nobel – Portal Conservador https://portalconservador.com Maior Portal dirigido ao público Conservador em língua portuguesa. Fri, 18 May 2018 23:41:26 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.3.4 65453639 O homem que jogou fora o Prêmio Nobel https://portalconservador.com/o-homem-que-jogou-fora-o-premio-nobel/ https://portalconservador.com/o-homem-que-jogou-fora-o-premio-nobel/#respond Thu, 03 Apr 2014 20:50:00 +0000 http://portalconservador.com/?p=411 read more →]]> Eis um breve trecho do livro “Poder Global e Religião Universal”, escrito pelo Monsenhor Juan Claudio Sanahuja, publicado pela Editora Ecclesiae.

“A pressão social, o medo de sermos qualificados de fundamentalistas e um sincero, ainda que equivocado, espírito de salvar o que pode ser salvo frente à avalanche de projetos, leis e costumes iníquos, podem fazer-nos cair na tentação de negociar o que é inegociável e, portanto, ceder quanto ao que não nos pertence — a ordem natural e a doutrina de Jesus Cristo. Essa atitude nos fará cair na opção do mal menor, num malminorismo moralmente inadmissível.

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Dr-Jerome-Lejeune-e-pacientes

Jérôme Lejeune e suas pacientes

Que sirva para ilustrar o exemplo do Servo de Deus Jérôme Lejeune. Aos 33 anos, em 1959, Lejeune publicou sua descoberta sobre a causa da síndrome de Down, a ‘trissomia do 21’, e isto o transformou em um dos pais da genética moderna. Em 1962 foi designado como especialista em genética humana na Organização Mundial da Saúde (OMS) e, em 1964, foi nomeado Diretor do Centro Nacional de Investigações Científicas da França; no mesmo ano, é criada para ele, na Faculdade de Medicina da Sorbonne, a primeira cátedra de Genética Fundamental. Transforma-se assim em candidato número um ao Prêmio Nobel de Medicina.

Aplaudido e lisonjeado pelos grandes do mundo, deixa de sê-lo em 1970, quando se opõe ferozmente ao projeto de lei do aborto eugênico. Lejeune combateu o malminorismo que infectou os católicos da França; estes supunham que cedendo ao aborto eugênico freavam as pretensões abortistas e evitavam uma legislação mais permissiva. Os argumentos de Lejeune eram muito claros: não podemos ser cúmplices, o aborto é sempre um assassinato, quem está doente não merece a morte por isto e, mais ainda, longe de frear males maiores, o aborto eugênico abre as portas para a liberalização total deste crime. Sua postura lhe rendeu uma real perseguição eclesial que se juntou à perseguição civil, acentuada por sua defesa do nascituro nas Nações Unidas.

Também em 1970, participou de uma reunião da OMS, na qual se tentava justificar a legalização do aborto para evitar abortos clandestinos. Foi nesse momento, quando se referindo à Organização Mundial de Saúde, que disse: ‘eis aqui uma instituição de saúde que se tornou uma instituição para a morte’. Nessa mesma tarde, ele escreveu para sua esposa e filha dizendo:: ‘Hoje eu joguei fora o Prêmio Nobel’. Em nenhum momento deu ouvidos aos prudentes, que o aconselhavam calar-se para chegar mais alto e assim mais poder influir.

João Paulo II, em sua carta ao Cardeal Jean-Marie Lustinger, então arcebispo de Paris, por ocasião da morte de Lejeune, disse:

“Como cientista e biólogo era um apaixonado pela vida. Ele se tornou o maior defensor da vida, especialmente a vida dos nascituros, tão ameaçada na sociedade contemporânea, de modo que se pode pensar que seja uma ameaça programada. Lejeune assumiu plenamente a particular responsabilidade do cientista, disposto a ser um sinal de contradição, ignorando a pressão da sociedade permissiva e do ostracismo do qual era vítima.”

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Dr. Lejeune, cientista de raro talento, sofreu na pele por sua defesa da vida humana nascente. Em um momento chave de sua carreira, ele teve a plena consciência de que estava deixando de lado a maior glória mundana que existe para um cientista, o Prêmio Nobel. Nem por isto ele deixou de lado suas convicções, seus princípios. Ele escolheu jamais perder o seu sabor, escolheu ser o Sal da Terra.

Que as atitudes de Dr. Lejeune frente ao mal nos sirvam de lição para o tempo presente em que tantos pedem aos cristãos que aceitem mudanças que são totalmente contrárias não apenas às nossas convicções, mas à própria Lei Natural, a lei que está inscrita no coração de cada um de nós. Que a tentação do malminorismo não encontre espaço em nossos corações, pois a defesa da vida humana necessita de pessoas conscientes de que não se negocia com a vida dos frágeis e inocentes.

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Prêmios Nobel que defendem a harmonia entre ciência e fé https://portalconservador.com/premios-nobel-que-defendem-a-harmonia-entre-ciencia-e-fe/ https://portalconservador.com/premios-nobel-que-defendem-a-harmonia-entre-ciencia-e-fe/#respond Tue, 19 Nov 2013 01:06:55 +0000 http://portalconservador.com/?p=803 read more →]]> Às vezes, as notícias científicas encolhem o coração de alguns católicos, porque estes acham que elas colidem supostamente com determinados aspectos do cristianismo. É mais o “boom” cultural-divulgativo que prende a opinião pública que os argumentos científicos expostos em um e outro sentido, em todo caso inconclusivos, sobre a existência de Deus. É maravilhoso conhecer mais a natureza e os fenômenos ao nosso redor, e é preciso afastar qualquer suspeita de que estas descobertas estejam em contradição com a Revelação.

O peso de Galileu

A meu ver, o que subjaz nos preconceitos de alguns cristãos com relação à ciência é mais o complexo de culpa por alguns erros cometidos por eclesiásticos durante os 20 séculos de existência da Igreja.

Por exemplo, o caso Galileu, pelo qual alguns pontífices pediram perdão. Sobre o erro não há antídoto para ninguém, nem antes nem agora, assim como tampouco há receitas. Sobre estas, estamos muito acostumados a pedi-las no mundo católico, para economizar esforços no aprofundamento das questões.

Atualmente, há vozes científicas discordantes que negam a existência de Deus, da alma ou equiparam o ser humano a qualquer animal da escala da vida. Saber que falam partindo de suas ideologias nos poupará alguns sofrimentos. Além disso, há outros muitos que foram ou são católicos.

Nem a favor nem contra Deus

É preciso deixar claro: a ciência experimental não pode se pronunciar sobre a existência ou não de Deus, simplesmente porque seu estudo se centra na matéria e na forma de abordá-la. O que um científico pode dizer é que o que conhece dela é perfeitamente compatível com a existência de um Deus criador e, a partir daqui, continuará analisando e submetendo a matérias a provas, para desvendá-la ou aprofundar em suas leis.

Muitos cientistas relevantes e Prêmios Nobel manifestaram sua crença em um Deus transcendente. Pasteur (1822–1895), um dos três fundadores da microbiologia, era católico praticamente e afirmou: “Quanto mais conheço, mais minha fé se assemelha à de um simples camponês”. Einstein (1879–1955), Prêmio Nobel de Física em 1921, disse que “a ciência sem a religião fica manca; a religião sem a ciência fica cega”.

Seis anos mais tarde, outro Nobel de Física, Arthur Compton, descobridor dos raios cósmicos e da reflexão, polarização e espectros de raios-X, sublinhou: “Para mim, a fé começa com a compreensão de que uma inteligência suprema deu o ser ao universo e criou o homem. Não me custa ter essa fé, porque a ordem e inteligência do cosmos dão testemunho da mais sublime declaração jamais feita: ‘No princípio Deus criou'”.

Mais atrevido e provocador foi Max Born, outro Nobel de Física em 1954, que qualificou de “idiotas” os que defendem que “o estudo da ciência leva ao ateísmo”. Já o Nobel de Física Arno Penzias (1933-), descobridor da radiação cósmica de fundo, afirmou: “Se eu não tivesse outros dados a não ser os primeiros capítulos do Gênesis, alguns dos Salmos e outras passagens das Escrituras, teria chegado essencialmente à mesma conclusão quanto à origem do Universo que a que os dados científicos nos oferecem”.

Derek Barton (1918–1998), Nobel de Química em 1969, manifestou que não havia “incompatibilidade alguma entre a ciência e a religião, porque a ciência demonstra a existência de Deus”. Assim como Born, Christian B. Anfinsen, Nobel de Química em 1972, chamou de “idiotas” os que “são capazes de ser ateus”.

Desenvolvedor da espectroscopia do laser, pela qual obteve o Nobel em 1981, Arthur Schawlow afirmou que, “quando a pessoa se depara com as maravilhas da vida e no universo, inevitavelmente se pergunta por que as únicas respostas possíveis são de cunho religioso… Tanto no universo como em minha própria vida, tenho necessidade de Deus”.

A lista é quase interminável. Mas podemos citar alguns cientistas atuais: Francis Collins e William D. Phillips. O primeiro é diretor do genoma humano e manifestou que é “cientista crente”, porque “não acho conflito entre estas duas visões de mundo”; e deixou isso explicado em seu último livro, cujo título dispensa comentários: “A linguagem de Deus”.

Já Phillips, outro Nobel de Física em 1997, observou: “Há tantos colegas meus que são cristãos, que eu não conseguiria cruzar o salão paroquial da minha igreja sem encontrar pelo menos uma dezena de físicos”.

Há várias outras galerias de ilustres crentes das ciências (hoje parece que aludir à ciência experimental para negar Deus tem a última palavra nas conversas), razão pela qual só podemos ter medo mesmo da nossa preguiça, que nos leva a evitar qualquer aspecto da realidade. Seria um investimento de tempo gratificante para conhecer o maravilhoso mundo que nos cerca.

Escrito por Enrique Chuvieco.

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Cientista protestante vai presidir Academia de Ciências do Vaticano https://portalconservador.com/cientista-protestante-vai-presidir-academia-de-ciencias-do-vaticano/ https://portalconservador.com/cientista-protestante-vai-presidir-academia-de-ciencias-do-vaticano/#comments Mon, 25 Apr 2011 21:58:35 +0000 http://portalconservador.com/?p=914 read more →]]> Academia Nobel – A Pontifícia Academia de Ciências é um conselho ocupado por grandes nomes da ciência mundial, que orienta o Papa em questões científicas. Werner Arber, biólogo molecular suíço, ganhador do Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, em 1978, é o primeiro protestante a presidir a Academia.

A Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano tem 80 membros, entre homens e mulheres. Eles não precisam ser necessariamente católicos. Cerca de um terço dos membros são vencedores do Prêmio Nobel. O suíço Werner Arber foi Prêmio Nobel de Medicina em 1978. Ele é professor aposentado de biologia molecular na Universidade da Basileia e, há trinta anos, membro desse conselho papal.

Há três meses ele se tornou presidente da instituição. O Swissinfo, um serviço do governo suíço de divulgação do país no exterior, fez uma entrevista com o cientista.

Werner-Arber-Portal-Conservador

Werner Arber

O senhor preside a Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano. Quais são suas funções nesse posto?

Werner Arber: Nós acompanhamos o progresso nas ciências e refletimos o que este significa para a sociedade. Periodicamente informo o Vaticano sobre as nossas reflexões.

Como primeiro protestante a chefiar a Pontifícia Academia de Ciências, o senhor é tratado de outra forma que se fosse católico?

W.A.: Eu não posso responder essa questão, pois não tenho referências. Presumidamente tornei-me presidente porque as pessoas perceberam que sou um cientista que demonstra ter um amplo campo de interesses.

O Papa determina quais são os temas a serem analisados pela Pontifícia Academia de Ciências?

W.A.: Vez ou outra, na verdade raramente, o Vaticano manifesta um desejo.

Há alguns anos organizamos uma conferência sobre o “Momento da Morte”. A questão era determinar se uma pessoa está morta quando seu coração ou o cérebro param.

Esse foi um tema sugerido pelo Papa.

Quais foram as conclusões tiradas pela Academia?

W.A.: Depois de consultar especialistas da área médica, chegamos à conclusão que a morte do cérebro é mais importante do que a do coração. Em todo caso, é possível reanimar alguém depois que seu coração cessa de bater.

Mas, honestamente, constatamos que nunca é possível determinar esse quadro na base dos segundos. Existem pessoas que vivem há anos em um quadro de coma. A medicina levanta a questão de saber quando é eticamente responsável retirar um órgão.

Além disso, o Vaticano interessa-se pela pergunta: qual é o momento em que a alma abandona o corpo. Obviamente não foi possível respondê-la do ponto de vista científico.

Então a Pontifícia Academia de Ciências parece ser um órgão independente, de fato, do Vaticano?

W.A.: Sim, ela tem uma longa história. Dizem que existe há mais de quatrocentos anos, desde o tempo de Galileu Galilei. Foi um momento em que a Igreja cometeu muitos erros frente à ciência. Porém o Vaticano tem consciência disso e reabilitou Galileu em 1992.

Qual é o nível de influência da Pontifícia Academia de Ciências em relação ao Papa?

W.A.: Eu diria que, vez ou outra, o Papa adota nossas reflexões e as utiliza em seu conhecimento. Suas decisões são, então, influenciadas por elas.

O que une o Papa às ciências?

W.A.: São questões como saber o que é a verdade!

Muitas outras pessoas também refletem sobre isso, sejam religiosas ou não.

O que é a verdade? De onde venho? O que irá ocorrer no futuro? São também questões da evolução: qual a diferença entre a vida e a não-vida?

Por trás da evolução o Papa vê um “Creator Spiritus”, uma força que planejou de forma direcionada a evolução, Deus. Como o senhor analisa essa visão?

W.A.: As ciências não podem até hoje – o que talvez seja possível em centenas de anos, não sei – provar se Deus existe ou não, não importando o que seja.

Como cientista, não vejo nenhum desejo primordial de criar o ser humano.

Para ser sincero, nós precisamos determinar: é possível afirmar muita coisa sobre a verdade, mas eu, como pesquisador da evolução, não posso dizer como surgiu a primeira forma de vida.

Como a ciência explica isso?

W.A.: A ciência fala de auto-organização.

Podemos dar informações detalhadas sobre como a evolução funciona nos dias de hoje. Podemos falar sobre a evolução cósmica ou sobre a evolução da vida. Se sabe quando o sol terá consumido toda sua energia e deixará de ser o sol.

Isso é parte de uma evolução natural. Até então teremos as diversas formas de vida sobre o nosso planeta.

Como devemos entender essa análise?

W.A.: Precisamos definir o que é a vida.

A definição da NASA, a Agência Espacial Americana, contém dois critérios para a vida: em primeiro lugar, ele deve ser capaz de se reproduzir, ou seja, ter crias; em segundo, a população deve ser capaz de se adaptar às novas condições de vida, deve passar por uma evolução independente.

Esse é o caso no nosso planeta. Todos os seres vivos são capazes de fazê-lo. Eu parto do princípio que isso é uma boa definição do que é a “vida”.

O que pensam os Papas sobre essa ampla definição?

W.A.: Em 1995, o Papa João Paulo II confirmou em uma audiência com a Academia que é preciso levar em consideração que a vida passa por uma evolução e possa se adaptar a outras condições. Ele não disse que isso é um fato concreto, mas sim que é preciso levar esse ponto em consideração.

O Papa Bento XVI não afirmou até agora nada contra isso. Porém que eu saiba, ele também nunca debateu profundamente essa questão. Pessoas próximas do Papa me disseram que a Igreja Católica vê na evolução biológica e cósmica um processo de permanente criação.

Há alguns anos as universidades papais oferecem um programa denominado STOQ (de science, theology and the ontologigcal quest, ou ciência, teologia e a questão ontológica, a parte da filosofia que trata da natureza do ser). Eu faço parte da comissão de planejamento desse programa.

STOQ organiza seminários com a presença de cientistas, teólogos, filósofos, filósofos da ciência e historiadores da ciência. Neles discutem-se os pontos de confluência entre conhecimentos das ciências naturais, doutrinas teológicas e a verdade.

Nesse programa discute-se também a questão de saber se a diferença feita pela Igreja Católica entre homens e mulheres é justificável?

W.A.: Tanto na Academia como também nesse programa atuam mulheres. Eu não sei se a posição da mulher na sociedade e na Igreja já foi um tema neles. No projeto STOQ – assim como na Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano – são debatidas questões ligadas às ciências naturais e não sociais.

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