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Apesar de dizer que não poderia antecipar detalhes desse cronograma antes da validação do presidente Jair Bolsonaro, Pedro Guimarães ainda acabou dando dicas de como será paga a segunda parcela do auxílio emergencial. Ele disse que, para evitar a formação de novas filas nas agências da Caixa, esse pagamento será feito de força espaçada, com o tempo necessário para o ajuste da capacidade de atendimento das agências à demanda da população.
“Não vamos fazer o pagamento da segunda parcela amanhã ou no sábado. Teremos um pouco de tempo. Será feito com mais espaçamento, de acordo com o mês de nascimento”, alertou Guimarães.
Ele indicou que a ideia da Caixa é pagar em um dia os trabalhadores nascidos em janeiro; depois de uns dois ou três dias, pagar os nascidos em fevereiro; e assim por diante. Ou seja, não liberar os pagamentos de janeiro em um dia e os de fevereiro já no dia seguinte, como ocorreu na primeira parcela. Afinal, como as filas mostraram nos últimos dias, nem todos os brasileiros foram às agências no dia marcado para o saque. Por isso, os grupos de pagamento acabaram se misturando e formando aglomerações nos bancos.
E para isso tudo funcionar, lembrou Guimarães, também será preciso comunicar com calma as datas de saque para a população, o que explica o tempo entre o anúncio e o início do pagamento da segunda parcela dos R$ 600.
“Esperamos uma grande melhora, porque nossa expectativa é que, quando pagarmos janeiro, a maioria das pessoas que vá à agência seja de janeiro. Não dá dúvida de que algumas pessoas que nasceram em março ou junho também irão tentar receber. Cerca de 30% irão. Mas a maioria vai poder receber. Diferente da semana passada, quando 60% das pessoas que foram às agências não podiam receber de maneira nenhuma. Parte daquela multidão era por essa questão”, alegou Guimarães, garantindo que entende o desespero da população que precisa dos R$ 600 para sobreviver em meio à pandemia do novo coronavírus e, por isso, formou filas nas agências da Caixa nos últimos dias.
Bolsa Família
O presidente da Caixa também disse que o cronograma de pagamentos do Bolsa Família não será alterado por conta dessas mudanças no calendário da segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600. Isso significa, portanto, que os beneficiários do Bolsa Família que têm direito aos R$ 600 devem receber a segunda parcela do auxílio a partir do próximo dia 16, no mesmo dia em que receberiam o Bolsa Família.
“O Bolsa Família nós não vamos alterar o calendário. Há mais de 10 anos que não nos 10 últimos dias úteis do mês”, explicou Guimarães. Ele ainda disse que o pagamento do CadÚnico também “é mais tranquilo”. E indicou que o esquema de pagamentos espaçados previstos para a segunda parcela deve afetar, sobretudo, aqueles brasileiros que solicitaram o auxílio emergencial no aplicativo do governo.
Segundo o governo, dos 50,5 milhões de brasileiros que já receberam os R$ 600, 19,2 milhões são do Bolsa Família, 10,8 milhões são do CadÚnico e 20,5 milhões pediram o auxílio no aplicativo. Nesse último grupo, boa parte conseguiu movimentar os R$ 600 de forma remota, através da conta digital da Caixa. Mas 6,4 milhões apresentaram dificuldades com o aplicativo e, por isso, precisaram ir às agências ou às casas lotéricas fazer o saque em espécie dos R$ 600.