro) e “refugees” (refugiados).

– A esquerda da cidade também protestou, classificando a reação contra os refugiados de “nazista”. Segundo relatos dos manifestantes, a polícia da cidade de Colônia estaria sem saber o que fazer e que não “ousava tocar” em refugiados para não ser classificada de racista.

Podem anotar: os problemas mal começaram. A politização dos crimes cometidos por imigrantes na Alemanha promete ser o maior de todos os crimes.

– “Menina palestina que chorou na frente de Ângela Merkel quer que Israel desapareça” http://on.fb.me/1HZEFMU

– “A Europa está sendo estuprada. E não é uma metáfora.” http://on.fb.me/1PIwSGA

– “O que pensava o Aiatolá Ruhollah Khomeini (1902-1989), líder máximo da Revolução Iraniana de 1979” http://on.fb.me/1JD0upK

Escrito por Alexandre Borges.

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Crise dos refugiados: a hipocrisia dos países árabes-islâmicos ricos http://portalconservador.com/crise-dos-refugiados-a-hipocrisia-dos-paises-arabes-islamicos-ricos2/ http://portalconservador.com/crise-dos-refugiados-a-hipocrisia-dos-paises-arabes-islamicos-ricos2/#respond Thu, 17 Sep 2015 03:58:33 +0000 http://portalconservador.com/?p=2482 read more →]]> 1. A atual crise dos refugiados que fogem da guerra na Síria e de outros conflitos no Médio Oriente e Sul do Mediterrâneo (Iraque, Afeganistão, Líbia, etc.) tem provocado intermináveis discussões e profundas divisões entre os europeus.

O assunto é, sem dúvida, dos mais delicados que a União Europeia tem em mãos — mais até do que a crise da Zona Euro e da Grécia —, devido às possíveis consequências duradouras nas sociedades europeias. Nada indica que a dimensão da vaga de refugiados vá diminuir nos próximos tempos, pela persistência das guerras que as originam. Às vagas de refugiados acrescem os expressivos fluxos de migrantes à procura de melhores condições de vida, da Europa Balcânica (especialmente do Kosovo) e da África subsariana. Tendo em conta que, na crise atual, a principal origem dos refugiados é a Síria — e que estes são maioritariamente árabes e muçulmanos sunitas —, uma questão ocorre: por que razão não são os países árabes ricos do Médio Oriente o principal destino de acolhimento desses refugiados? (Ver a análise feita neste artigo da BBC de 2/9//2015, “Migrant crisis: Why Syrians do not flee to Gulf States”) A questão faz tanto mais sentido se pensarmos que a proximidade geográfica, linguística, cultural e religiosa é muito maior do que face a Estados europeus como a Alemanha, a Áustria, ou a Itália, por exemplo. (Poderá ser um contra-argumento que aquilo que atrai os refugiados para a Europa não é só a prosperidade material, mas também a democracia, a liberdade e a tolerância). Esta mesma interrogação foi colocada por um muçulmano britânico, Zahid Nawaz, numa carta dirigida ao Financial Times, publicada a 28/08/2015 sob o título “Hypocrisy of the Muslim Gulf countries” / Hipocrisia dos Países Muçulmanos do Golfo. Vale a pena reproduzir aqui alguns excertos.

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Se é possível verificar muitas famílias muçulmanas nos refugiados, o mais comum são os milhares de muçulmanos em idade militar

O autor começa por deplorar a tragédia humana em curso, mostrando a sua decepção pela atitude dos países muçulmanos ricos do golfo “[…] ver refugiados sírios, iraquianos, afegãos e sudaneses, quase todos muçulmanos, arriscarem as suas vidas tentando viajar para a Europa quando há, potencialmente, uma rota muito mais fácil para a Arábia Saudita e os Emiratos, é extremamente decepcionante.” Em seguida, faz notar a atitude de quase indiferença face aos refugiados, contrastivamente com a política de financiamento de grupos rebeldes na guerra da Síria e a riqueza que ostentam: “Esta falta de vontade de enfrentar o custo humano ocorre apesar do alegado financiamento significativo da rebelião na Síria, pelo Qatar, Arábia Saudita e Emiratos. Enquanto isso, o Qatar continua a gastar enormes quantias num Mundial de Futebol e o Dubai em infra-estruturas para uma Expo-Mundial.” Por último, termina notando o seguinte: “os muçulmanos são continuamente lembrados para tratar os outros muçulmanos como parte da umma [a comunidade dos crentes] um elemento constante no desenvolvimento do Islão. Mas quando se trata de fomentar, a longo prazo, uma ação sustentável para manter refugiados muçulmanos em países muçulmanos, a hipocrisia dos regimes locais da Arábia Saudita, Emirados Árabes e Qatar é uma fonte de enorme decepção para mim e estou certo que para muitos outros muçulmanos.”

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Da Síria a Alemanha, alguns ‘refugiados’ chegam a percorrer 4 mil km

2. Se a Turquia (0,8 milhões), o Líbano (1,2 milhões) e a Jordânia (0,6 milhões) — Estados com fronteiras diretas com a Síria — já receberam um número elevado de refugiados do conflito sírio, o mesmo não se pode dizer da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Kuwait, Omã e Bahrein. Todos estes Estado estão, em termos geográficos, relativamente próximos da Síria, embora sem fronteiras diretas. Mas, mais importante do que isso, estão entre os mais ricos do mundo — mais até do que muitos dos países mais prósperos da União Europeia como veremos em seguida. Estão, certamente também, como já referimos, muito mais próximos em termos culturais, religiosos e linguísticos. Importa notar que estes são objetivamente fatores que tendem a facilitar a integração nas sociedades de acolhimento. Um olhar para as estatísticas do Banco Mundial (2014) não deixa grandes dúvidas sobre a riqueza e meios materiais destes países para acolherem muitos dos refugiados. Olhando para o topo, para os primeiros vinte e cinco lugares do ranking mundial do PIB per capita — ou seja dos países mais ricos do mundo —, encontramos o seguinte quadro. Seis Estados árabes-islâmicos encontram-se nesse ranking, por esta ordem: em 1º lugar o Qatar (à frente dos países europeus mais ricos, como o Luxemburgo e a Noruega); em 4º lugar o Kuwait (à frente, da Noruega, frequentemente considerada o país com mais qualidade de vida); em 8º lugar os Emirados Árabes Unidos (à frente da Suíça); em 11º lugar a Arábia Saudita (à frente de países europeus como a Holanda, Áustria, Suécia, Dinamarca ou Alemanha); em 17º lugar Omã (à frente da Suécia, Dinamarca e Alemanha); em 23º lugar o Bahrein (à frente da Bélgica, Finlândia, Reino Unido e França). Note-se ainda que, todos eles, à exceção de Omã, se encontram classificados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), na categoria mais elevada, o desenvolvimento humano muito elevado. No ranking do PIB, as estatísticas do Banco Mundial (2014) confirmam também o já mencionado. A Arábia Saudita 19º lugar (à frente, por exemplo, de economias como a Suíça, a Suécia, a Bélgica ou Áustria); os Emirados Árabes Unidos em 30.º lugar (à frente da Dinamarca e Finlândia); o Qatar em 50.º, à frente da República Checa; o Kuwait, em 56.º lugar, à frente da Hungria, onde temos visto algumas das imagens mais desesperadas de refugiados em solo europeu.

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3. Poderá argumentar-se que são Estados de pequena dimensão, pelo que teriam dificuldades em fazer esse acolhimento. Talvez, mas não é esse, seguramente, o caso da Arábia Saudita. Com um território superior a 2 milhões de km² e cerca de 28 milhões de habitantes, o país é bem conhecido pelos seus enormes recursos petrolíferos. Pelas suas ambições de potência regional do Médio Oriente e de liderar Islão, seria de esperar, pelo menos, uma atitude de solidariedade com os seus “irmãos muçulmanos” sunitas. A esmagadora maioria dos refugiados da Síria, como do Iraque ou Afeganistão, etc., são muçulmanos sunitas que, teoricamente, se sentiriam bem num país rico, com similar religião e proximidade cultural. (Nem sequer falamos em acolher outros seres humanos fora do Islão sunita, como os xiitas, yazidis ou cristãos…). Nada disso ocorre. O acolhimento é praticamente inexistente. O país nem sequer é signatário das convenções internacionais sobre os refugiados, o que lhe dá mãos livres para deportações em massa que regularmente faz. (Ver, entre muitos outros, o relatório da Human Rights Watch “Saudi Arabia: 12.000 Somalis Expelled. Mass Deportations Without Considering Refugee Claims” de 18/02/2014). O mesmo ocorre com os Emirados Árabes Unidos, uma federação de sete Emirados do Golfo Arábico (onde se destaca o riquíssimo Dubai, paraíso exótico de milionários), com cerca de 83 km² e pouco mais de 8 milhões de habitantes. Com algumas das maiores reservas de petróleo, sendo, como já referido, a 30º maior economia mundial e um dos Estados mais ricos do mundo poderia — deveria — ser um destino natural de muitos refugiados. Também não é. As razões são similares às da Arábia Saudita. Ambos criam enormes dificuldades no acesso ao seu território, através inúmeras restrições à concessão de vistos de entrada, ou qualquer reconhecimento do estatuto de refugiados, tal como consta das convenções internacionais. Muito convenientemente, também não são parte da Convenção das Nações Unidas de 1951, nem do Protocolo de 1967, sobre o estatuto dos refugiados. Similar situação ocorre com os restantes Estados árabes-islâmicos mais ricos do golfo: Qatar, Kuwait, Omã e Bahrein. Acresce o facto de normalmente não existir qualquer legislação interna sobre os refugiados, o que os deixa completamente à mercê da arbitrariedade. Ironicamente, até existe uma convenção no âmbito da Liga Árabe, feita em 1994, sobre o estatuto dos refugiados nos países árabes. Só que também não está em funcionamento porque não foi ratificada pelos seus signatários. É letra morta num papel.

4. Ainda está bem gravada na memória europeia o que foi a impressionante mobilização do mundo árabe-islâmico na altura da publicação das caricaturas do Profeta Maomé no jornal dinamarquês, Jyllands-Posten, em finais de 2005 e inícios de 2006. Os governantes da Arábia Saudita, Kuwait, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Omã, Bahrein, etc. foram alguns dos que mais protestos fizeram e mais mobilizaram as suas populações nesse sentido. A Organização da Conferência Islâmica (OCI) e a Liga Árabe estiveram também na linha da frente, incluindo da adoção de sanções e condenação da Dinamarca nas Nações Unidas. Hoje, quando o sofrimento de milhões de muçulmanos e outros, vítimas da guerra na Síria e dos múltiplos conflitos internos ao mundo árabe-islâmico, mais requeria a sua ação enérgica, tentam passar despercebidas e iludir as suas responsabilidades. A estratégia parece ser deixar cair o ônus do problema sobre a União Europeia, jogando com o impacto das trágicas imagens que temos visto nos media e o sentimento de culpa dos europeus. Infelizmente, o que se pode passar nos próximos anos, arrisca-se a ser um remake do que já vimos nos conflitos e tragédias humanitárias da Iugoslávia dos anos 1990. Se, para receber refugiados, as portas dos países árabes-islâmicos ricos estão fechadas, para expandir a sua influência político-religiosa na Europa, estas podem abrir-se rapidamente. São, ou deveriam ser, bem conhecidas as atividades da Arábia Saudita, do Qatar e outros, lesivas dos interesses europeus de integração das populações acolhidas. Nos anos 1990, o dinheiro saudita do petróleo apareceu, rapidamente, na Bósnia, no Kosovo, na Macedônia e na Albânia, para construir mesquitas e enviar imãs com a missão de expandirem o wahhabismo uma versão purista e retrógrada do Islão, a qual tende a radicalizar os muçulmanos num ambiente tão diferente como é o da Europa secular. Seguiram-se-lhe certas ONG’s, supostamente com fins caritativos mas mais preocupadas em islamizar — alimentos halal (permitidos), véu islâmico, etc. —, do que em prosseguir fins genuinamente humanitários. Se isto vier a acontecer novamente, será uma ironia (e miopia) europeia. Esta será tanto maior quanto, em grande parte, a crise de refugiados que hoje enfrentamos é, de alguma forma, consequência da rebelião armada contra o governo de Assad, financiada sobretudo pela Arábia Saudita e outros países árabes sunitas. É, também, resultado da míope intervenção europeia / ocidental na Líbia, para derrubar Kadhafi, que deixou o caos e a anarquia no Sul do Mediterrâneo, às portas da Europa.

Escrito por José Pedro Teixeira Fernandes. Jornal português Publico.pt.

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Sob capa de refugiados, 4.000 militantes do Estado Islâmico penetraram na Europa http://portalconservador.com/sob-capa-de-refugiados-4-000-militantes-do-estado-islamico-penetraram-na-europa/ http://portalconservador.com/sob-capa-de-refugiados-4-000-militantes-do-estado-islamico-penetraram-na-europa/#comments Mon, 07 Sep 2015 20:05:51 +0000 http://portalconservador.com/?p=2470 read more →]]> O jornal britânico Sunday Express, alegando um agente do Estado Islâmico, escreveu que mais de 4.000 combatentes do Estado Islâmico penetraram na Europa sob a capa de refugiados. Segundo a fonte, os membros da organização terrorista infiltram-se no fluxo de migrantes nas cidades turcas, a partir das quais através do mar Mediterrâneo estes chegam à Itália e depois disso à Alemanha e Suécia. O agente do Estado Islâmico contatado pela edição afirmou que a infiltração dos militantes é o início de vingança pelos ataques aéreos contra as posições do grupo efetuados pela coalizão internacional liderada pelos EUA.

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“Nós queremos estabelecer o califado não somente na Síria, mas também no mundo inteiro”, sublinhou a fonte. A mídia Sputnik entrou em contato com o diretor do Instituto russo de Estudos Políticos Aplicados, Grigory Dobromelov, que em primeiro lugar disse que, segundo ele, a atual crise migratória na Europa é um fenômeno artificial:

“A situação no Oriente Médio não piorou durante os últimos meses tão radicalmente para que na fronteira com a União Europeia se concentrasse tal número de refugiados. É absolutamente óbvio que esta crise é artificial. É absolutamente óbvio que o problema é exagerado e hipertrofiado. É absolutamente óbvio que atrás disso está uma disposição geopolítica séria”.

Segundo o cientista político, a ameaça descrita pelo Sunday Express é bastante real. “Com certeza, existe uma ameaça séria de que terroristas do Estado islâmico penetrem no território da UE sob a capa de refugiados. Porque o caos que reina agora na fronteira com a União Europeia contribui para a penetração descontrolada de ilegais e nenhuns serviços secretos podem detectar neste mar de migrantes os alvos que eles vigilam”.

O grupo terrorista Estado Islâmico, anteriormente designado por Estado Islâmico do Iraque e do Levante, foi criado e, inicialmente, operava principalmente na Síria, onde seus militantes lutaram contra as forças do governo. Posteriormente, aproveitando o descontentamento dos sunitas iraquianos com as políticas de Bagdá, o Estado Islâmico lançou um ataque maciço em províncias do norte e noroeste do Iraque e ocupou um vasto território. No final de junho de 2014, o grupo anunciou a criação de um “califado islâmico” nos territórios sob seu controle no Iraque e na Síria.

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Quem financia o Estado Islâmico? Desvendando o exército do terror http://portalconservador.com/quem-financia-o-estado-islamico-desvendando-o-exercito-do-terror/ http://portalconservador.com/quem-financia-o-estado-islamico-desvendando-o-exercito-do-terror/#comments Sun, 06 Sep 2015 18:07:26 +0000 http://portalconservador.com/?p=2462 read more →]]> Cristãos, yazidis e turcos estão entre os mais perseguidos pelo Estado Islâmico, grupo dissidente da Al Qaeda que ocupou grandes partes do território do Iraque e da Síria. Eles estão mirando sistematicamente homens, mulheres e crianças baseados em sua filiação religiosa ou étnica e estão realizando impiedosamente uma limpeza étnica e religiosa generalizada nas áreas sob seu controle. O Estado Islâmico surgiu em 2006 depois da invasão dos EUA e seus aliados ao Iraque, com sobreviventes da Al Qaeda no país, e ganhou força entre 2011 e 2013 quando teve início a rebelião na Síria. Seu atual comandante é Abu Bakr al-Baghdad.

Quando o EI invadiu a cidade de Mossul, capital da província de Ninewah, no Iraque – conquistando uma extensão de terras equivalente ao tamanho da Grã Bretanha –, o EI possuía apenas 800 combatentes. Hoje seu efetivo é estimado pela CIA entre 20 mil e 40 mil combatentes com acesso a recursos de 2 bilhões de dólares oriundos de fontes diversas, entre as quais seqüestros, roubos e, principalmente, a exploração e venda de petróleo da refinaria de Beiji, no norte do Iraque. Segundo experts, o Estado Islâmico controla 12 campos de petróleo no Iraque e na Síria, com capacidade de produzir 150 mil barris por dia, com receitas diárias estimadas em até 3 milhões de dólares.

Cinco meses antes da queda de Mossul o presidente Barak Obama havia menosprezado o EI, tachando-o de “um bando inexperiente de terroristas”. De onde veio o Estado Islâmico e como ele conseguiu fazer tanto estrago em tão pouco tempo?

Os Estados Unidos estiveram em guerra contra o EI por quase uma década, incluindo aí suas várias encarnações, como a Al-Qaeda no Iraque, depois como Conselho Consultivo Mujahidin e, por fim, Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Muita coisa relativa a esse inimigo totalitário e teocrático permanece esquecida ou simplesmente pouco investigada. Debates a respeito de sua ideologia, estratégia de guerra e dinâmica interna persistem em todos os países comprometidos com a sua derrota. O EI é, na realidade, o último front em uma culminação sangrenta de uma longa disputa dentro da hierarquia do jihadismo internacional.

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Examinando o EI como ele é hoje em dia, com base em entrevistas com militantes ativos (alguns já falecidos), espiões, agentes adormecidos e também suas vítimas, chega-se à conclusão de que um dos principais centros de recrutamento de militantes foram os presídios, especialmente no Oriente Médio, que serviram, por anos, como academias do terror, onde extremistas conhecidos puderam congregar, tramar e desenvolver suas habilidades de convencimento e liderança, recrutando uma nova geração de combatentes.

O EI é uma organização terrorista, mas não é apenas uma organização terrorista. É também uma máfia adepta em explorar mercados obscuros internacionais que existem há décadas para o tráfico de petróleo e armas. É um completo aparato de Inteligência que se infiltra em organizações rivais e recruta silenciosamente membros ativos antes do controle total dessas organizações, derrotando-as no campo de batalha ou tomando suas terras. É uma máquina de propaganda eficiente e hábil na disseminação de suas mensagens e no recrutamento de novos membros através das mídias sociais. A maioria dos seus principais comandantes serviu no exército ou nos serviços de segurança de Saddam Hussein.

O EI apresenta-se para uma minoria sunita no Iraque e uma maioria sunita mais perseguida e vitimada na Síria como a última linha de defesa da seita contra uma série de inimigos – os “infiéis” Estados Unidos, os Estados “apóstatas” do Golfo Pérsico, a ditadura alauita ”Nusayri” na Síria, a unidade “rafida” e de resistência no Irã e a última satrápia de Bagdá. Estima-se que além do Estado Islâmico existam outros 450 grupos rebeldes operando na Síria.

O EI, de forma brutal e inteligente, destruiu as fronteiras dos Estados-Nação da Síria e do Iraque e proclamou-se o restaurador de um império islâmico. Tem como capital a cidade de Mossul, seu idioma oficial é o árabe, o governo é um Califado Islâmico, declarado em 29 de junho de 2014; possui uma bandeira e um brasão de armas. Já criou sua própria bandeira, tribunais, ministérios, passaportes e até placas de carros. Em novembro de 2014 criou a sua própria moeda, parte de um plano para restaurar o Califado que dominou o Oriente Médio a mais de 1.300 anos.

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Abu Bakr al-Baghdadi – ungido Califa Ibraim – proclamou o fim do ISIS (em inglês Islamic State of Iraq and al-Sham) e o nascimento do Estado Islâmico no dia 28 de junho de 2014, o primeiro dia do Ramadã. A partir de então, apenas o Estado Islâmico passaria a existir, dividindo a humanidade em dois campos. O primeiro era “o campo dos muçulmanos e dos mujahidin (guerreiros sagrados) por toda a parte”; o segundo era “o campo dos judeus, dos Cruzados e seus aliados”.

O campo de treinamento do EI e de seus antecessores, na fronteira do Afeganistão com o Paquistão, que treinou os idealizadores dos ataques ao World Trade Center, tem três fases distintas de treinamento e doutrinação. A primeira consiste em “dias de experimentação”, com a duração de 15 dias, durante os quais um recruta é sujeito à “exaustão psicológica e moral” – para separar os fracos dos verdadeiros guerreiros. A segunda é o “período de preparação militar”, com a duração de 45 dias, durante os quais um recruta aprende como empunhar armas leves, evolui para o lançamento de mísseis portáteis superfície-ar e cursos de cartografia. A terceira e última fase é o “curso de táticas de guerra de guerrilhas”, no qual é ensinada a teoria militar de Von Clausewitz para terroristas.

Em março de 2009, o Departamento de Defesa dos EUA mudou oficialmente o nome das operações contra o EI de “Guerra Global Contra o Terror” para “Operações Contingenciais Externas” e em maio de 2013 o presidente Obama declarou que a “guerra ao terror” havia terminado.

Sete meses depois, em janeiro de 2014, em uma entrevista à revista “The New Yorker” Obama minimizou o poder do Estado Islâmico comparando-o a um “jayvee” (equipe de esportes de estudantes terceiranistas). Se os EUA quisessem fazer uma demonstração de força no Iraque e na Síria, poderiam expulsar rapidamente o EI de seus esconderijos. Porém, o difícil viria depois, com a provável onda de atentados e guerra assimétrica que certamente duraria anos e teria custos enormes. Obama, dezoito meses depois, em 8 de junho de 2015, disse que sua administração “ainda não tinha nenhuma estratégia” para lidar com o Estado Islâmico. Ao que tudo indica sua administração continua “sem estratégia até hoje”.

Pelo que se observa, o Estado Islâmico sim, tem uma estratégia, pois a guerra jihadista contra o Ocidente e seus aliados continua crescendo. Em agosto de 2014, Obama declarou que a estratégia dos EUA no combate ao EI está amparada em quatro pilares: ataques aéreos, apoio aos aliados locais, esforços de contraterrorismo para prevenir ataques, e assistência humanitária contínua a civís.

Em setembro de 2014 o presidente Barak Obama em uma sessão na ONU declarou que “os países devem evitar o recrutamento e o financiamento de combatentes estrangeiros”. Segundo ele, “os EUA irão trabalhar para destruir essa rede da morte”, em alusão ao Estado Islâmico. E prosseguiu: “Nós vamos apoiar a luta dos iraquianos e dos sírios para proteger suas comunidades. Vamos treinar e equipar as forças que estão lutando contra esses terroristas em solo. Vamos trabalhar para acabar com o financiamento deles e parar o fluxo de combatentes que se juntam ao grupo. Eu peço ao mundo que se junte a nós nessa missão”. E concluiu fazendo um apelo aos muçulmanos para rejeitarem a ideologia do Estado Islâmico. Obama encerrou seu discurso dizendo que “as palavras que dissemos aqui precisam ser transformadas em ação…com os países e entre eles, não apenas nos dias que se seguem, mas nos anos que virão”.

Uma Resolução proposta pelos EUA foi aprovada por unanimidade no Conselho de Segurança da ONU. Ao final, mais de 40 países se ofereceram para fazer parte da coalizão “anti-EI”, liderada pelos EUA. Em junho de 2015 Obama voltou a referir-se ao EI declarando que “falta recrutar e treinar mais militares iraquianos dispostos a combater o Estado Islâmico. Não temos ainda uma estratégia completa, pois faltam compromissos dos iraquianos no que diz respeito a como é feito o recrutamento e como é que as tropas serão treinadas”.

Os EUA gastam, em média, cerca de 9 milhões de dólares por dia para combater o Estado Islâmico, e os custos totais já passam de 2,7 bilhões desde o início da campanha de bombardeios contra o EI. Em qualquer atividade – passando pela organização e pela hierarquia -, o EI está anos-luz à frente das demais facções que atuam na região. Apresenta o que parece ser o início da estrutura de um semi-Estado – ministérios, tribunais e até mesmo um sistema tributário rudimentar -. Nos campos de treinamento cerca de 300 crianças com idades até 16 anos recebem instrução como combatentes e terroristas suicidas no EI. Aprendem a ideologia fundamentalista e a manusear armas pesadas. Esses campos são anunciados como “Clubes de Escoteiros”,

Uma revista editada pelo Estado Islâmico, intitulada “DABIQ”, que já está na sua terceira edição, publicada em várias línguas, inclusive o inglês, apresenta o EI como a única voz muçulmana no mundo, na tentativa de cooptar estrangeiros para lutarem pelo Califado no Iraque e na Síria. Segundo o Conselho de Segurança da ONU, somente no ano de 2014 cerca de 15 mil estrangeiros de mais de 80 países, viajaram à Síria e ao Iraque a fim de lutarem ao lado do EI e grupos terroristas semelhantes. A ONU ressaltou que o aumento nesse número ocorre em uma escala “sem precedentes”. Segundo a União Européia, mais de 5 mil europeus se uniram à jihad na Síria e no Iraque, mas segundo a Comissária Européia de Justiça, esse número “é muito subestimado”.

O Estado Islâmico foi designado como organização terrorista pelos seguintes países: EUA em 17/12/2004, Austrália em 2/3/2005, Canadá em 20/8/2012, Arábia Saudita em 7/3/2014, Inglaterra em 20/6/2014, Indonésia em 1/8/2014 e Alemanha em 12/9/2014. Os cristãos que vivem nas áreas dominadas pelo Estado Islâmico têm apenas três opções: se converterem ao islamismo; pagar um imposto religioso (o jizya); ou morrer. Militantes do Estado Islâmico estariam sendo contrabandeados para a Europa pelas gangues que operam no Mar Mediterrâneo, segundo um fonte do governo líbio declarou à BBC. Os extremistas são misturados aos migrantes que viajam nos barcos desde a costa africana em direção ao continente europeu, porque a Polícia não sabe quem é refugiado e quem é militante do EI, pois isso é extremamente difícil.

Em setembro de 2015, a Polícia Federal descobriu uma rede de apoiadores do Estado Islâmico em São Paulo. A descoberta assusta, ainda mais porque terrorismo não é considerado crime no Brasil. Para concluir, uma análise do general Álvaro Pinheiro, em abril de 2015:

“A possibilidade do Estado Islâmico/ISIS desencadear o terrorismo nos cinco continentes, corroborada pelos recentes atentados na Bélgica, Canadá, Austrália, França e Tunísia, é encarada em todo o mundo ocidental com a máxima responsabilidade. Nesse contexto, a infiltração do EI/ISIS na área da Tríplice Fronteira no Cone Sul da América do Sul é absolutamente consensual no âmbito da Comunidade de Inteligência Internacional. Não encarar esse indício com a devida responsabilidade é mais um verdadeiro crime de lesa pátria”.

Escrito por Carlos I.S. Azambuja, historiador.

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