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Para uma geração que nunca conheceu o perigo, o trabalho, a insegurança, o Islã serviu como uma causa, um sentido para a vida; o homem tem espaço de causa; para alguns, essa causa é deus, para outros o mercado, o estado, as artes ou literatura. Mas, de qualquer forma, o vácuo de vida é preenchido na apresentação de um primeiro objeto de adoração; o Islã converteu aos montes quem antes gritava que a religião era uma espécie de herança bárbara, que deveria ser combatida.
Chegavam às mesquitas sem nenhuma noção de estratégia ou preparo mental; sem o conhecimento das habilidades da guerra pela mente que há muito tempo William Sargant tão bem havia descrito. Foram presas fáceis. Em uma mente frágil e sem propósitos, qualquer causa, bem vendida, torna-se a própria causa, a própria vida.
A grande questão, que virá logo a seguir, não são os jovens que vão à Síria para combater, mas os que sobreviverem e voltarem aos seus países, agora tendo experimentado a realidade Jihadista lá de fora, onde decapitar pessoas, estuprar mulheres e enterrar crianças vivas é algo normal. Dormem e acordam juntos, aos bandos, sentindo prazer nisso. Aos que sobreviverem, o retorno está garantido. Se misturam aos turistas, refugiados ou rapazes em férias. Eis que então a próxima fase do plano de dominação estará mais do que completa: Haverá pelo menos algumas dezenas de homens bomba prontos para agir, enfiados em seus apartamentos, trabalhando em bibliotecas, cafés e universidades, à espera do primeiro chamado. Tempos difíceis virão. Não que não tenham sido anunciados.
Escrito por Ícaro de Carvalho.