Se abrir relações comerciais com um país é uma arma contra o comunismo, alguém por favor me explique como a China, a Venezuela ou a Rússia, para ficar em exemplos óbvios, continuam ditaduras abjetas mesmo inseridas no mercado global e sem dar o menor sinal de liberalização ou flexibilização dos seus regimes?
Se as concessões feitas por Barack Obama não pressupõem quaisquer contrapartidas relevantes em termos de abertura política do regime cubano ou respeito mínimo aos direitos humanos na ilha-presídio, elas não servirão exatamente para financiar a ditadura genocida dos Castro e ajudar que seu regime de terror e barbárie se perpetue no poder?
O Brasil contrata milhares de médicos cubanos a peso de ouro e faz obras bilionárias na ilha. Alguém poderia identificar o que isso significou em termos de avanço de uma agenda de democratização do país?
Um dos argumentos mais risíveis a favor do fim do embargo é que ele seria uma “desculpa” dos Castro para a miséria da ilha. E qual ditador não tem desculpas para a miséria do seu povo? Quem impedirá que outras mentiras substituam as anteriores? Façam-me o favor! Dilma e o PT culpam uma “crise internacional” que só existe na cabeça deles pelo crescimento pífio do PIB brasileiro. Como dizia Roberto Campos, “para um socialista, um fracasso é apenas um sucesso mal explicado”. Sem mentiras, a esquerda sequer existiria.
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Vivemos tempos estranhos em que abrir canais de financiamento de ditaduras é visto como algo positivo e até uma medida “liberal”. Em vez de destruir o liberalismo, os socialistas resolveram há décadas esticar o entendimento do que é ser liberal a ponto de que o termo está ficando praticamente irreconhecível. Não custa lembrar que a própria esquerda americana se auto-intitula “liberal”.
A economia é apenas um pequeno capítulo da política. O grande patrocinador da idéia absurda de que é a economia, mais especificamente a posse dos “meios de produção”, que molda a sociedade, foi Karl Marx. E é impressionante como o velho furunculoso consegue pautar até mesmo adversários com seu framework ideológico.
Por fim, se o fim do embargo fosse ruim para os Castro, por que a esquerda mundial está em festa? É nessas horas que eu lembro do conselho de Nelson Rodrigues aos jovens: “envelheçam!”.
Escrito por Alexandre Borges.
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