Muitos pensam que o Estado que se diz defensor da “igualdade social” e que promove políticas assistencialistas pode ser algo bom. Fazemos as seguintes perguntas: “Porque não ajudar o próximo?”; “O Estado deve ser responsável pelo auxilio aos mais necessitados?”; “ Porque isso não funciona, embora seja tão propagandeado?”.
Desde pequenos aprendemos a ter compaixão pelo próximo; nada é mais honroso do que ajudar um necessitado. Contudo, não podemos ser ingênuos: devemos nos lembrar que sempre há pessoas que usam a bondade dos outros para realizar objetivos perversos. Os melhores exemplos desta prática covarde são ditadores comunistas, tais como Stálin, Hitler, Mao-Tsé-Tung, Pol-Pot, Fidel Castro e Hugo Chávez, os quais prometeram um mundo sem classes e com igualdade social.
No entanto, quando chegaram ao poder, rapidamente suprimiram todo tipo de liberdade e direitos individuais, transformando seus países, na prática, em espectros miseráveis de nação. O Estado, como qualquer outra organização, tem seus limites administrativos, e quando confiamos em utopias, estamos a abrir mão de nossa liberdade em troca do “Bem Estar Social”. Isso me faz lembrar as palavras de Benjamin Franklin, um dos pais fundadores dos EUA: “Aqueles que abrem mão da liberdade essencial por um pouco de segurança temporária não merecem nem a liberdade, nem a segurança”. Sim, foram “maravilhosas” e utópicas ideias que resultaram nas piores desgraças da humanidade, muitas executadas pelos ditadores acima listados, e mais alguns de seus “genéricos”. O Estado deve ser limitado para garantir liberdade e eficiência de serviços (saúde, segurança e educação) ao seu povo, além de incentivar o trabalho e o empreendedorismo como forma de distribuir as riquezas e as oportunidades, eliminando políticas assistencialistas que na prática servem como meio para estabelecer o “voto de cabresto”. Lembro-me de um velho ditado que dizia que “O importante não é dar o peixe, mas ensinar a pescar”.
Esse ditado consegue explicar porque políticas assistencialistas são maléficas para a sociedade. Nossa geração é mimada, pois todos os seus desejos são atendidos pelo Estado, acabando por criar cidadãos eternamente dependentes deste mesmo Estado (alguns até recusando empregos para não perder seus benefícios). Como dizia Frédéric Bastiat: “Governo é aquela ficção, em que todos acreditam que podem viver à custa dos outros”. Não devemos imputar ao Estado nossas responsabilidades, pois a benevolência é algo individual, permitindo que, voluntariamente, os indivíduos organizem instituições para fins de caridade. Nunca devemos fugir da realidade acreditando em ideias utópicas de “mundo perfeito”, “paraíso na terra”, “sociedade sem classes” e demais devaneios arquitetados por mentes maléficas. Devemos, sim, responsabilizar sempre o indivíduo concreto por seus atos; afinal, não existe Estado, sociedade ou governo destituído de indivíduos. Muito menos se pode pensar em uma ética que não seja pautada pelo esmero na conduta individual.
Dante Henrique Mantovani
Doutor em Estudos da Linguagem pela Universidade Estadual de Londrina
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