O governo cubano utilizou-se de todos os meios a seu alcance – os quais não são poucos – para representar o seu longo período de permanência no poder como um dos períodos mais bem-sucedidos em toda a história da nação. Toda a etapa da era republicana é rechaçada nos mais duros termos, segundo a versão do regime de que todos os políticos de outrora nada faziam senão agir em seu próprio benefício e a visar seu auto-enriquecimento às custas do povo.
A propaganda fala em “triunfos” sócio-econômicos que somente a revolução castrista poderia ter conquistado. E tais “conquistas” são apresentadas à opinião pública internacional como um exemplo a ser seguido pelos países subdesenvolvidos. “Temos o primeiro lugar em Educação entre os países do Terceiro Mundo e que supera vários países industrializados. E nos aproximamos, rapidamente, dos primeiros lugares do mundo.”
Segundo o discurso oficial do Partido Comunista, até 1958, a Saúde Pública era “ineficiente”. Era utilizada pelos políticos para a obtenção votos. Entretanto, as estatísticas da época dizem o contrário.
Cuba tinha em 1958 a taxa mais baixa de mortalidade infantil de toda a América Latina, com 40 mortes para cada mil recém-nascidos. A taxa cubana daquele ano era significativamente superior às da França (41,9), Japão (48,9), e Itália (52,8). Não obstante, em 1994, em todo o mundo os avanços na medicina tornaram possível a Cuba reduzir este índice a 9,9, taxa inferior às registradas por estas mesmas nações (França 7,0; Japão 4,0; e Itália 8,0).
A redução da mortalidade infantil de Cuba foi possível graças a uma grande queda na taxa de natalidade, bem como por um aumento do número de abortos. Durante o período de 1990-1995, Cuba apresentou a menor taxa de natalidade em toda a América Latina e o dobro da taxa de abortos de todos os países em questão.
Os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que no período de 1950-1954, Cuba possuía um médico para cada 960 habitantes. Comparado com 30 outros países, isso significa que Cuba superava a Escócia (970), Bélgica (980), Inglaterra (1.200), Brasil (3.000) e o México (2.400). Consequentemente, Cuba ocupava até então o 10º lugar do mundo e o primeiro da América Latina. Este índice só foi superado em 1976. Cuba ainda continua a possuir o melhor índice médico/habitante da América Latina, mas a sua classificação em relação ao restante do mundo passou do 13º para o 24º lugar.
Em termos totais de médicos e dentistas, Cuba possuía o terceiro lugar da América Latina, depois da Argentina e do Uruguai. No ano de 1957, segundo as estatísticas da ONU, Cuba tinha 128 médicos e dentistas para cada 1.000 habitantes. Trata-se da mesma posição ocupada pela Holanda, superior à do Reino Unido (122).
A educação também é apresentada como uma “grande conquista da revolução”. É verdade que foi feita uma grande quantidade de investimentos, que escolas de primeiro e segundo grau foram inauguradas, bem como centros pré-universitários e universitários. Mas todos esses assim chamados “centros de aprendizagem” seguem a regra máxima marxista segundo a qual “a escola é o melhor caminho para a introdução da ideologia”.
Apesar dos efeitos altamente perturbadores de duas guerras de independência cubanas, o analfabetismo não era alto em inícios do século, quando o conflito terminou. Ao chegarem ao fim as lutas do século passado, apenas 28 pessoas em cada 100 habitantes com mais de 10 anos não sabiam ler e escrever. Atualmente, de cada 100 pessoas com mais de 10 anos, somente 16 não sabem ler nem escrever. Após uma campanha de alfabetização em massa, o analfabetismo em Cuba foi reduzido a apenas 12,9 por cento.
Durante o curso de 1955-56, o ensino das escolas do primário registrou um índice de matrícula de 1,032 alunos para cada 10,000 habitantes. Taxa superior às registradas durante os períodos de 1988-89 (866,5), e em 1989-90, este último de 841,6.
No ensino superior, em 1955-56, registrou-se uma taxa de matrículas de 38 estudantes para cada 10.000 habitantes. No curso de 1965-1966, a matrícula foi de 34 alunos. Em 1970-71, matricularam-se 41 alunos para cada 10.000 cidadãos.
Declina o consumo de carne e de cereais
De acordo com o anuário da Organização das Nações Unidas (ONU) de 1960, Cuba ocupava o terceiro lugar no consumo per capita de calorias. O relatório do consumo de carnes de 1991, realizado pela FAO (Food and Agriculture Organization), indica que Cuba decaiu de 33 quilogramas no consumo anual de carne por habitante a apenas 23 quilogramas. O consumo de cereais também caiu de 106 quilogramas anuais em fins da década de 1940 para 100 quilogramas meio século depois.
Em 1958, um relatório anual da ONU situa Cuba em 4º lugar no número de jornais (58) entre todos os países da América Latina, somente superada pelo México, Argentina e Brasil, todos com populações muito maiores do que Cuba, sobressaindo-se neste aspecto. Nesse mesmo ano, Cuba estava à frente de todos os outros países da região em número de estações de rádio e televisão. Enquanto Cuba possuía 23 estações de televisores em 1958, detinha o México apenas 12 e a Venezuela 10. Cuba tinha, ademais, 160 estações de rádio, deixando para trás a Austrália (83), Reino Unido (62) e a França (50). O relatório colocava Cuba em oitavo lugar mundial no indicador de disponibilidade dos meios de comunicação.
As exportações de Cuba em 1958 eram muito superiores às do Chile e da Colômbia. Estes países agora superam-na. Nesse ano, somente as exportações de Cuba para os Estados Unidos ascenderam a $861,000,000 dólares. Segundo o Fundo Monetário Internacional, em 1998 Cuba era o último país em taxa de crescimento das exportações de todos os 20 países latino-americanos aos quais tais dados estavam disponíveis. Isto classifica Cuba atualmente na posição nada invejável de ser ultrapassada pelo pobre e miserável Haiti.
Os dados acima podem ajudar as pessoas a compreender a enorme redução do padrão de vida que a sociedade cubana teve de suportar como resultado do experimento delirante e cruel ao qual foi submetida nos últimos 40 anos.
Fontes: Discursos de Fidel Castro; ONU, anuário estatístico de 1995; Banco Nacional de Cuba, 1994; Boletim ONU, 1995; Anuário Estatístico CEPAL; Adolf Hitler: Mein Kampf; Leví Marrero et al.: Geografía de Cuba, La Habana, 1957; JUCEPLAN: Censo población y vivienda, 1970; Anuário Estatístico de Cuba, 1957; Anuário Estatístico de Cuba, 1989.
Alberto Iglesias, Cuba Free Press.
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