catolicismo – Portal Conservador https://portalconservador.com Maior Portal dirigido ao público Conservador em língua portuguesa. Sun, 10 Feb 2019 13:37:39 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.3.3 65453639 Muçulmanos e cristãos não adoram o mesmo Deus, alude cardeal Raymond Burke https://portalconservador.com/muculmanos-e-cristaos-nao-adoram-o-mesmo-deus-alude-cardeal-raymond-burke/ https://portalconservador.com/muculmanos-e-cristaos-nao-adoram-o-mesmo-deus-alude-cardeal-raymond-burke/#respond Sun, 10 Feb 2019 13:37:39 +0000 https://portalconservador.com/?p=4393 read more →]]> De acordo com o ex-chefe da mais alta corte do Vaticano, o cardeal Raymond Burke (foto), muçulmanos e cristãos não adoram o mesmo Deus, já que Allah é um “governador”, enquanto o cristianismo foi “fundado no amor”.

A crença moderna de que o islamismo e o cristianismo são fundamentalmente os mesmos “é muito influenciada por um relativismo de uma ordem religiosa”, disse o cardeal em uma recente coletiva de imprensa.

“Eu ouço as pessoas dizendo para mim, bem, todos nós estamos adorando o mesmo Deus. Nós todos acreditamos no amor. Mas eu digo pare um minuto, e vamos examinar cuidadosamente o que é o Islã e o que nossa fé cristã nos ensina.”

“Eu não acredito que seja verdade que todos nós estamos adorando o mesmo Deus, porque o Deus do Islã é um governador”, disse Burke. “A sharia é a lei deles, e essa lei, que vem de Allah, deve dominar todo homem eventualmente.” O Cardeal disse que, diferentemente do cristianismo, a sharia “não é uma lei fundada no amor. Dizer que todos nós acreditamos no amor simplesmente não é correto ”. O cristianismo e o islamismo não apenas diferem quanto à natureza de suas leis, propôs Burke, mas também em sua abordagem ao proselitismo e à vitória sobre os convertidos. No final, ele disse, nós temos que entender que “o que eles acreditam mais profundamente, o que eles atribuem em seus corações, exige que eles governem o mundo”. As palavras do cardeal ecoaram as recentes declarações de um prelado católico da Hungria, que advertiu que as enormes ondas de migrantes que chegam à Europa devem-se, em grande parte, a uma “vontade de conquista” muçulmana. “A jihad é um princípio para os muçulmanos, o que significa que eles precisam se expandir”, disse o arcebispo Gyula Marfi em uma entrevista em agosto. “A terra deve se tornar dar al-Islam, isto é, território islâmico, introduzindo a sharia – a lei islâmica”.

As duas palavras dos prelados, de fato, encontram confirmação em recentes afirmações do próprio Estado Islâmico na última edição de sua revista de propaganda, Dabiq.

“De fato, travar a jihad – espalhar o governo de Allah pela espada – é uma obrigação encontrada no Alcorão, a palavra de nosso Senhor”, diz o texto.

O Estado Islâmico estava reagindo especificamente às alegações do Papa Francisco de que a guerra travada por terroristas islâmicos não é de natureza religiosa, assegurando ao pontífice que sua única motivação é religiosa e sancionada por Allah no Alcorão.

“Esta é uma guerra divinamente garantida entre a nação muçulmana e as nações de descrença”, afirmam os autores em um artigo intitulado “Pela Espada”.

O Estado Islâmico atacou Francisco por sua afirmação de que “o Islã autêntico e a leitura adequada do Alcorão se opõem a toda forma de violência”.

O papa Francisco “lutou contra a realidade” em seus esforços para retratar o Islã como uma religião de paz, insiste o artigo, antes de pedir a todos os muçulmanos que adotem a espada da jihad, a “maior obrigação” de um verdadeiro muçulmano.

Em uma coletiva de imprensa em julho, o papa Francisco disse aos jornalistas que o mundo está em guerra, mas isso não é uma guerra religiosa.

“Toda religião quer a paz”, disse ele.

Em sua conferência de imprensa, o cardeal Burke insistiu que “o que é mais importante para nós hoje é entender o Islã a partir de seus próprios documentos e não presumir que já sabemos do que estamos falando”.


Traduzido por Salve Roma. Original em inglês (Breitbart).

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Banco Santander promove “arte” sacrílega em exposição em Porto Alegre https://portalconservador.com/banco-santander-promove-arte-sacrilega-em-exposicao-em-porto-alegre/ https://portalconservador.com/banco-santander-promove-arte-sacrilega-em-exposicao-em-porto-alegre/#comments Sun, 10 Sep 2017 14:24:28 +0000 http://portalconservador.com/?p=3620 read more →]]> O Santander Cultural está sediando a exposição Queermuseu, na cidade de Porto Alegre. São cerca de 270 obras que promovem a pedofilia, a pornografia e os mais variados ataques à moral e aos bons costumes que se possa imaginar.

Para o Presidente da instituição, Sérgio Rial, a exposição “está ancorada em um conceito no qual realmente acreditamos: a diversidade observada sob aspectos da variedade, da pluralidade e da diferença”, que cada vez mais ganha “atenção por parte da nossa organização”, segundo consta no encarte de apresentação. Quer com isso promover o “questionamento entre a realidade das obras e do mundo atual em questões de gênero e suas nuances”. No mínimo se trata de um sujeito para o qual não há diferença nenhuma entre uma laranja e uma mexerica.

Segue ainda afirmando: “Diferentes ângulos de visão e abordagens são fundamentais e extrapolam questões institucionais ou relacionadas ao politicamente correto. Trata-se de um valor para a nossa empresa, pois acreditamos que a diversidade é a impulsionadora da criatividade e da eficiência”. Há, é claro, no mínimo uma confusão entre processo criativo e necessidade de expor intimidades.

No entanto, antes de analisar os argumentos do curador da exposição, é preciso lembrar que agosto é o mês da temática LGBTQ no Santander Cultural, como mostra a imagem a seguir. E por falar em LGBTQ, daqui a pouco vai faltar alfabeto para atender às demandas da sigla.

Gaudêncio Fidelis, o curador da exposição, pode até ter doutorado em história da arte, mas certamente arte não é a sua especialidade, apenas confusão. Isso será explicado a seguir com base no que ele escreveu para o encarte de apresentação dos trabalhos.

Primeiramente, ele fala na diferença como alteridade. Isso não passa de um curto-circuito cerebral dos ditos especialistas em arte contemporânea que já há tempos se distanciaram do verdadeiro objetivo da arte: a consagração do belo. Hoje o artista precisa causar impacto, e só. Veja outra das obras expostas para melhor ilustrar:

Para Fidelis, o “objetivo é propiciar um campo de investigação sobre o caráter patriarcal e heteronormativo do museu como instituição”, “pensar fora da norma”, “provocar um deslocamento, ao menos temporário, no conceito de museu como instituição”. Para sujeitos assim, a tradição não tem qualquer papel numa sociedade a não ser oprimir desejos insaciáveis e estabelecer parâmetros normativos para enquadrar as pessoas em determinadas categorias.

Observe como um depravado começa a perverter o vocabulário da língua portuguesa. Ele diz que o termo queer, que dá nome à exposição, apresenta um “significante não normativo”. Traduzindo: trata-se de um termo fora da norma previamente estabelecida. Isso acontece como os atuais juristas defensores dos direitos dos animais, que criaram um novo termo: animais não humanos. Percebe-se que, ao expressar alguma coisa como “não normativa”, não o distancia da “norma”, apenas quer dar um caráter de oposição para justamente enquadrá-lo como uma “espécie de norma”. Para quem quer maiores detalhes de como isso funciona, George Orwell bem relatou no livro “1984”. Mudanças desse tipo no vocabulário geram uma verdadeira confusão irrecuperável na cabeça das pessoas, sobretudo nos estudantes em processo de formação.

Ainda, segue desenvolvendo o assunto: “Concebido sob uma perspectiva conceitual de uma exposição, o termo queer mostra-se instrumento para subverter a consolidação de uma política de identidade essencialista, uma vez que este permite a derrubada de barreiras de gênero sem necessariamente impor outras”. Ou seja, ele quer perverter a arte dizendo apenas da boca para fora que essa não é a sua intenção. Será mesmo?!?

Para Fidelis, a criação de barreiras normativas criou uma barreira conservadora e uma política de diferenças. Os únicos movimentos que impõem tais diferenças são os movimentos das minorias. Eles não querem igualdade coisíssima nenhuma, mas a criação de amplos poderes para formação de classes de intocáveis.

A exposição quer desafiar os modelos curatoriais tradicionais, especialmente aqueles de perspectiva heteronormativa, como eles bem dizem: “O cânone pode ser considerado o bastião do estabelecimento da heterormatividade, sendo capaz de assegurar o prestígio de determinadas obras em detrimento de outras” (sic).

“Queermuseu é, assim, uma exposição voltada para uma curadoria crítica fundada na democracia e na visão de um processo de inclusão”, diz o encarte. Até mesmo o conceito de democracia não é perdoado, pois qualquer ato de rebeldia está sendo enquadrado como “liberdade de expressão”.

Trata-se de um projeto desenvolvido pela Lei de Incentivo à Cultura, com apoio do Ministério da Cultura e Governo Federal, ou seja, “arte” patrocinada com o dinheiro de quem trabalha.

Para os novos parâmetros da arte, a beleza pouco importa se o artista for capaz de causar espanto, de transgredir normas e inserir os seus trabalhos numa proposta de gênero. Poucos sabem que a arte é uma forma de transcender o barbarismo e as limitações do imaginário humano, na busca incansável pelos altos picos de realização do homem: é um ato de defesa da civilização.

Escrito por Cesar Augusto Cavazzola Junior em Locus Online.

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A nova geração da Islândia que não conhece a Deus https://portalconservador.com/a-nova-geracao-da-islandia-que-nao-conhece-a-deus/ https://portalconservador.com/a-nova-geracao-da-islandia-que-nao-conhece-a-deus/#comments Sun, 08 May 2016 14:01:07 +0000 http://portalconservador.com/?p=2861 read more →]]> Não é difícil entender porque o Islã converte em massa, nos países nórdicos. Lá, onde a maior parte da população nativa é ateia, o Deus natural foi substituído por uma convenção moderna; uma mistura de bem estar social com o santo do respeito a todos os credos. Desmontam, palmo a palmo, as crianças para que se tornem adultos “coerentes”, mas, mais importante do que isso, receptivos às novas culturas, acolhedor e sem qualquer tipo de preconceito.

O garoto passa mais da metade do dia transitando por prédios públicos, em contato com funcionários públicos, seus professores e tutores, aprendendo o que é uma boa rotina para não ofender ninguém. O metafísico é ensinado como uma herança bárbara, coisa antiga; Roma nunca esteve lá por muito tempo, então as suas histórias se misturam às dos gibis. Nenhuma resposta é definitiva e o melhor juiz é o senso comum ou o crivo do estado.

É um mundo onde atirar um papel no chão tem um impacto espiritual imenso, que castiga, ao passo que você passa a ter a reprovação de todos os pares. É o tipo de realidade que o obriga a, desde cedo, passar anos discutindo sobre os direitos dos animais de não serem consumidos por nós, outros animais.

Quando esse jovem topa com um imigrante, um islâmico, ele vê tudo aquilo com muito espanto. Mas, mais importante do que isso: ele tem que respeitá-lo à última condição do seu átomo. E, por fazer isso, acaba, um dia, quem sabe, despretensiosamente, depois de ver muitas imagens como esta aqui ao lado, entrando em uma Mesquita. É bonita, a arquitetura é bacana, atrai os olhos, por que não?

Eis que o universo ressurge. Esse mesmo garoto, acostumado às embalagens verdes e à intolerância a todos os elementos da tabela nutricional, encontra aquele mesmo amigo no centro do prédio, atirado ao chão, em oração ao seu Deus. Ele está absolutamente envolvido, emocionado, tocado; sente medo, vergonha e mais uma coleção de sensações que o outro garoto – provavelmente – jamais sentiu…não nessas dimensões.

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As conversas futuras serão, provavelmente, sobre o que ele sente quando está fazendo aquilo, quando ele aprendeu a fazer aquelas coisas e o principal: se Deus existe mesmo. “É claro que existe! Deus é uma certeza!”. Pronto. Esse jovem ouvirá tantas verdades, tão certas quanto a água; pela primeira vez, ouvirá respostas objetivas sobre o que fazer e o que não fazer, sobre o certo e o errado…Boom! Temos mais um muçulmano norueguês!

Quando eu estava em Campina Grande, no segundo dia, às 18:00, eu testemunhei o Caio Perozzo e o Mateus Mota Lima rezando o Angelus. Na mesa de madeira que fica do lado de fora da casa, rodeados de mato e do escuro, abriram aquele pequeno caderno e começaram a rezar…em latim. As palavras embaralhadas e os cantos que vinham e iam me tocaram materialmente. Eu podia sentir o formigamento na pele; não era mero preciosismo intelectual do tipo “uau, eles sabem fazer isso em latim”. A sensação de diminuição, de querer fazer parte daquilo, de pensar como eu fiquei tanto tempo sem conhecer isso…ali, eu entendi um pouco o que o menino da Suécia sente ao enxergar por detrás do véu de Ísis pela primeira vez.

Nos dias seguintes, na missa, a insistência na cerimônia individual, os joelhos e a mão contra o peito. “Minha culpa, minha culpa”. Sem escusas, sem esquivas…

Forró temos em casa, músicas e cantorias de parabéns, também. Nos abraçarmos, batermos palmas e cantarmos ao ritmo do Olodum é o que menos precisamos agora. Precisamos do católico fervoroso, do de sempre, da tal Ortodoxia de Chesterton; ela é capaz de convencer – e converter – pela dignidade e pelo tamanho do exemplo. Às seitas as cadeiras de plástico, o microfone colorido e o bate-papo engraçado.  Catolicismo é dor.

Escrito por Ícaro de Carvalho. Título adaptado.

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Cresce o número de católicos no mundo: 1,2 bilhão https://portalconservador.com/crescem-o-numero-de-catolicos-no-mundo-12-bilhao/ https://portalconservador.com/crescem-o-numero-de-catolicos-no-mundo-12-bilhao/#respond Sun, 19 Apr 2015 00:30:17 +0000 http://portalconservador.com/?p=2242 read more →]]> Cidade do Vaticano (RV) – Os católicos batizados no mundo passaram de 1,115 a 1,254 bilhões, entre 2005 e 2013, o que representa um aumento de 12%. No mesmo período, a população mundial passou de 6,463 a 7,094 bilhões. A percentagem de católicos batizados no mundo, portanto, representa 17,7% da população. Os dados estão contidos no Anuário Pontifício 2015, publicado na quinta-feira, 16/04/2015.

Os percentuais, no entanto, sofrem variações nos diversos continentes. A Europa, por exemplo, com um crescimento populacional tendendo ao declínio nos próximos decênios, observou um leve aumento dos batizados em 2013, totalizando 287 milhões, 6,6 milhões a mais em relação a 2005.

Na realidade africana, por sua vez, os católicos tiveram um incremento de 34%, passando de 153 milhões em 2005 a 206 milhões em 2013. O aumento deve-se, sobretudo, à elevação da presença dos fiéis batizados. Os católicos, que representavam 17,1% da população africana em 2005, oito anos mais tarde passaram a representar quase 19% da população no continente.

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Católicos em crescimento na América e Ásia

O crescimento de fiéis na América e Ásia, por sua vez, teve um incremento de 10,5 e 17,4%, explicável em parte pelo aumento populacional registrado no período. Em termos relativos, de fato, os católicos americanos mantém o percentual de 63% da população, enquanto na Ásia a incidência de católicos passou de 2,9% em 2005 a 3,2% em 2013.  Na Oceania a incidência de católicos batizados por cada cem habitantes permanece estável, não obstante em valores absolutos tenha observado um leve decréscimo.

Apostolado em aumento

A força do apostolado, constituída por bispos, sacerdotes, diáconos permanentes, religiosos não sacerdotes, religiosas professas, membros de institutos seculares, missionários leigos e catequistas, perfazia um total de 4.762.458 ao final de 2013, com uma variação positiva de 300 mil em relação à mesma data de 2005. Os percentuais entre os diversos componentes que constituem as forças de apostolado possuem grande variação nos diversos continentes. Na média mundial, a relação percentual entre a soma dos bispos, dos sacerdotes e dos diáconos permanentes e o complexo de todos os agentes pastorais resultava, no final de 2013, de 9,7%, com valores inferiores na África (8,1%) e no sudeste asiático (9,4%) e valore superiores na Europa (19%) e na América do Norte (12,5%). Os territórios de missão, assim, se caracterizam por um acentuado apostolado leigo.

Hierarquias locais substituem bispos missionários

Em 31 de dezembro de 2013 estavam presentes em todas as circunscrições eclesiásticas 5.173 bispos, o que representa um aumento de 40 prelados em relação ao ano precedente, número um pouco inferior à média dos últimos oito anos. A presença mais numerosa de bispos está na América e Europa, onde vivem, respectivamente, 37,4 e 31,4 dos bispos do planeta, seguidos pela Ásia (15,1%), África (13,6%) e Oceania (2,5%). Um aspecto interessante a ser destacado é o do lento mas gradual processo de substituição dos bispos missionários pelas hierarquias locais. Considerando como indicador deste fenômeno a relação percentual entre os bispos não-nativos no continente e o total, se observa que no período de 2005 a 2013 o valor deste índice diminuiu na Oceania, África e América, enquanto aumentou na Europa e Ásia, mesmo que levemente.

Sacerdotes em aumento na África e Ásia

O número total de sacerdotes – diocesanos e religiosos -, no final de 2013, era de 415.348, 0,3% superior ao ano precedente. O incremento verificou-se em todos os territórios, com exceção da América do Norte e Europa, onde o número de sacerdotes reduziu de 1,4 a 1,2%. A América Central teve um aumento de 1,6% no número de sacerdotes, a América do Sul de 1,0%, o Sudeste asiático de 2,4% e a África 4,2%. Comparando com o ano de 2005, o aumento total do número de sacerdotes foi de 2,2%. As maior variações positivas ocorreram na África (29,2%) e na Ásia (22,8%), enquanto na Europa houve uma queda de 7,1%. A distribuição dos sacerdotes por área geográfica coloca em evidência uma acentuada concentração, com 44,3% dos sacerdotes no continente europeu, onde vivem pouco menos de 23% de todos os católicos no mundo, contra 29,6% dos sacerdotes na América, onde vivem 49% dos católicos. A Ásia tem 14,8%  dos sacerdotes para 10,9% de católicos; a África 10,1% com 16,4% de católicos e por fim, a Oceania, com 1,2% dos sacerdotes e 0,8% dos católicos.

Diáconos permanentes em crescimento

Os diáconos permanentes, diocesanos e religiosos, estão em forte expansão, quer a nível mundial, quer em cada continente em particular, passando de um total de 33.391 em 2005 para mais de 43 mil em 2013, com um aumento percentual de 29%. Europa e América registram quer a consistência numérica mais significativa, quer o aumento mais dinâmico. Na América, por exemplo, existiam mais de 21 mil diáconos em 2005 que passaram a 28 mil em 2013. Estes dois continentes, sozinhos, representavam em 2013, 97,6% do total mundial, com o restante dividido entre África, Ásia e Oceania.

Religiosos não-sacerdotes aumentaram

O grupo dos religiosos professos não-sacerdotes teve um aumento percentual de 1,0% entre 2005 e 2013. Em 2005 eram 54.708 em todo o mundo, passando a 55 mil em 2013. A África e a Ásia observam uma variação positiva de 6 e 30%, respectivamente. Em 2013, estes dois continentes representavam mais de 36% do total. No sentido inverso, o grupo constituído pela Europa (com variação negativa de 10,9%), América (-2,8%) e Oceania (-2,0%).

Religiosas em diminuição

As religiosas professas diminuíram 1,3% entre 2012 e 2013, valor que iguala a média anual entre 2005 e 2013, quando passaram de 760.529 para  693.575, com uma variação negativa total de 8,8%. A queda, também neste caso, diz respeito à Europa, América e Oceania, com redução de 18,3%, 15,5% e 17,1%, respectivamente.  Na África e na Ásia, por sua vez, o incremento foi de 18% e 10% respectivamente. A incidência em relação ao total mundial em 2005 e em 2013 é praticamente a mesma na Oceania. O peso da Europa e da América, pelo contrário, caiu de 42,5% para 38% e de 28,3 para 26,2% respectivamente, enquanto o da Ásia subiu de 20,2 para 23,8% e das religiosas africanas de 7,7 a 10,1%.

Vocações sacerdotais em queda

Após um período de constante aumento do número de vocações sacerdotais, com um maior crescimento observado em 2011, se assiste no último biênio a uma inversão desta tendência. O número total dos inscritos nos cursos de filosofia e de teologia dos centros diocesanos e religiosos de formação ao sacerdócio de todo o mundo católico foi de 118.251 em 2013 contra 120.616 em 2011, uma leve queda de 2%. A diminuição das vocações sacerdotais em 2013 foi geral, com única exceção no continente africano, que viu um aumento de 1,5%. Na América do Norte, em particular nos Estados Unidos, houve uma redução de 5,2% entre 2011 e 2013. A América Central viu um contração de 0,1% das vocações sacerdotais, enquanto a América do Sul registrou, no mesmo período, uma diminuição de quase 7%, com destaque para a Colômbia (-10,5%), Chile (-11,2%) e Peru (-11,2%). O Brasil, por sua vez, viu reduzir em 6,7 % o número de vocações sacerdotais.

Também no continente asiático houve uma leve queda de 0,5% em relação a 2011. O fato foi observado sobretudo na Indonésia, na Coreia e nas Filipinas, enquanto na Índia o número de seminaristas cresceu 0,5%. No continente europeu, verificou-se uma queda de 3,6% no biênio. Contribuíram para este fenômeno sobretudo a Polônia (-10%), Grã Bretanha (-11,5%), Alemanha (-7,7%), República Tcheca (-13%), Áustria (-10,9%), França (-3,5%) e Espanha (-1,8%). Por outro lado, as vocações tiveram um aumento na Itália (0,3%), Ucrânia (4,5%) e Bélgica (7,5%). Já na Oceania, o número de seminaristas reduziu-se em 5,1% entre 2011 e 2013.

A redação do Anuário Pontifício esteve sob os cuidados de Mons. Vittorio Formenti, encarregado do Departamento Central de Estatística da Igreja, do Prof. Enrico Nenna, além de outros colaboradores. (JE/Sedoc)

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O catolicismo é a maior religião dos Estados Unidos https://portalconservador.com/o-catolicismo-e-a-maior-religiao-dos-estados-unidos/ https://portalconservador.com/o-catolicismo-e-a-maior-religiao-dos-estados-unidos/#comments Thu, 01 Jan 2015 19:00:19 +0000 http://portalconservador.com/?p=1677 read more →]]> Enquanto a mídia secular está arrotando o resultado das pesquisas do nosso ultra ortodoxo e confiável IBGE sobre a queda de católicos em terras brasileiras, nos Estados Unidos da América a situação concreta é bem diferente: na maior nação protestante do mundo agora o Catolicismo é a maior religião cristã com mais de 68 milhões de fiéis. Vejamos os dados:

1. The Catholic Church 68,202,492, [ranked 1 in 2011]

2. Southern Baptist Convention 16,136,044, [ranked 2 in 2011]

3. The United Methodist Church 7,679,850, [ranked 3 in 2011]

4. The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints 6,157,238, [ranked 4 in 2011]

5. The Church of God in Christ 5,499,875, [ranked 5 in 2011]

6. National Baptist Convention , U.S.A. , Inc. 5,197,512, [ranked 6 in 2011]

7. Evangelical Lutheran Church in America 4,274,855, [ranked 7 in 2011]

8. National Baptist Convention of America , Inc. 3,500,000, [ranked 8 in 2011]

9. Assemblies of God 3,030,944, [ranked 9 in 2011]

10. Presbyterian Church (U.S.A.) 2,675,873, [ranked 10 in 2011]

Bento XVI, na sua homília no “Yankee Stadium” de Nova Iorque, lembrou que “Nesta terra de liberdade religiosa, os católicos encontraram não só a liberdade para praticar sua fé, mas também para participar plenamente na vida civil, levando consigo suas convicções morais para a esfera pública, cooperando com seus vizinhos a forjar uma vibrante sociedade democrática.” De fato, na recém fundada federação americana, se instituiu uma realidade muito particular, podemos dizer que foi na terra estadunidense onde a Igreja Católica vivenciou maior liberdade sob um país majoritariamente protestante. Dessa forma, o clero americano pôde acolher com maior zelo os imigrantes de fé romana, principalmente vindos da Irlanda, num primeiro momento, e depois da Itália, Polônia e Alemanha, assim como sedimentar uma forte presença no país, seja através de instituições ou por meio do crescente número de vocações.

O futuro do catolicismo nas Américas, sobretudo nos Estados Unidos, é de grande importância para a Cristandade. A Europa está espiritualmente morta e em breve será tomada pacificamente pela Islã, pois os europeus de herança cristã não têm mais filhos, nem mesmo o suficiente para repor o declínio natural da população. Salvo um milagre, é um processo irreversível.

Da Europa se terá apenas a saudosa lembrança de um tempo cristão, que não voltará tão cedo, e que viverá talvez em pequenas ilhas isoladas, como os cristãos dos países maometanos do Oriente. Queira Nossa Senhora que aconteça um milagre e que a Europa volte a ser cristã. Talvez as profecias de Fátima se cumpram trazendo uma renovação católica no Velho Mundo. Talvez. Rezemos.

Em termos práticos, sem esperar pelo milagre, confiando no andar ordinário das coisas, as Américas são uma terra mais fértil para a semente do Evangelho.

O Brasil seria uma ótima terra de missão, com um povo mais dócil às verdades reveladas, com virtudes ainda inacabadas, herdadas da presença do catolicismo antes da crise pós-conciliar que devastou a vida espiritual do Ocidente. Os países da América Hispânica, catolicíssimos, devotíssimos de Nossa Senhora, também têm em si a potência de protagonizar o ressurgimento de uma civilização católica no Ocidente. Mas os Estados Unidos teriam um papel de cardeal importância, porque lá as instituições e os estado de espírito necessárias para isso já são uma realidade. Mesmo fortemente abalado pela crise conciliar, o catolicismo lá é mais pujante que em qualquer outra nação do Ocidente. Antes da crise conciliar essa pujança era uma coisa notável.

Só em 1955 foram 140 mil os protestantes convertidos e a população católica crescia em 1 milhão anualmente. Isso é uma coisa verdadeira assombrosa!

Alguns Bispos Americanos estão dando aula de evangelização. Há uma iniciativa da Conferência Episcopal Americana em fazer propaganda da fé católica em comerciais das mais populares emissores de TV. É como se a CNBB fizesse comercial da Missa Tridentina e a Globo anunciasse em horário nobre.

Veja por exemplo, o que a Arquidiocese de Nova Iorque produziu, um vídeo de ordenação de cinco jovens padres e questionando o telespectador sobre sua vocação.

O livro Todos os caminhos vão dar a Roma, do ex-pastor presbiteriano Scott Hahn e sua esposa Kimberly Hahn até hoje é responsável pela conversão de milhares de protestantes. Na obra, o casal relata o percurso de conversão e como foram vendo quanto a Sola Scriptura (“Só a escritura”) era incompatível com a mensagem de Cristo. É interessante, pois descreve a conversão de duas pessoas que tinham uma (falsa) ideia de catolicismo. O engraçado é que eles passaram admirar a fé católica através de sua moral, especialmente no que diz respeito a métodos reprodutivos, exatamente o ponto que a grande maioria dos católicos simplesmente não entende.

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A atração que os protestantes americanos tem pela Igreja é pelo seu conservadorismo, conservadora no sentido de guardar e conservar o que Cristo deixou a ela. Uma vez que muitos não suportam uma religião liberal, sempre vem no sentido de mudar aquilo que exatamente ela não pode mudar.

Maior igreja protestante dos Estados Unidos agora é católica

Depois que a mega-igreja protestante foi a falência, seu prédio foi comprado pela Diocese Católica do local, que a usará como sua nova catedral. Sem entrar no mérito da feiúra protestante da igreja, isso tem uma forte simbologia por trás. É uma virada da Igreja Católica nos Estados Unidos, que afinal começou muito pequena, e agora já é a maior denominação cristã dos Estados Unidos.

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O nome que foi dado à nova Catedral, aprovado pela Santa Sé, é Christ Cathedral (antes era chamada de Crystal Cathedral). As motivações são ecumênicas (nem tudo é perfeito); mas há um bom motivo para escolherem essa como sua nova Catedral, que afinal é um ponto turístico e já tinha se tornado referência em igrejas protestantes no país.

Lá, podemos ver o oposto do Brasil. Aqui o “padrão” é dizer-se católico, então temos muitos “católicos não-praticantes”. Lá, os não-praticantes são em maioria os protestantes, já que eles são a grande maioria da população. Como a grande parte dos protestantes no Brasil, os católicos dos Estados Unidos são ativos em sua Igreja.

Aqui está um vídeo da Catholic News Agency de uma ordenação na Diocese, onde foi apresentado o novo nome da Catedral e foi nomeado o seu vigário episcopal, o Pe. Christopher H. Smith:

Texto adaptado do portal Tradição em foco com Roma

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Igreja Católica: Mãe da Civilização Moderna https://portalconservador.com/igreja-catolica-mae-da-civilizacao-moderna/ https://portalconservador.com/igreja-catolica-mae-da-civilizacao-moderna/#comments Fri, 15 Mar 2013 01:18:02 +0000 http://portalconservador.com/?p=67 read more →]]> Toda vez que um protestante, um comunista, ateu ou qualquer outro inimigo da Igreja, que gosta de erroneamente chamar a Idade Média de “trevas”, citar redondamente enganado, que a Igreja é “primitiva”, é “medieval” e que eles mesmos são da era do celular, televisão, DNA, Genética, Genoma, Física, fibra ótica, viagens espaciais ou energia nuclear, deveriam receber dos católicos a resposta:

Nós não tivemos essas coisas na Idade Média porque estávamos ocupados em inventá-las e descobri-las para que as tenhas hoje.” – e indagar-lhes – “os que pensam como ti, o que oferecerão ás futuras gerações?

Hoje, há professores como Thomas Woods graduado na Universidade de Harvard e é doutor em História pela Universidade de Columbia, Edward Grant escrevendo livros editados pela Universidade de Cambridge, Thomas Goldstein, A.C.Crombie, David Lindberg e muitos outros. E todos eles concordam que, você mente, quando alega que a Igreja foi uma oponente das ciências. Pelo contrário, há aspectos do pensamento católico que foram indispensáveis para o desenvolvimento da ciência.

Confira como a Igreja Católica construiu a Civilização Moderna e a livrou da ignorância e do massacre dos Bárbaros:

– A Igreja Católica teve de empreender a tarefa de introduzir a lei do Evangelho e o Sermão da Montanha entre os povos Bárbaros, que tinham o homicídio como a mais honrosa ocupação e a vingança como sinônimo de justiça. (Christopher Dawson);

– A Igreja Católica forneceu mais ajuda e apoio financeiro ao estudo da Astronomia, por mais de seis séculos – da recuperação do saber antigo da Baixa Idade Média ao Iluminismo -, do que qualquer outra e, provavelmente, todas as outras instituições. (J.L.Heilbron – Universidade da Califórnia, em Berkeley);

– A Igreja funda a primeira universidade do mundo, em Bolonha, na Itália. A criação da instituição dá à Europa o impulso intelectual que desembocaria no Renascimento no século XIV, e na Revolução Científica, entre os séculos VXI e XVII.

– Reginald Grégoire (1985), afirma: “os monges deram a toda a Europa… uma rede de fábricas, centros de criação de gado, centros de educação, fervor espiritual, … uma avançada civilização emergiu da onda caótica dos bárbaros”. Ele afirma que: “Sem dúvida alguma S. Bento (o mais importante arquiteto do monarquismo ocidental) foi o Pai da Europa. Os Beneditinos e seus filhos, foram os Pais da civilização Europeia”;

– O nosso padrão de contar o tempo foi criado por um monge católico chamado Dionísio, por volta do início do século 4;

– Foram os católicos escolásticos que criaram a Ciência Econômica Moderna. Foram eles que criaram a economia, e não os secularistas do Iluminismo;

– São Mesrob, sacerdote católico, foi o criador do alfabeto armênio.

– Os Jesuítas – da Companhia de Jesus – foram tão exímios nas ciências que, neste exato momento, 35 crateras lunares têm o nome de cientistas jesuítas;

– São Cirilo e Metódio, no século IX, desenvolveram um alfabeto para o velho idioma eslavo, este se tornou o precursor do alfabeto russo “cirílico”. Em 885, são Metódio traduziu a Bíblia inteira neste idioma;

– O católico franciscano Roger Bacon (séc 13), que lecionava na Universidade de Oxford, é considerado o precursor da revolução científica;

– O monge matemático Jordanus Nemorarius, além dos conhecimentos que contribuiu à matemática introduzindo os sinais de “mais” e de “menos”, iniciou a investigação dos problemas da mecânica, superando a visão dos problemas do equilíbrio. Foi o fundador da escola medieval de mecânica, foi o primeiro em formular corretamente a “lei do plano inclinado” e pesquisou sobre a conservação do trabalho nas máquinas simples.

– Os Jesuítas estão entre os maiores matemáticos da história;

– O abade Nicolau Copérnico foi o astrônomo e matemático que desenvolveu a teoria heliocêntrica do Sistema Solar. Sua teoria do Heliocentrismo, que colocou o Sol como o centro do Sistema Solar, contrariando a então vigente teoria geocêntrica (que considerava, a Terra como o centro), é tida como uma das mais importantes hipóteses científicas de todos os tempos, tendo constituído o ponto de partida da astronomia moderna.

– O padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão (1685 -1724), foi um cientista e inventor nascido no Brasil Colônia. Famoso por ter inventado o primeiro aeróstato operacional, era chamado de “o padre voador”, é uma das maiores figuras da história da aeronáutica mundial. Ele também é o inventor de uma “máquina para a drenagem da água alagadora das embarcações de alto mar.”

– Papa Gregório XIII, foi quem nos deu o Calendário Gregoriano, que é o calendário utilizado na maior parte do mundo, e em todos os países ocidentais. A China o aprovou em 1912.

– Jean Buridan (1300-1358) foi um filósofo e padre francês, que desenvolveu e popularizou a “teoria do Ímpeto”, que explicava o movimento de projéteis e objetos em queda livre. Essa teoria pavimentou o caminho para a dinâmica de Galileu e para o famoso princípio da Inércia, de Isaac Newton;

– Nicole d’Oresme (c.1323-1382) era teólogo dedicado e Bispo de Lisieux, foi um gênio intelectual e talvez o pensador mais original do século XIV. Foi um dos principais propagadores das ciências modernas. Na “Livre du ciel et du monde” (1377), Oresme se opôs à teoria de uma Terra estacionária como proposto por Aristóteles e, neste trabalho, ele propôs a rotação da Terra, cerca de 200 anos antes de Copérnico. No entanto, ele estragou um pouco este belo pedaço de pensamento, rejeitando suas próprias idéias, no final dos trabalhos e assim, como Clagett escreve, não pode ser considerada como a reivindicação de que a Terra girava antes de Copérnico. Ele escreveu “Questiones Super Libros Aristotelis de Anima lidar”, com a natureza da luz, reflexão da luz e da velocidade da luz, discutidos em detalhes.

– O monge Luca Bartolomeo de Pacioli é considerado o pai da contabilidade moderna. Um dos seus alunos foi Leonardo da Vinci;

– O padre paraibano Francisco João de Azevedo, é reconhecido como inventor e construtor da máquina de escrever. O que temos certeza é que a máquina realmente existiu, funcionava, foi exposta ao público, ganhou medalhas, e, o mais importante, em dezembro de 1861, portanto antes que Samuel W. Soule e seus dois parceiros, em 1868, recebessem a formalização da patente nos Estados Unidos;

– De acordo com o Dicionário de Biografia Científica, santo Alberto Magno, que ensinou na Universidade de París, era habilidosos em todos os ramos da ciência, “foi um dos mais famosos precursores da Ciência Moderna na Alta Idade Média”. Desde 1941 ele é declarado o “patrono de todos que cultivam as ciências naturais”;

– O padre Nicolas Steno é considerado o pai da Estratigrafia, que estuda as camadas de rochas sedimentares formadas na superfície terrestre. Um geólogo precisa conhecer os princípios de Steno.

– Jean-Antoine Nollet, foi abade e físico francês, se constitui como um grande divulgador da física e da eletricidade em particular. Construiu alguns dos primeiros eletroscópios, a sua própria máquina eletrostática, e também uma versão “seca” da garrafa de Leiden.

– Os jesuítas no século 18 contribuíram para o desenvolvimento do relógio de pêndulo, pantógrafos, barômetros, telescópios e microscópios refletores para campos científicos variados como: magnetismo, ótica e eletricidade. Eles observaram, às vezes antes que de qualquer outro, as faixas coloridas dos anéis na superfície de Júpiter, a Nebulosa de Andômeda e anéis de Saturno. Eles teorizaram sobre a circulação do sangue, independentemente de Harvey, a possibilidade teórica de vôo, o modo como a lua afeta as marés e a natureza ondular da luz, mapas estelares de hemisfério sul, lógica simbólica e medidas de controle de enchentes. Tudo isso foi realização típica dos jesuítas.

– O padre Giabattista Riccioli foi a primeira pessoa a calcular a velocidade com que um corpo em queda livre acelera até o chão,

– O padre Francesco Grimaldi descobriu e nomeou o fenômeno de difração da luz. Ele também participou de uma descrição detalhada de um mapa da superfície da lua. Esse mapa chamado de Selenógrafo, adorna até hoje a entrada do Museu Nacional do Ar e Espaço, em Washington D.C.;

– O padre Roger Boscovich, falecido em 1787, é louvado por cientistas modernos por ter apresentado a primeira descrição coerente de teoria atômica, bem mais de um século antes que a teoria atômica moderna emergisse. Ele foi considerado “o maior gênio que a Iugoslávia produziu”;

– Nos séculos 17 e 18 as catedrais de Bolonha, Florença, París e Roma funcionavam como observatórios solares superiores;

– O padre Athanasius Kircher é considerado o pai da Egiptologia. Foi graças ao trabalho deste padre que encontrou-se a Pedra Rosetta, que decifrou os símbolos egípcios. Ele foi chamado de “Mestre das cem artes”. Seu trabalho em química ajudou a desbancar a alquimia, que era um tipo de falsa ciência, que até Isaac Newton e Boyle levavam a sério. Foi esse padre que jogou água fria nisso.

– Foi um Jesuíta quem escreveu exatamente o primeiro livro sobre Sismologia nos Estados Unidos. Era o padre J.B. Macelawane. Todo ano, a União Geofísica Americana, prêmia com uma medalha com o nome deste padre, um jovem geofísico inspirador.

O padre J.B. Macelawane também foi o primeiro presidente da União Geofísica Americana. Por isso o estudo dos terremotos é conhecido como “A Ciência Jesuíta”;

– Foi um astrônomo católico chamado Giovanni Cassini quem usou a Catedral de São Petrônio, em Bolonha, para verificar as teorias de movimentos planetários de Johannes Kepler.

– Foram os monges católicos que desenvolveram a “minúscula carolígia”, ou seja as letras minúsculas, o espaçamento entre palavras e a acentuação, já que o mundo só escrevia em letras maiúsculas, sem espaçamentos e sem acentuação.

– O ensino superior na Idade Média era ministrado por iniciativa da Igreja;

– O documento mais antigo que contém a palavra “Universitas” (universidade), utilizada para um centro de estudo, é uma carta do Papa Inocêncio III ao “Estúdio Geral de Paris”;

– A universidade de Oxford, na Inglaterra, surgiu de uma escola monacal católica organizada como universidade por estudantes da Sorbone de Paris. Foi apoiada pelo Papa Inocêncio IV (1243-1254) em 1254;

– O historiador francês Henri Daniel – Ropes no século 20 disse: “graças as repetidas intervenções do papado, a educação superior foi habilitada a expandir suas fronteiras; a Igreja, na verdade, foi a matriz que produziu a universidade, o ninho de onde esta tomou vôo.”;

– Os papas estabeleceram mais universidades do que qualquer outra pessoa na Europa;

– Até 1440 foram erigidas na Europa 55 Universidades e 12 Institutos de ensino superior, onde se ministravam cursos de Direito, Medicina, Línguas, Artes, Ciências, Filosofia e Teologia. Todos fundados pela Igreja;

– Os monges católicos introduziram safras e indústrias e métodos de produção que não se conheciam antes;

– O monge italiano católico Guido d’Arezzo (992 -1050), criou as 7 notas musicais dó, ré, mi, fá, sol, lá, si utilizando ás sílabas iniciais de uma estrofe de um hino a São João para denominá-las. Ele também apresentou pela primeira vez a Pauta Musical de quatro linhas. O sistema ainda é usado até hoje.

– Os monges católicos foram pioneiros em maquinaria e mecanização. Eles usavam a energia da água para todos os tipos e propósitos;

– O primeiro relógio de que tivemos notícia foi construído pelo futuro papa Silvestre II, em 996;

– No século 11, um monge beneditino inglês, chamado Eilmer de Malmesbury, voou aproximadamente 600 metros por meio de um planador sustentado no ar por cerca de quinze segundos. Ele consta no site da Força Aérea Americana – USAF, como pioneiro do vôo do homem, tendo feito isso 1000 anos antes dos irmãos Wright e de Santos Dumont;

– Em 1688, Dom Perignon, do mosteiro de São Pedro, Hautvillieres-on-the-Marne, descobriu a Champanhe através de experimentação misturando vinhos;

– Disse o estudioso francês Reginald Gregoire: “De fato, seja na extração de sal, chumbo, ferro, alume ou gipsita, ou na metalurgia, extração de mármore, condução de cutelarias e vidrarias, ou forja de placas de metal, também conhecidas como rotábulos, não há nenhuma atividade em que os monges não mostrassem criatividade e um fértil espírito de pesquisa. Utilizando sua força de trabalho, eles instruíram e treinaram à perfeição. O conhecimento técnico monástico se espalharia pela Europa.”;

– O Jesuíta espanhol Baltasar Gracián (1601-1658), com seus livros, impressionou e inspirou filósofos, escritores e pensadores ao longo de mais de trezentos e cinqüenta anos, entre estes estavam: Nietzsche, Schopenhauer, Voltaire e Lacan, que foram leitores entusiasmados dos livros deste jesuíta. O filósofo Arthur Schopenhauer considerava seu livro “El Criticón”, “um dos melhores livros do mundo.”

Friedrich Nietzsche declarou sobre a obra de Gracián: “A Europa nunca produziu nada mais refinado em questão de sutileza moral.” “Absolutamente único … um livro para uso constante … um companheiro na vida. Estas máximas são especialmente adequadas àqueles que desejam prosperar no grande mundo”.

– Foram os monges católicos, que na Inglaterra, no século 16, desenvolveram a primeira caldeira para produção de larga escala de ferro fundido;

– O padre Gregor Mendel (1822-1884), é considerado no meio científico como “o pai da genética”. Graças a Mendel, o troca-troca genético de que a gente tanto ouve falar se tornou possível. Os transgênicos (animais e plantas que recebem genes de outras espécies de seres vivos), hoje são uma realidade! O homem hoje é capaz de modificar o gene de uma planta para torná-la mais resistente às pragas, por exemplo. Ou então, fazer experiências trocando genes de animais, para tentar desenvolver novos medicamentos.

– Diz um historiador protestante: “se não fosse pelos monges e monastérios, o dilúvio bárbaro poderia ter varrido completamente os traços da civilização romana. O monge foi o pioneiro da civilização e da cristandade na Inglaterra, Alemanha, Polônia, Boêmia, Suécia, Dinamarca. Com o incessante estrondo das armas a sua volta, foi o monge em seu claustro mesmo nas remotas fortalezas, por exemplo, no Monte Athos, quem, perseverando e transcrevendo manuscritos antigos, tanto cristãos como pagãos, assim como registrando suas observações de eventos contemporâneos, foi repassando a tocha do conhecimento intactas às futuras gerações e amealhando estoques de erudição para as pesquisas de uma área mais esclarecida. Os primeiros músicos, pintores, fazendeiros, estadistas da Europa após a queda da Roma imperial sob o ataque violento dos bárbaros, eram monges”. (A Protestant Historian)

– Albert Einstein declarou: “Só a Igreja se pronunciou claramente contra a campanha hitlerista que suprimia a liberdade. Até então a Igreja nunca tinha chamado minha atenção; hoje, porém, expresso minha admiração e meu profundo apreço por esta Igreja que, sozinha, teve o valor de lutar pelas liberdades morais e espirituais”. (Albert Einstein, The Tablet de Londres);

– Padre Francisco de Vitória, que foi professor na Universidade de Salamanca, foi quem nos deu o exato primeiro Tratado de Direito Internacional da história;

– A Pontífice Academia de Ciências do Vaticano, atualmente, conta com 61 acadêmicos, dos quais 29 são vencedores do Prêmio Nobel. Trata-se de uma relação de notáveis cientistas premiados por suas pesquisas no campo da medicina, química, física, etc., entre os quais figuram Marshaw Nerimberg, o descobridor do Código Genético de todos os seres, e nada mais nada menos que, Francis Collins, o mapeador do DNA humano e diretor do Projeto Genoma;

– A invenção dos mais modernos e imprescindíveis meios de comunicação, deve-se a um membro da Igreja, o brasileiro padre Landell, inventor pioneiro do rádio, do telefone sem fio, do telégrafo sem fio, da televisão e do teletipo usado pela imprensa. Nas patentes são agregados vários avanços técnicos como a transmissão por meio de ondas contínuas, através da luz, princípio da fibra óptica e por ondas curtas; e a válvula de três eletrodos, peça fundamental no desenvolvimento da radiodifusão e para o envio de mensagens. Ainda em 1904 o padre Landell inicia os testes precursores de transmissão da imagem. Em outras palavras, testava aquilo que viria a ser a televisão. Ele também testou a transmissão de textos, sendo precursor do teletipo, tão utilizado nos telejornais para envio de notícias pelas agências internacionais. Ambas as experiências eram feitas à distância, por ondas que, segundo um jornal paulista, eram denominadas de Ondas Landeleanas.

– O cosmólogo padre Michael Heller, é o ganhador do mais polpudo prêmio acadêmico já pago pela ciência moderna. Ele provou matematicamente a existência de Deus;

– Um dos princípios mais importantes que a Igreja legou ao desenvolvimento das ciências vem de um verso bíblico! Um verso bíblico que foi um dos mais citados durante toda a Idade Média. Esse verso é: Sabedoria 11, 21, esse verso diz: que “Deus dispôs tudo com medida, quantidade e peso”. Daí a ciência ter conseguido tanto êxito por crer que vivemos num universo ordenado. É tudo matemático e ordenado de acordo com padrões. Por isso Santo Agostinho (354-430), já afirmava: “Deus é um grande Geômetra.”

Detalhe: o protestantismo, fundado em 1517 retirou o Livro da Sabedoria de suas bíblias. O desprezo protestante a Copérnico e à ciência, ficou documentado nas palavras de Lutero, que dizia: “O abade Copérnico surgiu, pretendendo que a terra girasse em torno do Sol … lê-se na Bíblia que Josué deteve o Sol; não foi a Terra que ele deteve. Copérnico é um tolo.” (Funck-Brentano, Martim Lutero, Casa Editora Vecchi, 1956, 2a. ed. Pág. 145).

Lutero não sabia que o que Josué narrava foi o que lhe pereceu a seus olhos, naquele grande milagre de Deus.

Sobre a ciência, chamada de “razão” naquele tempo, dizia Lutero: “A razão é a prostituta, sustentáculo do diabo, uma prostituta perversa, má, roída de sarna e de lepra, feia de rosto, joguemos-lhe imundícies na face para torná-la mais feia ainda.” (Funck-Brentano, Martim Lutero, Casa Editora Vecchi, 1956, 2a. ed. Pág. 217).

Eis o grande legado da Igreja Católica à Civilização Moderna e a verdadeira aversão grotesca à ciência, externada pelo pai do protestantismo.

Escrito por Fernando Nascimento.

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Igreja Católica: Mãe das Universidades https://portalconservador.com/igreja-catolica-mae-das-universidades/ https://portalconservador.com/igreja-catolica-mae-das-universidades/#comments Wed, 13 Mar 2013 01:22:56 +0000 http://portalconservador.com/?p=71 read more →]]> Os estudantes universitários normalmente têm um conhecimento pouco profundo sobre a Idade Média; e porque muitos são mal informados, acham que foi um período de ignorância, superstição e repressão intelectual por parte da Igreja católica. No entanto, foi exatamente na Idade Média que surgiu a maior contribuição intelectual para o mundo: o sistema universitário.

A universidade foi um fenômeno totalmente novo na história da Europa. Nada como ele existiu no mundo grego ou romano afirmam os historiadores.

O ensino superior na Idade Média era ministrado por iniciativa da Igreja. A Universidade medieval não tem precedentes históricos; no mundo grego houve escolas públicas, mas todas isoladas. No período greco-romano cada filósofo e cada mestre de ciências tinham “sua escola”, o que implicava justamente no contrário de uma Universidade. Esta surgiu na Idade Média, pelas mãos da Igreja Católica, e reunia mestres e discípulos de várias nações, os quais constituíam poderosos centros de saber e de erudição.

Por volta de 1100, no meio de uma grande fermentação intelectual, começam as surgir as Universidades; o orgulho da Idade Média cristã, irmãs das Catedrais. A sua aparição é um marco na história da civilização Ocidental que nenhum historiador tem coragem de negar. Elas nasceram às sombras das Catedrais e dos mosteiros. Logo receberam o apoio das autoridades da Igreja e dos Papas. Assim, diz Daniel Rops, “a Igreja passou a ser a matriz de onde saiu a Universidade” (A Igreja das Catedrais e das Cruzadas, pág. 345).

Tudo isso nesta bela época que alguns teimam em chamar maldosamente de “obscura” Idade Média. A razão e a fé sempre caminharam juntas na Igreja.

A raiz das Universidades esta no século IX com as escolas monásticas da Europa, especialmente para a formação dos monges, mas que recebiam também estudantes externos. Depois, no século XI surgiram as escolas episcopais; fundadas pelos bispos, os Centros de Educação nas cidades, perto das Catedrais. No século XII surgiram centros docentes debaixo da proteção dos Papas e Reis católicos, para onde acorriam estudantes de toda Europa.

A primeira Universidade do mundo Ocidental foi a de Bolonha (1158), na Itália, que teve a sua origem na fusão da escola episcopal com a escola monacal camaldulense de São Félix. Em 1200 Bolonha tinha dez mil estudantes (italianos, lombardos, francos, normandos, provençais, espanhóis, catalães, ingleses germanos, etc.). A segunda, e que teve maior fama foi a Universidade de Paris, a Sorbone, que surgiu da escola episcopal da Catedral de Notre Dame. Foi fundada pelo confessor de S. Luiz IX, rei de França, Sorbon. Ali foram estudar muitos grandes santos como Santo Inácio de Loyola, São Francisco Xavier e São Tomás de Aquino. A universidade de Paris (Sorbonne) era chamada de “Nova Atenas” ou o “Concílio perpétuo das Gálias”, por ser especialmente voltada à teologia.

O documento mais antigo que contém a palavra “Universitas” utilizada para um centro de estudo é uma carta do Papa Inocêncio III ao “Estúdio Geral de Paris”. A universidade de Oxford, na Inglaterra surgiu de uma escola monacal organizada como universidade por estudantes da Sorbone de Paris. Foi apoiada pelo Papa Inocêncio IV (1243-1254) em 1254.

Salamanca é a Universidade mais antiga da Espanha das que ainda existem, fundada pela Igreja; seu lema é “Quod natura non dat, Salmantica non praestat” (O que a natureza não nos dá, Salamanca não acrescenta”. Entre as universidades mais antigas está a de Santiago de Compostela. A cidade foi um foco de cultura desde 1100 graças ao prestígio de sua escola capitular que era um centro de formação de clérigos vinculados à Catedral. A Universidade de Valladolid é anterior à de Compostela já que em 1346 obteve do papa Clemente VI a concessão de todas as faculdades, exceto a de Teología.

Em 1499 o Cardeal Cisneros fundou a famosa universidade “Complutense” mediante a Bula Pontifícia concedida pelo Papa Alexandre VI. Nos anos de 1509-1510 já funcionavam cinco Faculdades: Artes e Filosofía, Teología, Direito Canônico , Letras e Medicina.

Até 1440 foram erigidas na Europa 55 Universidades e 12 Institutos de ensino superior, onde se ministravam cursos de Direito, Medicina, Línguas, Artes, Ciências, Filosofia e Teologia. Todos fundados pela Igreja. O Papa Clemente V (1305-1314) no Concílio universal de Viena em 1311, mandou que se instaurassem nas escolas superiores cursos de línguas orientais (hebreu, caldeu, árabe, armênio, etc.), o que em breve foi feito também em Paris, Bolonha, Oxford, Salamanca e Roma.

A atual Universidade de Roma, La Sapienza – onde tristemente estudantes e professores impediram o Papa Bento XVI de proferir a aula inaugural em 2008 – foi fundada há sete séculos, em 1303, pelo Papa Bonifácio VIII (1294-1303), com o nome de “Studium Urbis”.

Das 75 Universidades criadas de 1100 a 1500, 47 receberam a Bula papal de fundação, enquanto muitas outras, que surgiram espontaneamente ou por decisão do poder secular, receberam em seguida a confirmação pontifícia, com a concessão da Faculdade de Teologia ou de Direito Canônico. (Sodano, 2004).

As universidades atraíam multidões de estudantes, da Alemanha, Itália, Síria, Armênia e Egito. Vinham para a de Paris chegavam a 4000, cerca de 10% da população.

Só na França havia uma dezena de universidades: Montepellier (1125), Orleans (1200), Toulouse (1217), Anger (1220), Gray, Pont-à-Mousson, Lyon, Parmiers, Norbonne e Cabors. Na Itália: Salerno (1220), Bolonha (1111), Pádua, Nápoles e Palerno. Na Inglaterra: Oxford (1214), nascida das Abadias de Santa Frideswide e de Oxevey, Cambridge. Além de Praga na Boêmia, Cracóvia (1362), Viena (1366), Heidelberg (1386). Na Espanha: Salamanca e Portugal, Coimbra. Todas fundadas pela Igreja. Como dizer que a Idade Média cristã foi uma longa “noite escura” no tempo? As universidades medievais foram centros de intensa vida intelectual, onde os grandes homens se enfrentavam em discussões apaixonadas nos grandes problemas. E a fé era o fermento que fazia a cultura crescer.

Graças ao latim todos se entendiam, era a língua universal e acadêmica; esta permitia aos sábios comunicar-se de um ponto a outro da Europa Ocidental. Havia uma unidade interna e de obediência aos mesmos princípios; era o reflexo de uma civilização vigorosa, segura de sua força e de si mesma.

A partir de 1250 o grego foi ensinado nas escolas dominicanas e, a partir de 1312 nas universidades de Sorbonne, Oxford, Bolonha e Salamanca. Abria-se assim um novo campo ao pensamento que desencadeou uma onda de paixão filosófica no nascimento da Escolástica-teologia e filosofia unidas para provar uma proposição de fé.

Santo Agostinho, Cassidoro, Santo Isidoro de Sevilha, Rábano Mauro e Alamino, os grandes mestres da Antigüidade, se apoiavam sobretudo nas Sagradas Escrituras. Agora o intelectual cristão da Idade Média quer demonstrar que os dogmas estão de acordo com a razão e que são verdadeiros. É a “teologia especulativa”, onde a filosofia é amiga da teologia. Os problemas do mundo são estudados agora sob esta dupla ótica.

A Universidade medieval era um mundo turbulento e cosmopolita; os estudantes de Paris estavam repartidos em quatro nações: os Picardos, os Ingleses, os Alemães e os Franceses. Os professores também vinham de diversas partes do mundo: havia Sigério de Brabante (Bélgica), João de Salisbury (Inglaterra), S. Alberto Magno (Renânia), S. Tomás de Aquino e São Boaventua da Itália.

Os problemas que apaixonavam os filósofos, eram os mesmos em Paris, em Oxford, em Edimburgo, em Colônia ou em Pavia. O mundo estudantil era também um mundo itinerante: os jovens saiam de casa para alcançar a Universidade de sua escolha; voltavam para sua terra nas festas. O sistema universitário que temos hoje com cursos de graduação, pós-graduação, faculdades, exames e graus veio diretamente do mundo medieval.

Os papas sabiam bem da importância das universidades nascentes para a Igreja e para o mundo, e por isso intervinham em sua defesa muitas vezes. O Papa Honório III (1216-1227) defendeu os estudantes de Bolonha em 1220 contra as restrições de suas liberdades. O Papa Inocêncio III (1198-1216) interveio quando o chanceler de Paris insistiu em um juramento à sua personalidade. O Papa Gregório IX (1227-1241) publicou a Bula “Parens Scientiarum” em nome dos mestres de Paris, onde garantiu à Universidade de Paris (Sorbonne) o direito de se auto-governar, podendo fazer suas leis em relação aos cursos e estudos, e dando à Universidade uma jurisdição papal, emancipando-a da interferência da diocese.

O papado foi considerado a maior força para a autonomia da Universidade, segundo A. Colban (1975). Era comum as universidades trazerem suas queixas ao Papa em Roma. Muitas vezes o Papa interveio para que as universidades pagassem os salários dos professores; Bonifácio VIII (1294-1303), Clemente V (1305-1314), Clemente VI (1342-1352), e Gregório XI (1370-1378) fizeram isso. “Na universidade e em outras partes, nenhuma outra instituição fez mais para promover o saber do que a Igreja Católica”, garante Thomas Woods( pg. 51).

O processo para se adquirir a licença para ensinar era difícil. Para se ter idéia da solenidade e importância do ato, basta dizer que em St. Genevève a pessoa para ser licenciada se ajoelhava diante do Vice-chanceler, que dizia:

“Pela autoridade dos Apóstolos Pedro-Paulo, dou-lhe a licença de ensinar, fazer palestras, escrever, participar de discussões… e exercer outros atos do magistério, ambos na Faculdade de Artes em Paris e outros lugares, em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém” [Daly, 1961; pg 135].

Uma riqueza da universidade medieval é que era atenta às finalidades sociais. Não se aceitava a idéia de uma cultura desinteressada, ou um saber exclusivamente para seu próprio benefício pessoal. “Deve-se aprender apenas para a própria edificação ou para ser útil aos outros; o saber pelo saber é apenas uma vergonhosa curiosidade”, já havia dito São Bernardo (1090-1153).

Para Inocêncio IV (1243-1254) a Universidade era o “Rio da ciência que rege e fecunda o solo da Igreja universal”, e Alexandre IV (1254-1261) a chamava de: “Luzeiro que resplandece na Casa de Deus” (Daniel Rops, pg.348).

Portanto, são maldosos ou ignorantes da História aqueles que insistem em se referir à Idade Média e à Igreja como promotoras da inimizade à Ciência e perseguidora dos cientistas.

Escrito por Prof. Felipe Aquino.

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