marxismo – Portal Conservador http://portalconservador.com Maior Portal dirigido ao público Conservador em língua portuguesa. Thu, 14 Sep 2017 23:05:40 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.8.1 65453639 Por que as mulheres adoram se fazer de vítimas? http://portalconservador.com/por-que-as-mulheres-adoram-se-fazer-de-vitimas/ http://portalconservador.com/por-que-as-mulheres-adoram-se-fazer-de-vitimas/#comments Sun, 15 May 2016 23:04:28 +0000 http://portalconservador.com/?p=2873 read more →]]> Hoje, as mulheres controlam quase 70% da renda no Brasil e nos programas sociais dos governos ocidentais elas sempre são as mais privilegiadas. Nas universidades, elas são 60% dos estudantes, e portanto possuem a garantia de que os melhores empregos serão delas. A vida das mulheres, é muito melhor do que a dos homens, mas elas continuam se fazendo de vítimas e reclamando sem parar. O vitimismo feminino nunca vai acabar, porque enquanto ele for aceito, mais privilégios elas vão conseguir. Enquanto o vitimismo feminino continuar sendo tolerado e até alimentado, mas privilégios elas terão e mais paranoicas elas vão ficar! Essa paranoia existente no pensamento coletivo da sociedade, que faz todos acreditarem que elas estão sendo mal tratadas e oprimidas, alimenta a loucura e estimula o desejo de vingança na mulher.

Quando é do interesse da mulher, ela se faz de “mulherzinha” e diz que só errou porque as mulheres são naturalmente mais emotivas e sem tanta malícia. Isso também serve para conseguir que os políticos, quase todos homens, continuem aprovando mais e mais leis que privilegiam a mulher, em detrimento do homem, criando uma sociedade de castas. Mesmo a mulher não se interessando pela política, ela é capaz de convencer a todos, incluindo os políticos de que ela merece e precisa ter privilégios. Que sociedade é essa que aprova leis e mais leis que beneficiam as mulheres em detrimento dos homens, mas que continua sendo taxada de sociedade opressora e machista? Isso não faz o menor sentido!

Para a mulher, é muito vantajoso se esconder atrás do rótulo de frágil e perseguida pelos homens. Os erros femininos são cada vez mais aceitos pela sociedade, e o mais impressionante é que ninguém na mídia toca nesse assunto. Quando é do interesse da mídia, a mulher é apresentada como um ser emotivo, mais pacifico, honesto, enfim, moralmente superior ao homem. Hoje, tudo o que é masculino é relacionado ao maligno, violento, sujo e o feminino, ao sensível, frágil, angelical.

Certa vez, uma feminista enviou uma mensagem pra esse blog, dizendo isso: “O homem é o pior tipo de animal que existe!” Não é somente as feministas que pensam assim, quase toda sociedade foi convencida a acreditar piamente nisso. Mas isso tudo sempre é usado para conseguir mais privilégios para o sexo feminino. A ideia é “domesticar” o homem, mas por mais feminino e obediente que o homem se torne no futuro, ele nunca vai deixar de ser usado como o álibi perfeito para justificar os erros e fracassos femininos. O masculino, sempre será associado ao mal, para justificar eternamente a incapacidade feminina em lidar com a própria liberdade e poder. Uma sociedade madura, no qual as mulheres assumam seus próprios erros, jamais vai existir e elas vão continuar acusando os homens, pelo simples fato de que os homens são homens.

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O crime está justamente em ser homem, o homem já nasce prejulgado pela sociedade! As mulheres vivem quase 8 anos a mais do que os homens, e essa diferença tende a aumentar. Vivem mais, e se aposentam 5 anos mais cedo. Nunca ouvi nenhuma feminista tocar nesse assunto, é incrível! A mulher atual, tem todo o privilégio que os homens jamais tiveram, mas sem ter os deveres que os homens sempre tiveram.

Ser mulher no século 21 é muito lucrativo, porque ninguém cobra nada da mulher, muito menos responsabilidade e ser mulher hoje, é viver uma vida fácil sem poder ser criticada por isso. Mesmo em países como a Suécia, aonde o masculino foi virtualmente extinto, elas reclamam e se dizem vítimas do machismo. No ocidente, o que vemos é a absoluta submissão do homem aos devaneios femininos. Em todo ocidente, os cofres públicos sofrem com o peso do feminismo. O grande talento do feminismo, é manter a mulher na eterna condição de vítima, vítima que deve ser defendida a todo custo. Se o homem usar o vitimismo, ele é execrado pela sociedade.. Se o homem faz escolhas ruins na vida, ele dificilmente terá algum apoio, não vai poder reclamar e ainda será taxado de fracassado, inferior, e as mulheres vão ver esse homem como um fraco, um “pega ninguém” etc. O homem sem poder, jamais será aceito e perdoado pela sociedade.

Para o homem comum, a vida é uma guerra diária! Agora, se uma mulher reclamar, por mais patética que seja a reclamação, ela será ouvida e todos farão o possível para resolver o problema pra ela e se os amantes, parentes e vizinhos não resolverem, o governo resolve. Se a mulher não tem aonde cair morta, ela ainda assim será respeitada e valorizada pela sociedade. A mulher não é excluída por todos quando fracassa, só pelo fato de ser mulher ela já foi prejulgada como um ser merecedor do perdão, da complacência, que merece ser feliz, viver mais e melhor do que o homem, mesmo se errar o tempo todo. Todo ano, são assassinados entre 10 e 12 vezes mais homens do que mulheres. Ninguém se importa!

Pra sociedade, a morte do homem é normal, algo que talvez signifique menos um animal no mundo, alguém que se tivesse vivido mais um pouco, talvez pudesse fazer mal ao próximo. Nas redes sociais, todos compartilham imagens de protesto contra animais mal tratados ou que foram mortos de forma cruel, mas ninguém faz nada com relação aos milhares de homens assassinados todo ano. A vida do homem só tem sentido, se ela for usada pra salvar a vida de outras pessoas, especialmente mulheres. O homem que espera alguma benevolência da sociedade está completamente cego e iludido. Converse com algum médico ou médica e pergunte sobre a imensa quantidade de mulheres que chegam nos hospitais com a cara toda arregaçada por bandidos e cafajestes. Os mesmos bandidos e cafajestes, que elas dizem adorar nas redes sociais e no dia a dia, os malandros que elas adoram, porque segundo elas: “O homem canalha tem um gingado quando anda, e uma pegada incrível!” Pois é, e mesmo depois de levarem uma surra, terem até alguns ossos quebrados, elas voltam pra eles!

Pergunte a qualquer médico pra confirmar se estou mentindo aqui. Elas vão nos hospitais, destruídas, e dão as desculpas mais esfarrapadas para pouparem os psicopatas e cafajestes que se relacionam. Na Inglaterra, uma mulher pode matar, e se alegar que estava de TPM na hora do crime, será absolvida. Com os homens, as penas são maiores, e a presunção de culpa é infinitamente maior. Somente a mulher possui o direito da presunção de inocência, vide as acusações falsas de feministas que tem levado milhares de homens a serem presos pelo país afora. Como eu postei anteriormente, 90% dos moradores de rua são homens, e ninguém fala sobre eles. É como se a sociedade dissesse, de forma implacável: “É isso que vocês homens merecem!” Ninguém se importa com o sofrimento masculino.

O sofrimento do homem vira motivo de piada pra todos. Se algum homem tem um problema mental ou psicológico, ou sofre algum trauma, se ele tiver muita sorte, terá alguém da família ao lado dele, e só. As mulheres desprezam de forma cruel os homens mais limitados. Elas não sentem o menor remorso em rejeitar homens com algum trauma. Pra elas isso faz parte da seleção do mais forte, algo bem darwinista mesmo. A vida do homem é muito mais difícil e solitária do que a da mulher. Observe que quando um homem faz aniversário, poucos se importam com ele, mas quando é uma mulher, todos vão lá no Facebook ou até ligar pra ela pra dar os parabéns, a mulher é muito mais feliz e valorizada do que o homem mas acusa o homem de ser mau e opressor!

O homem, definitivamente, não tem o direito de exercer seu vitimismo. Portanto, quando as mulheres dizem que gostariam de viver igual aos homens, elas mentem. A mulher atual se acostumou de tal forma com seu vitimismo infinito, que elas são incapazes de ficar alguns dias sem reclamar. Enquanto os homens são obrigados a encarar de frente seu erros e pagar o preço por eles, a mulher ri e lucra com cada erro masculino. Quanto aos erros femininos, os homens vão continuar pagando caro por cada um deles, e estão fazendo isso com um sorriso no rosto!


Este artigo foi extraído de uma coletânea maior de textos. Publicado sob pseudônimo.

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A Conquista do Reino Unido pelo Islã http://portalconservador.com/a-conquista-do-reino-unido-pelo-isla/ http://portalconservador.com/a-conquista-do-reino-unido-pelo-isla/#respond Tue, 10 May 2016 01:49:27 +0000 http://portalconservador.com/?p=2866 read more →]]> Dois dias após os eleitores de Londres terem escolhido o primeiro prefeito muçulmano da capital inglesa, Sadiq Khan (foto), a cidade amanheceu com centenas de seus famosos ônibus vermelhos de dois andares exibindo a inscrição Subhan’Allah, que significa Glória a Alá. Oficialmente trata-se de uma campanha de uma das inúmeras entidades de caridade muçulmana destinada a angariar fundos para o Ramadã na Síria e para, nas palavras dos dirigentes dessa entidade, promover uma imagem positiva do islã. A entidade em questão, Islamic Relief, teve suas contas no HSBC britânico fechadas por suspeita de que os recursos arrecadados em doações são desviados para grupos e atividades terroristas.

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A campanha na verdade é mais uma ação de imposição da cultura e valores islâmicos contra uma sociedade que decidiu, por obra de engenharia social levada a cabo pela esquerda marxista, abrir mão do legado cultural e religioso que formou sua civilização e se submeter passivamente a uma outra cultura em nome do multiculturalismo. E Londres elegeu um prefeito muçulmano porque a maioria dos eleitores e dos habitantes da cidade não são mais britânicos e sim muçulmanos de primeira, segunda ou terceira geração que adentraram ao país não para absorver sua cultura, mas sim para destrui-la e impor a sua própria.

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Os muçulmanos lograram êxito nesse seu intento graças ao apoio ostensivo da esquerda local, inclusive do Partido Trabalhista Britânico, que já teve como líder um certo Tony Blair, grande amigo e companheiro de armas de Fernando Henrique Cardoso no campo da socialdemocracia. O mesmo partido que desde o ano passado tem um novo líder, Jeremy Corbyn, um líder sindical de perfil radical que, se fosse comparado a um brasileiro, se assemelharia e muito ao falecido dirigente do PSOL Plínio de Arruda Sampaio. Corbyn já declarou explicitamente que ele considera o grupo terrorista Hamas e o suposto povo palestino os verdadeiros amigos dos britânicos. Afirmou também que se os trabalhistas vencerem as próximas eleições gerais britânicas e ele se tornar primeiro-ministro, uma de suas medidas será retirar a Inglaterra da OTAN e endurecer as relações com Israel.

No caso da campanha muçulmana nos ônibus londrinos, e que também está sendo feita no transporte público das cidades de Manchester, Leicester, Birmingham e Bradford, não se viu até agora nenhum dos defensores do laicismo do estado dizer uma única palavra. Se fosse uma campanha cristã ou judaica trazendo dizeres como Glória a Jesus ou Glória a Deus, seguramente essas mesmas sacripantas do laicismo estariam protestando em nome desse laicismo, e temperando seus relinchos com a alegação de uma possível ofensa aos muçulmanos. Mas diante da campanha muçulmana no transporte público da cidade, as sacripantas laicistas se calarão.

E se calarão por que o discurso da laicidade do estado no ocidente sempre serviu apenas para ocultar a intenção de combater e atacar os fundamentos morais e éticos judaico-cristãos que formaram a civilização ocidental. Não foi e não é por outra razão que a esquerda marxista abraça o laicismo quando diz respeito a símbolos e expressões que expressam esses fundamentos, mas se cala quando diz respeito ao islã. Pois a rigor, para a esquerda,  seja ela a esquerda socialdemocrata supersoft ou a esquerda mais radical,  pouco importa se o estado é laico ou não, pois essa não é a questão.

A questão para a esquerda não é se o estado é ou não laico:  The issue never is the issue, como ensinou Saul Alinsky, que provavelmente foi um dos primeiros a perceber isso. A questão é procurar todas as formas para atacar, solapar e destruir a civilização do ocidente, pois a esquerda a odeia. E esse ódio não teve início com Karl Marx, mas bem antes, ainda no final do século dezoito, por meio de uma insurgência anticristã que deu origem a primeira, e felizmente efêmera, ditadura do mundo moderno. Um ditadura que foi erigida em nome da liberdade, igualdade e fraternidade.

Escrito por Paulo Eneas. Blog pessoal.

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Engenharia da complacência: o antitabagismo como engenharia social http://portalconservador.com/engenharia-da-complacencia-o-antitabagismo-como-engenharia-social/ http://portalconservador.com/engenharia-da-complacencia-o-antitabagismo-como-engenharia-social/#respond Mon, 08 Feb 2016 19:17:49 +0000 http://portalconservador.com/?p=2771 read more →]]> Indignado ante o conformismo servil com que os americanos, outrora tão apegados às liberdades civis, vão aceitando as intrusões cada vez mais agressivas do governo nas suas vidas privadas, o economista Walter Williams finalmente se deu conta de que “o movimento antifumo explica parcialmente a atual complacência americana. Os zelotes do antitabagismo começaram com exigências ‘razoáveis’, como os avisos do Ministério da Saúde nos pacotes de cigarros. Depois exigiram áreas para não-fumantes nos aviões. Encorajados pelo sucesso, exigiram a proibição total do fumo nos aviões, e depois nos aeroportos, nos restaurantes e nos locais de trabalho. Tudo em nome da saúde. Percebendo a resposta complacente dos fumantes, passaram a banir o fumo das praias, nas praças e nas calçadas das grandes cidades. Agora estão clamando por prêmios de seguro-saúde mais caros para os fumantes. Se tivessem apresentado a lista inteira de suas exigências logo no começo, não teriam conseguido nada. Usando a cruzada antifumo como modelo e vendo os americanos tão complacentes, os zelotes e candidatos a tiranos estão ampliando mais e mais a sua agenda”.

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Meus leitores e ouvintes são testemunhas de que há uma década e meia, ou mais, venho lhes explicando o óbvio: a campanha antitabagista jamais teve nada a ver com a saúde. Como era de se prever desde o início, até hoje não se verificou em parte alguma, com a patente diminuição do número de fumantes, nenhuma, rigorosamente nenhuma redução proporcional da incidência das doenças alegadamente “causadas pelo fumo”. Mas a patente ausência dos resultados prometidos, em vez de colocar em questão as premissas iniciais da campanha e moderar a retórica antifumo, como se esperaria de mentalidades soi-disant científicas, é respondida com novas cargas de exigências cada vez mais prepotentes, mais histéricas, mais invasivas. O antitabagismo, como o socialismo, vive de redobrar o blefe após cada novo desmentido das suas pretensões, transfigurando em sucesso publicitário e político o fracasso crônico das metas nominais alardeadas. Não lhe falta, para isso, uma incansável e vociferante militância espalhada pela Europa e pelas Américas, composta de uma bem subsidiada elite ativista e uma massa idiota de “verdadeiros crentes” cada vez mais fanatizados. Tão fanatizados que nem mesmo o uso repetidamente comprovado de meios de propaganda fraudulentos (como as fotos forjadas que o nosso Ministério da Saúde estampou nos maços de cigarros) os leva a duvidar, por um momento sequer, da idoneidade da campanha.

Por trás do que imaginam os crentes, o antitabagismo militante jamais teve por meta proteger a saúde de ninguém. Foi apenas um primeiro e bem sucedido experimento de engenharia comportamental em escala planetária. Foi um balão-de-ensaio, preparatório à implantação de controles cada vez mais drásticos, cada vez mais intrusivos, destinados a reduzir a população de todo o Ocidente a uma massa amorfa incapaz de reagir a qualquer imposição, por mais arbitrária, lesiva e absurda, que venha da elite globalista autoconstituída em governo mundial.

A escolha do tema foi especialmente ardilosa, visando a seduzir conservadores, evangélicos e moralistas em geral, desarmando-os preventivamente ante quaisquer campanhas subseqüentes baseadas no mesmo modelo e usando a própria força deles para sufocar na “espiral do silêncio” as poucas vozes discordantes. Uma vez que você cedeu tudo à pretensa autoridade científica dos organismos internacionais em matéria de “saúde”, fica difícil reerguer a cabeça quando essa autoridade, em seguida, estende seus domínios para as áreas da alimentação, da educação escolar, da moral sexual, da vida familiar e assim por diante. A facilidade estonteante com que a elite revolucionária instrumentalizou os seus próprios adversários mais ardorosos aparece condensada simbolicamente num detalhe cômico, ou tragicômico, que denota a fragilidade estrutural da reação anti-estatista: o uso do tabaco é rigorosamente proibido nas sedes das organizações libertarians que defendem a liberação da maconha.

Só o que me espanta é que mesmo uma inteligência privilegiada como a de Walter Williams tenha levado tanto tempo para notar que o antitabagismo, usando do ardil das exigências progressivamente ampliadas (a famosa técnica da rã na panela), impôs muito mais do que sua meta nominal de restringir o consumo de cigarros: impôs, junto com ela, uma nova autoridade, um novo esquema de poder, um novo procedimento legislativo, um novo sistema de comandos que pode ser acionado a qualquer momento, com garantias quase infalíveis de obediência automática, para espalhar entre as massas as reações padronizadas que a elite global bem deseje. O triunfo da prepotência antitabagista não trouxe nem trará jamais os anunciados efeitos benéficos para a saúde da população, mas, depois dele, a humanidade Ocidental já não será mais a mesma. A complacência ante o Estado intrusivo parece ter-se arraigado de uma vez por todas no espírito das massas, pondo um fim à era da livre discussão e inaugurando a da passividade servil e do ódio à divergência.

Escrito por Olavo de Carvalho. Publicado no Diário do Comércio, 11 de abril de 2012.

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O mito do conservadorismo russo http://portalconservador.com/o-mito-do-conservadorismo-russo/ http://portalconservador.com/o-mito-do-conservadorismo-russo/#comments Sat, 24 Oct 2015 16:08:35 +0000 http://portalconservador.com/?p=2553 read more →]]> Após ter disseminado todo o tipo de valor subversivo ao redor do mundo [1], não deixando nem as estruturas do Vaticano livres de contaminação, a Rússia parece surgir como farol moral do mundo e último reduto do conservadorismo em uma era de ebulições revolucionárias. A estratégia do comunismo em se fazer parecer outra coisa completamente diferente para confundir o inimigo parece ter tanto sucesso que já existe conservador tecendo louvores a Vladimir Putin.

A ascensão do “conservadorismo” russo não poderia ocorrer sem a queda da imagem de um dos seus maiores rivais geopolíticos: os Estados Unidos. A URSS, que já dantes da Guerra Fria infiltrara agentes subversivos em espaços estratégicos da América, hoje colhe os frutos de um longo período de [im]plantação de corrupção moral do governo americano.

Se os EUA são uma nação cristã e temente a Deus, não é o que suas ações envolvendo governo civil e política externa demonstram. Poderão frutos bons saírem de uma árvore má?

Os russos estão vencendo a guerra contra os americanos sem disparar nenhum tiro, apenas ensinando-lhes como se render ao que de pior existe com a doutrina do politicamente correto. Internamente, os EUA hoje favorecem políticas que atacam a família, a religião cristã, promovem o aborto e o uso de drogas. Externamente, se metem em qualquer conflito ideológico para expandir sua atuação no globo. Foi assim que os EUA invadiram o Iraque sob o pretexto de depor um ditador assassino e acabaram colocando no comando um grupo terrorista responsável pelo genocídio de cristãos, yazidis e qualquer outro grupo étnico-religioso que não queira se render ao pacifismo do islã.

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Que os EUA criaram o Estado Islâmico (EI) não é mais surpresa para ninguém, e até mesmo a direita americana está ciente disso [2]. A Operação Liberdade no Iraque treinou e forneceu armamento para milícias locais em nome do combate o terror, mas “combate ao terror”, àquela altura, era treinar grupos insurgentes que mais tarde lutariam para depor o regime de Muamar Kadafi (a maioria controladas pela Al-Qaeda, na Líbia) e de Bashar al-Assad (Al-Nusra, Síria), que o presidente George W. Bush havia definido como integrantes do “eixo do mal” [3]. A Frente Al-Nusra – braço da Al-Qaeda na Síria – estaria sob a supervisão direta dos EUA, enquanto que o ISIS, que veio de dentro da Al-Qaeda, saiu de controle.

A leniência dos EUA e dos países aliados em combater o EI de forma efetiva é devido ao fato de que o EI também é uma ameaça ao Governo sírio. Acabar com os rebeldes e com EI, o grupo anti-Assad com maior efetivo e poderio bélico na região, é diminuir as chances de uma deposição de Assad. O governo americano parece estar mais interessado em permitir a barbárie do EI, financiando grupos radicais com dinheiro do contribuinte, do que perder influência no Oriente-Médio.

A Rússia, que deu início às ações aéreas na Síria bombardeando em um único dia mais territórios rebeldes do que os EUA e aliados em meses, parece promover um verdadeiro turning point não apenas na região controlada pelo EI, mas na imagem que agora tenta sustentar perante a política internacional. Putin se aproveita do momento de fraqueza do governo americano para elevar sua imagem de bastião dos valores tradicionais.

Nossos conservadores, seduzidos pela defesa que o presidente russo vem fazendo do conservadorismo moral, já andam dizendo que Putin é o novo Comandante-em-chefe do Médio oriente, esquecendo-se das alianças de presidente russo com o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, que pretende varrer Israel do mapa [4], com a socialista China, que aumentou consideravelmente seu efetivo militar, e do envolvimento de Bashar al-Assad com o Hamas e o Hezbollah, grupos jihadistas também abertamente favoráveis a destruição do Estado israelense.

Após ter corrompido o Ocidente de tal forma que ficamos parecendo um cadáver em estado avançado de decomposição, a Antiga União Soviética personificada no “ex”-agente da KGB surge como único país do globo a condenar o mal que ela mesmo criou. Não precisamos lembrar que do mesmo modo agiu Lênin e Stálin, que condenando a miséria libertina dos EUA e o nazismo alemão, criaram um terror para o povo russo difícil de ser superado em número de cadáveres.

Com sorte o bloco de poder eurasiano não sairá desse conflito com a imagem e o prestígio de serem os novos defensores de um conservadorismo moral e cristão. São apenas lobos em peles de cordeiros.

Escrito por Felipe Lomboni. Publicado inicialmente sob o título “Rússia: Pátria Conservadora?”. Blog O Reacionário.

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O lobby pedófilo bate à sua porta http://portalconservador.com/o-lobby-pedofilo-bate-a-sua-porta/ http://portalconservador.com/o-lobby-pedofilo-bate-a-sua-porta/#comments Mon, 13 Jul 2015 14:24:30 +0000 http://portalconservador.com/?p=2411 read more →]]> No início do mês, um artigo no The New York Times afirmou que pedófilos mereceriam a mesma proteção legal de deficientes físicos ou mentais. Há poucos dias, John Grisham defendeu leis mais brandas para quem compartilha pornografia infantil: “eles não machucam ninguém”. Richard Dawkins disse não ver problemas numa “leve pedofilia” após o The Guardian publicar um artigo tratando a atração por crianças como mera “orientação sexual”.

Em setembro, uma revista de moda brasileira fez um “ensaio sensual” com meninas com menos de 10 anos de idade, colocando as crianças em poses vulgares até para modelos adultas, e teve a edição recolhida por decisão judicial. A revista reagiu com uma nota malcriada e foi defendida por alguns colunistas da grande imprensa do país.

A autora do artigo publicado no NYT, Margo Kaplan, chega a dizer que um em cada 100 homens é pedófilo, uma colocação ultrajante e embusteira, mas reveladora da agenda nada original que está por trás do lobby pedófilo. A chamada “sexologia” possui um ponto de inflexão com Alfred Kinsey, um pedófilo sadomasoquista que até hoje é aclamado como o sexólogo mais influente de todos os tempos, mesmo depois que os erros grosseiros de suas pesquisas foram revelados. Suas amostras eram criminosamente forjadas e seus métodos de investigação levaram ao abuso sexual de mais de 2 mil crianças, incluindo bebês de poucos meses.

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A entusiasmada aceitação das ideias de Kinsey – amplificadas por intelectuais como Michel Foucault (foto), também atraído sexualmente por jovens e sadomasoquista – pela elite cultural ocidental desde os anos 50 marcou profundamente a visão que as universidades, a imprensa e a indústria do entretenimento têm do sexo nos dias atuais. O foco na preservação da saúde física, mental e emocional baseada em ciência, experiência acumulada e senso comum foi substituído pela promoção do vale-tudo e da experimentação ilimitada com consequências desastrosas.

A psiquiatra e PhD americana Miriam Grossman tem alertado pais, educadores e legisladores sobre os riscos da atual política de educação sexual baseada em “falsa ciência” e agendas de engenharia social de gente como Alfred Kinsey, John Money, Wardell Pomeroy, Margaret Mead e think tanks como Siecus, Planned Parenthood e Advocates for Youth, que têm facilitado muito a vida do lobby pedófilo e a proliferação das DSTs. Uma das suas revelações foi mostrar que a Siecus, colaboradora da Unesco, foi financiada por Hugh Hefner, fundador da Playboy.

O lobby pedófilo nas principais universidades do mundo é forte e atuante. Ken Plummer, sociólogo de Essex, defende que a pedofilia nem existe, já que infância seria apenas uma “construção social”. Recentemente, a Universidade de Cambridge promoveu um grande seminário sobre o tema, com vários palestrantes simpáticos aos pedófilos. Nas universidades canadenses, já é praticamente aceita como orientação sexual.

Não há nada mais importante para uma sociedade do que a proteção de suas crianças, especialmente do lobby pedófilo travestido de discussão acadêmica ou experimentação sexual libertária. Uma sociedade que não faz tudo o que estiver ao seu alcance para que seus filhos tenham uma infância saudável, livre de estimulações eróticas precoces e de pedófilos, está invariavelmente condenada.

Escrito por Alexandre Borges. Publicado em 21/10/2014 na Gazeta do Povo.

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Trágicas consequências do ‘casamento’ gay no Canadá http://portalconservador.com/tragicas-consequencias-do-casamento-gay-no-canada/ http://portalconservador.com/tragicas-consequencias-do-casamento-gay-no-canada/#comments Sun, 28 Jun 2015 21:44:18 +0000 http://portalconservador.com/?p=2390 read more →]]> Nos é dito todos os dias que “permitir a casais do mesmo sexo o acesso a designação de casamento não irá retirar o direito de ninguém”. Isto é uma mentira. Quando o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi legalizado no Canadá em 2005, a paternidade foi imediatamente redefinida. A Lei do ‘Casamento’ Gay Canadense (Bill C-38) incluiu a determinação de apagar o termo “paternidade biológica” e a substituir por todo o país com o termo “paternidade legal” através de uma lei federal. Agora todas as crianças possuem apenas “pais legais”, como definido pelo Estado. Apagando através da força legal a paternidade biológica, o Estado ignora um dos direitos mais básicos das crianças: o direito imutável, inalienável e intrínseco de conhecerem e serem formados pelos seus pais biológicos.

Pais e mães trazem a seus filhos dons únicos e complementares. Muito ao contrário da lógica do casamento entre pessoas do mesmo sexo, a identidade sexual dos pais importa muito para um desenvolvimento saudável das crianças. Sabemos, por exemplo, que a maioria dos homens encarcerados não tiveram a companhia de seus pais em casa. Pais pela sua própria natureza e identidade são seguros, estimulam disciplina e traçam limites, apontam direções claras ao mesmo tempo que sabem assumir riscos, se tornando assim um exemplo aos seus filhos para toda a vida. Mas pais não podem gerar crianças num útero, dar a luz e amamentar bebês em seus peitos. Mães criam seus filhos de uma maneira única e de uma forma tão benéfica que não podem ser replicados pelos seus pais.

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Dawn Stefanowicz é autora e palestrante internacional. Ela foi criada por pais homossexuais, e foi ouvida pela Suprema Corte Norte Americana. Ela é membro do Comitê Internacional de Direito Infantil.

Não é preciso ser um cientista espacial para sabermos que homem e mulher são anatomicamente, biologicamente, fisiologicamente, psicologicamente, hormonalmente e neurologicamente diferentes entre si. Essas características únicas proporcionam benefícios perenes para suas crianças e não podem ser replicados por “pais legais” do mesmo sexo, mesmo quando esses se esforcem para agir em diferentes papéis numa clara tentativa de substituir a identidade sexual masculina ou feminina faltante nesta casa.

Com efeito, o casamento entre pessoas do mesmo sexo não apenas priva crianças de usufruir seu direito a paternidade natural, mas dá ao Estado o poder de sobrepor a autonomia dos pais biológicos, o que significa que os direitos dos pais foram usurpados pelo governo.

Crianças não são produtos que podem ser retirados de seus pais naturais e negociados entre adultos desconexos. Crianças em lares com pais homossexuais irão frequentemente negar sua aflição e fingir que não sentem falta de dos seus pais biológicos, se sentindo pressionados a falar positivamente graças as políticas LGBTs. Contudo, quando uma criança perde um de seus pais biológicos devido a morte, divórcio, adoção ou a reprodução artificial, eles experimentam um vazio doloroso. Foi exatamente isso quando nosso pai homossexual trouxe seu parceiro do mesmo sexo para dentro de nossas vidas. Seus parceiros não poderão nunca substituir a ausência de um pai biológico.

No Canadá, é considerado discriminatório dizer que casamento é entre homem e mulher ou até que cada criança deveria conhecer e ser criado por seus pais biológicos unidos em casamento. Não é apenas politicamente incorreto, você também pode ser multado legalmente em dezenas de milhares de dólares e mesmo forçado a passar por “tratamentos de sensibilidade”.

Qualquer pessoa que se sentir ofendido por qualquer coisa que você tenha dito ou escrito pode fazer uma reclamação para a Comissão de Direitos Humanos ou mesmo nos Tribunais de Justiça. No Canadá, essas organizações fiscalizam o que é dito, penalizando cidadãos por qualquer expressão contrária a um comportamento sexual em particular ou a grupos protegidos identificados como de “orientação sexual”. Basta uma única queixa contra uma pessoa para que esta seja intimada diante de um tribunal, custando ao acusado dezenas de milhares de dólares em taxas legais pelo simples fato de ter sido acusado. Essas comissões possuem poder para entrar em residências privadas e a remover qualquer item pertinente as suas investigações em busca de evidências de “discurso de ódio”.

O acusador que faz a queixa tem todas as suas custas processuais pagos pelo governo. Mas não o acusado que faz a sua defesa. E mesmo que este prove sua inocência ele não pode ter reembolso das custas processuais. E se é condenado, também precisará pagar por danos à pessoa que fez a queixa.

Se as suas crenças, valores e opiniões políticas forem diferentes daquelas endossadas pelo Estado, você assume o risco de perder sua licença profissional, seu emprego e até mesmo seus filhos. Veja o caso do grupo Judeu-Ortodoxo Lev Tahor. Muitos dos seus membros, que estiveram envolvidos numa batalha sobre a custódia de crianças aos cuidados de serviços de proteção tiveram de deixar a cidade de Chatham, Ontario, para a Guatemala em março de 2014, como uma forma de escapar da perseguição jurídica contra suas crenças religiosas, que não estava de acordo com as políticas regionais sobre educação religiosa. Dos mais de 200 membros deste grupo religioso, restaram apenas 6 famílias na cidade de Chatham.

Pais podem esperar interferência estatal quando se trata de valores morais, paternidade e educação – e não apenas lá nas escolas. O Estado tem acesso a sua casa para supervisionar você como pai para julgar sua adequação educativa. E se o Estado não gostar do que você está ensinando aos seus filhos, o Estado irá fazer o necessário para remover seus filhos de sua casa.

Professores não podem fazer comentários em suas redes sociais, escrever cartas para editores, debater publicamente, ou mesmo votar de acordo com suas consciências mesmo fora do ambiente profissional. Eles podem ser “disciplinados”, sendo obrigados a participar de aulas de re-educação ou mesmo de treinamentos de sensibilidade, quando não acabam demitidos por seus pensamentos politicamente incorretos.

Quando o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi criado no Canadá, a linguagem de gênero-neutro se tornou legalmente obrigatório. Essa “novílingua” proclama que é discriminatório assumir que um ser humano possa ser masculino ou feminino, ou mesmo heterossexual. Então, para ser inclusivo, toda uma nova linguagem de gênero-neutro passou a ser usado pela mídia, pelo governo, em ambientes de trabalho, e especialmente em escolas, que querem evitar a todo custo serem recriminadas como ignorantes, homofóbicas ou discriminatórias. Um curriculum especial vem sendo usado em muitas escolas para ensinar os alunos como usar apropriadamente a linguagem do gênero-neutro. Sem o conhecimento de muitos pais, o uso de termos que descrevem marido e esposa, pai e mãe, dia dos Pais e das Mães, e mesmo “ele” e “ela” estão sendo radicalmente erradicados das escolas canadenses.

Organizadores de casamento, donos de salões de festas, proprietários de pousadas, floristas, fotógrafos e boleiros já viram suas liberdades civis e religiosas bem como seus direitos a objeção de consciência destruídas no Canadá. Mas isso não está reduzido apenas a indústria do casamento. Qualquer empresário que não tiver uma consciência em linha com as decisões do governo sobre orientação sexual e suas leis de não-discriminação de gênero, não terá permissão de influenciar suas práticas profissionais de acordo com suas próprias convicções. No final das contas, é o Estado quem basicamente dita o que e como os cidadãos podem se expressar.

A liberdade para pensar livremente a respeito do casamento entre homem e mulher, família e sexualidade é hoje restrita. A grande maioria das comunidades de fé se tornaram “politicamente corretas” a fim de evitar multas e cassações de seus status caritativos. A mídia canadense está restrita pela Comissão Canadense de Rádio, Televisão e Telecomunicações. Se a mídia publica qualquer coisa considerada discriminatória, suas licenças de transmissão podem ser revogadas, bem como serem multadas e sofrerem restrições de novas publicações no futuro.

Um exemplo de cerceamento e punição legal sobre opinões discordantes a respeito da homossexualidade no Canadá envolve um caso chamado Case of Bill Whatcott, que foi preso por “discurso de ódio” em abril de 2014 após este distribuir panfletos com críticas ao comportamento homossexual. Independente se você concorda ou não com o que este homem disse, você deveria se horrorizar a este ato de sanção estatal. Livros, DVDs e outros materiais também podem ser confiscados nas fronteiras canadenses se tais conteúdos forem considerados “odiáveis”.

Os americanos precisam se preparar para o mesmo tipo de vigilância estatal se sua Suprema Corte decidir legislar e banir o casamento como uma instituição feita entre homem e mulher. Isso significa que não importa o que você acredite, o governo terá toda liberdade para regular suas opiniões, seus escritos, suas associações e mesmo se você poderá ou não expressar sua consciência. Os americanos precisam entender que a meta final para muitos ativistas do movimento LGBT envolve um poder centralizado estatal – e o fim das liberdades previstas na primeira emenda constitucional.

Escrito por Dawn Stefanowicz.

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O cristão, o casamento gay e o fim dos tempos http://portalconservador.com/o-cristao-o-casamento-gay-e-o-fim-dos-tempos/ http://portalconservador.com/o-cristao-o-casamento-gay-e-o-fim-dos-tempos/#comments Sat, 27 Jun 2015 01:44:23 +0000 http://portalconservador.com/?p=2386 read more →]]> A Suprema Corte dos Estados Unidos acabou de aprovar o casamento de pessoas do mesmo sexo em todos os cinquenta estados americanos. A prática já era aceita na maioria dos estados, porém, treze estados (onde há mais evangélicos conservadores) ainda proibiam a prática. Agora, com a decisão da Suprema Corte, todos os cinquenta estados americanos são obrigados a aceitar o casamento de pessoas do mesmo sexo.

Essa sem dúvida é uma decisão emblemática, tratando-se do país mais “evangélico” do mundo. Se lembrarmos que há apenas dez anos, a grande maioria dos estados americanos repudiava o casamento de pessoas do mesmo sexo, a comemoração dos ativistas pró-LGBT diante da Suprema Corte americana mostra que a virada de jogo foi mesmo surpreendente.

Meu ponto aqui não é tratar de “direitos civis”. É preciso reconhecer que, perante a Lei, todas as pessoas têm os mesmos direitos. E que, se alguém pretende “casar-se” com quem quer que seja, em tese, essa pessoa tem o “direito” de fazer isso, desde que não prejudique outra pessoa no caso. Ao mesmo tempo, e isso ainda parece ser realidade nos Estados Unidos, as pessoas e instituições religiosas que discordam continuam tendo o direito de discordar, e, provavelmente, as igrejas não serão obrigadas a realizarem esse tipo de casamento tão cedo.

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Porém, o que me chama atenção nesse caso é justamente a rápida mudança no pensamento mundial acerca desse assunto, e a consolidação disso na maior democracia cristã do mundo. Quando a maioria da população em uma democracia é favorável a uma prática, a tendência é que essa prática venha a ser institucionalizada. Foi o caso aqui. E isso mostra que os poderosos ventos de mudança que começaram a soprar mais fortemente no mundo desde o final do século 20, com a queda do muro de Berlim por exemplo, estão se intensificando cada vez, removendo com facilidade marcos antigos, em prol de uma unificação do paganismo na terra. A era cristã está terminando. E, tudo isso parece ter sido minuciosamente planejado.

Talvez seja exatamente isso o que as pessoas estejam comemorando diante da Suprema Corte americana. Um cartaz no meio da multidão dizia: “a constituição é nosso escudo contra a Bíblia da intolerância e preconceito”. Esse é o ponto mais crucial me parece. Aqui está o verdadeiro motivo da disputa, o qual subjaz por detrás de todos os demais discursos.

Mas o que, como cristãos, podemos dizer disso tudo? Reclamar e exclamar horrorizados expressões como: “é o fim dos tempos”? Talvez seja mesmo, e nesse caso, não deveríamos estar horrorizados, mas com a certeza indirimível de que tudo está acontecendo como tinha que ser. Sim, a era cristã precisa terminar, pois se ela não terminar, Jesus não voltará. O Apóstolo Paulo disse que antes que Cristo volte “primeiro” precisa “vir” a apostasia (2Ts 2.3). E o próprio Cristo disse que os dias que antecederiam sua volta recapitulariam dois importantes momentos da história bíblica. Um dos exemplos evocados por Cristo foi justamente os “dias de Noé”, quando as pessoas “comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento” (Lc 17.26-27). Questões em relação ao casamento, portanto, estariam no centro da agenda do mundo mais uma vez, antes da volta de Cristo.

Em Gênesis 6 temos a descrição de padrões de casamento inaceitáveis por Deus, e isso resultou diretamente no dilúvio. É interessante que o arco-íris que estaria nas nuvens como prova da aliança divina, agora esteja numa bandeira que contraria aquilo que o próprio Deus ordenou, porém institucionalizado na forma da lei. Mas, talvez isso faça Deus se lembrar mais uma vez… Mas, o segundo momento evocado por Cristo é ainda mais emblemático: “O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar” (Lc 17.28-30). Em Sodoma e Gomorra, um dos maiores pecados, que resultou na destruição das cidades, foi o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo!

Tudo isso aponta para uma inquietante realidade e, ao final, para uma surpreendente esperança. Todas as ações malignas no mundo, e que estão a todo vapor como podemos ver, trabalhando para a implantação do paganismo como sistema, apesar disso, estão debaixo dos desígnios daquele que anunciou o fim desde o começo. Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito (Rm 8.28). Fica, entretanto, o alerta do Senhor: “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo” (Mt 24.13).

Escrito por Leandro Lima, escritor e teólogo presbiteriano.

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1 milhão de italianos dizem ‘não’ a ideologia de gênero http://portalconservador.com/1-milhao-de-italianos-dizem-nao-a-ideologia-de-genero/ http://portalconservador.com/1-milhao-de-italianos-dizem-nao-a-ideologia-de-genero/#comments Mon, 22 Jun 2015 19:52:13 +0000 http://portalconservador.com/?p=2359 read more →]]> ROMA (ZENIT.org)- 22 jun. 2015 – Grande sucesso da manifestação “Defendamos os nossos filhos”, na praça de São João de Latrão. Mais de um milhão de pessoas estiveram presentes na tarde do dia 20 de junho de 2015, como informou entusiasticamente, do palco, Massimo Gandolfini, presidente do Comitê organizador. O evento, muito esperado, nasceu das bases, em menos de 20 dias, pelo “boca a boca” nas redes sociais, sem intenções partidárias ou confessionais, sem muita publicidade.

Uma fórmula que, porém, funcionou. Evidentemente estas ideologias sobre o “gênero” – e todos os derivados que, de maneira sorrateira, estão sendo paulatinamente introduzidos nas escolas italianas – alarmaram uma multidão de pais, que só estavam à espera de uma ocasião para se reunirem e denunciarem a ideologia de gênero, definida pelo Papa Francisco como um “erro da mente humana” que ameaça prejudicar a serenidade psicossexual de gerações inteiras (apesar de muitos chegarem a afirmar que o “gênero” seja apenas uma invenção de “católicos-talibãs”).

O objetivo principal da manifestação, todavia, foi protestar pacificamente contra o Projeto de Lei da senadora Monica Cirinnà, que introduz, de fato, o casamento e as adoções gay pela via jurisprudencial, e a prática do útero de aluguel. Sobre esses assuntos, todos estavam de acordo: os neocatecúmenos (que representaram o grupo mais numeroso, com 250.000 membros, vindos de todas as regiões italianas), Manif pour Tous, as Sentinelas em Pé, os recém-fundados “Parlamentares em prol da Família”, os Evangélicos, o Movimento Pró-Vida, a associação Agapo e muitos outros. Foram poucos os representantes das paróquias e dos movimentos ligados à Conferência Episcopal Italiana. Estavam também presentes uma centena de parlamentares que fizeram questão de apoiar o evento no “anonimato”, dispersos na multidão.

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O que vimos foi, então, uma aglomeração vasta e diversificada, que ocupou também as ruas próximas à praça de São João de Latrão. “Somos um milhão. Vocês são o futuro deste país que está vivendo um inverno demográfico”, gritou Gandolfini do palco onde estava exposto oSalus Populi Romani ( “Protetora do Povo Romano”, ícone bizantino da Virgem com o Menino Jesus). “Esta praça hoje não é de um lobby, mas de um povo que gastou dinheiro do seu bolso, que fez renúncias e sacrifícios para poder estar aqui. A mensagem que vem do país real é forte e clara: para a maioria esmagadora dos italianos, família é a que se baseia no casamento entre um homem e uma mulher, e os nossos filhos têm direito a uma mãe e a um pai”, acrescenta Gandolfini.

Essas palavras nos fazem relembrar o Family Day de 2007, ocorrido nessa mesma praça de São João de Latrão, promovido e apoiado fortemente por uma Igreja mais unida, durante o governo do primeiro ministro Prodi. A atmosfera era a mesma. O tempo hoje, porém, foi diferente, marcado por uma chuva que abriu e fechou o encontro. Mas isso não desanimou pais, crianças, jovens e idosos presentes na praça: com a ajuda de sobretudos, sombrinhas, guarda-chuvas e barracas improvisadas, todos permaneceram em seu lugar, durante o dia inteiro. O metrô São João continuou a trazer pessoas até as 15h, horário do encerramento.

Além de bandeiras que apoiavam a família natural, havia balões coloridos, cartazes e faixas com dizeres do tipo: “Tirem as mãos dos nossos filhos”, “Gender is Danger”, “Toda ameaça à família é uma ameaça à sociedade”, “Deus homem e mulher os criou” etc. Felizmente não houve casos de violência, nem provocações por parte de grupos LGBT, como vaias ofensivas, lançamentos de objetos ou flash-mob (aglomerações improvisadas), anunciados nos dias anteriores. Os Juristas Católicos, de toda maneira, haviam já divulgado um comunicado por meio do qual convidavam os participantes a não reagir a nenhum tipo de ação, mantendo o caráter pacífico da manifestação.

Clique para exibir o slide.

O evento foi animado por vários convidados que se sucederam no palco, nomes célebres do cenário italiano pró-vida e pró-família: os advogados Simone Pillon e Gianfranco Amato, o ex-parlamentar Mario Adinolfi, diretor de “La Croce Quotidiano” (que realizou um desabafo original a propósito de Elton John…), a escritora Costanza Miriano, o jurista Alfredo Mantovano.

Também houve representantes religiosos, como Kiko Argüello, iniciador dos neocatecumenais; Cornelius Eke, da comunidade africana, representante das etnias; Giacomo Ciccone, representante dos evangélicos. O Imã Mohamed, da mesquita sunita de Centocelle, reafirmou com força que o gênero “é perigoso e prejudicial à humanidade. Com o nosso empenho podemos derrotá-lo”. Entre aplausos, Mohamed acrescentou: “Estamos aqui todos juntos, muçulmanos e cristãos, para defender a família. Também a comunidade islâmica se levanta contra esse projeto perigoso que põe em risco a existência da humanidade e que pretende poluir as mentes dos nossos filhos”.

Dentre outros, tomaram a palavra os cônjuges Vincenzo e Sara Aquino, pais de 11 filhos, que deram seu testemunho de família, frisando particularmente a importância da educação e as relações entre escola e família. Também foram lidas no palco as mensagens de apoio de mons. Vincenzo Paglia, Presidente do Pontifício Conselho para a Família, e do rabino chefe da comunidade hebraica de Roma, Riccardo Di Segno. Ganhou espaço também a voz da associação Agapo, que reúne pais de pessoas homossexuais. A Agapo repudiou firmemente o Projeto de Lei Cirrinà, porque – explicou – “não promove o bem dos homossexuais”.

Por fim, para concluir o evento, o testemunho musical de Kiko Argüello, que, com seu violão e acompanhado por uma pequena orquestra do Caminho, entoou um canto à Virgem Maria. Em seguida, Kiko, fazendo-se porta-voz do Papa, disse: “Parece que o Secretário da Conferência Episcopal Italiana tenha declarado algo diferente, mas o Santo Padre está conosco. Escrevi ao Papa Francisco, após ter recebido as cartas de algumas famílias de Brescia e Verona que me contavam o que acontece nas escolas de seus filhos. O Papa me respondeu, no domingo passado, e me disse que existem ideologias que colonizam as famílias e ‘contra as quais’ é necessário agir”.  Dito e feito. Esperamos que – como almejou Gandolfini – a voz deste milhão de pessoas seja ouvida também “nos palácios mais altos”.

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Ditadura do proletariado em Gotham City http://portalconservador.com/ditadura-do-proletariado-em-gotham-city/ http://portalconservador.com/ditadura-do-proletariado-em-gotham-city/#comments Sun, 09 Feb 2014 01:02:28 +0000 http://portalconservador.com/?p=265 read more →]]> Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge confirma mais uma vez como os blockbusters de Hollywood são indicadores precisos da situação ideológica da nossa sociedade. A narrativa (resumida) se dá da seguinte maneira. Oito anos depois dos eventos de Batman – O Cavaleiro das Trevas, capítulo anterior da saga Batman, a lei e a ordem prevalecem em Gotham City: sob os extraordinários poderes do Ato Dent, o comissário Gordon praticamente erradicou o crime violento e organizado. No entanto, ele se sente culpado pela cobertura dos crimes de Harvey Dent (Dent morreu ao tentar matar o filho de Gordon, salvo por Batman, que assumiu a culpa em nome da manutenção do mito de Dent, levando a uma demonização de Batman como vilão de Gotham) e planeja admitir a conspiração em um evento público de celebração a Dent, mas acaba concluindo que a cidade não está preparada para a verdade. Bruce Wayne, que não atua mais como Batman, vive isolado na própria mansão enquanto sua empresa desmorona depois de ter investido em um projeto de energia limpa criado para aproveitar a energia nuclear, mas encerrado quando ele descobriu que o núcleo poderia ser transformado em uma bomba. A lindíssima Miranda Tate, membra do conselho administrativo da Wayne Enterprises, convence Wayne a refazer a sociedade e continuar com seus trabalhos filantrópicos.

Aqui entra o (primeiro) vilão do filme: Bane, líder terrorista e antigo membro da Liga das Sombras, consegue a cópia do discurso de Gordon. Depois que as tramas financeiras de Bane quase levam a empresa de Wayne à falência, Wayne confia a Miranda a tarefa de controlar seus negócios, além de ter com ela um breve caso amoroso. (Nesse aspecto ela compete com a gata-ladra Selina Kyle, que rouba dos ricos para redistribuir a riqueza, mas acaba se juntando a Wayne e às forças da lei e da ordem.) Ao descobrir a movimentação de Bane, Wayne retorna como Batman e confronta Bane, que afirma ter assumido a Liga das Sombras após a morte de Ra’s Al Ghul. Depois de deixar Batman gravemente ferido em um combate corpo a corpo, Bane o coloca numa prisão de onde é praticamente impossível fugir. Seus companheiros de prisão contam para Wayne a história da única pessoa que conseguiu escapar: uma criança motivada pela necessidade e pela mera força de vontade. Enquanto o prisioneiro Wayne se recupera dos ferimentos e se prepara para ser Batman de novo, Bane consegue transformar Gotham City em uma cidade-Estado isolada. Primeiro ele atrai para o subsolo a maior parte dos policiais de Gotham e os prende lá; depois provoca explosões que destroem a maioria das pontes que conectavam Gotham City ao continente, anunciando que qualquer tentativa de deixar a cidade resultaria na detonação do núcleo de Wayne, do qual se apoderou e transformou em uma bomba.

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Chegamos então ao momento crucial do filme: a tomada de poder por parte de Bane acontece junto com uma vasta ofensiva político-ideológica. Bane revela publicamente o acobertamento da morte de Dent e liberta os prisioneiros detidos pelo Ato Dent. Condenando os ricos e poderosos, ele promete devolver o poder ao povo, convocando as pessoas comuns a “tomarem a cidade de volta” – Bane revela-se como “o manifestante definitivo do Occupy Wall Street, convocando os 99% a se juntarem para derrubar as elites sociais”[1]. Segue-se então a ideia do filme de poder do povo: uma sequência mostra  uma série de julgamentos e execuções dos ricos, as ruas tomadas pelo crime e pela vilania… alguns meses depois, enquanto Gotham City continua sofrendo o terror popular, Wayne consegue fugir da prisão, retorna a Gotham como Batman e convoca os amigos para ajudá-lo a libertar a cidade e desarmar a bomba nuclear antes que ela exploda. Batman confronta e domina Bane, mas Miranda intervém e apunhala Batman – a benfeitora social revela-se como Talia al Ghul, filha de Ra’s: foi ela que escapou da prisão quando criança e foi Bane que a ajudou a fugir. Depois de comunicar seu plano de terminar a tarefa do pai de destruir Gotham, Talia foge. Na confusão que se segue, Gordon destrói o dispositivo que permitia a detonação remota da bomba enquanto Selina mata Bane, permitindo que Batman vá atrás de Talia. Ele tenta forçá-la a levar a bomba para a câmara de fusão onde pode ser estabilizada, mas Talia inunda a câmara. Talia morre quando seu caminhão bate, confiante de que a bomba não pode ser detida. Usando um helicóptero especial, Batman transporta a bomba para além dos limites da cidade, onde ela explode sobre o oceano e supostamente o mata.

Agora Batman é celebrado como um herói cujo sacrifício salvou Gotham City, enquanto Wayne é tido como morto nos motins. Após seus bens serem divididos, Alfred vê Bruce e Selina juntos em um café em Florença, enquanto Blake, jovem policial honesto que conhecia a identidade de Batman, herda a Batcaverna. Em suma, “Batman salva a situação, aparece incólume e continua com uma vida normal, enquanto outro o substitui no papel de defender o sistema”[2]. A primeira pista dos fundamentos ideológicos desse final é dada por Gordon, que, no (suposto) enterro de Wayne, lê as últimas linhas de Um conto de duas cidades, de Dickens: “Esta é, sem dúvida, a melhor coisa que faço e que jamais fiz; este é, sem dúvida, o melhor descanso que terei e que jamais tive”. Alguns críticos do filme interpretaram essa citação como um indício de que o filme “atinge o nível mais nobre da arte ocidental. O filme apela para o centro da tradição norte-americana – o ideal do nobre sacrifício pelo povo comum. Batman deve se humilhar para ser exaltado e renunciar à própria vida para encontrar uma nova. […] Como máxima figura de Cristo, Batman sacrifica a si para salvar os outros”[3].

Dessa perspectiva, com efeito, Dickens está apenas a um passo de distância de Cristo no Calvário: “Pois aquele que quiser salvar a sua vida, vai perdê-la, mas o que perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la. De fato, que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro mas arruinar a sua vida?” (Mt 16:25-26 da Bíblia de Jerusalém). O sacrifício de Batman como repetição da morte de Cristo? Essa ideia não seria comprometida pela última cena do filme (Wayne com Selina em um café em Florença)? O equivalente religioso desse final não seria a conhecida ideia blasfema de que Cristo realmente sobreviveu à crucificação e teve uma vida longa e pacífica (na Índia, ou talvez no Tibete, de acordo com algumas fontes)? A única maneira de remir essa cena final seria interpretá-la como um devaneio (alucinação) de Alfred, que se senta sozinho em um café em Florença. Outra característica dickensiana do filme é a queixa despolitizada sobre a lacuna entre ricos e pobres – no início do filme, Selina sussurra para Wayne enquanto eles dançam em um baile exclusivo da elite: “Está vindo uma tempestade, sr. Wayne. É melhor que estejam preparados. Pois quando ela chegar, todos se perguntarão como acharam que poderiam viver com tanto e deixar tão pouco para o resto”. Nolan, como todo bom liberal, está “preocupado” com essa disparidade e reconhece que essa preocupação impregnou o filme:

O que vejo do filme relacionado ao mundo real é a ideia de desonestidade. O filme inteiro trata da chegada do seu ponto crítico. […] A ideia de justiça econômica perpassa o filme, e por duas razões. Primeiro, Bruce Wayne é um bilionário. Isso tem de ser levado em conta. […] E segundo, há muitas coisas na vida, e a economia é uma delas, em que precisamos confiar em grande parte do que nos dizem, pois a maioria de nós se sente desprovida das ferramentas analíticas para saber o que está acontecendo. […] Não acho que existe uma perspectiva de direita ou de esquerda no filme. Ele faz apenas uma avaliação honesta, ou uma exploração honesta, do mundo em que vivemos – de coisas que nos preocupam.[4]

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Para todos os participantes, inclusive Batman, a moralidade é relativizada, torna-se uma questão de conveniência, algo determinado pelas circunstâncias (Divulgação)

Por mais que os espectadores saibam que Wayne é extremamente rico, eles tendem a se esquecer de onde vem a riqueza dele: fabricação de armas e especulação financeira, e é por isso que as jogadas de Bane na Bolsa de Valores podem destruir seu império – traficante de armas e especulador, esse é o verdadeiro segredo por trás da máscara do Batman. De que modo o filme lida com isso? Ressuscitando o tema arquetípico dickensiano do bom capitalista que se envolve no financiamento de orfanatos (Wayne) versus o mau e ganancioso capitalista (Stryver, como em Dickens). Nessa moralização dickensiana excessiva, a disparidade econômica é traduzida na “desonestidade” que deveria ser “honestamente” analisada, embora não tenhamos nenhum mapeamento cognitivo confiável, e uma abordagem “honesta” como essa nos leva a mais um paralelo com Dickens – é como afirmou Jonathan (corroteirista), irmão de Christopher Nolan, sem rodeios: “Para mim, Um conto de duas cidades foi o retrato mais angustiante de uma civilização reconhecível e descritível que se desintegrou completamente em pedaços. Com os terrores em Paris, na França daquela época, não é difícil imaginar que as coisas dariam tão errado assim”[5]. As cenas do vingativo levante populista no filme (uma multidão sedenta pelo sangue dos ricos que os ignoraram e exploraram) evocam a descrição de Dickens do Reino do Terror, tanto que, embora não tenha nada a ver com política, o filme segue o romance de Dickens ao retratar “honestamente” os revolucionários como fanáticos possuídos, e assim fornece a caricatura do que, na vida real, seriam revolucionários comprometidos ideologicamente no combate da injustiça estrutural. Hollywood conta o que o establishment quer que saibamos – que os revolucionários são criaturas brutais, sem nenhum respeito pela vida humana. Apesar da retórica emancipatória sobre a libertação, eles têm projetos sinistros por trás. Portanto, quaisquer que sejam as razões, elas precisam ser eliminadas.[6]

Tom Charity destacou corretamente “a defesa que o filme faz do establishment na forma de bilionários filantrópicos e uma polícia corrupta” – na sua desconfiança das pessoas que resolvem as coisas com as próprias mãos, o filme “demonstra tanto o desejo por justiça social quanto o medo do que realmente pode parecer nas mãos de uma multidão”[7]. Aqui, Karthick levanta uma questão bem clara sobre a imensa popularidade da figura do Coringa no filme anterior: qual o motivo de uma atitude tão hostil para com Bane quando o Coringa foi tratado com tanta mansidão no filme anterior? A resposta é simples e convincente:

O Coringa, que clama por anarquia na sua mais pura manifestação, enfatiza a hipocrisia da civilização burguesa como ela existe, mas é impossível traduzir suas visões em uma ação de massa. Bane, por outro lado, representa uma ameaça existencial ao sistema de opressão. […] Sua força não é apenas a psique, mas também sua capacidade de comandar as pessoas e mobilizá-las rumo a um objetivo político. Ele representa a vanguarda, o representante organizado dos oprimidos que promove a luta política em nome deles para gerar mudanças sociais. Tamanha força, com o maior dos potenciais subversivos, não tem lugar dentro do sistema. Ela precisa ser eliminada.[8]

No entanto, ainda que Bane não tenha o fascínio do Coringa de Heath Ledger, há uma característica que o distingue desse último: o amor incondicional, a mesma fonte da sua dureza. Em uma cena curta mas comovente, vemos como, em um ato de amor no meio do sofrimento terrível, Bane salvou a garota Talia sem se importar com as consequências e pagando um preço terrível por isso (foi espancado quase até a morte por defendê-la). Karthick tem toda razão ao situar esse acontecimento dentro da longa tradição, de Cristo a Che Guevara, que exalta a violência como uma “obra do amor”, como nas famosas palavras do diário de Che Guevara: “Devo dizer, correndo o risco de parecer ridículo, que o verdadeiro revolucionário é guiado pelo forte sentimento do amor. É impossível pensar em um revolucionário autêntico sem essa qualidade”[9]. O que encontramos aqui nem é tanto a “cristificação de Che”, mas sim uma “cheização do próprio Cristo” – o Cristo cujas palavras “escandalosas” de Lucas (“se alguém vem a mim e não odeia seu próprio pai e mãe, mulher, filhos, irmãos, irmãs e até a própria vida, não pode ser meu discípulo” [Lc 14:26]) apontam exatamente na mesma direção que a famosa citação de Che: “É preciso ser duro, mas sem perder a ternura”. A afirmação de que “o verdadeiro revolucionário é guiado pelo forte sentimento do amor” deveria ser interpretada juntamente com a declaração muito mais “problemática” de Guevara sobre os revolucionários como “máquinas de matar”:

O ódio é um elemento da luta; o ódio impiedoso do inimigo que nos ergue acima e além das limitações naturais do homem e nos transforma em eficazes, violentas, seletivas e frias máquinas de matar. Assim devem ser nossos soldados; um povo sem ódio não derrota um inimigo brutal.

Ou, parafraseando Kant e Robespierre mais uma vez: o amor sem crueldade é impotente; a crueldade sem amor é cega, paixão efêmera que perde todo seu vigor. Guevara está parafraseando as declarações de Cristo sobre a unidade do amor e da espada – em ambos os casos, o paradoxo subjacente consiste nisto: o que torna o amor angelical, o que o eleva acima da mera sentimentalidade instável e patética, é essa mesma crueldade, o seu elo com a violência – é esse elo que eleva o amor acima e além das limitações naturais do homem e o transforma em pulsão incondicional. É por isso que, voltando a O Cavaleiro das Trevas Ressurge, o único amor autêntico no filme é o de Bane, o “amor do terrorista”, em nítido contraste a Batman.

Nesse mesmo viés, a figura de Ra’s, pai de Talia, merece um exame mais cuidadoso. Ra’s é uma mistura de características árabes e orientais, um agente do virtuoso terror lutando para contrabalancear a corrompida civilização ocidental. O personagem é interpretado por Liam Neeson, ator cuja persona na tela geralmente irradia uma nobre bondade e sabedoria (ele faz o papel de Zeus em Fúria de Titãs), e que também representa Qui-Gon Jinn em A Ameaça Fantasma, primeiro episódio da série Star Wars. Qui-Gon é um cavaleiro Jedi, mentor de Obi-Wan Kenobi, bem como o descobridor de Anakin Skywalker, acreditando que Anakin é O Escolhido que restituirá o equilíbrio do universo, ignorando os alertas de Yoda sobre a natureza instável de Anakin; no final de A Ameaça Fantasma, Qui-Gon é morto por Darth Maul[10].

Na trilogia Batman, Ra’s também é professor do jovem Wayne: em Batman Begins, ele encontra Wayne em uma prisão chinesa; apresentando-se como Henri Ducard, ele oferece um “caminho” para o garoto. Depois que Wayne é libertado, ele segue até a fortaleza da Liga das Sombras, onde Ra’s está esperando, embora se apresente como servo de outro homem chamado Ra’s Al Ghul. Depois de um longo e doloroso treinamento, Ra’s explica que Bruce deve fazer o que for preciso para combater o mal, embora revele que eles treinaram Bruce para liderar a Liga com o intuito de destruir Gotham City, que eles acreditam ter se tornado irremediavelmente corrupta. Portanto, Ra’s não é a simples encarnação do Mal: ele representa a combinação de virtude e terror, a disciplina igualitária que combate um império corrupto, e assim pertence ao fio condutor (na ficção recente) que vai de Paul Atreides em Duna até Leônidas em300 de Esparta. E é crucial que Wayne seja seu discípulo: Wayne foi formado como Batman por ele.

Duas críticas do senso-comum se apresentam aqui. A primeira é de que houveviolência e matanças monstruosas nas revoluções reais, desde o estalinismo ao Khmer Vermelho, por isso está claro que o filme não está apenas engajado na imaginação revolucionária. A segunda, oposta, é esta: o atual movimento Occupy Wall Street não foi violento, seu objetivo definitivamente não era um novo reino do terror; na medida em que se espera que a revolta de Bane extrapole a tendência imanente do movimento OWS, o filme, portanto, deturpa de maneira absurda seus objetivos e estratégias. Os atuais protestos antiglobalistas são o exato oposto do terror brutal de Bane: este representa a imagem espelhada do terror estatal, uma seita fundamentalista e homicida dominada e controlada pelo terror, e não a sua superação por meio da auto-organização popular… As duas críticas compartilham a rejeição da figura de Bane. A resposta a essas duas críticas é múltipla.

Primeiro, devemos esclarecer o atual escopo da violência – a melhor resposta para a afirmação de que a reação violenta da multidão à opressão é pior que a opressão original foi dada por Mark Twain no seu Um ianque na corte do rei Artur: “Houve dois ‘Reinos do Terror’, se bem nos lembramos; um forjado na incandescente paixão, outro no desumano sangue frio. […] Mas todos os nossos temores, que os tenhamos pelo menor terror, o momentâneo, por assim dizer; pois o que é o terror da morte súbita pelo machado se comparado à morte em toda uma vida de fome, frio, insulto, crueldade e desilusão? O cemitério de qualquer cidade pode bem conter os caixões cheios desse breve terror, que todos aprendemos com afinco a temer e lamentar; mas a França inteira mal conteria os caixões cheios daquele outro terror, mais antigo e verdadeiro, o terror de amargura e atrocidade indizíveis, que nenhum de nós aprendeu a encarar em toda sua amplitude ou desprezo que merece”.

Depois, deveríamos desmistificar o problema da violência, rejeitando afirmações simplistas de que o comunismo do século XX agiu com uma violência homicida excessiva demais, e de que deveríamos tomar cuidado para não cair mais uma vez nessa armadilha. Com efeito, trata-se de uma terrível verdade – mas esse foco voltado diretamente para a violência obscurece uma questão basilar: o que houve de errado no projeto comunista do século XX como tal, qual foi o ponto fraco imanente desse projeto que impulsionou o comunismo a recorrer (não só) aos comunistas no poder para a violência irrestrita? Em outras palavras, não basta dizer que os comunistas “negligenciaram o problema da violência”: foi um aspecto sócio-político mais profundo que os impulsionou à violência. (O mesmo se aplica à ideia de que os comunistas “negligenciaram a democracia”: seu projeto geral de transformação social impôs sobre eles esse “negligenciar”.) Portanto, não é apenas o filme de Nolan que foi incapaz de imaginar o poder autêntico do povo – os próprios movimentos “reais” de emancipação radical também não o fizeram e continuam presos nas coordenadas da antiga sociedade, e, por essa razão, muitas vezes o efetivo “poder do povo” foi esse horror violento.

E, por último, mas não menos importante, é muito simples dizer que não há potencial violento no movimento OWS e similares – há sim uma violência em jogo em todo processo emancipatório autêntico: o problema com o filme é que ele traduziu essa violência de uma maneira errada em terror homicida. Qual é, então, a sublime violência em relação à qual até mesmo o mais brutal assassinato é um ato de fraqueza? Façamos uma digressão em Ensaio sobre a lucidez, de José Saramago, que conta a história dos estranhos eventos na capital sem nome de um país democrático não identificado. Quando a manhã do dia das eleições é arruinada por chuvas torrenciais, a quantidade de eleitores presentes é extremamente baixa, mas o tempo melhora no meio da tarde e a população segue em massa para as seções eleitorais. No entanto, o alívio do governo logo acaba quando a contagem de votos revela que 70% das cédulas na capital foram deixados em branco. Frustrado por esse aparente lapso civil, o governo dá aos cidadãos a chance de refazer o fato uma semana depois, em mais um dia de eleição. O resultado é pior: agora 83% dos votos foram brancos. Os dois principais partidos políticos – o governante partido da direita (p.d.d.) e seu principal adversário, o partido do meio (p.d.m.) – entram em pânico, enquanto o infeliz e marginalizado partido da esquerda (p.d.e.) apresenta uma análise afirmando que os votos brancos são, essencialmente, um voto por sua agenda progressiva. Sem saber como responder a um protesto benigno, mas certo de que existe uma conspiração antidemocrática, o governo rapidamente rotula o movimento de “terrorismo puro e duro” e declara estado de emergência, permitindo a suspensão de todas as garantias constitucionais e adotando uma série de medidas cada vez mais drásticas: os cidadãos são apanhados aleatoriamente e desaparecem em interrogatórios secretos, a polícia e a sede do governo saem da capital, proibindo a entrada e a saída da cidade e, por fim, fabricando seu próprio líder terrorista. A cidade toda continua funcionando quase normalmente, as pessoas se esquivam de todas as ofensivas do governo com uma harmonia inexplicável e com um verdadeiro nível gandhiano de resistência não violenta… isso, a abstenção dos eleitores, é um exemplo de “violência divina” verdadeiramente radical que desperta reações de pânico brutal nos detentores do poder.

Voltando a Nolan, a trilogia dos filmes do Batman, portanto, segue uma lógica imanente. Em Batman Begins, o herói continua dentro dos limites de uma ordem liberal: o sistema pode ser defendido com métodos moralmente aceitáveis. O Cavaleiro das Trevas é de fato uma nova versão de dois clássicos de faroeste de John Ford (Sangue de Heróis e O Homem Que Matou o Facínora) que retratam como, para civilizar o ocidente selvagem, é preciso “publicar a lenda” e ignorar a verdade – em suma, como nossa civilização tem de se fundamentar em uma Mentira: é preciso quebrar as regras para defender o sistema. Ou, dito de outra forma, em Batman Begins, o herói é simplesmente uma figura clássica do vigilante urbano que pune os criminosos naquilo que a polícia não pode; o problema é que a polícia, órgão responsável pela imposição das leis, relaciona-se de maneira ambígua à ajuda de Batman: enquanto admite sua eficácia, ela também considera Batman uma ameaça ao seu monopólio do poder e uma testemunha da sua ineficácia. No entanto, a transgressão de Batman aqui é puramente formal, consiste em agir em nome da lei sem a legitimação para fazê-lo: nos seus atos, ele nunca viola a lei. O Cavaleiro das Trevas muda essas coordenadas: o verdadeiro rival de Batman não é o Coringa, seu oponente, mas Harvey Dent, o “cavaleiro branco”, o novo e agressivo promotor público, um tipo de vigilante oficial cuja batalha fanática contra o crime o conduz ao assassinato de pessoas inocentes e o destrói. É como se Dent fosse a resposta à ordem legal da ameaça de Batman: contra a vigilante luta de Batman, o sistema gera seu próprio excesso ilegal, seu próprio vigilante, muito mais violento que Batman, violando diretamente a lei. Desse modo, há uma justiça poética no fato de que, quando Bruce planeja revelar ao público sua identidade como Batman, Dent o interrompe e se apresenta como Batman – ele é “mais Batman que o próprio Batman”, efetivando a tentação à qual Batman ainda era capaz de resistir. Então quando, no final do filme, Batman assume os crimes cometidos por Dent para salvar a reputação do herói popular que incorpora a esperança para o povo comum, seu ato modesto tem uma ponta de verdade: Batman, de certa forma, devolve o favor a Dent. Seu ato é um gesto de troca simbólica: primeiro Dent toma para si a identidade de Batman, e depois Wayne – o Batman verdadeiro – toma para si os crimes de Dent.

Por fim, O Cavaleiro das Trevas Ressurge ultrapassa ainda mais os limites: Bane não seria Dent levado ao extremo, à sua autonegação? Dent que chega à conclusão de que o sistema é injusto, de modo que, para combater a injustiça com eficácia, é preciso atacar diretamente o sistema e destruí-lo? E, como parte da mesma atitude, Dent que perde as últimas inibições e está pronto para usar toda sua brutalidade assassina para atingir esse objetivo? O advento dessa figura muda a constelação inteira: para todos os participantes, inclusive Batman, a moralidade é relativizada, torna-se uma questão de conveniência, algo determinado pelas circunstâncias: é uma guerra de classes aberta, tudo é permitido para defender o sistema quando estamos lidando não só com gângsteres malucos, mas com uma revolta popular.

Será, então, que isso é tudo? O filme deveria ser categoricamente rejeitado por quem se envolve em lutas emancipatórias radicais? As coisas são mais ambíguas, e é preciso interpretar o filme da maneira que se interpreta um poema político chinês: as ausências e as presenças surpreendentes também contam. Recordemos a antiga história francesa sobre uma esposa que reclama do melhor amigo do marido, dizendo que o amigo tem se insinuado sexualmente para ela: leva algum tempo para que o amigo surpreso entenda a mensagem – de uma maneira invertida, ela o está incitando a seduzi-la… É como o inconsciente freudiano que não conhece a negação: o que importa não é um juízo negativo sobre algo, mas o simples fato de que esse algo seja mencionado – em O Cavaleiro das Trevas Ressurge, o poder do povo ESTÁ AQUI, encenado como um Evento, em um passo fundamental dado a partir dos oponentes habituais de Batman (criminosos megacapitalistas, gângsteres e terroristas).

Temos aqui a primeira pista – a perspectiva de que o movimento OWS tome o poder e estabeleça a democracia do povo em Manhattan é nítida e completamente tão absurda e irreal que não podemos deixar de fazer a seguinte pergunta: POR QUE UM IMPORTANTE BLOCKBUSTER DE HOLLYWOOD SONHA COM ISSO, POR QUE EVOCA ESSE ESPECTRO? Por que sequer sonhar com o OWS culminando em uma violenta tomada de poder? A resposta óbvia (manchar o OWS com acusações de que ele guarda um potencial terrorista totalitário) não é o bastante para explicar a estranha atração exercida pela perspectiva do “poder do povo”. Não admira que o funcionamento apropriado desse poder continue branco, ausente: nenhum detalhe é dado sobre como funciona esse poder do povo, sobre o que as pessoas mobilizadas estão fazendo (é preciso lembrar que Bane diz que as pessoas podem fazer o que quiserem – ele não impõe sobre elas a sua própria ordem).

É por isso que a crítica externa do filme (“sua retratação do reino do OWS é uma caricatura ridícula”) não basta – a crítica tem de ser imanente, tem de situar dentro do próprio filme uma multiplicidade de sinais que aponte para o Evento autêntico. (Recordemos, por exemplo, que Bane não é apenas um terrorista brutal, mas sim uma pessoa de profundo amor e sacrifício.) Em suma, a ideologia pura não é possível, a autenticidade de Bane TEM de deixar rastros na tecitura do filme. É por isso que o filme merece uma leitura mais íntima: o Evento – a “república do povo de Gotham City”, a ditadura do proletariado sobre Manhattan – é imanente ao filme, é o seu centro ausente.

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Referências

[1] Tyler O’Neil, “Dark Knight and Occupy Wall Street: The Humble Rise”,Hillsdale Natural Law Review, 21 de julho de 2012.

[2] Karthick RM, “The Dark Knight Rises a ‘Fascist’?”, Society and Culture, 21 de julho de 2012.

[3] Tyler O’Neil, cit.

[4] Christopher Nolan, entrevista na Entertainment 1216 (julho de 2012), p. 34.

[5] Entrevista de Christopher e Jonathan Nolan ao Buzzine Film.

[6] Karthick, cit.

[7] Forrest Whitman, “The Dickensian Aspects of The Dark Knight Rises”, 21 de julho de 2012.

[8] Karthick, cit.

[9] Citado em Jon Lee Anderton, Che Guevara: A Revolutionary Life, New York: Grove 1997, p. 636-637.

[10] Notemos a ironia do fato de que o filho de Neeson é um xiita devoto, e que o próprio Neeson às vezes fala sobre a sua futura conversão ao islamismo.

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Fidel Castro entra na lista dos mais ricos do mundo da Forbes http://portalconservador.com/fidel-castro-entra-na-lista-dos-mais-ricos-do-mundo-da-forbes/ http://portalconservador.com/fidel-castro-entra-na-lista-dos-mais-ricos-do-mundo-da-forbes/#respond Wed, 16 Mar 2005 17:22:22 +0000 http://portalconservador.com/?p=3088 read more →]]> A lista das pessoas mais ricas do mundo elaborada pela revista “Forbes” inclui neste ano o ditador cubano Fidel Castro, que teria acumulado uma fortuna de US$ 550 milhões. Entre políticos e chefes de Estado citados pela “Forbes”, estão à frente de Fidel em fortuna apenas o rei Fahd Bin Abdul Aziz Alsaud, da Arábia Saudita, com US$ 22 bilhões; o sultão Haji Hassanal Bolkiah, de Brunei, com US$ 20 bilhões; o príncipe Hans-Adam, de Liechtenstein, com US$ 3,2 bilhões; o primeiro-ministro da Tailândia, Thaksin Shinawatra, com US$ 1,9 bilhão; e a rainha Elizabeth 2ª, com US$ 720 milhões.

De acordo com a publicação, se, por um lado, Cuba não pára de empobrecer desde 1959, quando a revolução comandada por Fidel e pelo médico argentino Ernesto Che Guevara derrubaram o governo de Fulgêncio Batista, por outro lado a fortuna pessoal do ditador não pára de crescer.

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Segundo a “Forbes”, Fidel teria acumulado a fortuna a partir de “uma rede de negócios pertencentes ao Estado”. Entre esse negócios, a revista cita o Palácio de Convenções, um centro de convenções próximo a Havana (capital do país); o conglomerado do setor de varejo Cimex; e o Medicuba, que vende vacinas e outros produtos farmacêuticos produzidos no país.

A revista afirma ainda que Fidel viaja exclusivamente em comboios de carros Mercedes-Benz. Além disso, teria recebido US$ 50 milhões em 1993 por ter vendido a fabricante estatal de rum Havana Club para a gigante francesa Pernod Ricard. Criada nos Estados Unidos em 1917, a “Forbes” hoje é publicada em diversos países e produz anualmente listas das personalidades mais ricas do planeta.

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