Cuba – Portal Conservador https://portalconservador.com Maior Portal dirigido ao público Conservador em língua portuguesa. Wed, 09 Dec 2020 21:33:45 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.8.1 65453639 Cuba rompe diálogo com grupo de artistas que pediam liberdade de expressão https://portalconservador.com/cuba-rompe-dialogo-com-grupo-de-artistas-que-pediam-liberdade-de-expressao/ https://portalconservador.com/cuba-rompe-dialogo-com-grupo-de-artistas-que-pediam-liberdade-de-expressao/#respond Wed, 09 Dec 2020 21:33:45 +0000 https://portalconservador.com/?p=5315 read more →]]> O governo de Cuba descumpriu sua promessa de se reunir com um grupo de artistas que pediam mais liberdade de expressão, dizendo que não concorda com uma série de condições para realizar as negociações e que não conversará com “inimigos da revolução”.

O governo cubano havia concordado em organizar as conversas na sexta-feira passada, quando cerca de 300 artistas cubanos realizaram uma manifestação incomum diante do Ministério da Cultura em protesto contra uma operação na sede do grupo de artistas dissidentes “Movimento San Isidro”.

“O ministro da Cultura (Alpidio Alonso) não se reunirá com pessoas que têm contato direto e recebem financiamento, apoio logístico e respaldo propagandístico do governo dos Estados Unidos e seus funcionários”, disse em uma nota oficial.

O Ministério da Cultura divulgou que os 30 delegados anunciados para negociar enviaram um e-mail que a instituição qualificou de “insolente” e observou que “o grupo se erigiu em voz de todos, pretende impor, de modo unilateral, quem, com quem e para que aceitarão dialogar”.

Na lista dos 30 delegados estão incluídos vários membros do chamado “Movimento San Isidro” e meios independentes como 14yMedio e Cibercuba, entre outros, que o governo qualifica de “mercenários”.

O Estado, que tem o monopólio dos meios de comunicação, empreendeu nesta semana una ofensiva contra os dissidentes ao classificá-los de “mercenários financiados pelos Estados Unidos” que buscam desestabilizar o país, e afirmou que seus protestos são orquestrados em Miami e Washington.

O governo norte-americano tem um histórico antigo de financiamento do que descreve como esforços para promover a democracia na ilha, mas o grupo de San Isidro nega ter recebido este financiamento.

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Morre Pedro Casaldáliga, o bispo expoente da Teologia da Libertação https://portalconservador.com/morre-pedro-casaldaliga-o-bispo-expoente-da-teologia-da-libertacao/ https://portalconservador.com/morre-pedro-casaldaliga-o-bispo-expoente-da-teologia-da-libertacao/#respond Sun, 09 Aug 2020 13:25:23 +0000 https://portalconservador.com/?p=5271 read more →]]> O bispo catalão Pere Casaldáliga, conhecido por Pedro Casaldáliga, “bispo do povo” ou “bispo vermelho”, consoante o ponto de vista, um dos principais representantes da Teologia da Libertação da América Latina, enfraquecido por anos de Parkinson, aos 92 anos, não sobreviveu a problemas respiratórios.

Diversos personagens não exitaram em louvar o bispo representante da esqueda, como por exemplo os ex-presidentes Dilma Rousseff e Lula, que teceram grandes elogios em suas redes sociais por ocasião da morte do bispo.

Opositor do regime, dos grandes proprietários de terras e até do Vaticano, sempre exaltou os trabalhadores sem terra e os povos indígenas. “Nesta terra é fácil nascer e morrer, mas é difícil viver”, disse o prelado à AFP em 2012.

Em 1988, questionado num programa de TV, Roda Viva, que medidas tomaria se fosse nomeado Papa, mostrou o seu sentido de humor: “Nem o Espírito Santo nem os cardeais vão cair nessa.”

Certa vez o famoso bispo disse: “Só há dois absolutos: Deus e a fome.”

Em 1998, Pedro Casaldáliga foi chamado a Roma, onde foi interrogado e corrigido pelo então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o cardeal Joseph Ratzinger, que sete anos depois se tornou no Papa Bento XVI.

No final de julho, assinou com 152 outros bispos brasileiros uma crítica aberta ao presidente Jair Bolsonaro, utilizando-se para tal de narrativas que não condizem com a realidade dos fatos.

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O fim do embargo e a felicidade da esquerda mundial https://portalconservador.com/o-fim-do-embargo-e-a-felicidade-da-esquerda-mundial/ https://portalconservador.com/o-fim-do-embargo-e-a-felicidade-da-esquerda-mundial/#respond Sun, 21 Dec 2014 15:02:15 +0000 http://portalconservador.com/?p=1624 read more →]]> Se abrir relações comerciais com um país é uma arma contra o comunismo, alguém por favor me explique como a China, a Venezuela ou a Rússia, para ficar em exemplos óbvios, continuam ditaduras abjetas mesmo inseridas no mercado global e sem dar o menor sinal de liberalização ou flexibilização dos seus regimes?

Se as concessões feitas por Barack Obama não pressupõem quaisquer contrapartidas relevantes em termos de abertura política do regime cubano ou respeito mínimo aos direitos humanos na ilha-presídio, elas não servirão exatamente para financiar a ditadura genocida dos Castro e ajudar que seu regime de terror e barbárie se perpetue no poder?

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O Brasil contrata milhares de médicos cubanos a peso de ouro e faz obras bilionárias na ilha. Alguém poderia identificar o que isso significou em termos de avanço de uma agenda de democratização do país?

Um dos argumentos mais risíveis a favor do fim do embargo é que ele seria uma “desculpa” dos Castro para a miséria da ilha. E qual ditador não tem desculpas para a miséria do seu povo? Quem impedirá que outras mentiras substituam as anteriores? Façam-me o favor! Dilma e o PT culpam uma “crise internacional” que só existe na cabeça deles pelo crescimento pífio do PIB brasileiro. Como dizia Roberto Campos, “para um socialista, um fracasso é apenas um sucesso mal explicado”. Sem mentiras, a esquerda sequer existiria.

VEJA: Senador cubano-americano comenta reaproximação dos dois países

Vivemos tempos estranhos em que abrir canais de financiamento de ditaduras é visto como algo positivo e até uma medida “liberal”. Em vez de destruir o liberalismo, os socialistas resolveram há décadas esticar o entendimento do que é ser liberal a ponto de que o termo está ficando praticamente irreconhecível. Não custa lembrar que a própria esquerda americana se auto-intitula “liberal”.

A economia é apenas um pequeno capítulo da política. O grande patrocinador da idéia absurda de que é a economia, mais especificamente a posse dos “meios de produção”, que molda a sociedade, foi Karl Marx. E é impressionante como o velho furunculoso consegue pautar até mesmo adversários com seu framework ideológico.

Por fim, se o fim do embargo fosse ruim para os Castro, por que a esquerda mundial está em festa? É nessas horas que eu lembro do conselho de Nelson Rodrigues aos jovens: “envelheçam!”.

Escrito por Alexandre Borges.

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A desconhecida história do embargo cubano https://portalconservador.com/a-desconhecida-historia-do-embargo-cubano/ https://portalconservador.com/a-desconhecida-historia-do-embargo-cubano/#comments Fri, 01 Aug 2014 15:13:10 +0000 http://portalconservador.com/?p=945 read more →]]> Eis um tema que, ao longo de mais de meio século, é inseparável da vida do povo cubano, e que tem estado presente, por igual período de tempo, no cenário político e na opinião pública internacional: o embargo econômico imposto a Cuba pelo governo dos Estados Unidos.

Em minha opinião, o controvertido embargo tem sido apenas um jogo diabólico de conveniência entre os dois governos envolvidos neste embate, cujo resultado alcançado durante décadas tem sido um só: uma falta de respeito ao — e um desprezo abominável e abusivo pelo — povo cubano.

Por que digo isso?

Este jogo desumano começou em outubro de 1960, como resposta do governo americano às expropriações das propriedades de cidadãos e companhias americanas na ilha, levadas a cabo pelo ainda incipiente governo revolucionário cubano.

Já no ano de 1992, o embargo adquiriu caráter de lei e, em 1996, o Congresso dos Estados Unidos aprovou a chamada Lei Helms-Burton, a qual proibiu os cidadãos americanos de realizar negócios dentro da ilha ou com o governo cubano — embora desde muito antes a justificativa para o embargo tenha sido a ausência de liberdades civis e as violações dos direitos humanos realizadas pelo regime cubano.

Ainda hoje, o povo de Cuba majoritariamente acredita que a causa de todas as suas penúrias é o bloqueio.  Eu também pensava assim, até ter presenciado algo que me fez pensar seriamente a respeito.

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Em 1997, eu trabalhava como assessor jurídico de uma empresa que atuava no ramo do comércio exterior, e qual foi a minha surpresa quando constatei que a empresa Alimport (Empresa Cubana Importadora de Alimentos), responsável pelo nosso comércio exterior, estava importando produtos agrícolas diretamente de produtores dos Estados Unidos. Estranho, não?

Ou seja, no ano de 1996 foi aprovada a Lei Helms-Burton e, um ano depois — quando já era notícia diária em Cuba e no resto do mundo a aprovação da dita lei —, pude constatar, repito, que se estava importando produtos agrícolas diretamente do Império Americano.

Isso, contudo, não era dito pelos meios de comunicação em massa do meu país.

Porém, há mais. No ano de 1999, o presidente Bill Clinton “endureceu o bloqueio”, proibindo as filiais estrangeiras de companhias americanas de negociar com Cuba a valores maiores do que US$700 milhões anuais.  Entretanto, no ano 2000, o próprio Clinton autorizou a venda de certos produtos “humanitários” a Cuba.

O fato é que, paradoxalmente, não apenas os EUA têm estado entre os cinco principais sócios comerciais de Cuba, como também, se não bastasse, têm sido os principais fornecedores de produtos agrícolas para a ilha.

Veja a tabela abaixo.

Embargo-economico-Cuba-2-Portal-Conservador

Fonte: Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento.

Não seria o maior embargo sofrido pelo povo cubano justamente aquele imposto pelo próprio governo cubano?

Muitos afirmam que o comércio entre Cuba e EUA está sujeito a regulações e que ocorre debaixo de certas condições.  Por exemplo, Cuba tem que pagar imediatamente, e à vista, todos os produtos que importa dos EUA, já que este não concede nenhum tipo de crédito financeiro ao governo de Cuba.

Há algo de errado nisso?

Bom, dado que cada um tem o direito de proteger seus interesses, e dado que Cuba, pelas circunstâncias, justificadas ou não, é má pagadora, tal exigência é compreensível.  Eu mesmo tenho experiência com isso: lidei com muitas reclamações por parte de empresas estrangeiras, tendo que responder por questão de mora nos pagamentos.

Não é interessante o fato de que Cuba sofra embargo de um país que, por sua vez, tem sido seu principal exportador de produtos agrícolas e, em nível mundial, seu quinto maior exportador?

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Números divulgados pelo Banco Mundial. Maiores informações aqui.

Não entendo, realmente.

De qualquer forma, o embargo existe e, ainda que não seja tão cruel como pintam, nenhum governo tem o direito de boicotar ou de atrapalhar de nenhuma forma a economia de outro país.

Contudo, se analisarmos as causas apontadas e as consequências deste conflito, veremos, de um lado, o governo dos Estados Unidos bloqueando a economia de Cuba com a justificativa de obrigar o governo cubano a reconhecer as liberdades individuais e a respeitar os direitos humanos de seu povo; e, de outro, o governo de Cuba culpando o embargo por todas as suas penúrias e calamidades, exaltando ferrenhamente sua imagem de defensor das liberdades individuais e dos direitos humanos.

Essa acusação feita aos americanos pelo governo cubano não deixa de ser irônica.  Pois, como bem disse Diogo Costa, “Antes de 1959, o problema de Cuba era a presença de relações econômicas com os Estados Unidos.  Depois o problema se tornou a ausência de relações econômicas com os Estados Unidos.”

E prossegue:

O embargo americano é obsceno, mas não é a raiz da pobreza cubana.  De fato,[…] os cubanos podem comprar produtos americanos pelo México.  Podem comprar carros do Japão, eletrodomésticos da Alemanha, brinquedos da China ou até cosméticos do Brasil.

Por que não compram?  Porque não têm com o que comprar.  Não é um problema contábil ou monetário — o governo cubano emite moeda sem lastro nem vergonha.  O que falta é oferta.  Cuba oferece poucas coisas de valor para o resto do mundo.  Cuba é pobre porque o trabalho dos cubanos não é produtivo.

A má notícia para os comunistas é que produtividade é coisa de empresário capitalista.  Literalmente.  É o capital que deixa o trabalho mais produtivo.  E é pelo empreendedorismo que uma sociedade descobre e realiza o melhor emprego para o capital e o trabalho.

Mesmo quando o governo cubano permite um pouco de empreendedorismo, ele restringe a entrada de capital. Desde que assumiu o poder em 2007, Raúl Castro já fez a concessão de quase 170.000 lotes de terra não cultivada para agricultores privados.  Só que faltam ferramentas e máquinas para trabalhar a terra.  A importação de bens de capital é restrita pelo governo.  Faltam caminhões para transportar alimentos.  Os poucos que existem estão velhos e passam grande parte do tempo sendo consertados. Em 2009, centenas de toneladas de tomate apodreceram por falta de transporte.

No fim, independentemente dos critérios com que se analise este tema, se há algo que não se pode questionar é o fato de que o único prejudicado nesta briga tem sido o próprio povo cubano: o de verdade, e não a minoria governante.

Embargos servem apenas para fortalecer regimes totalitários e para aumentar o sofrimento da população oprimida, que, além da ditadura, ainda fica privada de poder adquirir bens que aliviariam um pouco do seu sofrimento.

Basta comparar Cuba à China. Em ambos os casos, os regimes seguem firmes e fortes, mas os chineses ao menos têm acesso a produtos estrangeiros, o que ajudou a aliviar enormemente sua privação.

Sobrepor um embargo comercial a uma ditadura é algo desumano.

É o povo cubano quem sofre com a miséria e com a escassez, e é o que sofre também com as faltas de liberdades individuais e com a violação dos direitos humanos mais elementares, enquanto os políticos dos dois lados seguem envolvidos neste jogo diabólico.

Até quando?

Escrito por Nelson Rodríguez Chartrand para o blog Liberzone.

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A vida secreta e luxuosa de Fidel Castro https://portalconservador.com/a-vida-secreta-e-luxuosa-de-fidel-castro/ https://portalconservador.com/a-vida-secreta-e-luxuosa-de-fidel-castro/#comments Sat, 21 Jun 2014 17:29:46 +0000 http://portalconservador.com/?p=735 read more →]]> “Apesar do que sempre fala , Fidel nunca abandonou os confortos capitalistas , nem escolheu para viver com austeridade. Muito pelo contrário, o seu modo de vida é de um capitalista sem limites”, diz o ex- guarda-costas do “Comandante ” no livro “La Vie Cachee Fidel Castro” (A Vida Oculta de Fidel Castro).

O livro escrito pelo jornalista francês Axel Gylden conta a história que nenhum idealista quer ouvir: o “paraíso socialista” é governado há 55 anos por homens que vivem com luxos inimagináveis ​​para muitos líderes de avançados países capitalistas.

Juan Reinaldo Sanchez, que hoje tem 65 anos, trabalhou por 17 na segurança pessoal de Castro. Mas ganhou a antipatia do chefe quando pediu a aposentadoria. Eles o consideraram um traidor, sendo torturado e enviado para a prisão, onde viveu em uma pequena cela infestada de baratas. Em 2008 saiu e emigrou para os Estados Unidos.

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Juan Reinaldo Sanchez

Em entrevista ao The Guardian, Gylden adiantou alguns detalhes chocantes. Por exemplo, o ex-presidente cubano vive na ilha privada de Cayo Piedra, localizada ao sul da Baía dos Porcos. Conforme descrito por Sanchez, lá foi construído um Jardim do Éden.

Para sair desse paraíso para o resto de Cuba usa um iate de luxo, a Aquarama II, construído com madeira importada de Angola e quatro motores doados por Leonid Brezhnev, um dos últimos presidentes da União Soviética. Por terra, geralmente se movem em Mercedez-Benz.

Porém as propriedades de Castro, não estão limitadas a estas. Em Havana tem sua própria mansão , incluindo um bungalow com porto, um centro médico, uma quadra de basquete e até mesmo uma pista para jogar boliche no telhado.

Entre outras extravagâncias, o ex-presidente sempre se move com uma escolta de dez seguranças. Dois deles devem ter o mesmo tipo de sangue e fator, a ser potenciais doadores , se necessário.

Além de fumar os melhores charutos cubanos, é um amante do uísque. Seu favorito é o caríssimo Chivas Regal, importado da Escócia.

As denúncias de Sánchez mostram que seu estilo de vida está longe de ser a negação de que sempre se vangloriou . Nas últimas décadas, ele passou como chefe de governo a acordar tarde e somente começar a trabalhar, depois do meio-dia. Quando era visitado por um de seus amigos, como o recentemente falecido Gabriel García Márquez, passava grande parte do dia em caça submarina em sua ilha particular.

“Era como um deus. Eu degustava cada palavra que ele falava e acreditava em tudo que dizia , seguindo-o em todos os lugares e também teria morrido por ele.” Assim sentia Sanchez e muitos daqueles que serviram Castro.

Mas então eu percebi que muitas coisas estavam erradas. O líder sentia que “Cuba lhe pertencia.”

“Foi o seu amor pela maneira de ser semelhante a um proprietário de terras do século XIX. Para ele, a riqueza era um instrumento de poder, de sobrevivência política e de proteção pessoal”, diz ele. E eu continuei lembrando como ele guardava centenas de diamantes em uma caixa de charutos Cohiba, acrescenta: “Às vezes, Fidel tinha a mentalidade de um pirata do Caribe”.

“Esta é a primeira vez que alguém do círculo íntimo de Castro fala, alguém que fazia parte do sistema e foi testemunha ocular dos eventos que descreveu. Isso muda a imagem que temos dele. Não apenas seu estilo de vida contradiz suas palavras, mas colocam em questão a sua psicologia e motivações “, resume o autor do livro.

Escrito por Mário Augusto. Infobae America.

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A verdade sobre Cuba nas lentes de Yusnaby Pérez https://portalconservador.com/a-verdade-sobre-cuba-nas-lentes-de-yusnaby-perez/ https://portalconservador.com/a-verdade-sobre-cuba-nas-lentes-de-yusnaby-perez/#comments Tue, 10 Jun 2014 00:34:33 +0000 http://portalconservador.com/?p=464 read more →]]> Com certeza você já se viu numa discussão sobre “o que é melhor, mais estado ou menos estado?”. A verdade é que o estado não é capaz, nem matematicamente, de gerir e satisfazer as necessidades de uma população, que através de mecanismos de oferta e demanda fazem os produtores saberem o que produzir, assim mantendo o mercado sempre cheio, com todos produzindo, etc. Mas o que acontece quando o estado domina tudo? O fotógrafo Yusnaby Pérez mostra todos os dias a realidade miserável de Cuba, um lugar que há mais de meio século é totalmente dominado pelo estado. Se você quiser ver algumas leis delirantes do lugar, leia esse artigo.

Conheça o verdadeiro socialismo cubano:

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28 famílias moram nesta humilde residência

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Esse é o transporte público em Cuba

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Uma casa comum no centro de Havana

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Esse cara está recolhendo suas carnes porque a polícia está chegando.

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Crianças brincam com carrinhos que eles mesmos construíram

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A doutrinação começa desde cedo, nas escolas. Em cima, um comparativo com o que ocorre na Venezuela agora

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Vender CD’s piratas na rua é legal, e o governo cobra impostos

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Essa mulher é engenheira agrônoma e pra viver vende escovas de dente.

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Já esse cara, que é formado em engenharia mecânica, tem que vender isqueiros.

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Esse é um dos espiões que falei. Ele ganha 7 dólares por mês pra dedurar vizinhos “anti-revolucionários”

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Essa criança disse ao fotógrafo que esse pneu é o único brinquedo dela

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Uma fila pra poder comprar em um mercado, que vende de forma racionada

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Outra fila de mercado

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Essa mulher é formada em história da arte e vende bananas pra viver

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É obrigatório em todas as escolas manter essas fotos na parede

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Javier é formado em engenharia nuclear, e vende bananas também

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Por dentro de um mercado. Todos vendem de forma racionada.

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Na farmácia, até absorventes são racionados.

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Nesse prédio você só pode usar a água de 3 em 3 dias, e em certa quantidade.

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Nesse mercado você só pode comprar 5 ovos e 5 libras de arroz por mês

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Pra comprar você deve usar sua ficha de racionamento. O produto que você pega é marcado e se atingir o limite, não pode pegar mais.

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É o governo que decide o nome de estabelecimentos legalizados. O nome desse açougue é “A insuperável”.

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Essa menina ganha 50 cents por saco de latinhas que ela recolhe

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Na escadaria do prédio, alguém avisa: “Proibido usar água, a cisterna está contaminada”

 

Uma sapataria estatal. Os preços são em dólar.

Uma sapataria estatal. Os preços são em dólar.

Essa enfermeira gastou seu salário inteiro nesses ovos.

Essa enfermeira gastou seu salário inteiro nesses ovos.

Uma loja com seus variados produtos.

Uma loja com seus variados produtos.

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Uma loja estatal de produtos industriais

É assim que trabalhadores são transportados pelo estado

É assim que trabalhadores são transportados pelo estado

"Uma das primeiras promessas de Fidel foi que todas as crianças teriam sapatos. Nem essa ele conseguiu cumprir", diz o fotógrafo em seu twitter. Todo dia ele posta fotos de Cuba, então siga ele.

“Uma das primeiras promessas de Fidel foi que todas as crianças teriam sapatos. Nem essa ele conseguiu cumprir”, diz o fotógrafo em seu twitter.

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A precária situação alimentar de Cuba https://portalconservador.com/a-precaria-situacao-alimentar-de-cuba/ https://portalconservador.com/a-precaria-situacao-alimentar-de-cuba/#respond Mon, 19 May 2014 14:17:43 +0000 http://portalconservador.com/?p=279 read more →]]> A verdadeira história se escreve no coração dos povos.

Nem os mais elevados sociólogos, psicólogos, historiadores e sábios que tenham existido ao longo de toda a história da humanidade poderiam caracterizar a sociedade cubana atual de uma forma medianamente correta.

Nossa verdadeira história habita no desconhecido interior de cada um, no coração de cada indivíduo. É aí, e não em outro lugar, que estão os originais das escrituras da história cubana; as outras não passam de meras cópias duvidosas.

Exatamente por isso, quanto mais totalitária for uma sociedade, quanto mais se imponham limites à liberdade dos indivíduos, mais difícil será tornar visível sua verdadeira essência – a realidade social é distorcida a tal ponto, que até os próprios indivíduos terminam, inevitavelmente, aceitando-a como se fosse verdadeira. Este é o caso de Cuba, lugar em que os donos da liberdade encarregam-se de vender uma realidade viciada, uma história distorcida magistralmente.

Pois bem, amigo leitor, pretendo aqui mostrar a outra cara da realidade vivida pelo povo cubano, destacando, concretamente, nossa atual situação alimentar.

Não foi por mera questão de gosto que o psicólogo norte-americano Abraham Maslow, na sua teoria das necessidades – também conhecida como Pirâmide de Maslow -, destacou a alimentação como uma das necessidades básicas do indivíduo. Pelo contrário, foi porque é ela que garante a manutenção das funções corporais que fazem a vida ser possível.

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Essa necessidade básica é hoje o principal problema na vida da maioria dos habitantes de meu país. O cubano de hoje vive as 24 horas do dia pensando no que irá comer. Estou falando, em muitos casos, de apenas uma refeição diária, incluindo-se aqui as crianças. E não poderia ser de outra forma.

Mensalmente, o Estado garante para cada pessoa, a baixo custo, por meio da caderneta de racionamento, os seguintes itens: 2.250kg [1] de arroz, 450g de feijão, 225ml de óleo de cozinha, 1.800 kg de açúcar e 675g de frango. Quanto tempo podem durar essas quantidades? Convido-os a fazer as contas.

Suponhamos que, alimentando-nos uma vez ao dia, estas provisões possam nos manter pelos primeiros dez dias do mês. E os 20 restantes? Pois é aí que começa a agonia dos cubanos.

Tomemos como exemplo uma pessoa com média salarial alta.

Cuba_img02Suponhamos que ganhe $300.00 por mês. Pois bem, teria, então, que comprar os escaços produtos disponíveis em mercados estatais, com preços como: arroz a $5.00 por 450g, feijão a $10.00 por 450g, óleo de cozinha a $60.00 (ou 2.40 CUC [2]) por 450ml, açúcar a $5.00 por 450g e frango a $75,00 (ou 3.00 CUC) por 450g, em média. Quando é possível, podem-se encontrar produtos no mercado negro, custando o óleo de cozinha $25.00 por 450ml e o frango $25.00 por 450g. Caso contrário, o que é o mais comum, deve-se recorrer aos mercados estatais, nos quais se praticam, em média, os preços especificados.

Assim, para nos alimentarmos minimamente, apenas uma vez no dia durante os demais 20 dias do mês, teríamos que adquirir: 4,5kg de arroz ($50.00); 900g de feijão ($20.00), 450ml de óleo ($60.00); 3,6kg de açúcar ($40.00) e $75.00 de frango.

Quer dizer que, para mal alimentar uma pessoa, uma vez no dia e durante um mês, são necessários $245.00, de um salário mensal de $300.00, restando $55.00 para transporte, vestimenta, medicamentos, pagar a taxa sindical, o dia da defesa [3], os Comitês de Defesa da Revolução (CDR), a água, a luz, o telefone, a federação de mulheres, no caso de se ser mulher, etc, etc, etc.

E se temos filhos pequenos? Que loucura! Como é possível viver desta forma?

Ora, os cubanos dão um jeito. Os cubanos, em sua grande maioria, precisam delinquir todos os dias para sua subsistência. Os pedreiros, os médicos, os farmacêuticos, os açougueiros, os balconistas, os fiscais, os dirigentes, militantes do partido, caminhoneiros, professores – absolutamente todos, todos precisam fazê-lo, e não porque o desejem fazer, mas porque não resta outra opção.

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Os governantes sabem disso, mas fazem-se de desentendidos para evitar uma explosão social. Somente quando a corrupção periga manchar a “imagem da revolução” é que fazem grandes operações policiais e juízos em nome do povo, culpando os incriminados como os causantes das penúrias e necessidades pelas que o próprio povo passa.

Sendo as coisas desse jeito, amigo leitor, as cadeias cubanas encontram-se abarrotadas de seres que sofrem condenações injustas e forjadas, repletas de jovens, pais e mães, filhos e filhas, de maioria da grande parcela humilde da população, que delinquiram por pura necessidade – mais do que isso, por uma necessidade imposta pelo seu próprio governo. Governo este que, por sua vez, os culpa e castiga pelo simples fato de tratarem de garantir as suas subsistências.

Sim, dentro de cada cubano, no coração de cada indivíduo desse país, habita a fome: uma gigantesca e irresistível fome de liberdade.


[1] N. do T: O texto especifica o peso dos alimentos em libras, inclusive, a medida de volume do óleo. Para a conversão, simplificamos: 1lb = 450g; para o óleo, 1lb = 450ml.

[2] N. do T: CUC = Peso conversível. O salário de $300 a que o autor se refere é em CUP ( = peso cubano). Os trabalhadores cubanos recebem seus soldos em CUP. Na data de hoje, 18 de maio de 2014, a conversão está em 1CUC = 22.22CUP; 1BRL (Real Brasileiro) = 10.00CUP. (fonte)

[3] N. do T.:  Todo trabalhador sindicado deve pagar uma taxa ao sindicato pelo “Día de la defensa”: “Seguramente el sindicato  tiene eficientemente cumplida la meta de cobro de la cuota mensual y del aporte al Día de la Defensa a todos los afiliados” (fonte, acesso em 18/05/2014).

Escrito por Nelson Rodríguez Chartrand. Liberzone.

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Cuba: o inferno no Paraíso https://portalconservador.com/cuba-o-inferno-no-paraiso/ https://portalconservador.com/cuba-o-inferno-no-paraiso/#comments Thu, 10 Apr 2014 12:52:27 +0000 http://portalconservador.com/?p=1229 read more →]]> Na crônica da semana passada, tentei, pela milésima vez, aderir ao comunismo. Usei todos os chavões que conhecia para justificar o projeto cubano. Não deu certo. Depois de 11 dias na ilha de Fidel Castro, entreguei de novos os pontos.

O problema do socialismo é sempre o real. Está certo que as utopias são virtuais, o não-lugar, mas tanto problema com a realidade inviabiliza qualquer adesão. Volto chocado: Cuba é uma favela no paraíso caribenho.

Patrono-Juremir-Machado-da-Silva

Não fiquei trancando no mundo cinco estrelas do hotel Habana Libre. Fui para a rua. Vi, ouvi e me estarreci. Em 42 anos, Fidel construiu o inferno ao alcance de todos. Em Cuba, até os médicos são miseráveis. Ninguém pode queixar-se de discriminação. É ainda pior. Os cubanos gostam de uma fórmula cristalina: ‘Cuba tem 11 milhões de habitantes e 5 milhões de policiais’. Um policial pode ganhar até quatro vezes mais do que um médico, cujo salário anda em torno de 15 dólares mensais. José, professor de História, e Marcela, sua companheira, moram num cortiço, no Centro de Havana, com mais dez pessoas (em outros chega a 30). Não há mais água encanada. Calorosos e necessitados de tudo, querem ser ouvidos. José tem o dom da síntese: ‘Cuba é uma prisão, um cárcere especial. Aqui já se nasce prisioneiro. E a pena é perpétua. Não podemos viajar e somos vigiados em permanência. Tenho uma vida tripla: nas aulas, minto para os alunos. Faço a apologia da revolução. Fora, sei que vivo um pesadelo. Alívio é arranjar dólares com turistas’. José e Marcela, Ariel e Julia, Paco e Adelaida, entre tantos com quem falamos,pedem tudo: sabão, roupas, livros, dinheiro, papel higiênico, absorventes. Como não podem entrar sozinhos nos hotéis de luxo que dominam Havana, quando convidados por turistas, não perdem tempo: enchem os bolsos de envelopes de açúcar. O sistema de livreta, pelo qual os cubanos recebem do governo uma espécie de cesta básica, garante comida para uma semana. Depois, cada um que se vire. Carne é um produto impensável.

José e Marcela, ainda assim, quiseram mostrar a casa e servir um almoço de domingo: arroz, feijão e alguns pedaços de fígado de boi. Uma festa. Culpa do embargo norte-americano? Resultado da queda do Leste Europeu? José não vacila: ‘Para quem tem dólares não há embargo. A crise do Leste trouxe um agravamento da situação econômica. Mas, se Cuba é uma ditadura, isso nada tem a ver com o bloqueio’. Cuba tem quatro classes sociais: os altos funcionários do Estado, confortavelmente instalados em Miramar; os militares e os policiais; os empregados de hotel (que recebem gorjetas em dólar); e o povo. ‘Para ter um emprego num hotel é preciso ser filho de papai, ser protegido de um grande, ter influência’, explica Ricardo, engenheiro que virou mecânico e gostaria de ser mensageiro nos hotéis luxuosos de redes internacionais.

Certa noite, numa roda de novos amigos, brinco que,quando visito um país problemático, o regime cai logo depois da minha saída. Respondem em uníssono:

Vamos te expulsar daqui agora mesmo’. Pergunto por que não se rebelam, não protestam, não matam Fidel? Explicam que foram educados para o medo, vivem num Estado totalitário, não têm um líder de oposição e não saberiam atacar com pedras, à moda palestina. Prometem, no embalo das piadas, substituir todas as fotos de Che Guevara espalhadas pela ilha por uma minha se eu assassinar Fidel para eles.

Quero explicações, definições, mais luz. Resumem: ‘Cuba é uma ditadura’. Peço demonstrações: ‘Aqui não existem eleições. A democracia participativa, direta, popular, é um fachada para a manipulação. Não temos campanhas eleitorais, só temos um partido, um jornal, dois canais de televisão, de propaganda, e, se fizéssemos um discurso em praça pública para criticar o governo, seríamos presos na hora’.

Ricardo Alarcón aparece na televisão para dizer que o sistema eleitoral de Cuba é o mais democrático do mundo. Os telespectadores riem: ‘É o braço direito da ditadura. O partido indica o candidato a delegado de um distrito; cabe aos moradores do lugar confirmá-lo; a partir daí, o povo não interfere em mais nada. Os delegados confirmam os deputados; estes, o Conselho de Estado; que consagra Fidel’.Mas e a educação e a saúde para todos? Ariel explica: ‘Temos alfabetização e profissionalização para todos, não educação. Somos formados para ler a versão oficial, não para a liberdade.

A educação só existe para a consciência crítica, à qual não temos direito. O sistema de saúde é bom e garante que vivamos mais tempo para a submissão’.José mostra-me as prostitutas, dá os preços e diz que ninguém as condena:’Estão ajudando as famílias a sobreviver’. Por uma de 15 anos, estudante e bonita, 80 dólares. Quatro velhas negras olham uma televisão em preto e branco, cuja imagem não se fixa. Tentam ver ‘Força de um Desejo’. Uma delas justifica: ‘Só temos a macumba (santería) e as novelas como alento. Fidel já nos tirou tudo.Tomara que nos deixe as novelas brasileiras’. Antes da partida,José exige que eu me comprometa a ter coragem de, ao chegar ao Brasil, contar a verdade que me ensinaram: em Cuba só há ‘rumvoltados’.

Escrito por Juremir Machado da Silva.

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Contando cadáveres https://portalconservador.com/contando-cadaveres/ https://portalconservador.com/contando-cadaveres/#respond Fri, 29 Feb 2008 20:14:28 +0000 http://portalconservador.com/?p=1878 read more →]]> Publicado na Veja desta semana, um artigo de Reinaldo Azevedo sobre os bajuladores nacionais de Fidel Castro provocou entre os referidos a clássica reação desproporcional de ódio insano, camuflado em indignação moral e vertido abundantemente em cartas à redação e e-mails ao blog do colunista. O que mais irritou os remetentes foi a comparação entre o número de vítimas da ditadura brasileira e as da cubana – quatro centenas aqui, cem mil lá, num país de população quinze vezes menor –, mostrando, pela enésima vez, que os protestos humanitários tão típicos da tagarelice esquerdista se baseiam na total inversão das proporções e numa reivindicação psicótica do direito ao genocídio abençoado.

Contra esses números que falam por si, o beautiful people fidelista reagiu em massa mediante argumentos que, somados, se resumem a dois, o primeiro enunciado pelo diretor teatral Gerald Thomas, o segundo pelo tom geral das mensagens. Esses argumentos são: (1) O colunista escreve essas coisas porque está insatisfeito sexualmente; (2) Contar cadáveres não vale. Dessas duas premissas, o cérebro coletivo daquela entidade ruminante tirava a seguinte conclusão: Demitam esse desgraçado.

Como essa investida grotesca imita outras tantas das quais eu mesmo já fui alvo e aliás pelas mesmíssimas razões, permito-me aqui acrescentar ao artigo de Reinaldo Azevedo três observações que, numa discussão séria do assunto – coisa que não se pode esperar de um Gerald Thomas e similares –, jamais deveriam ser esquecidas:

1. Quando os comunistas e seus amantes protestam contra a contagem de cadáveres, alegando que a quantidade não vem ao caso, eles o fazem porque sabem que seu partido é o recordista mundial de homicídios em massa. Abstraída a quantidade, os crimes do comunismo ficam parecidos com os de qualquer outra ditadura ou mesmo com os efeitos de erros acidentais ou de catástrofes naturais, camuflando sua fisionomia hedionda no confortável anonimato das generalidades. Reinserido no panorama o fator quantidade, o comunismo, como já afirmei, matou mais gente do que duas guerras mundiais, somadas a todas as ditaduras de direita, epidemias e desastres aéreos do século XX. É natural que os advogados de cliente tão ruim tenham de apagar da sua folha corrida o traço distintivo que faz dele aquilo que é: o mais temível flagelo que já se abateu sobre a espécie humana.

2. No exame da violência estatal, as comparações quantitativas são não apenas legítimas, mas indispensáveis e obrigatórias. Sem a quantidade, fica impossível distinguir entre homicídio e genocídio, entre crimes contra a pessoa e crimes contra a humanidade. Fazer abstração do fator quantitativo, como os esquerdistas invariavelmente fazem nessas discussões, é abolir toda a legislação internacional de direitos humanos, à qual no entanto eles mesmos apelam quando lhes convém, reduzindo-a a mero instrumento de propaganda.

3. No caso específico do Brasil e de Cuba, não se trata de uma comparação entre governos quaisquer, nem mesmo entre violência estatal “de direita” e “de esquerda”, mas da comparação entre dois exércitos em combate: de um lado, o Estado brasileiro; de outro, a guerrilha internacional planejada, comandada e subsidiada pelo governo cubano. Em todas as discussões do tema na mídia nacional, os guerrilheiros do MR-8, da ALN ou da VAR-Palmares são sempre apresentados como puros dissidentes internos, quando na verdade faziam parte de um organismo político-militar supranacional, a OLAS, Organização Latino-Americana de Solidariedade – antecessora do Foro de São Paulo –, que obedecia estritamente ao comando estratégico de um governante estrangeiro, o ditador Fidel Castro. Ora, num confronto entre um Estado e uma força militar fundada no exterior, a única possibilidade de uma tomada de posição moral responsável é examinar quem começou as hostilidades e qual dos lados representava a alternativa mais razoável e humana. Que a iniciativa agressora partiu de Fidel Castro, é coisa que ninguém tem o direito de ignorar desde que a historiadora Denise Rollemberg – insuspeita de direitismo – demonstrou que a guerrilha nordestina de 1963 já era subsidiada pelo governo cubano, sendo portanto uma fraude completa explicar a eclosão do terrorismo no Brasil como reação ao golpe militar que sobreveio meses depois. Quanto ao segundo fator, a contagem das vítimas de um regime e do outro – quatro centenas de guerrilheiros em comparação com cem mil civis desarmados – fornece o dado essencial para o julgamento justo da situação. O Brasil foi agredido por uma força comandada do exterior, orientada pelo regime mais brutal e homicida do continente. Que na resposta nacional houve excessos e que eles devem ser investigados e punidos, ninguém jamais duvidou. Mas a reação em si, tanto quanto o uso da violência militar para implementá-la, foi inteiramente justa, necessária e moralmente obrigatória. Só mentalidades deformadas pelo culto autolátrico da santidade esquerdista podem negar uma verdade tão patente.

Escrito por Olavo de Carvalho.

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