fé – Portal Conservador https://portalconservador.com Maior Portal dirigido ao público Conservador em língua portuguesa. Mon, 24 Feb 2020 12:48:22 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.3.2 65453639 Mangueira leva Jesus negro, índio, mulher e crivado de balas para a Sapucaí https://portalconservador.com/mangueira-leva-jesus-negro-indio-mulher-e-crivado-de-balas-para-a-sapucai-1/ https://portalconservador.com/mangueira-leva-jesus-negro-indio-mulher-e-crivado-de-balas-para-a-sapucai-1/#comments Mon, 24 Feb 2020 12:44:37 +0000 https://portalconservador.com/?p=4695 read more →]]> Mangueira mostrou a força do samba como resistência a Jair Bolsonaro e teve o verso que fala que não existe “messias de arma na mão” ignorados na transmissão da Globo. Das arquibancadas, porém, uma sonora “homenagem” ao presidente abriu o desfile

Um “Jesus da gente” que apanha da polícia, mulher, indígena, foi crivado por balas na cruz e ressuscitou negro em meio à comunidade da favela. Com o enredo “A Verdade vos fará livre”, a Estação Primeira de Mangueira (ou de Nazaré, como é cantado nos versos) mandou recado direto sobre uma dita hipocrisia dos profetas da intolerância que apoiam o governo Jair Bolsonaro.


‌Os versos que remetem diretamente a Bolsonaro, que falam que “não tem futuro sem partilha, nem messias de arma na mão” foram ignorados por Fátima Bernardes e Alex Escobar na transmissão ao vivo da Globo. Mas, o presidente foi lembrado logo no início do desfile da escola com um sonoro “Eih, Bolsonaro, vai tomar no c*” vindo das arquibancadas.

Logo na Comissão de Frente, a Mangueira trouxe um Jesus indigente, como muitas vezes tratado na Bíblia, acompanhado de “apóstolos” marginalizados, que apanha da polícia e dança funk sobre a mesa da Santa Ceia.

Na sequência, um Jesus negro como mestre-sala reverencia a porta-bandeiras “Mangueira”.

No desfile, várias foram as diretas ao governo Jair Bolsonaro, além dos versos interpretados por uma bateria que tinha à frente a rainha Evelyn Bastos como Jesus mulher, que nas diversas entrevistas que deu indagou sobre como seriam os inúmeros casos de feminícidio se Cristo fosse mulher.

Uma ala da escola fez referência à máxima bolsonarista, um tanto esquecida, de que “bandido bom é bandido morto”. Logo atrás um Cristo crucificado gigante, com ares de menino do morro, é erguido crivado de balas em um carro que mostra ainda a crucificação de mulheres, LGBTs, indígenas e outras minorias.

Para fechar o desfile, a Mangueira ainda ressuscitou Jesus negro com manto verde e rosa ascendendo ao céu no meio da favela.

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Em pleno 2018, um novo cisma abala os cristãos https://portalconservador.com/em-pleno-2018-um-novo-cisma-abala-os-cristaos/ https://portalconservador.com/em-pleno-2018-um-novo-cisma-abala-os-cristaos/#respond Tue, 23 Oct 2018 20:33:08 +0000 https://portalconservador.com/?p=4278 read more →]]> Aleteia (23.10.2018) – Acaba de acontecer a maior ruptura desde o grande cisma de 1054.

No último dia 15 de outubro, o Patriarcado de Moscou rompeu com o Patriarcado Ecumênico de Constantinopla. Não se trata de uma ruptura teológica: o motivo é territorial e político. No dia 11, o patriarca ecumênico Bartolomeu I, de Constantinopla, tinha concedido a autocefalia (independência) à Igreja Ortodoxa na Ucrânia, que, até então, dependia da jurisdição russa. Em reação, o patriarca Kirill, de Moscou, rompeu a comunhão eucarística dos russos ortodoxos com o Patriarcado Ecumênico de Constantinopla e, por conseguinte, com todas as Igrejas ligadas a ele.

A medida representa um novo e grave cisma entre os cristãos, considerado o maior da história depois do grande cisma de 1054, que separou Constantinopla de Roma e que perdura até hoje. Este cisma de 2018 fragmenta a “comunhão plena” da ortodoxia, pela qual os sacerdotes de diferentes patriarcados podiam celebrar juntos e os fiéis de uma Igreja ortodoxa podiam receber os sacramentos em outra. Agora, isto deixa de valer para os russos, que se isolam da comunhão com os demais cristãos ortodoxos.

Para entender melhor o que aconteceu nesta metade de outubro, é preciso retornar alguns séculos na história.

O nascimento de Constantinopla

No ano 330 d.C., o imperador romano Constantino decidiu criar uma “nova Roma”: com a Roma antiga avançando inexoravelmente rumo à decadência, ele transferiu a capital do Império para a cidade de Bizâncio, que foi então renomeada em homenagem a ele e passou a ser chamada de Constantinopla. Trata-se da atual Istambul, a metrópole da Turquia moderna e uma das maiores cidades do planeta.

Em 381, o bispo de Constantinopla reivindicou um “primado de honra” entre as Igrejas cristãs devido à posição da cidade como capital imperial. Esse reconhecimento o destacaria entre os demais patriarcas cristãos e, em termos honoríficos, o colocaria logo abaixo do Papa, cuja sede continuava em Roma.

Depois da morte do imperador Teodósio, que, sediado em Constantinopla, foi o último a governar um Império Romano ainda unificado, consumou-se a fatídica divisão do Império Romano entre Oriente e Ocidente. A partir dessa divisão política, as pretensões do bispo de Constantinopla encontraram suficiente acolhimento no Concílio de Calcedônia, em 451, para alçá-lo a um posto de honra e lhe conceder jurisdição sobre várias dioceses. Esta decisão, porém, nunca foi reconhecida pelo Papa, dado que foi tomada depois que os legados de Roma no concílio já tinham retornado ao Ocidente.

O surgimento da “ortodoxia”

Em Constantinopla continuou a fortalecer-se a convicção de que cabia ao bispo local um patriarcado com autoridade absoluta, ainda que honorificamente inferior ao papado. A separação ia se tornando mais nítida com as diferenças culturais entre o mundo latino e o greco-oriental, que se estendiam também a certas concepções teológicas. Mas as diferenças mais críticas eram principalmente políticas: os imperadores do Oriente não queriam, afinal, que a Igreja do seu império estivesse submetida à autoridade estrangeira de um Papa sediado em Roma. Isto os levava de modo natural a apoiar as pretensões de independência dos patriarcas orientais.

Chegou a ocorrer um breve cisma entre os anos de 863 e 867, encerrado pelo patriarca Fócio, de Constantinopla. Mas o grande cisma não pôde ser evitado: em 1054, quando as relações com Roma já eram praticamente nulas, o patriarca Miguel Cerulário se empenhou em evitar as tentativas de restabelecê-las. Reabriram-se nesse contexto as polêmicas já iniciadas por Fócio, séculos antes, a respeito das diferenças entre os ritos e costumes latinos e os greco-orientais. Enfatizaram-se ainda discordâncias teológicas e, principalmente, deixou-se de reconhecer o primado de jurisdição do Papa, numa decisão em que as demais Igrejas do Oriente seguiram a de Constantinopla. O cisma estava consumado: o mundo cristão se dividiu então entre romanos e ortodoxos.

As diferenças entre ortodoxos e católicos

O termo “ortodoxo”, em grego, quer dizer “doutrinalmente correto“. No entanto, as diferenças no tocante à doutrina católica são muito poucas. A mais expressiva diz respeito à procedência do Espírito Santo: para os ortodoxos, Ele procede apenas de Deus Pai, enquanto os católicos professam que Ele procede do Pai e do Filho. Esta discordância teve grande peso no cisma de 1054, mas hoje é entendida como uma diferença de ênfase teológica e não propriamente como uma diferença de dogma.

A proximidade doutrinal é tão grande que a Igreja católica considera válidos os sacramentos celebrados pelas Igrejas ortodoxas. Isto também se deve ao fato de que a Igreja católica reconhece que as ortodoxas preservam legitimamente a sucessão apostólica.

Grosso modo, a grande questão que as mantém separadas é mesmo a do primado de jurisdição do Papa. Outras diferenças menores entre católicos e ortodoxos estão ligadas ao calendário, a normas disciplinares e a costumes culturais.

As diferenças dos ortodoxos entre si

Existem 14 Igrejas ortodoxas autocéfalas, ou seja, independentes umas das outras. Elas reconhecem o primado honorífico do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, mas não estão sujeitas à sua jurisdição. Esse primado tem caráter apenas simbólico: o patriarca de Constantinopla é comumente descrito, em latim, como “primus inter pares“, isto é, “o primeiro entre os iguais“.

Em termos doutrinais, todas essas Igrejas professam a mesma fé e celebram basicamente os mesmos ritos, com algumas diferenças culturais. As 14 Igrejas autocéfalas incluem os 4 patriarcados da antiguidade (Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém, que, junto com Roma, formavam a “pentarquia” do primeiro milênio cristão). As outras 10 são as Igrejas da Rússia, da Sérvia, da Romênia, da Bulgária, da Geórgia, de Chipre, da Grécia, da Polônia, da Albânia e, conjuntamente, a da República Tcheca e Eslováquia.

Existe também a Igreja Ortodoxa da América, sediada em Nova Iorque, mas a sua autocefalia não é reconhecida por todas as Igrejas – Constantinopla, emblematicamente, não a reconhece.

Rumando à unidade cristã

Até o século XX, os líderes da Igreja católica e das Igrejas ortodoxas não tinham realizado nenhum encontro desde o cisma de 1054. A primeira reunião aconteceu em 1964, quando o Papa Paulo VI se encontrou em Jerusalém com o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Atenágoras, e ambos levantaram as mútuas excomunhões que estavam em vigor havia 910 anos.

O diálogo foi se aprimorando cada vez mais a partir desse histórico reencontro. O Papa João Paulo II, um dos maiores propulsores do diálogo ecumênico e inter-religioso de todos os tempos, enfatizou com força a necessidade da “comunhão afetiva” antes de se chegar à “comunhão efetiva”.

O Papa Bento XVI viajou à Turquia em 2006 para visitar o Patriarca Ecumênico Bartolomeu, que retribuiu a visita em 2008 em plena festa de São Pedro e São Paulo: na ocasião, Papa e Patriarca deram uma homilia conjunta e rezaram juntos o credo em grego. No mesmo ano, Bartolomeu participou do Sínodo dos Bispos no Vaticano.

Em 2013, Bartolomeu compareceu à missa de inauguração do pontificado de Francisco, um fato inédito desde o cisma de 1054. Em 2014, Francisco e Bartolomeu repetiram o encontro de Paulo VI e Atenágoras para celebrar os 60 anos do encontro de Jerusalém. Pouco depois, Bartolomeu voltou a estar presente no Vaticano quando o Papa Francisco reuniu para um momento de oração os presidentes de Israel e da Palestina. Francisco ainda dedicou uma seção de sua encíclica Laudato Si’ aos ensinamentos de Bartolomeu sobre os cuidados que devemos ter com o meio ambiente. Em 2017, o Papa também se dispôs a alterar a data em que os católicos celebram a Páscoa, visando celebrá-la simultaneamente com os ortodoxos.

A tensa relação entre católicos e ortodoxos russos

Um dos mais importantes passos pendentes na aproximação entre as Igrejas ortodoxas e o catolicismo era o encontro entre um Papa e o Patriarca de Moscou.

Esse evento é particularmente importante devido ao grande peso da Igreja russa dentro do mundo ortodoxo: trata-se da mais numerosa das Igrejas ortodoxas autocéfalas, com cerca de 150 milhões de fiéis, praticamente a metade do total.

O encontro era dificultado principalmente por acusações de proselitismo dirigidas pelos ortodoxos russos aos católicos do país, embora apenas 1% dos russos sejam católicos.

As relações foram sendo aquecidas por encontros cada vez mais frequentes entre delegações das duas Igrejas.

Assim como seu antecessor, o Patriarca Kirill sempre se mostrou muito crítico no tocante à Igreja católica, mas, ao abrir o sínodo dos bispos ortodoxos russos em 2013, reconheceu “a necessidade de unir forças em defesa dos valores tradicionais cristãos e de se contrapor a algumas ameaças da modernidade, como a secularização agressiva, que ameaça as bases morais da vida social e privada, a crise dos valores da família e a perseguição e discriminação contra os cristãos no mundo”.

O longamente ansiado encontro entre um Papa e o Patriarca de Moscou finalmente aconteceu em fevereiro de 2016, quando Francisco e Kirill se reuniram em Havana durante a viagem apostólica do Papa a Cuba e ao México.

A tensa relação entre ortodoxos russos e ucranianos

Existem – ao menos até aqui – três grandes Igrejas Ortodoxas na Ucrânia.

A Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscou esteve sob a jurisdição russa desde 1686, por decisão do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla.

A Igreja Ortodoxa Autocéfala Ucraniana é uma dissidência surgida em 1921, reinstalada em 1990 após a queda do comunismo soviético e liderada hoje pelo metropolita Macarius.

Por fim, a Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Kiev é outra dissidência, fundada em 1992 e hoje liderada pelo patriarca Filaret.

A decisão tomada neste mês pelo Patriarca Ecumênico Bartolomeu, de Constantinopla, reabilitou Filaret, Macarius e os fiéis das suas Igrejas, que estavam excomungados. Os dois grupos voltaram, assim, à plena comunhão com o Patriarcado Ecumênico.

Juntas, essas duas Igrejas têm cerca de 14,5 milhões de fiéis e, agora, devem unificar-se numa nova Igreja Ortodoxa autocéfala. Isto quer dizer que essa nova Igreja ortodoxa se torna totalmente independente do Patriarcado de Moscou e passa a ser reconhecida por toda a ortodoxia – com exceção do próprio Patriarcado de Moscou.

O atrito entre as Igrejas da Rússia e da Ucrânia tem natureza política.

O presidente russo Vladimir Putin enxerga no Patriarcado de Moscou um importante braço da sua influência sobre a Ucrânia, país com o qual a Rússia está em guerra. A ocupação da Crimeia pela Rússia em 2014 piorou a já difícil relação entre os países. Putin também vê na Igreja Ortodoxa Russa um fator crucial para a hegemonia cultural da Rússia no Leste Europeu – e o patriarca Kirill é visto internacionalmente como um importante aliado do mandatário.

Por outro lado, o presidente ucraniano Petro Poroshenko fomenta por motivos óbvios a independência da Igreja ortodoxa em seu país. Ele próprio encaminhou ao patriarca Bartolomeu, em abril, o pedido de autonomia. Em agosto, Bartolomeu informou a Kirill sobre a iminência da autocefalia a ser concedida à Ucrânia, o que levou a Igreja Ortodoxa Russa a não mais mencionar o nome do patriarca ecumênico durante a liturgia.

Na segunda semana de outubro, Bartolomeu reuniu o sínodo de sua Igreja e reiterou a decisão de conceder a autocefalia aos ucranianos, o que, para os russos, é particularmente difícil de aceitar porque o próprio berço do cristianismo russo é Kiev, a capital da Ucrânia moderna.

Por enquanto, o novo cisma é a nova realidade das relações entre essas Igrejas e povos irmãos.

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Mais 10 filmes conservadores para você assistir – Parte 3 https://portalconservador.com/mais-10-filmes-conservadores-para-voce-assistir-parte-3/ https://portalconservador.com/mais-10-filmes-conservadores-para-voce-assistir-parte-3/#comments Sat, 17 Feb 2018 23:20:56 +0000 http://portalconservador.com/?p=3793 read more →]]> 1. Silêncio (2016)

Dirigido pelo famoso diretor americano Martin Scorsese e com participação de Liam Neeson (o Barão de Ibelin em Cruzada) como um padre jesuíta, o filme retrata a dura perseguição sofrida pelos católicos no Japão do século XVII, onde o cristianismo fora proibido. De um solo inicialmente fértil para a difusão do cristianismo (onde se apontava mais de trezentos mil fieis), a reunificação do Japão promovida por um novo governo proibiu as ordens católicas, infligindo até mesmo aos padres inimagináveis torturas. Contam-se mais de cinco mil e quinhentos mártires, recriando-se uma verdadeira fé primitiva: uma fé das cavernas. No Japão, chamavam-se Kakure Kirishitan: os cristãos escondidos.

2. Um Estado de Liberdade (2016)

Matthew McConaughey (aquele mesmo de Interestelar) é o fazendeiro Newton Knight, durante a Guerra civil americana (1861-1865). Knight luta pelo fim da escravidão, mas também contra a Secessão. Reunindo diversos fazendeiros do seu condado, chegou a instituir um pequeno Estado livre, formando a primeira comunidade inter-racial do sul dos Estados Unidos. É um filme baseado numa história real. Conservadores são em, grande medida, verdadeiros patriotas. Mas defender-se de um Estado autoritário é um direito natural. Entre o primeiro valor e o segundo, os conservadores tendem a optar pelo último.

3. Man Down (2017)

Man Down não foi distribuído no Brasil, apesar de contar com o estrelato de Shia Labeouf, o astro de Transformers. Man Down retrata o drama sofrido pelos veteranos do Exército norte-americano na Guerra do Afeganistão. Poucos militares podem sair sem sequelas – sejam físicas ou emocionais – num ambiente hostil em que se é testado todos os dias. A dor da perda dos amigos e dos familiares é permanente e irreversível – o suicídio é um problema recorrente no exército estadunidense. O filme pode ser encontrado em sites de torrent brasileiros com o seguinte título: “A Guerra (2017)”, o título mais apropriado seria “Homem ao Chão”.

4. O Sol é para Todos (1962)

Baseado no livro de mesmo nome, escrito por Harper Lee, O Sol é para Todos conta a história de um advogado branco, interpretado por Gregory Peck (ganhador do Oscar de Melhor Ator por este filme) que defende um homem negro da acusação de estupro de uma mulher branca, filha de um rico fazendeiro da região. O palco é uma cidadezinha do sul dos Estados Unidos da década de 30, onde negros são automaticamente culpados das acusações. A história é contada pela perspectiva das crianças, assumindo uma conotação pouco usual aos filmes do gênero.

5. Nocaute (2015)

Jake Gyllenhaal interpreta o lutador de boxe fictício “Billy Hope”, detentor do cinturão e invicto há 43 lutas. Imbatível, O Grande Hope não sabia o que lhe esperava – sua mulher morre num embate com um rival, atingida por uma bala perdida, e ele vê o que lhe é mais caro desmoronar rapidamente. “Nocaute”, podem dizer alguns, tem tudo para repetir o clichê dos filmes de boxe. Mas a vitória nos ringues aqui terá outro sentido, qual seja o de recuperar o amor de sua única filha. É um filme típico estadunidense, mas também valoroso como tal: individualidade e meritocracia, redenção, amor à família.

6. O Melhor Jogo da História (2005)

Shia Labeouf é o jovem Francis Ouimet, um pobre morador inglês que sempre sonhou em jogar golfe, um esporte elitizado numa sociedade inglesa do século XX. É um drama real que retratou a superação de um filho de operário imigrante, desde cedo reprimido de seus desejos de trabalhar com o esporte. Ouimet começou trabalhando como caddie e viria a ser um golfista talentoso, o primeiro amador a vencer o torneio US Open de golfe de 1913, desbancando os maiores golfistas profissionais de seu tempo, como Harry Verdon (interpretado por Stephen Dillane) e Ted Ray.

7. Tempo de Glória (1989)

“Tempo de Glória” é baseado em fatos reais, e Matthew Broderick (famoso por interpretar Ferris Bueller em Curtindo a Vida Adoidado, clássico de 1986) assume o papel do Coronel Robert Gould Shaw, um oficial branco destacado para comandar o primeiro batalhão composto unicamente de soldados negros durante a Guerra Civil Americana. O curioso é que o próprio ator é um descendente do Coronel Shaw. O filme que também conta com Denzel Washington (Oscar de Melhor Ator Coadjuvante pelo filme) retrata o preconceito típico dispensado aos negros da época, mas também o heroísmo de uma divisão inteira de negros – que em certo momento combate em solo com o próprio Shaw, lado a lado – para conquistar um forte inimigo.

8. Corações de Ferro (2014)

Normalmente a presença de Brad Pitt em qualquer filme tende a agradar bastante o público. Em Corações de Ferro, Pitt é o capitão Don “Wardaddy”, liderando um pequeno punhado de cinco soldados contra batalhões inteiras de nazistas. À parte dos típicos filmes hollywoodianos onde os protagonistas conseguem realizar proezas homéricas, Corações de Ferro deve ser visto pela qualidade técnica e pela temática principal – que não é necessariamente a guerra – mas a relação de amizade e companheirismo de cinco soldados que se veem como membros de uma mesma família. Quem desempenha papeis ainda mais importantes que o de Pitt, é certamente Logan Lerman (astro da série de livros Percy Jackson), no papel de um jovem que se recusa à fuzilar soldados rendidos, e Shia Labeouf no papel de Boyd ‘Bible’, o Bíblia, um militar metodista que roga a Deus em todos os momentos.

9. Trilogia Matrix (1999)

Poucos são aqueles que certamente não assistiram a trilogia e que permitiu a Keanu Reeves, no papel de “Neo” sua ascensão ao estrelato de Hollywood. Ocorre que os três filmes não poderiam estar excluídos de uma lista geral de filmes conservadores. A obra se revela filosófica, de difícil compreensão, não sendo incomum ser preciso assistir mais de uma vez. Ocorre que entre a “Matrix” e o mundo real há um descompasso. Escrevi um artigo explorando uma faceta do que vemos sendo uma das partes da matrix: a promiscuidade. O próprio filme é senão a própria pílula da verdade – viver na matrix ou encarar a dura verdade do mundo real.

10. O Livro de Eli

Denzel Washington estrela Eli, um andarilho num mundo pós-apocalíptico. No filme, pouco se sabe as razões de tamanha destruição – de certo, e por algum motivo, todos os livros religiosos foram queimados. Mas também o trabalho intelectual parece inexistir por completo. Poucos são os alfabetizados. “O Livro de Eli” é o seu bem mais precioso, e ele o protege à todo custo. Trata-se de um exemplar da Bíblia, tradução do Rei Jaime, a única disponível no mundo retratado. Eli precisa encontrar um lugar que lhe seja seguro. É um drama violento, mas com certas doses de religiosidade.

Gostaram da terceira parte? Vocês veem que ainda falta algum filme conservador? Deixem suas sugestões nos comentários (;

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Por que há 700 anos existe a tradição de tatuar cristãos em Jerusalém? https://portalconservador.com/por-que-ha-700-anos-existe-a-tradicao-de-tatuar-cristaos-em-jerusalem/ https://portalconservador.com/por-que-ha-700-anos-existe-a-tradicao-de-tatuar-cristaos-em-jerusalem/#respond Thu, 13 Jul 2017 20:39:16 +0000 http://portalconservador.com/?p=3831 read more →]]> Em Jerusalém vive uma família que há mais de 700 anos faz tatuagens nos cristãos coptos e nos peregrinos do mundo todo que visitam a Terra Santa.

A família Razzouk tem seu estúdio de tatuagem na cidade de Jerusalém. Atualmente, o responsável pelo negócio é Wassim Razzouk. Em declaração a CNA – agência em inglês do Grupo ACI –, o homem de 43 anos contou a origem e a importância desta tradição. “Somos coptos, viemos do Egito e, no Egito, existe uma tradição de tatuar os cristãos. Meus antepassados foram alguns dos que tatuavam os cristãos coptos”, expressou.

A primeira evidência das tatuagens cristãs remete aos séculos VI e VII na Terra Santa e no Egito. Com o tempo, esta prática começou a ser replicada nas comunidades cristãos das igrejas etíopes, armênias, sírias e maronitas. Atualmente, em algumas igrejas coptas, a tatuagem serve para identificar os cristãos e estes devem mostra-la quando querem ingressar em algum templo. Com o início das Cruzadas no ano 1095,o costume de tatuar os que concluíam sua peregrinação à terra Santa foi adotado pelos visitantes europeus. Também existem registros históricos que revelam que, por volta do ano 1600, os peregrinos continuavam realizando esta prática e este costume permaneceu até a atualidade.

A família Razzouk iniciou seu negócio de tatuagens há sete séculos no Egito e, após visitar Jerusalém como peregrinos, decidiram se instalar nesta cidade definitivamente por volta do ano 1750. “Nos últimos 500anos, temos tatuado os peregrinos na Terra Santa e esta tradição passou de pai para filho”, contou. Antigamente, esses artistas cristãos criavam suas próprias tintas para as tatuagens e utilizavam selos para plasmar as imagens na pele. Wassim deixou de usar a antiga receita familiar para a tinta, que era feita com fuligem e vinho e usava corantes esterilizados.


Ele usa quase todos os 168 selos de sua família, que tem centenas de anos. Ao contrário de seus antepassados, que aplicavam a tatuagem na pele somente com o selo, ele passa o desenho do selo para um papel, em seguida coloca sobre a pele para traçar o desenho e depois tatua a imagem com uma pistola.

Os desenhos mais solicitados pelos clientes são a cruz de Jerusalém – que tem cruzes pequenas em cada um de seus quatro lados –, as imagens da Virgem Maria, de São Miguel Arcanjo, da Ressurreição, cordeiros, rosas e a estrela de Belém. Wassim costuma acompanhar a imagem com o ano em que a pessoa concluiu sua peregrinação na Terra Santa.

Entre os clientes mais famosos da família Razzouk se encontra o Patriarca Ortodoxo de Jerusalém, Teófilo III, assim como vários líderes cristãos da Etiópia. Também buscaram seu trabalho cristãos provenientes de países onde sofrem perseguição e peregrinos de diferentes países de ritos cristãos. Um peregrino norte-americano chamado Matt Gates indicou a CNA que, apesar de ter muitas tatuagens, a que foi feita por Wassim “tem um significado especial”. “Acho que não existe melhor maneira para comemorar uma peregrinação do que neste estúdio”, expressou.

Uma tradição em perigo

Em 1947, durante a guerra pela independência de Israel, muitos dos palestinos que realizavam a prática das tatuagens cristãs fugiram de Jerusalém, entre eles os Razzouk. Quando terminou o conflito, esta família regressou e são os únicos na cidade que praticam o ofício há séculos, ao contrário das demais pessoas que se dedicavam a esse negócio. Outra circunstância que colocou em perigo a sobrevivência desta tradição familiar foi que, há cerca de dez anos, Wassim e seus irmãos decidiram estudar outras profissões.

“Eu não queria fazer isso. Não me interessava em tatuar e, como esta era uma espécie de responsabilidade, não queria”, expressou Wassim e comentou que optou por estudar hotelaria. Entretanto, um dia, estava lendo na internet uma entrevista que um meio de comunicação tinha feito com seu pai, Anton Razzouk, sobre o negócio das tatuagens. “Ele dizia que estava muito triste: pensava que esta tradição e o legado de nossa família iam terminar porque eu não queria dar continuidade”, contou.

Nesse momento, pensou que “eu queria ser aquela pessoa cujo nome estava escrito em algum lugar da história como quem interrompeu isso, a pessoa que acabou com tudo”. Wassim aprendeu com seu pai o trabalho das tatuagens e estudou as técnicas modernas. Introduziu mudanças no negócio como os procedimentos de saúde, segurança e esterilização dos instrumentos e tintas. Também mudou a sede do local dos becos do bairro cristãos de Jerusalém para a porta de Jaffa, que está localizada em uma área movimentada. Atualmente, Wassim trabalha com sua esposa Gabrielle e estão começando a ensinar aos seus filhos a arte da tatuagem cristã, embora tenham cuidado de não pressioná-los para que no futuro assumam o negócio familiar.

Postado originalmente em ACI Digital.

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Conheça mais 10 filmes obrigatórios para conservadores – Parte 2 https://portalconservador.com/conheca-mais-10-filmes-obrigatorios-para-conservadores-parte-2/ https://portalconservador.com/conheca-mais-10-filmes-obrigatorios-para-conservadores-parte-2/#comments Thu, 11 May 2017 23:07:37 +0000 http://portalconservador.com/?p=3376 read more →]]> 1. À Espera de um Milagre (1999)

Baseado num livro homônimo de Stephen King, “À Espera de um Milagre” conta a história de John Coffey (como o café, mas não se escreve igual) um detento negro sentenciado a morte por eletrocussão. John Coffey foi acusado de estuprar e matar duas irmãs gêmeas de nove anos em uma fazenda do estado da Louisiana. Interpretado por Michael Clarke Duncan, Coffey é um negro alto, forte e musculoso, mas com o comportamento de uma criança pura e infantil. Como poderia ele ter cometido um crime tão brutal? Essa é certamente a pergunta-chave de toda a narrativa. O chefe da prisão é Paul Edgecomb, interpretado por Tom Hanks, que se surpreende com a capacidade sobrenatural e dos dons milagrosos que aquele desconhecido detento negro possui. Marmanjos ou donzelas, preparem os lenços.

2. O Resgate do Soldado Ryan (1998)

Dirigido por Steven Spielberg, poucos teriam sido aqueles que não assistiram este que foi um dos maiores filmes de guerra norte-americana da indústria de Hollywood. Mas certamente não poderia faltar a esta lista. “O Resgate do Soldado Ryan” conta a história do Capitão Miller, interpretado por Tom Hanks, envolvido numa busca condenada ao fracasso de resgatar apenas um único soldado: James Ryan, que perdeu todos os seus três irmãos nos combates da Segunda Guerra Mundial. Inúmeros soldados do batalhão do Capitão Miller morreram na guerra para salvar apenas um único homem. Patriotismo, lealdade, honra, coragem… Os valores ensinados são diversos.

3. Doze Homens e Uma Sentença (1957)

“12 Homens e uma sentença” já foi refilmado em algumas oportunidades, a que se destaca a refilmagem de 1997. Mas o que nos interessa é a versão em preto e branco de 1957, interpretado por Henry Fonda (pai do sobrenome Fonda no cinema norte-americano) no papel do Jurado de número #8. Aqui não interessa o nome dos jurados. Certamente um grande mérito do diretor Sidney Lumet, em retratar um típico processo penal da justiça americana. Do gênero drama, o filme faz uma defesa implícita dos princípios penais e da justiça. Não devem restar dúvidas sobre uma condenação, e mais além: pré-julgamentos são crimes contra a justiça. Uma grande obra para os amantes do Direito.

4. Karol – O Homem que se tornou Papa (2005)

O polonês Piotr Adamczyk interpreta São João Paulo II na história de sua vida. O papa e agora santo da Igreja era um mero jovem estudante polonês de 18 anos quando assistiu a sua amada Polônia ser dominada pelos nazistas, e nos anos seguintes, pelos comunistas. Conhecedor infeliz de ambos os totalitarismos, João Paulo II foi um dos grandes personagens da história contemporânea ao ter auxiliado nos processos que levaram a queda do comunismo russo.

5. Rocky Balboa (2006)

Dirigido e interpretado pelo próprio Sylvester Stallone na figura de Rocky Balboa, o filme homônimo de 2006 é uma boa opção para quem desconhece os filmes mais antigos de Rocky. É um filme dramático, e o Rocky do século XXI ainda reside no mesmo bairro decadente, preso em suas glórias passadas. Até que decide retornar ao boxe, e Rocky se envolve numa história de superação de si próprio, entregando lições de foco e determinação para aqueles que o assistem. Não se trata de um mero filme de boxe, com certeza.

6. Homens de Honra (2000)

Baseado em fatos reais, “Homens de Honra” conta a história de Carl Brashear, o primeiro mergulhador-mestre negro da história da marinha norte-americana, feito alcançado em 1970, num período em que o racismo ainda era uma figura predominante nas forças armadas dos Estados Unidos. Até então, o espaço reservado aos negros no Exército ou Marinha era o da cozinha ou como auxiliares de serviços-gerais. O papel de Carl é interpretado pelo excelente Cuba Gooding Jr. O filme também conta com Robert de Niro no papel do chefe Billy Sunday, que reconheceu a determinação de Carl em se tornar marinheiro. Carl nasceu em uma típica família pobre e negra do Estado de Kentucky. Cansado da vida difícil e das mãos calejadas do trabalho de arar a terra tal como seu pai, Carl não desistiu até alcançar os seus objetivos, não obstante ter sido em 1968 o primeiro amputado da Marinha a retornar ao serviço da ativa. O filme ensina duras lições de honra, perseverança, trabalho duro, patriotismo e família.

7. Até o Último Homem (2016)

“Até o Último Homem” é mais um filme conservador dirigido por Mel Gibson. Baseado em fatos reais, o filme retrata os feitos de um mero médico americano, Desmond Doss (interpretado por Andrew Garfield), que se recusou a pegar em armas em plena Segunda Guerra Mundial. Desmond resgatou mais de setenta soldados americanos na Batalha de Okinawa, numa das maiores ilhas do Japão, sem ter disparado um único tiro. Movido por sua fé e não obstante o heroísmo, o verdadeiro Desmond Doss é lembrado por ter sido o primeiro “objetor de consciência” da história dos Estados Unidos a receber uma Medalha de Honra.

8. As Cinco Pessoas que você encontra no Céu (2004)

Este é um grande livro que se tornou um grande filme. Escrito por Mitch Albom, o filme dirigido por Lloyd Kramer conta a história do solitário “Eddie Manutenção”, um auxiliar de um parque de diversões que morre ao tentar salvar uma garotinha de um acidente no parque. Em meio a flashbacks, a experiência pós-morte de Eddie é uma obra de auto-conhecimento, já que este se depara com a figura de cinco personagens enigmáticos que influenciou (ou que foi por este influenciado) sua trajetória de vida. Uma verdadeira obra-prima.

9. Interestelar (2014)

Do gênero ficção científica (ou seria ficção fantástica?) e dirigido por Christopher Nolan, acredito que este filme venha a surpreender aqueles que o veem adicionado a esta lista de filmes conservadores. Interestelar é certamente mais um daqueles filmes pós-apocalípticos que alcançaram enorme sucesso nos últimos anos. Mas, distintamente, tem um espírito conservador próprio por adicionar um outro recurso para além do cataclisma generalizado: o amor. Nenhuma tecnologia até então teria sido capaz de sobreviver a espécie humana, sedenta dos recursos naturais mais básicos. O personagem principal é Dr. Cooper, interpretado por Matthew McCounaughey, um cientista e piloto da NASA que perdeu décadas da vida com os filhos para a salvar a humanidade de sua extinção. Não é um filme para telespectadores preguiçosos (por sua longa duração) ou desatentos, já que a atenção aos detalhes é necessária para a compreensão do todo.

10. Cristiada (2012)


Dirigidor por Dean Wright, o filme mostra uma realidade desconhecida até mesmo para os católicos latinos, por retratar uma dura perseguição movida a Igreja Católica no final da década de 1920 pelo Estado do México. A guerra envolvido os cristeros (pessoas comuns do povo mexicano) e o Estado trouxe mártires para a Igreja, como o beato José Luis Sánchez del Rio, sacrificado aos 14 anos por soldados do governo mexicano por defender a liberdade religiosa e a profissão da fé católica.

E vocês, o que acharam da Parte 2 dos filmes conservadores? Já assistiram todos?

Não viu a primeira parte? Veja aqui.

Quer ver a terceira parte? Clique aqui.

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Os Direitos Humanos e o ‘pacífico’ Islã https://portalconservador.com/os-direitos-humanos-e-o-pacifico-isla/ https://portalconservador.com/os-direitos-humanos-e-o-pacifico-isla/#comments Sun, 20 Sep 2015 03:29:07 +0000 http://portalconservador.com/?p=2494 read more →]]> Olhemos para a Declaração de Direitos Humanos de 1948 e comparemos com a lei islâmica e sua doutrina.

Artigo 1° – Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

Mulheres são inferiores sob a lei islâmica, seu testemunho em um tribunal vale a metade do que vale o de um homem, suas liberdades são reduzidas, elas não podem se casar com homens não muçulmanos. (Deve ser lembrado que o homem muçulmano tem obrigação de converter suas mulheres que não forem muçulmanas).

Artigo 2° Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação.

Os não muçulmanos que vivem em países islâmicos têm status inferior sob a lei islâmica e não podem testemunhar contra um muçulmano. Na Arábia Saudita, segue-se uma tradição de Maomé, que disse: “duas religiões não podem coexistir no país da Arábia”, os não muçulmanos estão proibidos de praticar sua religião, construir igrejas, possuir Bíblias, etc. Ser não-muçulmano já lhe garante a pena de enforcamento. Ver “Arábia Saudita decreta pena de morte para quem carregar Bíblia“.

Artigo 3° Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Os descrentes – ateus (certamente a minoria mais negligenciada na história) não têm “direito de viver” em países muçulmanos. Eles devem ser mortos. Os doutores da lei geralmente dividem os pecados em grandes e pequenos. Dos dezessete pecados mais graves, a descrença é o maior, mais grave que assassinato, roubo, adultério, etc.

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Artigo 4° Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos.

A escravidão é reconhecida no Alcorão. Os muçulmanos podem coabitar com qualquer “cativa” (sura 4.3); a eles é permitido possuir mulheres casadas se elas forem escravas (sura 4.28). Esta posição indefesa dos escravos em relação a seus mestres ilustra a posição indefesa dos deuses falsos da Arábia na presença de seu Criador (sura 16.77).

Artigo 5° Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.

Temos visto quais punições estão reservadas aos transgressores da Sagrada Lei: amputações, crucificação, apedrejamento até a morte e flagelação. Suponho que um muçulmano irá argumentar que esses castigos são sanções divinas que não podem ser julgadas por critérios humanos. Pelos padrões morais humanos, elas são desumanas.

Artigo 6° Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento, em todos os lugares, da sua personalidade jurídica.

A noção geral de que uma pessoa possa fazer escolhas e possa ser imputada moralmente não existe no Islã, bem como toda a noção de direitos humanos.

Os artigos 7, 8, 9, 10 e 11 lidam com o direito a julgamento justo, que qualquer pessoa acusada de crime tem (por exemplo, artigo 9°: ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado). Como Schacht tem mostrado, sob a Sharia, a consideração da boa fé, justiça e verdade desempenham um papel subordinado. A ideia de culpa criminal é ausente. A vingança por um assassinato está oficialmente sancionada, embora uma recompensa em dinheiro também seja possível.

O procedimento sob o Islã dificilmente pode ser julgado imparcial ou justo, pois em matéria de testemunho, o Islã revela todo tipo de injustiça. Um não muçulmano não pode testemunhar contra um muçulmano. Por exemplo, um muçulmano pode roubar um não muçulmano em sua casa com impunidade se não houver testemunhas exceto a própria vítima.

As evidências dadas por uma mulher muçulmana são admitidas em circunstâncias muito excepcionais e somente se vier do dobro do número de homens necessários.

O artigo 16º lida com os direitos de casamento dos homens e das mulheres.

Artigo 16° A partir da idade Núbia, o homem e a mulher têm o direito de casar e de constituir família, sem restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião. Durante o casamento e na altura da sua dissolução, ambos têm direitos iguais.

2.O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento dos futuros esposos.

3.A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção desta e do Estado.

Como veremos em nosso capítulo sobre as mulheres, sob a lei islâmica elas não têm direitos iguais: elas não são livres para casar com quem elas quiserem, os direitos ao divórcio não são iguais.

Artigo 18° Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.

É bem claro que, sob a lei islâmica, as pessoas não têm direito a mudar de religião se nascem em uma família muçulmana. Aplicando dois pesos e duas medidas, os muçulmanos ficam bem felizes quando os outros aceitam se converter a sua religião, mas um muçulmano não pode se converter a outra – configurando-se a apostasia, punida com a morte. Aqui está como o grande comentarista Baydawi enxerga a matéria: “quem quer que se volte contra suas crenças, aberta ou secretamente, pegue-o e mate-o onde quer que o ache. Não aceite intercessão em seu favor”.

Estatísticas das conversões ao cristianismo, sendo assim apostasias, são difíceis de estabelecer por razões óbvias. Há, contudo, o mito de que é impossível converter fazer um muçulmano deixar sua religião. Ao contrário, temos sim evidência suficiente de que milhares de muçulmanos trocam o Islã pelo Cristianismo, sendo que os casos mais espetaculares, entre outros, são os dos príncipes marroquinos e tunisianos no século dezessete e do monge Constantino o africano. O conde Rudt-Collenberg encontrou evidência na casa dei Catecumeni em Roma sobre a 1,087 conversões entre 1614 e 1798. De acordo com A.T. Willis e outros, entre dois e três milhões de muçulmanos se converteram ao Cristianismo depois do massacre dos comunistas na Indonésia em 1965, descritas no capítulo 5.

Somente na França, nos anos 90, duas ou três centenas de pessoas se convertem ao Cristianismo cada ano. De acordo com Ann E. Mayer, no Egito as conversões tem “ocorrido com uma frequência que irrita os clérigos muçulmanos e para que se mobilizasse a opinião dos muçulmanos conservadores com propostas de decretar uma lei impondo a pena de morte por apostasia”. Ms. Mayer aponta que no passado, muitas mulheres tem sido tentadas a se converter ao islã para melhorar sua situação.

Aqueles que se convertem ao Cristianismo e escolhem ficar em um país muçulmano o fazem sob grande risco pessoal. Os convertidos têm a maioria de seus direitos negados, documentos de identidade são frequentemente recusados, então ele tem dificuldades para deixar o país; seu casamento é declarado nulo e vazio, seus filhos são tomados dele para serem educados como muçulmanos, e seu direito a herança é confiscado. Frequentemente a família tomará conta do caso e assassinará o apóstata. A família, é claro, não é punida.

Artigo 19° Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão.

Os direitos consagrados nos artigos 18 e 19 tem sido constantemente violado no Irã e Paquistão. Na maioria dos países muçulmanos, os direitos dos Bahais, Ahmadi, e minorias xiitas, respectivamente, tem sido negados. Todos esses países justificam suas ações pela Sharia. Os cristãos nesses países são frequentemente presos sob as acusações de blasfêmia e seus direitos negados. A anistia Internacional descreve o cenário:

Centenas de Cristãos, incluindo mulheres e crianças, têm sido presos nesses últimos três anos, a maioria sem julgamento, somente pelas suas pacíficas expressões de crenças religiosas. A posse de objetos não islâmicos – incluindo Bíblias, rosários, cruzes e quadros de Jesus Cristo – está proibida e tais itens podem ser confiscados. De maneira semelhante, os muçulmanos que são xiitas tem sido perturbados, presos, torturados e em alguns casos, decapitados. Por exemplo, em setembro de 1992 saiq Abdul Karim Malallah foi publicamente decapitado em al-Qatif depois de apostasia convicta e blasfêmia. Sadiq, um muçulmano xiita, foi acusado de atirar pedras em uma estação de polícia, em seguida acusado de contrabandear uma Bíblia para dentro do país. Ele foi mantido em uma solitária onde foi torturado.

A blasfêmia contra Deus e o profeta é punível com a morte sob a lei islâmica. Nos tempos modernos, a lei da blasfêmia tem se tornado uma ferramenta para os governos muçulmanos silenciarem a oposição, ou, como vimos antes, procurar e punir a “heresia”. O artigo 26° lida com o direito a educação. Outra vez, cabe dizer que certas áreas acadêmicas são negadas às mulheres.

Fica claro que os militantes islâmicos são bem conscientes da incompatibilidade do Islã e a Declaração dos Direitos Humanos, pois tais militantes se encontraram em Paris, em 1981, para fazerem uma Declaração Islâmica dos Direitos Humanos e que retirou todas as liberdades que contradiziam a sharia. Ainda mais preocupante é o fato de que sob pressão de países muçulmanos em 1981, a Declaração das Nações Unidas sobre a eliminação da discriminação religiosa foi revisada e, consequentemente, alteraram a expressão “direito de mudar” de religião por simplesmente “ter uma religião”.

Escrito por Ibn Warraq. Traduzido por Khadija Kafir. Adaptado por John F. Braüner. O presente texto foi extraído do livro Why I am not a Muslim (capítulo 7), de Ibn Warraq, pseudônimo de um ex-muçulmano nascido na Índia e criado no Paquistão e na Inglaterra. Famoso pelas suas críticas ao Alcorão e às sociedades islâmicas.

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Quem financia o Estado Islâmico? Desvendando o exército do terror https://portalconservador.com/quem-financia-o-estado-islamico-desvendando-o-exercito-do-terror/ https://portalconservador.com/quem-financia-o-estado-islamico-desvendando-o-exercito-do-terror/#comments Sun, 06 Sep 2015 18:07:26 +0000 http://portalconservador.com/?p=2462 read more →]]> Cristãos, yazidis e turcos estão entre os mais perseguidos pelo Estado Islâmico, grupo dissidente da Al Qaeda que ocupou grandes partes do território do Iraque e da Síria. Eles estão mirando sistematicamente homens, mulheres e crianças baseados em sua filiação religiosa ou étnica e estão realizando impiedosamente uma limpeza étnica e religiosa generalizada nas áreas sob seu controle. O Estado Islâmico surgiu em 2006 depois da invasão dos EUA e seus aliados ao Iraque, com sobreviventes da Al Qaeda no país, e ganhou força entre 2011 e 2013 quando teve início a rebelião na Síria. Seu atual comandante é Abu Bakr al-Baghdad.

Quando o EI invadiu a cidade de Mossul, capital da província de Ninewah, no Iraque – conquistando uma extensão de terras equivalente ao tamanho da Grã Bretanha –, o EI possuía apenas 800 combatentes. Hoje seu efetivo é estimado pela CIA entre 20 mil e 40 mil combatentes com acesso a recursos de 2 bilhões de dólares oriundos de fontes diversas, entre as quais seqüestros, roubos e, principalmente, a exploração e venda de petróleo da refinaria de Beiji, no norte do Iraque. Segundo experts, o Estado Islâmico controla 12 campos de petróleo no Iraque e na Síria, com capacidade de produzir 150 mil barris por dia, com receitas diárias estimadas em até 3 milhões de dólares.

Cinco meses antes da queda de Mossul o presidente Barak Obama havia menosprezado o EI, tachando-o de “um bando inexperiente de terroristas”. De onde veio o Estado Islâmico e como ele conseguiu fazer tanto estrago em tão pouco tempo?

Os Estados Unidos estiveram em guerra contra o EI por quase uma década, incluindo aí suas várias encarnações, como a Al-Qaeda no Iraque, depois como Conselho Consultivo Mujahidin e, por fim, Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Muita coisa relativa a esse inimigo totalitário e teocrático permanece esquecida ou simplesmente pouco investigada. Debates a respeito de sua ideologia, estratégia de guerra e dinâmica interna persistem em todos os países comprometidos com a sua derrota. O EI é, na realidade, o último front em uma culminação sangrenta de uma longa disputa dentro da hierarquia do jihadismo internacional.

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Examinando o EI como ele é hoje em dia, com base em entrevistas com militantes ativos (alguns já falecidos), espiões, agentes adormecidos e também suas vítimas, chega-se à conclusão de que um dos principais centros de recrutamento de militantes foram os presídios, especialmente no Oriente Médio, que serviram, por anos, como academias do terror, onde extremistas conhecidos puderam congregar, tramar e desenvolver suas habilidades de convencimento e liderança, recrutando uma nova geração de combatentes.

O EI é uma organização terrorista, mas não é apenas uma organização terrorista. É também uma máfia adepta em explorar mercados obscuros internacionais que existem há décadas para o tráfico de petróleo e armas. É um completo aparato de Inteligência que se infiltra em organizações rivais e recruta silenciosamente membros ativos antes do controle total dessas organizações, derrotando-as no campo de batalha ou tomando suas terras. É uma máquina de propaganda eficiente e hábil na disseminação de suas mensagens e no recrutamento de novos membros através das mídias sociais. A maioria dos seus principais comandantes serviu no exército ou nos serviços de segurança de Saddam Hussein.

O EI apresenta-se para uma minoria sunita no Iraque e uma maioria sunita mais perseguida e vitimada na Síria como a última linha de defesa da seita contra uma série de inimigos – os “infiéis” Estados Unidos, os Estados “apóstatas” do Golfo Pérsico, a ditadura alauita ”Nusayri” na Síria, a unidade “rafida” e de resistência no Irã e a última satrápia de Bagdá. Estima-se que além do Estado Islâmico existam outros 450 grupos rebeldes operando na Síria.

O EI, de forma brutal e inteligente, destruiu as fronteiras dos Estados-Nação da Síria e do Iraque e proclamou-se o restaurador de um império islâmico. Tem como capital a cidade de Mossul, seu idioma oficial é o árabe, o governo é um Califado Islâmico, declarado em 29 de junho de 2014; possui uma bandeira e um brasão de armas. Já criou sua própria bandeira, tribunais, ministérios, passaportes e até placas de carros. Em novembro de 2014 criou a sua própria moeda, parte de um plano para restaurar o Califado que dominou o Oriente Médio a mais de 1.300 anos.

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Abu Bakr al-Baghdadi – ungido Califa Ibraim – proclamou o fim do ISIS (em inglês Islamic State of Iraq and al-Sham) e o nascimento do Estado Islâmico no dia 28 de junho de 2014, o primeiro dia do Ramadã. A partir de então, apenas o Estado Islâmico passaria a existir, dividindo a humanidade em dois campos. O primeiro era “o campo dos muçulmanos e dos mujahidin (guerreiros sagrados) por toda a parte”; o segundo era “o campo dos judeus, dos Cruzados e seus aliados”.

O campo de treinamento do EI e de seus antecessores, na fronteira do Afeganistão com o Paquistão, que treinou os idealizadores dos ataques ao World Trade Center, tem três fases distintas de treinamento e doutrinação. A primeira consiste em “dias de experimentação”, com a duração de 15 dias, durante os quais um recruta é sujeito à “exaustão psicológica e moral” – para separar os fracos dos verdadeiros guerreiros. A segunda é o “período de preparação militar”, com a duração de 45 dias, durante os quais um recruta aprende como empunhar armas leves, evolui para o lançamento de mísseis portáteis superfície-ar e cursos de cartografia. A terceira e última fase é o “curso de táticas de guerra de guerrilhas”, no qual é ensinada a teoria militar de Von Clausewitz para terroristas.

Em março de 2009, o Departamento de Defesa dos EUA mudou oficialmente o nome das operações contra o EI de “Guerra Global Contra o Terror” para “Operações Contingenciais Externas” e em maio de 2013 o presidente Obama declarou que a “guerra ao terror” havia terminado.

Sete meses depois, em janeiro de 2014, em uma entrevista à revista “The New Yorker” Obama minimizou o poder do Estado Islâmico comparando-o a um “jayvee” (equipe de esportes de estudantes terceiranistas). Se os EUA quisessem fazer uma demonstração de força no Iraque e na Síria, poderiam expulsar rapidamente o EI de seus esconderijos. Porém, o difícil viria depois, com a provável onda de atentados e guerra assimétrica que certamente duraria anos e teria custos enormes. Obama, dezoito meses depois, em 8 de junho de 2015, disse que sua administração “ainda não tinha nenhuma estratégia” para lidar com o Estado Islâmico. Ao que tudo indica sua administração continua “sem estratégia até hoje”.

Pelo que se observa, o Estado Islâmico sim, tem uma estratégia, pois a guerra jihadista contra o Ocidente e seus aliados continua crescendo. Em agosto de 2014, Obama declarou que a estratégia dos EUA no combate ao EI está amparada em quatro pilares: ataques aéreos, apoio aos aliados locais, esforços de contraterrorismo para prevenir ataques, e assistência humanitária contínua a civís.

Em setembro de 2014 o presidente Barak Obama em uma sessão na ONU declarou que “os países devem evitar o recrutamento e o financiamento de combatentes estrangeiros”. Segundo ele, “os EUA irão trabalhar para destruir essa rede da morte”, em alusão ao Estado Islâmico. E prosseguiu: “Nós vamos apoiar a luta dos iraquianos e dos sírios para proteger suas comunidades. Vamos treinar e equipar as forças que estão lutando contra esses terroristas em solo. Vamos trabalhar para acabar com o financiamento deles e parar o fluxo de combatentes que se juntam ao grupo. Eu peço ao mundo que se junte a nós nessa missão”. E concluiu fazendo um apelo aos muçulmanos para rejeitarem a ideologia do Estado Islâmico. Obama encerrou seu discurso dizendo que “as palavras que dissemos aqui precisam ser transformadas em ação…com os países e entre eles, não apenas nos dias que se seguem, mas nos anos que virão”.

Uma Resolução proposta pelos EUA foi aprovada por unanimidade no Conselho de Segurança da ONU. Ao final, mais de 40 países se ofereceram para fazer parte da coalizão “anti-EI”, liderada pelos EUA. Em junho de 2015 Obama voltou a referir-se ao EI declarando que “falta recrutar e treinar mais militares iraquianos dispostos a combater o Estado Islâmico. Não temos ainda uma estratégia completa, pois faltam compromissos dos iraquianos no que diz respeito a como é feito o recrutamento e como é que as tropas serão treinadas”.

Os EUA gastam, em média, cerca de 9 milhões de dólares por dia para combater o Estado Islâmico, e os custos totais já passam de 2,7 bilhões desde o início da campanha de bombardeios contra o EI. Em qualquer atividade – passando pela organização e pela hierarquia -, o EI está anos-luz à frente das demais facções que atuam na região. Apresenta o que parece ser o início da estrutura de um semi-Estado – ministérios, tribunais e até mesmo um sistema tributário rudimentar -. Nos campos de treinamento cerca de 300 crianças com idades até 16 anos recebem instrução como combatentes e terroristas suicidas no EI. Aprendem a ideologia fundamentalista e a manusear armas pesadas. Esses campos são anunciados como “Clubes de Escoteiros”,

Uma revista editada pelo Estado Islâmico, intitulada “DABIQ”, que já está na sua terceira edição, publicada em várias línguas, inclusive o inglês, apresenta o EI como a única voz muçulmana no mundo, na tentativa de cooptar estrangeiros para lutarem pelo Califado no Iraque e na Síria. Segundo o Conselho de Segurança da ONU, somente no ano de 2014 cerca de 15 mil estrangeiros de mais de 80 países, viajaram à Síria e ao Iraque a fim de lutarem ao lado do EI e grupos terroristas semelhantes. A ONU ressaltou que o aumento nesse número ocorre em uma escala “sem precedentes”. Segundo a União Européia, mais de 5 mil europeus se uniram à jihad na Síria e no Iraque, mas segundo a Comissária Européia de Justiça, esse número “é muito subestimado”.

O Estado Islâmico foi designado como organização terrorista pelos seguintes países: EUA em 17/12/2004, Austrália em 2/3/2005, Canadá em 20/8/2012, Arábia Saudita em 7/3/2014, Inglaterra em 20/6/2014, Indonésia em 1/8/2014 e Alemanha em 12/9/2014. Os cristãos que vivem nas áreas dominadas pelo Estado Islâmico têm apenas três opções: se converterem ao islamismo; pagar um imposto religioso (o jizya); ou morrer. Militantes do Estado Islâmico estariam sendo contrabandeados para a Europa pelas gangues que operam no Mar Mediterrâneo, segundo um fonte do governo líbio declarou à BBC. Os extremistas são misturados aos migrantes que viajam nos barcos desde a costa africana em direção ao continente europeu, porque a Polícia não sabe quem é refugiado e quem é militante do EI, pois isso é extremamente difícil.

Em setembro de 2015, a Polícia Federal descobriu uma rede de apoiadores do Estado Islâmico em São Paulo. A descoberta assusta, ainda mais porque terrorismo não é considerado crime no Brasil. Para concluir, uma análise do general Álvaro Pinheiro, em abril de 2015:

“A possibilidade do Estado Islâmico/ISIS desencadear o terrorismo nos cinco continentes, corroborada pelos recentes atentados na Bélgica, Canadá, Austrália, França e Tunísia, é encarada em todo o mundo ocidental com a máxima responsabilidade. Nesse contexto, a infiltração do EI/ISIS na área da Tríplice Fronteira no Cone Sul da América do Sul é absolutamente consensual no âmbito da Comunidade de Inteligência Internacional. Não encarar esse indício com a devida responsabilidade é mais um verdadeiro crime de lesa pátria”.

Escrito por Carlos I.S. Azambuja, historiador.

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Karl Kienitz, professor do ITA, fala sobre ciência e fé cristã https://portalconservador.com/karl-kienitz-professor-do-ita-fala-sobre-ciencia-e-fe-crista/ https://portalconservador.com/karl-kienitz-professor-do-ita-fala-sobre-ciencia-e-fe-crista/#respond Thu, 15 Mar 2012 14:47:24 +0000 http://portalconservador.com/?p=900 read more →]]> Karl Kienitz é engenheiro de eletrônica formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em 1983. Concluiu seu mestrado no ITA em 1985 e obteve o doutorado em Engenharia Elétrica na Escola Politécnica Federal de Zürich (ETHZ), Suíça, em 1990. Foi oficial engenheiro da ativa da FAB até 1993 e atualmente é Professor Associado do ITA. Foi bolsista de pesquisa da Fundação Alexander von Humboldt e pesquisador visitante do Centro Aeroespacial Alemão (DLR) em 1996/7 e 2004/5. É Pesquisador de Produtividade em Pesquisa do CNPq (nível 2).

De janeiro de 2007 a fevereiro de 2011, Karl coordenou o Curso de Graduação em Engenharia Eletrônica do ITA, que em 2009 foi reconhecido pelo MEC como o melhor curso de engenharia do país. Sua atuação profissional concentra-se nas áreas de Engenharia Elétrica e Engenharia Aeroespacial, com ênfase em Sistemas de Controle.

Karl mantém um site pessoal sobre Fé e Ciência no endereço www.freewebs.com/kienitz.

Em entrevista concedida ao Origem e Destino, Karl faz uma reflexão objetiva sobre ciência e fé cristã.

Muitos cientistas, no início da ciência moderna, eram cristãos. Qual foi a importância da visão de mundo cristã para o desenvolvimento da ciência moderna?

Karl-Kienitz-Portal-ConservadorMuitos cientistas desde o início – e não apenas no início – da ciência moderna têm sido cristãos. Ciência depende de certos pressupostos devidamente organizados acerca do mundo. E foi na cultura europeia do final da Idade Média, permeada pelo Cristianismo, que condições adequadas a esse respeito se apresentaram propiciando o desenvolvimento do método experimental da ciência como o conhecemos. Cristãos como Robert Grosseteste e o seu aluno Roger Bacon (século XIII) estiveram entre os primeiros a enfatizar o uso da experimentação para aferir afirmações sobre fenômenos naturais, e deixaram clara uma sólida motivação para tal, enraizada numa visão de mundo cristã. Foram seguidos pelos primeiros cientistas modernos propriamente ditos, cristãos como Agricola, Kepler, Pascal e Boyle. Séculos mais tarde, o cristão James Joule continuaria enfatizando a ligação positiva entre fé cristã e ciência ao dizer que “após conhecer e obedecer à vontade de Deus, o próximo alvo deve ser conhecer algo dos Seus atributos de sabedoria, poder e bondade evidenciados nas obras de Suas mãos.” Pois ciência mostrou servir de modo sobremodo excelente para conhecer, explorar e fazer bom uso das “obras de Suas mãos”, de tudo aquilo que Deus criou. 

Para fazer ciência é necessário pressupor que as ferramentas da ciência – a lei da lógica, a lei da causalidade, o princípio da uniformidade – sejam verdadeiras. A visão de mundo cristã tem algo a dizer sobre essas ferramentas da ciência?

A visão de mundo cristã não chancela esta ou aquela ferramenta da ciência, da filosofia ou de outro ramo da atividade intelectual humana. Mas ela pode nos predispor a esperar que elas funcionem, como acontece no caso das três citadas. Por exemplo, a Bíblia nos revela que Deus é consistente em seu governo da criação, e não cheio de caprichos. Portanto podemos de antemão esperar descobrir padrões regulares no estudo da natureza. Esse tipo de argumento comprovadamente contribuiu para que se investigasse a natureza com uma sistemática que foi sendo aperfeiçoada, resultando no método científico. 

Em casos específicos, é possível reconhecer ainda outras contribuições das convicções cristãs. Deixe-me ilustrar com dois exemplos. Kepler servia-se de suas descobertas para destacar a glória e sabedoria do Criador. Galileu argumentava que não se pode presumir que os caminhos e pensamentos de Deus sejam os nossos, e por isso aplicou-se a observar sistematicamente o mundo que Ele criou.

Em síntese, eu não chegaria a dizer que uma visão de mundo cristã foi a base da ciência moderna. A base da ciência moderna foi o árduo trabalho de pessoas de intelecto invejável, tenazmente dedicadas ao estudo da natureza. Mas sua visão cristã do mundo decisivamente as motivou e favoreceu no desenvolvimento e uso do método científico.

Stephen Jay Gould, destacado paleontólogo, biólogo evolucionista e filósofo da ciência, que lecionou em Harvard, e faleceu em 2002, afirmou que cristianismo e ciência podem coexistir, pois ocupam lugares separados na vida humana. O senhor concorda?

Cristianismo e ciência têm coexistido na cultura ocidental, basta estudar história da ciência para constatá-lo. Quando Gould tenta explicar que isso ocorre porque os dois “ocupam lugares separados na vida humana”, não acompanho seu raciocínio. De que “lugares separados” ele estaria falando? Contudo sei que para cientistas como James Clerk Maxwell e Max Planck, cristianismo e ciência não têm apenas coexistido; têm existido em união. Planck reiterou que os dois “combatem unidos numa batalha incessante contra o ceticismo e o dogmatismo, contra a descrença e a superstição”. E Maxwell sugeriu que “os cristãos cujas mentes dedicam-se à ciência são chamados a estudá-la para que sua visão da glória de Deus possa ser tão extensa quanto possível”.

O senhor acredita em milagres?

No Moderno Dicionário da Língua Portuguesa (Melhoramentos), milagre é definido como “fato que se atribui a uma causa sobrenatural”. Existem fatos que eu atribuo a causas sobrenaturais. Considero a ressurreição de Jesus Cristo o mais significativo deles.

Não é uma contradição que um cientista acredite em milagres?

Não, pois é o materialista e não o cientista que crê que tudo (no sentido mais amplo do termo) pode ser explicado – ou algum dia o será – em termos de leis naturais. 

Se milagres acontecem, há eventos com causas sobrenaturais. Isto é, o senhor atribui certos eventos a causas sobrenaturais quando, na realidade, esses eventos podem ter causas naturais ainda não descobertas. Essa crença não passaria a ideia de que o senhor acredita no Deus das lacunas?

Cientistas geralmente não fazem menção ao sobrenatural em suas assertivas por receio de cometerem a “falácia do deus das lacunas”, que consistiria em apelar para o sobrenatural quando de fato existiria uma explicação – ainda não conhecida – em termos de leis naturais. Quando uma pessoa crê que tudo pode(rá) ser explicado em termos de leis naturais, muitas vezes estará propensa a acusar outros da “falácia do deus das lacunas”, mesmo sem ter certeza de que um dia existirá uma explicação material/natural adequada. Em última análise, tal pessoa estará simplesmente rejeitando uma explicação que não lhe convém, acusando seu interlocutor de uma suposta “falácia” que pode muito bem não existir. Como exemplo cito a ressurreição de Jesus, para a qual é notória a falha das tentativas naturalistas de explicação. As alternativas – pouco honestas, infelizmente – são simplesmente negar ou ignorar o fato, grotescamente desconsiderando a evidência existente. 

Ao contrário do materialista, reconheço como distintos o conjunto daquilo “que é” e o conjunto daquilo “que pode(rá) ser sabido/conhecido por meios naturais”. No meu entender é equivocada uma mentalidade como a materialista, na qual a ontologia (a teoria daquilo que é) é derivada da epistemologia (a teoria daquilo que pode ser sabido). Cientistas que professam a fé cristã, e outros cientistas também (como por exemplo Gödel e Einstein) se opõe / opuseram a esse tipo de mentalidade. Eu creio no Deus pessoal e relacional revelado na Bíblia e sei que milagres acontecem. Como cientista tenho um padrão elevado para aceitar milagres, mas não os nego. Se eu algum dia for acusado da “falácia do deus das lacunas”, tal acusação será motivada pela fé materialista do acusador e não por falta minha de rigor científico. 

Norman Geisler, filósofo cristão, acredita que o materialismo e o naturalismo levam alguns cientistas a ignorar, por exemplo, o design inteligente. Por que a visão de mundo materialista é falsa?

Alvin Plantinga apresentou vários argumentos de peso contra o materialismo, por exemplo no artigo “Against Materialism”, publicado na revista “Faith and Philosophy”, em 2006. De um ponto de vista mais prático, eu considero que o principal descaminho do materialismo / naturalismo se manifesta no seu procedimento de procurar por explicações para o que talvez seja inacessível por princípio. Assim o materialista se fecha ao discernimento de que existe o perigo da falácia quando busca explicar o inexplicável.

Então, porque ainda existem materialistas e naturalistas?

De fato existem muitos materialistas e naturalistas apesar dos sólidos argumentos contra o materialismo e o naturalismo. A meu ver há (pelo menos) duas explicações possíveis para esse tipo de fenômeno, ambas apontadas por Blaise Pascal (na coletânea Pensèes, fragmentos 245, 259 e 277). (1) Tanto a razão quanto o hábito podem ser fontes de crenças. Muitas pessoas simplesmente adquiriram o hábito de serem materialistas / naturalistas e nunca lhes ocorreu refletir seriamente sobre sua visão de mundo. (2) As pessoas tem o poder de decidir sobre o que irão ou não pensar. Assim também refletir acerca da própria visão de mundo ocorre por decisão própria. Pascal diz que “o coração tem suas razões, que a razão desconhece. … o coração naturalmente ama a Deus, e também naturalmente a si mesmo, dependendo de a quem se entregar; e se endurece contra um ou outro de acordo com sua vontade”.

O que um materialista deve fazer para se tornar cristão?

À luz da minha resposta à pergunta anterior, considero que o primeiro passo é reconsiderar objetivamente a própria visão de mundo. Aqueles que desejam trabalhar uma argumentação mais detalhada podem ler os escritos de Alvin Plantinga e William Lane Craig. Aqueles que desejam excelentes textos, porém mais acessíveis, talvez prefiram os textos de Norman Geisler e Josh McDowell.

Qual deve ser o procedimento de um universitário cristão que está sendo confrontado com a visão de mundo materialista e naturalista?

Ao invés de responder a essa pergunta, eu gostaria de remeter a um texto do Prof. Alderi Souza de Matos (Universidade Presbiteriana Mackenzie), que trata de forma muito completa o que está sendo perguntado. Sua “Carta a um universitário cristão” pode ser lida em http://www.freewebs.com/kienitz/carta.htm.

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