Ciência e Fé – Portal Conservador https://portalconservador.com Maior Portal dirigido ao público Conservador em língua portuguesa. Sun, 15 Sep 2019 12:30:20 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.8.1 65453639 Youtuber pede que universitários assinem petição para proteger ovos de águia, e depois uma para proteger fetos https://portalconservador.com/youtuber-pede-que-universitarios-assinem-peticao-para-proteger-ovos-de-aguia-e-depois-uma-para-proteger-fetos/ https://portalconservador.com/youtuber-pede-que-universitarios-assinem-peticao-para-proteger-ovos-de-aguia-e-depois-uma-para-proteger-fetos/#respond Sun, 15 Sep 2019 12:30:20 +0000 https://portalconservador.com/?p=4498 read more →]]> Will Witt, Youtuber estado-unidense do canal PragerU, conduziu uma experiência no Echo Park, em Los Angeles, ponto de encontro comum entre universitários da cidade. Nela, Will pede pra que pessoas aleatórias assinem uma petição pela proteção dos ovos de águia.


Todos assinam imediatamente, felizes da vida. Afinal, quem é o ser maligno que quer fazer mal às pobres águias ainda dentro de seus ovos? Uma das mulheres, ao assinar a petição, diz “águias são gente também”. “Espero que você salve as águias”, disse outra.

Logo em seguida das conversas amenas envolvendo águias, Will vai para a próxima etapa da experiência. Ele vira a folha e pede pra que assinem uma petição pela proteção de fetos humanos. Então tudo muda de figura.

A mesma mulher que disse que “águias são pessoas também”, diz que é “pró-aborto”, e que portanto não assinaria.

Uma outra, a que disse que espera a salvação das águias, também se recusa a assinar, porque é pró-aborto.

Uma mulher justifica a aparente contradição, dizendo que “uma mulher deve ter mais direitos do que uma águia”. Outra diz que “uma mulher tem o direito de tomar decisões sobre o próprio corpo”, e adiciona: “bebês são nojentos”.

O vídeo, intitulado “Um ovo de águia é mais valioso do que um humano?” causou polêmica e conta com mais de 500.000 visualizações.

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Luiz Felipe Pondé explica por que deixou de ser ateu https://portalconservador.com/luiz-felipe-ponde-explica-por-que-deixou-de-ser-ateu/ https://portalconservador.com/luiz-felipe-ponde-explica-por-que-deixou-de-ser-ateu/#comments Fri, 20 Jul 2018 13:21:30 +0000 https://portalconservador.com/?p=4421 read more →]]> A revista Veja da semana passada (13/7) publicou entrevista interessante com o filósofo Luiz Felipe Pondé, de 52 anos. Responsável por uma coluna semanal na Folha de S. Paulo e autor de livros, Pondé costuma criticar certezas e lugares-comuns bem estabelecidos entre seus pares. Professor da Faap e da PUC, em São Paulo, o filósofo também é estudioso de teologia e considera o ateísmo filosoficamente raso, mas não é seguidor de nenhuma religião em particular. Pondé diz que “a esquerda é menos completa como ferramenta cultural para produzir uma visão de si mesma. A espiritualidade de esquerda é rasa. Aloca toda a responsabilidade do mal fora de você: o mal está na classe social, no capital, no estado, na elite. Isso infantiliza o ser humano. Ninguém sai de um jantar inteligente para se olhar no espelho e ver um demônio. Não: todos se veem como heróis que estão salvando o mundo por andar de bicicleta”. Sobre sexo, ele diz: “Eu considero a revolução sexual um dos maiores engodos da história recente. Criou uma dimensão de indústria, no sentido da quantidade, das relações sexuais – mas na maioria elas são muito ruins, porque as pessoas são complicadas.”

Leia aqui mais alguns trechos da entrevista:

Por que a política não pode ser redentora?

O cristianismo, que é uma religião hegemônica no Ocidente, fala do pecador, de sua busca e de seu conflito interior. É uma espiritualidade riquíssima, pouco conhecida por causa do estrago feito pelo secularismo extremado. Ao lado de sua vocação repressora institucional, o cristianismo reconhece que o homem é fraco, é frágil. As redenções políticas não têm isso. Esse é um aspecto do pensamento de esquerda que eu acho brega.

Essa visão do homem sem responsabilidade moral. O mal está sempre na classe social, na relação econômica, na opressão do poder. Na visão medieval, é a graça de Deus que redime o mundo. É um conceito complexo e fugidio. Não se sabe se alguém é capaz de ganhar a graça por seus próprios méritos, ou se é Deus na sua perfeição que concede a graça. Em qualquer hipótese, a graça não depende de um movimento positivo de um grupo. Na redenção política, é sempre o coletivo, o grupo, que assume o papel de redentor. O grupo, como a história do século 20 nos mostrou, é sempre opressivo.

Em que o cristianismo é superior ao pensamento de esquerda?

Pegue a ideia de santidade. Ninguém, em nenhuma teologia da tradição cristã – nem da judaica ou islâmica –, pode dizer-se santo. Nunca. Isso na verdade vem desde Aristóteles: ninguém pode enunciar a própria virtude. A virtude de um homem é anunciada pelos outros homens. Na tradição católica – o protestantismo não tem santos –, o santo é sempre alguém que, o tempo todo, reconhece o mal em si mesmo. O clero da esquerda, ao contrário, é movido por um sentimento de pureza. Considera sempre o outro como o porco capitalista, o burguês. Ele próprio não. Ele está salvo, porque reclica lixo, porque vota no PT, ou em algum partido que se acha mais puro ainda, como o PSOL, até porque o PT já está meio melado. Não há contradição interior na moral esquerdista. As pessoas se autointitulam santas e ficam indignadas com o mal do outro.

Quando o cristianismo cruza o pensamento de esquerda, como no caso da Teologia da Libertação, a humildade se perde?

Sim. Eu vejo isso empiricamente em colegas da Teologia da Libertação. Eles se acham puros. Tecnicamente, a Teologia da Libertação é, por um lado, uma fiel herdeira da tradição cristã. Ela vem da crítica social que está nos profetas de Israel, no Antigo Testamento. Esses profetas falam mal do rei, mas em idealizar o povo. O cristianismo é descendente principalmente desse viés do judaísmo.

Também o cristianismo nasceu questionando a estrutura social. Até aqui, isso não me parece um erro teológico. Só que a Teologia da Libertação toma como ferramenta o marxismo, e isso sim é um erro. Um cristão que recorre a Marx, ou a Nietzsche – a quem admiro –, é como uma criança que entra na jaula do leão e faz bilu-bilu na cara dele. É natural que a Teologia da Libertação, no Brasil, tenha evoluído para Leonardo Boff, que já não tem nada de cristão. Boff evoluiu para um certo paganismo Nova Era – e já nem é marxista tampouco. A Teologia da Libertação é ruim de marketing. É como já se disse: enquanto a Teologia da Libertação fez a opção pelo pobre, o pobre fez a opção pelo pentecostalismo.

O senhor acredita em Deus?

Sim. Mas já fui ateu por muito tempo. Quando digo que acredito em Deus, é porque acho essa uma das hipóteses mais elegantes em relação, por exemplo, à origem do universo. Não é que eu rejeite o acaso ou a violência implícitos no darwinismo – pelo contrário. Mas considero que o conceito de Deus na tradição ocidental é, em termos filosóficos, muito sofisticado. Lembro-me sempre de algo que o escritor inglês Chesterton dizia: não há problema em não acreditar em Deus; o problema é que quem deixa de acreditar em Deus começa a acreditar em qualquer outra bobagem, seja na história, na ciência ou sem si mesmo, que é a coisa mais brega de todas. Só alguém muito alienado pode acreditar em si mesmo. Minha posição teológica não é óbvia e confunde muito as pessoas. Opero no debate público assumindo os riscos do niilista. Quase nunca lanço a hipótese de Deus no debate moral, filosófico ou político. Do ponto de vista político, a importância que vejo na religião é outra. Para mim, ela é uma fonte de hábitos morais, e historicamente oferece resistência à tendência do Estado moderno de querer fazer a cura das almas, como se dizia na Idade Média – querer se meter na vida moral das pessoas.

Por que o senhor deixou de ser ateu?

Comecei a achar o ateísmo aborrecido, do ponto de vista filosófico. A hipótese de Deus bíblico, na qual estamos ligados a um enredo e um drama morais muito maiores do que o átomo, me atraiu. Sou basicamente pessimista, cético, descrente, quase na fronteira da melancolia. Mas tenho sorte sem merecê-la. Percebo uma certa beleza, uma certa misericórdia no mundo, que não consigo deduzir a partir dos seres humanos, tampouco de mim mesmo. Tenho a clara sensação de que às vezes acontecem milagres. Só encontro isso na tradição teológica.

Via CACP.

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Confissão de fé de 25 cientistas; entre eles, seis Nobel https://portalconservador.com/confissao-de-fe-de-25-cientistas-entre-eles-seis-nobel/ https://portalconservador.com/confissao-de-fe-de-25-cientistas-entre-eles-seis-nobel/#comments Sun, 20 Jul 2014 00:56:15 +0000 http://portalconservador.com/?p=890 read more →]]> Johannes Kepler (1571-1630), um dos maiores astrônomos:

Deus é grande, grande é o seu poder e infinita a sua sabedoria. Louvai-o, céu e terra, sol, lua e as estrelas com sua própria linguagem. Meu Senhor e meu Criador! A magnificência de tuas obras que eu quero anunciar aos homens na medida em que a minha inteligência limitada possa compreender.”

Copérnico (1473- 1543), fundador da mundovisão moderna:

“Quem vive em estreito contato com a ordem, mais realizado é, e a sabedoria divina faz-nos sentir mais estimulados para as aspirações mais sublimes. Quem não adora o arquiteto de todas estas coisas?”

Newton (1643- 1727), fundador da física teórica clássica:

“O que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um vasto oceano. O arranjo maravilhoso e a harmonia do universo não poderiam senão sair de um ser onisciente e onipotente.”

Linneo (1707- 1778) fundador da botânica sistemática:

“Eu vi passar perto de mim o Deus eterno, infinito, onisciente e onipotente e eu prostrei-me de joelhos em adoração.”

Alessandro Volta (1745- 1827), descobriu as noções básicas da eletricidade:

“Eu confesso a minha  santa, católica, apostólica, romana. Agradeço a Deus que me deu esta  e tenho toda a intenção de viver e morrer nela.”

Ampere (1775- 1836), descobriu a lei fundamental da corrente elétrica:  

“Quão grande é Deus, e quão pequena é a nossa ciência que parece uma nano-pequenez!”

Cauchy (1789- 1857) insigne matemático:

“Eu sou cristão, ou seja, acredito na divindade de Cristo, como todos os grandes astrônomos e todos os grandes matemáticos do passado.”

Gauss (1777- 1855), um dos maiores matemáticos e cientistas alemães:

“Finalmente, quando chegar a nossa última hora, será grande e inefável a nossa alegria ao vermos que em todo o nosso trabalho, apenas vislumbramos a infinitude do Criador.”

Liebig (1803- 1873), célebre químico:

“A grandeza e sabedoria infinita do Criador só se irão realmente revelar a quem fizer esforços para tirar as suas ideias do grande livro da natureza.”

Robert Mayer (1814- 1878), cientista naturalista (Lei da conservação da energia):

“Acabo a minha vida com a convicção que brota do fundo do meu coração: a verdadeira ciência e a verdadeira filosofia não podem ser outra coisa senão uma propedêutica da religião cristã.”

Secchi (1803- 1895), célebre astrônomo:

“Ao olhar para o céu chego a Deus num ápice.”

Darwin (1809- 1882), Teoria da evolução:

“Eu nunca neguei a existência de Deus. Acho que a teoria da evolução é perfeitamente compatível com a crença em Deus. O argumento máximo da existência de Deus parece-me que é a impossibilidade de demonstrar e compreender a imensidão do universo, sublime em todas as medidas, e que os homens tenham sido fruto do acaso.”

Thomas Edison (1847- 1931), o inventor mais fecundo, 1200 patentes:

“O meu maior respeito e minha máxima admiração vai para todos os engenheiros, especialmente o maior de todos: Deus”.

C.L. Schleich (1859- 1922), célebre cirurgião:

“Eu me tornei crente à minha maneira, pelo microscópio e a observação da natureza, e quero, na medida em que estiver ao meu alcance, contribuir para a plena concórdia entre a ciência e a religião.”

Marconi (1874- 1937), inventor da telegrafia sem fios, Prêmio Nobel 1909:

“Declaro com orgulho: sou crente. Acredito no poder da oração, não só como católico, mas também como cientista.”

Millikan (1868- 1953), grande físico americano, Pr:emio Nobel 1923:

“Posso garantir, com toda decisão, que a negação da carece de toda base científica. A meu ver, jamais se encontrará uma verdadeira contradição entre a e a ciência.”

Eddingtong (1882- 1946), célebre astrônomo inglês:

“Nenhum dos inventores do ateísmo foi naturalista. Todos eles foram filósofos muito medíocres.”

Albert Einstein (1879- 1955), fundador da física contemporânea (teoria da relatividade e Prêmio Nobel 1921):

“Todo aquele que está seriamente comprometido com o cultivo da ciência chega a convencer-se de que, em todas as leis do universo, está manifesto um espírito infinitamente superior ao homem e diante do qual nós, com nossos poderes, devemos nos sentir humildes.”

Plank (1858- 1947), fundador da física quântica, Prêmio Nobel 1918:

“Nada nos impede disso, e o impulso do nosso conhecimento o exige… relacionar mutuamente a ordem do universo e o Deus da religião. Deus está para o crente no início dos seus discursos; para o físico, no término deles.”

Schrödinger (1887- 1961), criador da mecânica ondulatória, Prêmio Nobel 1933:

“A obra-prima mais fina é a feita por Deus, segundo os princípios da mecânica quântica.”

Howard Hathaway Aiken (1900-1973), pai do cérebro eletrônico:

“A física moderna me ensina que a natureza não é capaz de ordenar a si mesma. O universo supõe uma enorme massa de ordem. Por isso, requer uma “Causa Primeira” grande, que não está submetida à segunda lei da transformação da energia e que, por isso, é sobrenatural.”

Wernher Von Braun (1912- 1977), construtor alemão- americano dos foguetes espaciais:

“Acima de tudo está a glória de Deus, que criou o grande universo, que o homem e a ciência vão escrutinando e investigando dia após dia em profunda adoração.”

Charles Townes (1915), físico, Prêmio Nobel de física 1964 por descobrir os princípios do laser:

“Como religioso, sinto a presença e intervenção de um ser Criador que vai além de mim mesmo, mas que está sempre perto. A inteligência teve algo a ver com a criação das leis do universo.”

Allan Sandage (1926-2010), astrônomo profissional, calculou a velocidade com que o universo se expande e sua idade pela observação das estrelas distantes:

“Eu era quase um ateu na infância. A ciência foi o que me levou à conclusão de que o mundo é muito mais complexo do que podemos explicar. O mistério da existência só pode ser explicado mediante o sobrenatural.

Um cartão e uma surpresa

Um jovem universitário viajava ao lado de um venerável idoso que estava rezando seu terço. O jovem se atreveu a dizer-lhe: “Por que, ao invés de rezar o terço, o senhor não se dedica a aprender a instruir-se um pouco mais? Eu posso lhe indicar alguns livros para que se instrua”.

O ancião lhe disse: “Eu gostaria que você me enviasse o livro a este endereço” – e lhe entregou seu cartão, no qual estava escrito: “Luis Pasteur, Instituto de Ciências de Paris”.

O universitário ficou envergonhado. Havia pretendido dar conselhos ao mais famoso sábio da sua época, o inventor das vacinas, admirado no mundo inteiro… e devoto do terço.

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Prêmios Nobel que defendem a harmonia entre ciência e fé https://portalconservador.com/premios-nobel-que-defendem-a-harmonia-entre-ciencia-e-fe/ https://portalconservador.com/premios-nobel-que-defendem-a-harmonia-entre-ciencia-e-fe/#respond Tue, 19 Nov 2013 01:06:55 +0000 http://portalconservador.com/?p=803 read more →]]> Às vezes, as notícias científicas encolhem o coração de alguns católicos, porque estes acham que elas colidem supostamente com determinados aspectos do cristianismo. É mais o “boom” cultural-divulgativo que prende a opinião pública que os argumentos científicos expostos em um e outro sentido, em todo caso inconclusivos, sobre a existência de Deus. É maravilhoso conhecer mais a natureza e os fenômenos ao nosso redor, e é preciso afastar qualquer suspeita de que estas descobertas estejam em contradição com a Revelação.

O peso de Galileu

A meu ver, o que subjaz nos preconceitos de alguns cristãos com relação à ciência é mais o complexo de culpa por alguns erros cometidos por eclesiásticos durante os 20 séculos de existência da Igreja.

Por exemplo, o caso Galileu, pelo qual alguns pontífices pediram perdão. Sobre o erro não há antídoto para ninguém, nem antes nem agora, assim como tampouco há receitas. Sobre estas, estamos muito acostumados a pedi-las no mundo católico, para economizar esforços no aprofundamento das questões.

Atualmente, há vozes científicas discordantes que negam a existência de Deus, da alma ou equiparam o ser humano a qualquer animal da escala da vida. Saber que falam partindo de suas ideologias nos poupará alguns sofrimentos. Além disso, há outros muitos que foram ou são católicos.

Nem a favor nem contra Deus

É preciso deixar claro: a ciência experimental não pode se pronunciar sobre a existência ou não de Deus, simplesmente porque seu estudo se centra na matéria e na forma de abordá-la. O que um científico pode dizer é que o que conhece dela é perfeitamente compatível com a existência de um Deus criador e, a partir daqui, continuará analisando e submetendo a matérias a provas, para desvendá-la ou aprofundar em suas leis.

Muitos cientistas relevantes e Prêmios Nobel manifestaram sua crença em um Deus transcendente. Pasteur (1822–1895), um dos três fundadores da microbiologia, era católico praticamente e afirmou: “Quanto mais conheço, mais minha fé se assemelha à de um simples camponês”. Einstein (1879–1955), Prêmio Nobel de Física em 1921, disse que “a ciência sem a religião fica manca; a religião sem a ciência fica cega”.

Seis anos mais tarde, outro Nobel de Física, Arthur Compton, descobridor dos raios cósmicos e da reflexão, polarização e espectros de raios-X, sublinhou: “Para mim, a fé começa com a compreensão de que uma inteligência suprema deu o ser ao universo e criou o homem. Não me custa ter essa fé, porque a ordem e inteligência do cosmos dão testemunho da mais sublime declaração jamais feita: ‘No princípio Deus criou'”.

Mais atrevido e provocador foi Max Born, outro Nobel de Física em 1954, que qualificou de “idiotas” os que defendem que “o estudo da ciência leva ao ateísmo”. Já o Nobel de Física Arno Penzias (1933-), descobridor da radiação cósmica de fundo, afirmou: “Se eu não tivesse outros dados a não ser os primeiros capítulos do Gênesis, alguns dos Salmos e outras passagens das Escrituras, teria chegado essencialmente à mesma conclusão quanto à origem do Universo que a que os dados científicos nos oferecem”.

Derek Barton (1918–1998), Nobel de Química em 1969, manifestou que não havia “incompatibilidade alguma entre a ciência e a religião, porque a ciência demonstra a existência de Deus”. Assim como Born, Christian B. Anfinsen, Nobel de Química em 1972, chamou de “idiotas” os que “são capazes de ser ateus”.

Desenvolvedor da espectroscopia do laser, pela qual obteve o Nobel em 1981, Arthur Schawlow afirmou que, “quando a pessoa se depara com as maravilhas da vida e no universo, inevitavelmente se pergunta por que as únicas respostas possíveis são de cunho religioso… Tanto no universo como em minha própria vida, tenho necessidade de Deus”.

A lista é quase interminável. Mas podemos citar alguns cientistas atuais: Francis Collins e William D. Phillips. O primeiro é diretor do genoma humano e manifestou que é “cientista crente”, porque “não acho conflito entre estas duas visões de mundo”; e deixou isso explicado em seu último livro, cujo título dispensa comentários: “A linguagem de Deus”.

Já Phillips, outro Nobel de Física em 1997, observou: “Há tantos colegas meus que são cristãos, que eu não conseguiria cruzar o salão paroquial da minha igreja sem encontrar pelo menos uma dezena de físicos”.

Há várias outras galerias de ilustres crentes das ciências (hoje parece que aludir à ciência experimental para negar Deus tem a última palavra nas conversas), razão pela qual só podemos ter medo mesmo da nossa preguiça, que nos leva a evitar qualquer aspecto da realidade. Seria um investimento de tempo gratificante para conhecer o maravilhoso mundo que nos cerca.

Escrito por Enrique Chuvieco.

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Fé e razão: Bento XVI responde a um cientista ateu https://portalconservador.com/fe-e-razao-bento-xvi-responde-a-um-cientista-ateu/ https://portalconservador.com/fe-e-razao-bento-xvi-responde-a-um-cientista-ateu/#respond Mon, 14 Oct 2013 00:09:19 +0000 http://portalconservador.com/?p=921 read more →]]> Bento XVI escreveu em 30 de agosto uma carta de 11 páginas ao matemático ateu Piergiorgio Oddifreddi, em resposta a um ensaio provocador que este ultimo havia publicado no início do ano ainda antes da renúncia do Sumo Pontífice. Oddifreddi escreveu:

“[…] Uma resposta surpreendente, que de fato me surpreendeu por duas razões. Inicialmente, porque o papa leu um livro que desde a capa se apresentava como uma “introdução luciferina ao ateísmo”. Depois, porque ele se propôs a comentá-lo e discutir a respeito.

Aliás, não foi por acaso que eu havia endereçado minha carta aberta a Ratzinger. Depois da leitura de sua “Introdução ao Cristianismo” […], eu compreendi que a Fé e a doutrina de Bento XVI, diferentemente das dos outros, eram suficientemente coerentes e aguerridas para estar em medida de afrontar muito bem ataques diretos. Um diálogo com ele, ainda que imaginado à distância, poderia, pois, confirmar-se estimulante e nada banal, algo para afrontar com cabeça erguida.

Escrevendo meu livro como um comentário ao seu, eu tentei encorajar a possibilidade, ainda que distante, de que um dia o destinatário poderia de fato a receber. Eu havia pois baixado os tons sarcásticos de outros ensaios, escolhendo um estilo de permuta entre professores “em igualdade”, obviamente em sentido acadêmico do termo. Eu havia acentuado os argumentos intelectuais sobre os quais eu esperava atrair sua atenção, sem renunciar a atacar de frente os problemas internos da fé e suas relações exteriores com a ciência.

Meu foco não foi falseado, já que atingiu sua meta: que obviamente não era de tentar “converter o papa”, mas de expor honestamente as perplexidades, e às vezes incredulidade, de um matemático sobre a fé. Do mesmo modo a carta de Bento XVI não procura “converter o ateu”, mas lhe remete honestamente a perplexidade simétrica, e às vezes incredulidade, de um cristão muito especial sobre o ateísmo.

O resultado é um dialogo entre a fé e a razão que, como o assinala Bento XVI, permitiu a ambos um confronto franco, por vezes duro, no espírito dessa corte de Gentios que ele mesmo havia sugerido em 2009. Se eu esperei algumas semanas para tornar pública sua participação no diálogo, é porque eu queria estar certo de que ele não desejava mantê-la privada.

Já que recebi a confirmação, eu lhes adianto aqui uma parte da sua carta, que é deveras longa e detalhada para ser reproduzida na sua inteireza, sobremodo no preâmbulo filosófico. Ela estará em breve numa nova versão do meu livro, despojada das partes em que ele preferiu não se delongar, mas enriquecido de uma nota para incluir a descrição do início e desenrolar do que parece ser um exemplo único na história da Igreja: um diálogo entre um papa teólogo e um matemático ateu. Opostos em quase tudo, mas unidos em torno de um único objetivo: a busca da Verdade com letra maiúscula.”

Excertos da carta de Bento XVI a Odifreddi publicadas no quotidiano La Reppublica:

“Professor Oddifreddi, (…) eu quereria agradecer-lhe por ter buscado, até nos detalhes, confrontar-se ao meu livro e assim a minha fé; em grande parte é bem isso que eu descrevera em meu discurso à Cúria Romana na ocasião do Natal 2009. Eu devo igualmente agradecer-lhe pela fidelidade com a qual o senhor tratou meu texto, procurando sinceramente fazer-lhe justiça. Meu julgamento a respeito do seu livro é de que ele é um tanto contraditório. Eu li certas partes com prazer e proveito. Em outras partes, porém, eu me surpreendi com certa agressividade e ousadia na argumentação. (…)

Por várias vezes, o senhor me fez notar que a teologia seria uma espécie de ciência-ficção. Por outro lado e curiosamente, o senhor reteve meu livro como digno de discussão tão detalhada. Permita-me, pois, indicar-lhe quatro pontos relativos a tal questão:

  1. É correto afirmar que a “ciência” no sentido mais estrito do termo, seriam somente as matemáticas, mas o senhor me aponta uma oportuna distinção suplementar entre aritmética e geometria. Em todas essas matérias científicas, os métodos científicos têm suas próprias formas segundo a particularidade de seu objeto. Assim, o essencial é aplicar o método verificável, excluir o arbitrário e garantir a racionalidade nas diferentes modalidades respectivas.
  2. O senhor deveria ao menos reconhecer que, no domínio da história e do pensamento filosófico, a teologia produziu resultados duráveis.
  3. Uma função importante da teologia é a de manter a religião ligada à razão e a razão à religião. Estas duas funções são de uma importância essencial para a humanidade. Em meu diálogo com Habermas, eu demonstrei que existem patologias da religião e – não menos perigosas – patologias da razão. Ambas precisam uma da outra e mantê-las constantemente conectadas é um dever importante da teologia.
  4. Entretanto, a ciência-ficção existe no campo das mais variadas ciências. O que o senhor expõe a respeito das teorias concernindo o início e fim do mundo em Heisenberg [ndr: Nobel de Física de 1932], Schrödinger  [ndr: Nobel de Física de 1933], etc., eu o designaria como ciência-ficção no correto sentido do termo: trata-se de visões e antecipações para chegar ao verdadeiro conhecimento, mas justamente são apenas e precisamente imagens com as quais se procura aproximar-se da realidade. O grande estilo da ciência-ficção é encontrado sobremaneira na teoria da evolução. O gene egoísta de Richard Dawkins é um exemplo clássico de ciência-ficção. Jacques Monod [ndr: Nobel de Física de 1965] escreveu frases que seguramente ele mesmo inseriu em sua obra como se tratando apenas de ciência-ficção. Eu cito “a aparição dos Vertebrados tetrápodes… tem justamente sua origem no fato que um peixe primitivo ‘escolheu’ ir explorar a terra, sobre a qual ele era, no entanto, incapaz de se deslocar senão pulando aleatoriamente e criando deste modo, como conseqüência de uma modificação de comportamento, a pressão seletiva graças à qual se teriam desenvolvido os membros robustos dos tetrápodes. Entre os descendentes desse audacioso explorador, qual Magellan da evolução, alguns podem correr a uma velocidade superior a 70 km/h… (citação segundo a edição italiana “Il caso e la necessità”, Milão 2001, pp.117 e seguintes)

Por todos os temas discutidos até aqui, trata-se de um diálogo sério pelo qual – como eu disse repetidas vezes – eu sou grato. Entretanto não posso dizer o mesmo a respeito do capítulo sobre o sacerdote e sobre a moral católica e muito menos sobre os capítulos a respeito de Jesus. Quanto ao que o senhor diz a respeito do abuso moral de menores da parte de sacerdotes, eu posso – como o senhor bem o sabe – somente encarar o fato com profunda consternação. Eu jamais procurei mascarar tais coisas. Que o poder do mal penetre até esse ponto o mundo da fé é para nós um sofrimento que, de um lado, nós devemos suportar, porém de outro, nós devemos fazer o possível a fim de que casos similares não se reproduzam mais. Não é tampouco uma consolação saber que, de acordo com pesquisas sociológicas, a porcentagem de sacerdotes incriminados não é mais elevada que a que se apresenta para outras categorias similares. Em todo caso, não se deveria apresentar de modo ostensivo esse desvio como mácula específica do catolicismo. Se não se é permitido calar-se diante do mal na Igreja, tampouco se deve silenciar o rastro luminoso de bondade e pureza que a fé cristã traçou no decurso dos séculos. Cumpre lembrar-se das grandes personagens puras que a fé produziu – de Bento de Núrcia e sua irmã Escolástica, de Francisco e Clara de Assis a Teresa de Ávila e João da Cruz, grandes santos da caridade como Vicente de Paulo e Camilo de Lélis até Madre Teresa de Calcutá e as grandes nobres personagens do século XIX. E é verdade que a fé ainda hoje impulsiona muitas pessoas ao amor desinteressado, ao serviço dos outros, à sinceridade e à justiça. (…)

O que o senhor diz a respeito do personagem de Jesus não é digno do seu status de cientista. Se o senhor coloca a questão como se, a respeito do personagem de Jesus finalmente nós não soubéssemos nada, e que como personagem científica nada é aceitável, então eu poderia somente e decididamente convidá-lo a se tornar um pouco mais competente do ponto de vista histórico. Para tanto, eu lhe recomendo sobretudo os quatro volumes que  Martin Hengel (Faculdade de teologia protestante de Tübingen) publicou com Maria Schwemer: é um exemplo excelente de precisão histórica e de amplas informações históricas. Em contrapartida, o que o senhor diz sobre Jesus é uma ousadia que o senhor não deveria repetir. É um fato incontestável que na exegese muito se escreveu a respeito com falta de seriedade. O seminário americano sobre Jesus que o senhor cita, nas pp. 105 e seguintes, apenas confirma uma vez mais o que Albert Schweitzer escrevera a respeito de “Leben-Jesu-Forschung” (Pesquisa sobre a vida de Jesus) e que o tal dito “Jesus histórico” é no máximo o reflexo das idéias dos autores. No entanto, tais formas de trabalho mal redigidas não comprometem de modo algum a gravidade da pesquisa histórica séria, que nos trouxe verdadeiro conhecimento no que concerne o anúncio e o personagem de Jesus. (…) Ademais, eu impugno com vigor sua afirmação (p. 126), segundo a qual eu teria apresentado a exegese histórico-crítica como um instrumento do anticristo. Tratando da narração das tentações de Jesus, eu apenas retomei a tese de Soloviev de acordo com a qual a exegese histórico-crítica pode ser utilizada igualmente com o anticristo – isso é um fato incontestável. No entanto, em um mesmo momento – e em particular na premissa do primeiro volume do meu livro Jesus de Nazaré – eu esclareci de modo notório que a exegese histórico-crítica é necessária para uma fé que não propõe mitos com imagens históricas, mas que requer um método histórico verdadeiro: Assim, cumpre igualmente que o senhor apresente a realidade histórica de suas asserções de maneira científica. Por isso, não é nada correto para o senhor dizer que eu estaria interessado somente nos fundamentos imutáveis: bem ao contrário, todos os meus esforços tiveram por objetivo mostrar que o Jesus do Evangelho é igualmente o real Jesus histórico, ou seja, que se trata de uma história que realmente ocorreu. (…)

No 19°capítulo de seu livro, nós retornamos aos aspectos positivos do seu diálogo com meu pensamento. (…) Ainda que sua interpretação de João 1,1 esteja bem distante do que o evangelista quis dizer, existe todavia uma convergência que cabe ser mencionada. Porém, se o senhor pretende substituir Deus por “Natureza”, cumpre saber pois quem é essa natureza ou o que é. O senhor não a define em parte alguma e ela acaba por aparecer como uma divindade irracional que não explica nada. Eu gostaria sobretudo lhe fazer notar que em sua religião das matemáticas, três temas fundamentais da existência humana não são considerados: a liberdade, o amor e o mal. Surpreende o fato que com um simples gesto o senhor liquide a liberdade que no entanto foi e ainda é o valor fundamental da época moderna. Em seu livro, o amor não aparece de modo algum, assim como não há alguma informação a propósito do mal. O que importa o que diz ou não a neurobiologia a respeito da liberdade, no drama real de nossa história, ela está presente como uma realidade determinante e deve ser levada em consideração. No entanto, sua religião matemática nada diz sobre o mal. Uma religião negligente das buscas fundamentais permanece vazia de sentido.

Professor, minha crítica ao seu livro é em parte dura. Mas a franqueza faz parte do diálogo; o conhecimento só pode crescer desse modo. O senhor foi bem franco e eu espero que aceite minha crítica com o mesmo espírito. Em todos os casos, eu avalio positivamente o fato que através de sua confrontação com minha introdução ao cristianismo, o senhor tenha procurado um diálogo aberto com a Fé da Igreja Católica e que, não obstante os contrastes, no campo central, há várias convergências. Com minhas saudações cordiais e votos de uma boa continuação em seu trabalho.”

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Karl Kienitz, professor do ITA, fala sobre ciência e fé cristã https://portalconservador.com/karl-kienitz-professor-do-ita-fala-sobre-ciencia-e-fe-crista/ https://portalconservador.com/karl-kienitz-professor-do-ita-fala-sobre-ciencia-e-fe-crista/#respond Thu, 15 Mar 2012 14:47:24 +0000 http://portalconservador.com/?p=900 read more →]]> Karl Kienitz é engenheiro de eletrônica formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em 1983. Concluiu seu mestrado no ITA em 1985 e obteve o doutorado em Engenharia Elétrica na Escola Politécnica Federal de Zürich (ETHZ), Suíça, em 1990. Foi oficial engenheiro da ativa da FAB até 1993 e atualmente é Professor Associado do ITA. Foi bolsista de pesquisa da Fundação Alexander von Humboldt e pesquisador visitante do Centro Aeroespacial Alemão (DLR) em 1996/7 e 2004/5. É Pesquisador de Produtividade em Pesquisa do CNPq (nível 2).

De janeiro de 2007 a fevereiro de 2011, Karl coordenou o Curso de Graduação em Engenharia Eletrônica do ITA, que em 2009 foi reconhecido pelo MEC como o melhor curso de engenharia do país. Sua atuação profissional concentra-se nas áreas de Engenharia Elétrica e Engenharia Aeroespacial, com ênfase em Sistemas de Controle.

Karl mantém um site pessoal sobre Fé e Ciência no endereço www.freewebs.com/kienitz.

Em entrevista concedida ao Origem e Destino, Karl faz uma reflexão objetiva sobre ciência e fé cristã.

Muitos cientistas, no início da ciência moderna, eram cristãos. Qual foi a importância da visão de mundo cristã para o desenvolvimento da ciência moderna?

Karl-Kienitz-Portal-ConservadorMuitos cientistas desde o início – e não apenas no início – da ciência moderna têm sido cristãos. Ciência depende de certos pressupostos devidamente organizados acerca do mundo. E foi na cultura europeia do final da Idade Média, permeada pelo Cristianismo, que condições adequadas a esse respeito se apresentaram propiciando o desenvolvimento do método experimental da ciência como o conhecemos. Cristãos como Robert Grosseteste e o seu aluno Roger Bacon (século XIII) estiveram entre os primeiros a enfatizar o uso da experimentação para aferir afirmações sobre fenômenos naturais, e deixaram clara uma sólida motivação para tal, enraizada numa visão de mundo cristã. Foram seguidos pelos primeiros cientistas modernos propriamente ditos, cristãos como Agricola, Kepler, Pascal e Boyle. Séculos mais tarde, o cristão James Joule continuaria enfatizando a ligação positiva entre fé cristã e ciência ao dizer que “após conhecer e obedecer à vontade de Deus, o próximo alvo deve ser conhecer algo dos Seus atributos de sabedoria, poder e bondade evidenciados nas obras de Suas mãos.” Pois ciência mostrou servir de modo sobremodo excelente para conhecer, explorar e fazer bom uso das “obras de Suas mãos”, de tudo aquilo que Deus criou. 

Para fazer ciência é necessário pressupor que as ferramentas da ciência – a lei da lógica, a lei da causalidade, o princípio da uniformidade – sejam verdadeiras. A visão de mundo cristã tem algo a dizer sobre essas ferramentas da ciência?

A visão de mundo cristã não chancela esta ou aquela ferramenta da ciência, da filosofia ou de outro ramo da atividade intelectual humana. Mas ela pode nos predispor a esperar que elas funcionem, como acontece no caso das três citadas. Por exemplo, a Bíblia nos revela que Deus é consistente em seu governo da criação, e não cheio de caprichos. Portanto podemos de antemão esperar descobrir padrões regulares no estudo da natureza. Esse tipo de argumento comprovadamente contribuiu para que se investigasse a natureza com uma sistemática que foi sendo aperfeiçoada, resultando no método científico. 

Em casos específicos, é possível reconhecer ainda outras contribuições das convicções cristãs. Deixe-me ilustrar com dois exemplos. Kepler servia-se de suas descobertas para destacar a glória e sabedoria do Criador. Galileu argumentava que não se pode presumir que os caminhos e pensamentos de Deus sejam os nossos, e por isso aplicou-se a observar sistematicamente o mundo que Ele criou.

Em síntese, eu não chegaria a dizer que uma visão de mundo cristã foi a base da ciência moderna. A base da ciência moderna foi o árduo trabalho de pessoas de intelecto invejável, tenazmente dedicadas ao estudo da natureza. Mas sua visão cristã do mundo decisivamente as motivou e favoreceu no desenvolvimento e uso do método científico.

Stephen Jay Gould, destacado paleontólogo, biólogo evolucionista e filósofo da ciência, que lecionou em Harvard, e faleceu em 2002, afirmou que cristianismo e ciência podem coexistir, pois ocupam lugares separados na vida humana. O senhor concorda?

Cristianismo e ciência têm coexistido na cultura ocidental, basta estudar história da ciência para constatá-lo. Quando Gould tenta explicar que isso ocorre porque os dois “ocupam lugares separados na vida humana”, não acompanho seu raciocínio. De que “lugares separados” ele estaria falando? Contudo sei que para cientistas como James Clerk Maxwell e Max Planck, cristianismo e ciência não têm apenas coexistido; têm existido em união. Planck reiterou que os dois “combatem unidos numa batalha incessante contra o ceticismo e o dogmatismo, contra a descrença e a superstição”. E Maxwell sugeriu que “os cristãos cujas mentes dedicam-se à ciência são chamados a estudá-la para que sua visão da glória de Deus possa ser tão extensa quanto possível”.

O senhor acredita em milagres?

No Moderno Dicionário da Língua Portuguesa (Melhoramentos), milagre é definido como “fato que se atribui a uma causa sobrenatural”. Existem fatos que eu atribuo a causas sobrenaturais. Considero a ressurreição de Jesus Cristo o mais significativo deles.

Não é uma contradição que um cientista acredite em milagres?

Não, pois é o materialista e não o cientista que crê que tudo (no sentido mais amplo do termo) pode ser explicado – ou algum dia o será – em termos de leis naturais. 

Se milagres acontecem, há eventos com causas sobrenaturais. Isto é, o senhor atribui certos eventos a causas sobrenaturais quando, na realidade, esses eventos podem ter causas naturais ainda não descobertas. Essa crença não passaria a ideia de que o senhor acredita no Deus das lacunas?

Cientistas geralmente não fazem menção ao sobrenatural em suas assertivas por receio de cometerem a “falácia do deus das lacunas”, que consistiria em apelar para o sobrenatural quando de fato existiria uma explicação – ainda não conhecida – em termos de leis naturais. Quando uma pessoa crê que tudo pode(rá) ser explicado em termos de leis naturais, muitas vezes estará propensa a acusar outros da “falácia do deus das lacunas”, mesmo sem ter certeza de que um dia existirá uma explicação material/natural adequada. Em última análise, tal pessoa estará simplesmente rejeitando uma explicação que não lhe convém, acusando seu interlocutor de uma suposta “falácia” que pode muito bem não existir. Como exemplo cito a ressurreição de Jesus, para a qual é notória a falha das tentativas naturalistas de explicação. As alternativas – pouco honestas, infelizmente – são simplesmente negar ou ignorar o fato, grotescamente desconsiderando a evidência existente. 

Ao contrário do materialista, reconheço como distintos o conjunto daquilo “que é” e o conjunto daquilo “que pode(rá) ser sabido/conhecido por meios naturais”. No meu entender é equivocada uma mentalidade como a materialista, na qual a ontologia (a teoria daquilo que é) é derivada da epistemologia (a teoria daquilo que pode ser sabido). Cientistas que professam a fé cristã, e outros cientistas também (como por exemplo Gödel e Einstein) se opõe / opuseram a esse tipo de mentalidade. Eu creio no Deus pessoal e relacional revelado na Bíblia e sei que milagres acontecem. Como cientista tenho um padrão elevado para aceitar milagres, mas não os nego. Se eu algum dia for acusado da “falácia do deus das lacunas”, tal acusação será motivada pela fé materialista do acusador e não por falta minha de rigor científico. 

Norman Geisler, filósofo cristão, acredita que o materialismo e o naturalismo levam alguns cientistas a ignorar, por exemplo, o design inteligente. Por que a visão de mundo materialista é falsa?

Alvin Plantinga apresentou vários argumentos de peso contra o materialismo, por exemplo no artigo “Against Materialism”, publicado na revista “Faith and Philosophy”, em 2006. De um ponto de vista mais prático, eu considero que o principal descaminho do materialismo / naturalismo se manifesta no seu procedimento de procurar por explicações para o que talvez seja inacessível por princípio. Assim o materialista se fecha ao discernimento de que existe o perigo da falácia quando busca explicar o inexplicável.

Então, porque ainda existem materialistas e naturalistas?

De fato existem muitos materialistas e naturalistas apesar dos sólidos argumentos contra o materialismo e o naturalismo. A meu ver há (pelo menos) duas explicações possíveis para esse tipo de fenômeno, ambas apontadas por Blaise Pascal (na coletânea Pensèes, fragmentos 245, 259 e 277). (1) Tanto a razão quanto o hábito podem ser fontes de crenças. Muitas pessoas simplesmente adquiriram o hábito de serem materialistas / naturalistas e nunca lhes ocorreu refletir seriamente sobre sua visão de mundo. (2) As pessoas tem o poder de decidir sobre o que irão ou não pensar. Assim também refletir acerca da própria visão de mundo ocorre por decisão própria. Pascal diz que “o coração tem suas razões, que a razão desconhece. … o coração naturalmente ama a Deus, e também naturalmente a si mesmo, dependendo de a quem se entregar; e se endurece contra um ou outro de acordo com sua vontade”.

O que um materialista deve fazer para se tornar cristão?

À luz da minha resposta à pergunta anterior, considero que o primeiro passo é reconsiderar objetivamente a própria visão de mundo. Aqueles que desejam trabalhar uma argumentação mais detalhada podem ler os escritos de Alvin Plantinga e William Lane Craig. Aqueles que desejam excelentes textos, porém mais acessíveis, talvez prefiram os textos de Norman Geisler e Josh McDowell.

Qual deve ser o procedimento de um universitário cristão que está sendo confrontado com a visão de mundo materialista e naturalista?

Ao invés de responder a essa pergunta, eu gostaria de remeter a um texto do Prof. Alderi Souza de Matos (Universidade Presbiteriana Mackenzie), que trata de forma muito completa o que está sendo perguntado. Sua “Carta a um universitário cristão” pode ser lida em http://www.freewebs.com/kienitz/carta.htm.

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Cientista protestante vai presidir Academia de Ciências do Vaticano https://portalconservador.com/cientista-protestante-vai-presidir-academia-de-ciencias-do-vaticano/ https://portalconservador.com/cientista-protestante-vai-presidir-academia-de-ciencias-do-vaticano/#comments Mon, 25 Apr 2011 21:58:35 +0000 http://portalconservador.com/?p=914 read more →]]> Academia Nobel – A Pontifícia Academia de Ciências é um conselho ocupado por grandes nomes da ciência mundial, que orienta o Papa em questões científicas. Werner Arber, biólogo molecular suíço, ganhador do Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, em 1978, é o primeiro protestante a presidir a Academia.

A Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano tem 80 membros, entre homens e mulheres. Eles não precisam ser necessariamente católicos. Cerca de um terço dos membros são vencedores do Prêmio Nobel. O suíço Werner Arber foi Prêmio Nobel de Medicina em 1978. Ele é professor aposentado de biologia molecular na Universidade da Basileia e, há trinta anos, membro desse conselho papal.

Há três meses ele se tornou presidente da instituição. O Swissinfo, um serviço do governo suíço de divulgação do país no exterior, fez uma entrevista com o cientista.

Werner-Arber-Portal-Conservador

Werner Arber

O senhor preside a Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano. Quais são suas funções nesse posto?

Werner Arber: Nós acompanhamos o progresso nas ciências e refletimos o que este significa para a sociedade. Periodicamente informo o Vaticano sobre as nossas reflexões.

Como primeiro protestante a chefiar a Pontifícia Academia de Ciências, o senhor é tratado de outra forma que se fosse católico?

W.A.: Eu não posso responder essa questão, pois não tenho referências. Presumidamente tornei-me presidente porque as pessoas perceberam que sou um cientista que demonstra ter um amplo campo de interesses.

O Papa determina quais são os temas a serem analisados pela Pontifícia Academia de Ciências?

W.A.: Vez ou outra, na verdade raramente, o Vaticano manifesta um desejo.

Há alguns anos organizamos uma conferência sobre o “Momento da Morte”. A questão era determinar se uma pessoa está morta quando seu coração ou o cérebro param.

Esse foi um tema sugerido pelo Papa.

Quais foram as conclusões tiradas pela Academia?

W.A.: Depois de consultar especialistas da área médica, chegamos à conclusão que a morte do cérebro é mais importante do que a do coração. Em todo caso, é possível reanimar alguém depois que seu coração cessa de bater.

Mas, honestamente, constatamos que nunca é possível determinar esse quadro na base dos segundos. Existem pessoas que vivem há anos em um quadro de coma. A medicina levanta a questão de saber quando é eticamente responsável retirar um órgão.

Além disso, o Vaticano interessa-se pela pergunta: qual é o momento em que a alma abandona o corpo. Obviamente não foi possível respondê-la do ponto de vista científico.

Então a Pontifícia Academia de Ciências parece ser um órgão independente, de fato, do Vaticano?

W.A.: Sim, ela tem uma longa história. Dizem que existe há mais de quatrocentos anos, desde o tempo de Galileu Galilei. Foi um momento em que a Igreja cometeu muitos erros frente à ciência. Porém o Vaticano tem consciência disso e reabilitou Galileu em 1992.

Qual é o nível de influência da Pontifícia Academia de Ciências em relação ao Papa?

W.A.: Eu diria que, vez ou outra, o Papa adota nossas reflexões e as utiliza em seu conhecimento. Suas decisões são, então, influenciadas por elas.

O que une o Papa às ciências?

W.A.: São questões como saber o que é a verdade!

Muitas outras pessoas também refletem sobre isso, sejam religiosas ou não.

O que é a verdade? De onde venho? O que irá ocorrer no futuro? São também questões da evolução: qual a diferença entre a vida e a não-vida?

Por trás da evolução o Papa vê um “Creator Spiritus”, uma força que planejou de forma direcionada a evolução, Deus. Como o senhor analisa essa visão?

W.A.: As ciências não podem até hoje – o que talvez seja possível em centenas de anos, não sei – provar se Deus existe ou não, não importando o que seja.

Como cientista, não vejo nenhum desejo primordial de criar o ser humano.

Para ser sincero, nós precisamos determinar: é possível afirmar muita coisa sobre a verdade, mas eu, como pesquisador da evolução, não posso dizer como surgiu a primeira forma de vida.

Como a ciência explica isso?

W.A.: A ciência fala de auto-organização.

Podemos dar informações detalhadas sobre como a evolução funciona nos dias de hoje. Podemos falar sobre a evolução cósmica ou sobre a evolução da vida. Se sabe quando o sol terá consumido toda sua energia e deixará de ser o sol.

Isso é parte de uma evolução natural. Até então teremos as diversas formas de vida sobre o nosso planeta.

Como devemos entender essa análise?

W.A.: Precisamos definir o que é a vida.

A definição da NASA, a Agência Espacial Americana, contém dois critérios para a vida: em primeiro lugar, ele deve ser capaz de se reproduzir, ou seja, ter crias; em segundo, a população deve ser capaz de se adaptar às novas condições de vida, deve passar por uma evolução independente.

Esse é o caso no nosso planeta. Todos os seres vivos são capazes de fazê-lo. Eu parto do princípio que isso é uma boa definição do que é a “vida”.

O que pensam os Papas sobre essa ampla definição?

W.A.: Em 1995, o Papa João Paulo II confirmou em uma audiência com a Academia que é preciso levar em consideração que a vida passa por uma evolução e possa se adaptar a outras condições. Ele não disse que isso é um fato concreto, mas sim que é preciso levar esse ponto em consideração.

O Papa Bento XVI não afirmou até agora nada contra isso. Porém que eu saiba, ele também nunca debateu profundamente essa questão. Pessoas próximas do Papa me disseram que a Igreja Católica vê na evolução biológica e cósmica um processo de permanente criação.

Há alguns anos as universidades papais oferecem um programa denominado STOQ (de science, theology and the ontologigcal quest, ou ciência, teologia e a questão ontológica, a parte da filosofia que trata da natureza do ser). Eu faço parte da comissão de planejamento desse programa.

STOQ organiza seminários com a presença de cientistas, teólogos, filósofos, filósofos da ciência e historiadores da ciência. Neles discutem-se os pontos de confluência entre conhecimentos das ciências naturais, doutrinas teológicas e a verdade.

Nesse programa discute-se também a questão de saber se a diferença feita pela Igreja Católica entre homens e mulheres é justificável?

W.A.: Tanto na Academia como também nesse programa atuam mulheres. Eu não sei se a posição da mulher na sociedade e na Igreja já foi um tema neles. No projeto STOQ – assim como na Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano – são debatidas questões ligadas às ciências naturais e não sociais.

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Os 6000 anos da ‘Eva mitocondrial’ https://portalconservador.com/os-6000-anos-da-eva-mitocondrial/ https://portalconservador.com/os-6000-anos-da-eva-mitocondrial/#respond Wed, 15 Sep 2010 00:24:07 +0000 http://portalconservador.com/?p=1028 read more →]]> Provavelmente já ouviram falar da “Eva mitocondrial“. Se não ouviram, ainda vão a tempo. Há alguns anos, com base na genética, os cientistas concluíram que todos os seres humanos descendem de uma única mulher – a chamada Eva mitocondrial. Com base no ADN mitocondrial que, pelo que consta, apenas é transmitido pela mãe, conseguiram afunilar todos os seres humanos até uma só mulher.

Antes de continuar, convém dizer que os evolucionistas não acreditam que a Eva mitocondrial era a única mulher à face da Terra, naquela altura. Eles acreditam que ela foi a única mulher que produziu uma linhagem direta de descendentes até ao presente dia mas que co-existiu com outras mulheres.

Os criacionistas sempre rejubilaram com esta descoberta científica, pois reforça o que a Bíblia diz acerca da verdadeira história das origens:

“Chamou Adão à sua mulher Eva, porque era a mãe de todos os viventes.” (Génesis 3:20)

Uma das formas de os evolucionistas desconsiderarem este facto era afirmar que o relógio mitocondrial indicava que a Eva mitocondrial tinha vivido entre 100 a 200 mil anos. Lá se ia assim a história dos 6000 anos bíblicos. No entanto, este é um dado model-dependant, isto é, é necessário assumir a Evolução para estes números surgirem.

Como surgiram estas datas?

Como em todas as teorias das origens, como ninguém estava lá no início para accionar o cronómetro, é necessário assumir certas coisas.

Ocorrem mutações no ADN mitocondrial. Assumindo uma taxa de mutação relativamente constante, é possível usar estas mutações como um relógio biológico. Este relógio foi calibrado tendo em conta a crença de que os humanos e os chimpanzés partilham um ancestral comum. Por exemplo, crê-se que ambos partilharam um ancestral há X milhões de anos. O número de diferenças entre o ADN mitocondrial de um chimpanzé e de um ser humano é Y. Logo, a taxa de mutação é de Y/X. A partir deste valor, faz-se a extrapolação.

Uma data impensável

Alguns anos depois de se ter chegado a esta data, um novo estudo genético veio lançar para a mesa um número tabu para os evolucionistas. Baseando-se no ADN de um antigo czar russo, os investigadores descobriram que talvez o ADN mitocondrial esteja a sofrer mutações 20 vezes mais rápido do que se pensava [*1].

Os autores também fazem referência a um outro estudo onde os investigadores sequenciaram 610 pares de base do ADN mitocondrial de 357 indivíduos de 134 famílias diferentes e repararam que as mutações ocorrem com muito mais frequência do eles pensavam. Estudos evolutivos anteriores fizeram os investigadores pensar que iriam encontrar uma mutação a cada 600 gerações (uma a cada 12.000 anos). No entanto, ficaram “estonteados” por encontrarem alterações em 10 pares de base, o que dá uma mutação a cada 40 gerações (uma a cada 800 anos).

Mais para a frente, o artigo apresenta a controvérsia [meu destacado]:

“researchers have calculated that “mitochondrial Eve”–the woman whose mtDNA was ancestral to that in all living people–lived 100,000 to 200,000 years ago in Africa. Using the new clock, she would be a mere 6000 years old.” – (Os investigadores calcularam que a “Eva mitocondrial” – a mulher cujo mtADN foi ancestral de todos os seres humanos – viveu entre 100.000 a 200.000 anos atrás em África. Utilizando o novo relógio, ela teria uns meros 6000 anos)

Os autores tratam de salientar que “ninguém pensa que esse é o caso“, não vão os seus pares pensar que eles são criacionistas e vedar o acesso às publicações científicas e a uma carreira estável numa universidade. Fica claro, mais uma vez, que o que se está a discutir são visões do mundo e não evidência científica. “Ninguém pensa que esse é o caso” porque os autores são evolucionistas e, como tal, não podem pensar que esse é o caso.

CONCLUSÕES

1) Esta nova data de 6000 anos para a Eva mitocondrial é consistente com o relato bíblico sobre a primeira mulher que viveu na Terra. Apesar de não provar a Eva bíblica, é consistente com ela e foi algo que não foi previsto pelos evolucionistas;

2) As datas antigas atribuídas, primeiramente, à Eva mitocondrial deviam-se ao facto de se utilizarem crenças evolucionistas para calibrar os relógios moleculares. Utilizando as taxas de mutação actuais de seres humanos, a data obtida bate em cheio com a Eva bíblica – a mãe de todos os seres viventes;

3) Um cristão nunca deve duvidar da Palavra de Deus apenas porque as circunstâncias do momento parecem ir contra o que ela diz. A Eva mitocondrial foi de 200.000 a 6.000 anos num relativo curto espaço de tempo. Cabe agora aos evolucionistas recorrerem às suas explicações ad hoc para lançar fora este valor (sei de um leitor daqui do blogue que deve estar desejoso de apelar para as suas hipóteses auxiliares : P);

4) Nunca devemos esquecer que todos os cálculos sobre o passado não observável implicam assumir conjecturas que não são passíveis de repetição. Mesmo esta nova data assume certas conjecturas. Esta data de 6000 anos não deve ser o motivo pelo qual a nossa fé fica maior. Este dado apenas serve para mostrar que a ciência, quando correctamente estabelecida, e a bíblia, quando correctamente interpretada, nunca estarão em conflito.

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