Um “Jesus da gente” que apanha da polícia, mulher, indígena, foi crivado por balas na cruz e ressuscitou negro em meio à comunidade da favela. Com o enredo “A Verdade vos fará livre”, a Estação Primeira de Mangueira (ou de Nazaré, como é cantado nos versos) mandou recado direto sobre uma dita hipocrisia dos profetas da intolerância que apoiam o governo Jair Bolsonaro.
Os versos que remetem diretamente a Bolsonaro, que falam que “não tem futuro sem partilha, nem messias de arma na mão” foram ignorados por Fátima Bernardes e Alex Escobar na transmissão ao vivo da Globo. Mas, o presidente foi lembrado logo no início do desfile da escola com um sonoro “Eih, Bolsonaro, vai tomar no c*” vindo das arquibancadas.
Logo na Comissão de Frente, a Mangueira trouxe um Jesus indigente, como muitas vezes tratado na Bíblia, acompanhado de “apóstolos” marginalizados, que apanha da polícia e dança funk sobre a mesa da Santa Ceia.
Na sequência, um Jesus negro como mestre-sala reverencia a porta-bandeiras “Mangueira”.
No desfile, várias foram as diretas ao governo Jair Bolsonaro, além dos versos interpretados por uma bateria que tinha à frente a rainha Evelyn Bastos como Jesus mulher, que nas diversas entrevistas que deu indagou sobre como seriam os inúmeros casos de feminícidio se Cristo fosse mulher.
Uma ala da escola fez referência à máxima bolsonarista, um tanto esquecida, de que “bandido bom é bandido morto”. Logo atrás um Cristo crucificado gigante, com ares de menino do morro, é erguido crivado de balas em um carro que mostra ainda a crucificação de mulheres, LGBTs, indígenas e outras minorias.
Para fechar o desfile, a Mangueira ainda ressuscitou Jesus negro com manto verde e rosa ascendendo ao céu no meio da favela.
]]>Com quase 100 anos de história, o PCdoB adotará uma nova marca em 2020. Encobrindo as palavras “partido” e “comunista” de sua sigla, a legenda passará a adotar a expressão “Movimento 65”, que enfatiza o número do partido que pretende lançar em 2022 a candidatura à Presidência da República do governador do Maranhão, Flávio Dino. A ideia inicial era mudar o nome do partido, suprimindo os dois termos. Houve resistência de filiados e a adoção do “nome fantasia” representa um recuo na intenção de alguns membros da sigla de se livrar do termo para formar um movimento mais amplo contra o atual presidente, Jair Bolsonaro.
De acordo com integrantes do PCdoB, a marca a ser usada na publicidade institucional trará, em vez do vermelho, as cores verde e amarelo como predominantes. Saem também a “foice e o martelo”, símbolo da luta das classes trabalhadoras urbana (martelo) e rural (foice) e que representa tanto o movimento socialista, como o comunista.
A nova marca já foi encomendada e faz parte dos planos da legenda de lançá-la em janeiro de 2020. A data, no entanto, ainda não foi marcada. A ideia tem semelhança com a concertação feita pelo Partido Comunista Português (PCP) que ampliou seu leque de atuação, agregando o Partido Ecologista – “Os Verdes” – e formando a Coligação Democrática Unitária (CDU), em 1987.
Na época, símbolos comunistas foram evitados na logomarca da CDU, que concorreu a várias eleições entre 1987 e 1989. Em 2009, a sigla voltou a incorporar as marcas dos dois partidos que formaram o grupo e adotou a sigla PCP-PEV.
Trabalhistas
O objetivo do partido é atrair a filiação de lideranças trabalhistas presentes em outros partidos, principalmente os ligados à chamada ala brizolista do PDT, que resistem ao termo comunista.
A nova sigla também é mais palatável aos integrantes do antigo PPL, legenda incorporada pelo PCdoB em maio deste ano que tem entre seus nomes o filósofo João Vicente Fontella Goulart, filho do ex-presidente João Goulart, que foi deposto pelo regime militar, no golpe de 1964. Goulart Filho é o atual vice-presidente da legenda no Distrito Federal.
Outro atraído pela perspectiva de adoção do “nome fantasia” foi o deputado federal Brizola Neto, neto de Leonel Brizola, que foi Governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul. Brizola Neto será o nome da legenda para o cargo de prefeito do Rio de Janeiro, nas eleições que ocorrem em outubro.
O documento do partido que informa sobre a criação do novo nome deixa claro o interesse em ampliar o leque de candidaturas em todo país para as eleições municipais. “Dispõe-se a construir um movimento eleitoral e cívico amplo, de caráter frentista — Movimento 65 —, um lugar para os lutadores e lutadoras das causas da classe trabalhadora e do povo, intelectuais e agentes culturais progressistas, líderes da sociedade civil. Todos(as) terão lugar no Movimento 65 para se candidatar nas eleições municipais de 2020”, diz a nota pública endereçada aos filiados.
A ideia é a mesma que foi defendida nas eleições de 2018 pela então candidata a vice, na chapa do petista Fernando Haddad, Manuela D’Ávila: a criação de uma frente ampla de esquerda, contra o bolsonarismo.
“Ameaça artificial”
A ex-deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), que integra a executiva nacional do partido e foi candidata a vice-governadora de Minas Gerais na chapa encabeçada pelo petista Fernando Pimentel, explica que a intenção do partido é driblar o cenário artificial propagado principalmente pelo governo de Jair Bolsonaro, que insiste na ideia de uma “ameaça comunista” sobre o país.
“A gente vive um momento em que o diálogo com a sociedade tem que se renovar na dimensão das exigências que a sociedade apresenta. Vivemos dias em que há necessidade de reafirmação para alcançar a cláusula de barreira em 2022 e, para isso, é preciso fazer uma discussão amplificada com pessoas do campo democrático, com sentimento progressista”, enfatizou.
“Eu não chamaria nem de ‘nome fantasia’ mas de uma nova expressão para melhor dialogar com a sociedade e deixar mais claro o sentido do nosso partido, que vai completar 100 anos e que tem a cara do Brasil”, explicou.
A ex-parlamentar defende a mudança e acredita se tratar de apenas uma forma de se desvencilhar dos “inimigos” inventados por parte dos detratores do partido e das esquerdas.
“Parte da elite desse país faz a sua política criar inimigos, criar adversários e parte dessa mesma elite de tendências fascista tem o hábito de criar uma fantasia de que há uma ameaça comunista, criando um cenário artificial. Isso aconteceu durante a ditadura militar. Não é de hoje que isso acontece. Hoje se intensificou com o Bolsonaro. Com essa nova marca, nós queremos afirmar a visão democrática, nacionalista e libertária que PCdoB sempre representou”.
]]>O autor da publicação exige que o Porta dos Fundos seja responsabilizado por injúria e que os humoristas façam uma retratação aos grupos cristãos:
“Exigimos a proibição da veiculação do especial de Natal do Porta dos Fundos, que tem como título ‘A Primeira Tentação de Cristo’. O filme deve ser removido do catálogo da Netflix e o Porta dos Fundos deve ser responsabilizado pelo crime de vilipêndio à fé. Também desejamos uma retratação pública, pois ofenderam gravemente os cristãos.”
Anteriormente, o membros de uma página religiosa no Facebook revelaram que estão processando os humoristas. “O Porta dos Fundos não mediu esforços em sua criatividade maligna para insultar a Deus, a Santíssima Virgem e os apóstolos. Por ser difusora e protetora desse tipo de crime, a Netflix também foi arrolada no processo como cúmplice do material veiculado.”, diz parte da publicação.
De acordo com o Estadão, as críticas de grupos religiosos ao especial de natal do Porta dos Fundos só fizeram aumentar a popularidade da produção, intitulada ‘A Primeira Tentação de Cristo’. Para quem não assistiu, a trama acompanha a comemoração do 30º aniversário de Jesus, que é retratado como um personagem gay, o que vem causando revolta na comunidade cristã. Foi dito que o longa se tornou um dos títulos mais buscados na Netflix nos últimos dias, desviando a atenção de grande produções como ‘Esquadrão 6’, estrelado por Ryan Reynolds, e ‘O Irlandês’, novo filme do diretor Martin Scorsese.
Na internet, a produção também foi um dos assuntos mais comentados, alcançando o top 10 nos topic trendings do Twitter e gerando reações positivas e negativas. Outro detalhe é que grande parte dos assinantes que buscaram o título deixaram um ‘dislike’, incentivados por uma publicação nas redes sociais, afirmando que “a produção insulta a fé cristã”. Lembrando que o especial já está em exibição na Netflix.
]]>A crença moderna de que o islamismo e o cristianismo são fundamentalmente os mesmos “é muito influenciada por um relativismo de uma ordem religiosa”, disse o cardeal em uma recente coletiva de imprensa.
“Eu ouço as pessoas dizendo para mim, bem, todos nós estamos adorando o mesmo Deus. Nós todos acreditamos no amor. Mas eu digo pare um minuto, e vamos examinar cuidadosamente o que é o Islã e o que nossa fé cristã nos ensina.”
“Eu não acredito que seja verdade que todos nós estamos adorando o mesmo Deus, porque o Deus do Islã é um governador”, disse Burke. “A sharia é a lei deles, e essa lei, que vem de Allah, deve dominar todo homem eventualmente.” O Cardeal disse que, diferentemente do cristianismo, a sharia “não é uma lei fundada no amor. Dizer que todos nós acreditamos no amor simplesmente não é correto ”. O cristianismo e o islamismo não apenas diferem quanto à natureza de suas leis, propôs Burke, mas também em sua abordagem ao proselitismo e à vitória sobre os convertidos. No final, ele disse, nós temos que entender que “o que eles acreditam mais profundamente, o que eles atribuem em seus corações, exige que eles governem o mundo”. As palavras do cardeal ecoaram as recentes declarações de um prelado católico da Hungria, que advertiu que as enormes ondas de migrantes que chegam à Europa devem-se, em grande parte, a uma “vontade de conquista” muçulmana. “A jihad é um princípio para os muçulmanos, o que significa que eles precisam se expandir”, disse o arcebispo Gyula Marfi em uma entrevista em agosto. “A terra deve se tornar dar al-Islam, isto é, território islâmico, introduzindo a sharia – a lei islâmica”.
As duas palavras dos prelados, de fato, encontram confirmação em recentes afirmações do próprio Estado Islâmico na última edição de sua revista de propaganda, Dabiq.
“De fato, travar a jihad – espalhar o governo de Allah pela espada – é uma obrigação encontrada no Alcorão, a palavra de nosso Senhor”, diz o texto.
O Estado Islâmico estava reagindo especificamente às alegações do Papa Francisco de que a guerra travada por terroristas islâmicos não é de natureza religiosa, assegurando ao pontífice que sua única motivação é religiosa e sancionada por Allah no Alcorão.
“Esta é uma guerra divinamente garantida entre a nação muçulmana e as nações de descrença”, afirmam os autores em um artigo intitulado “Pela Espada”.
O Estado Islâmico atacou Francisco por sua afirmação de que “o Islã autêntico e a leitura adequada do Alcorão se opõem a toda forma de violência”.
O papa Francisco “lutou contra a realidade” em seus esforços para retratar o Islã como uma religião de paz, insiste o artigo, antes de pedir a todos os muçulmanos que adotem a espada da jihad, a “maior obrigação” de um verdadeiro muçulmano.
Em uma coletiva de imprensa em julho, o papa Francisco disse aos jornalistas que o mundo está em guerra, mas isso não é uma guerra religiosa.
“Toda religião quer a paz”, disse ele.
Em sua conferência de imprensa, o cardeal Burke insistiu que “o que é mais importante para nós hoje é entender o Islã a partir de seus próprios documentos e não presumir que já sabemos do que estamos falando”.
Traduzido por Salve Roma. Original em inglês (Breitbart).
]]>A revolução islâmica surgiu como parte do antigo plano colonial baseado na ideia de dividir para governar. O elemento central deste plano tem sido e ainda é a religião. Ela é uma arma muito eficiente para dividir e governar as pessoas. No antigo Egito, religião e política eram inseparáveis. Os reis eram como deuses, mas que não poderiam dominar, explorar e escravizar os povos, homens e mulheres, sem dividi-los e vendar suas mentes por meio religião.
E esses governantes sabiam que a união das pessoas comuns é poder, que as permite lutar e se rebelar contra a escravidão, contra as opressões de classe, religiosa, de gênero, contra a opressão nacional, estrangeira e do colonialismo.
O exército britânico invadiu o Egito em 1882 com colaboração dos poderes locais. Nenhum poder externo poderia ter invadido um país no Oeste ou no leste, no norte ou no sul, sem a colaboração interna. E nisso há outra coisa em comum: os poderes internos e externos usam da mentira para cegar as pessoas e esconder seus verdadeiros objetivos.
A religião e a educação são meios muito poderosos e que têm sido usadas estrategicamente por vários regimes em todo o mundo para enganar as pessoas.
Quem acha que a revolução começou há apenas 40 anos está equivocado. No início da década de 1920, sob domínio colonial britânico no Egito, a religião e a filosofia do Islã foram utilizadas para criar divisões entre homens e mulheres, para vendar seus olhos diante dos planos coloniais, para que aceitassem a opressão econômica e política, aceitar a pobreza como destino, fazer com que as mulheres aceitassem a dominação sexual, de gênero e patriarcal. Este é o grupo chamado de Irmandade Muçulmana foi financiado pela embaixada britânica no Cairo, cem anos atrás.
Desde então, a Irmandade Muçulmana desempenhou um papel central na divisão do Egito, na criação de conflitos religiosos entre muçulmanos e não-muçulmanos e em mulheres. Hoje atua em mais de 70 países e tem por objetivo de estabelecer a xaria como base para os governos.
O fundamentalismo islâmico não é um fenômeno novo. Eles sempre representaram uma parte estratégica das potências coloniais e dos governos nacionais. Seu objetivo sempre foi a exploração, dominação e divisão entre mulheres e homens.
E isso vem acontecendo em todas as religiões, em todo o mundo, incluindo o cristianismo e o judaísmo.
Estive no Irã antes e depois da revolução islâmica, e meus amigos no Irã confirmaram que o aiatolá Khomeini foi enviado de Paris a Teerã com a ajuda de antigas e novas potências coloniais. Até que esses poderes começaram a perder a confiança no xá, que estava fazendo o jogo político entre os americanos e os soviéticos; Khomeini estava aceitando armas e apoio financeiro de ambos os lados.
Para estas potências, não havia nada melhor do que iniciar uma revolução, dividir o país, criar conflitos e tomar o petróleo do Irã. O Petróleo está no centro de tudo. Se o Irã não tivesse petróleo, provavelmente não teria ocorrido a revolução islâmica.
E a história se repete. Em janeiro de 2011, a Revolução Egípcia foi capaz de derrubar o regime de Mubarak, que estava colaborando com os poderes do capitalismo neocolonialista nos EUA, na Grã-Bretanha e de Israel. Milhões de egípcios rumaram para a Praça Tahrir, homens, mulheres, crianças muçulmanas, cristãos de várias classes sociais e econômicas, todos unidos. Foi uma revolução secular histórica, surpreendente, que inspirou outras nações a seguir seus passos, e assustou as potências imperialistas neocoloniais estabelecidas naquelas terras.
Mas a falta de articulação popular deixou o país frágil. Após a queda de Mubarak em 11 de fevereiro de 2011, a Praça Tahrir foi invadida pela Irmandade Muçulmana. E eles, mais uma vez dividiram o povo, separaram cristãos de muçulmanos, separaram mulheres de homens, mudaram os slogans e pautas da revolução de política, econômica e metas seculares para objetivos religiosos islâmicos. Assim como a revolução iraniana em 1979, que começou como um movimento secular com o objetivo de libertar economicamente e politicamente o Irã, mas que foi alterado pelo aiatolá Khomeini, com apoio dos poderes econômicos externos, a Revolução Egípcia de 2011 também teve seus objetivos alterados pela Irmandade Muçulmana apoiada tanto por antigos quanto por novos colonizadores. E para os direitos das mulheres isso significa muito retrocesso. Algo que relatei no meu livro “A Mulher com os Olhos de Fogo” (A woman at point zero) – que sai no próximo mês no Brasil pela Faro Editorial.
Vivemos em um mundo dominado por um sistema religioso, patriarcal e racista. Mas o nível de opressão varia de acordo com o tempo e de um lugar ao outro, segundo o grau de consciência da maioria e os poderes políticos das mulheres e homens lutando por liberdade, justiça e dignidade.
Minha luta nesse contexto é por resgatar o feminismo Histórico. O feminismo ocidental separou a opressão de classe da opressão da mulher. Isto porque as mulheres de classe média americanas e europeias não sofriam como nós da mesma opressão econômica. Já as mulheres revolucionárias da África e Oriente médio conectaram classe, raça e patriarcado para escolher causas mais importantes para lutar, como a opressão das vestimentas e a mutilação genital feminina que, apesar de proibida em muitos países, continua a ser praticada em larga escala.
A autora
Nawal El Saadawi, 87, é uma escritora, ativista, médica e psiquiatra feminista egípcia. Saadawi foi presa pelo presidente Anwar al-Sadat em 1981 por supostos “crimes contra o Estado”. Ela escreveu muitos livros sobre as mulheres no Islã, e se dedica, em especial, à luta contra a prática da mutilação genital feminina no Oriente Médio. Nawal é tratada como “a Simone de Beauvoir do mundo árabe”. Seus livros já foram traduzidos para mais de 28 idiomas e são adotados em universidades do mundo inteiro. Seus discursos atualmente se concentram na crítica a tentativa de normalizar o que ela considera a opressão aos costumes das mulheres na África e Oriente Médio. Depois de 4 décadas da revolução islâmica, muitos já consideram normais as restrições aplicadas às mulheres, incluindo muitas mulheres.
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A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre chora as vítimas do atentado ocorrido neste domingo (27/01) durante a Missa dominical na catedral da ilha filipina de Jolo, na província de Sulu, pertencente à Região Autônoma no Mindanao Muçulmano. Até o momento, o balanço oficial é de 27 mortos e 77 feridos.
Conforme relatado à AIS por dom Lito Lampon, bispo emérito de Jolo e hoje arcebispo de Cotabato, uma das duas bombas explodiu na entrada da Catedral de Nossa Senhora do Monte Carmelo, enquanto a outra no estacionamento em frente. “Tudo ocorreu durante a Santa Missa. A primeira bomba explodiu enquanto os fiéis cantavam o Aleluia – continua o prelado – a segunda, enquanto as autoridades respondiam ao fogo “.
Forte mensagem enviada à AIS pelo administrador apostólico de Jolo, padre Romeo Saniel, que no momento do ataque encontrava-se, como também dom Lampon, na Reunião Plenária da Conferência Episcopal em Manila.
“A maioria das vítimas é composta de fiéis que vinham todos os domingos à missa das 8h da manhã, destaca o religioso pertencente à ordem dos Oblatos de Maria Imaculada. Recordo Daisy Barade delos Reyes que era o presidente do conselho paroquial, Romy Reyes e sua esposa Leah: eram meus amigos. Todos eles permaneceram corajosamente em Jolo, apesar das ameaças e do alto nível de insegurança”.
Grande dor
Padre Saniel está convencido de que este é um atentado anticristão e que as vítimas foram mortas por causa de sua fé. “Não há palavras para descrever nossa dor. Pedimos que rezem pelas vítimas e seus entes queridos, bem como pelas famílias dos soldados que perderam a vida tentando dar segurança à nossa catedral”.
Como Ajuda à Igreja que Sofre denunciou várias vezes, há anos na região de maioria islâmica de Mindanao, os cristãos sofreram ataques horríveis de extremistas islâmicos e separatistas de Abu Sayaf, filiados ao Isis. Temos certeza de que nenhum ataque ou violência anticristã jamais poderá erradicar a fé do coração dos católicos.
Poucos dias atrás o referendo pela autonomia da província
Até o momento, ninguém assumiu a responsabilidade pelo ataque ocorrido menos de uma semana depois que a minoria muçulmana no país de maioria católica obteve uma autonomia especial, na esperança de pôr fim a um conflito que vinha ocorrendo há 50 anos no qual cerca de 150 mil pessoas morreram. Embora a maioria dos muçulmanos residentes na área tenha aprovado o acordo de autonomia, os da província de Sulu, onde Jolo está localizada, o rejeitaram.
Publicado originalmente em Vatican News.
]]>A aprovação desta lei foi recebida de forma positiva por instituições como Cavaleiros de Colombo, Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), Yezidi Human Rights Organization, Christian Solidarity Worldwide, dentre outras. Segundo a Fundação ACN, esta é uma lei decisiva “perante a necessidade de os Estados Unidos incluírem aquelas duas comunidades religiosas na assistência que deve ser prestada à região”.
Entre as ajudas que poderão ser prestadas estão, por exemplo, o fornecimento de assistência humanitária, de recuperação de casas e de infraestruturas e a identificação de todas as necessidades mais prementes destas comunidades religiosas minoritárias.
“A aprovação desta lei é reveladora também de um claro compromisso por parte dos Estados Unidos na proteção e preservação das minorias religiosas no Oriente Médio, em que se destacam os cristãos e também os yasidis”, assinala a Fundação ACN. O congressista Chris Smith, que defendeu esta lei é uma peça fundamental para se evitar o desaparecimento da presença cristã nesta região do Oriente Médio.
Smith alertou sobre uma alarmante redução do número de cristãos no Iraque nos últimos anos. Recordou que, atualmente, a população cristã no país é inferior a 250 mil pessoas, o que contrasta com os cerca de 1,4 milhões em 2002, ou os cerca de 500 mil em 2013, antes de se ter iniciado o ataque dos jihadistas do Estado Islâmico.
Assista o vídeo:
]]>A vida é horrível: ou temos sede, ou temos fome, ou vontade de ir à casa de banho ou calor ou frio. Sofremos com desgostos de amor, despedimentos, despedidas, doenças, mortes, notas negativas, filas de trânsito ou dores menstruais. O pior? A morte não é muito melhor, bem pelo contrário, pelo que o cenário “se é assim tão mau por que não te suicidas e pronto?” não se qualifica como saída válida. O ideal, garante o filósofo a que a New Yorker deu recentemente o epíteto de “mais pessimista do mundo”, é mesmo nem sequer chegar a nascer.
Eis a premissa do movimento anti-natalista, divulgado essencialmente por David Benatar, diretor do departamento de Filosofia da Universidade do Cabo, na África do Sul, e autor de ‘Better Never to Have Been: The Harm of Coming into Existence’ (qualquer coisa como ‘É Melhor Nunca Ter Sido: O Mal de Passar a Existir’), e seguido por cada vez mais pessoas em todo o mundo.
Para Benatar, que dedica a obra aos pais — “apesar de me terem trazido para a existência” –, a saída para o universo é nada menos que a extinção da espécie humana e a forma de lá chegar o fim de todos os nascimentos. “Embora as boas pessoas façam grandes esforços para poupar os seus filhos do sofrimento, poucas delas parecem aperceber-se de que a única forma garantida de prevenir todo esse sofrimento é não lhes dar sequer vida”, escreveu o sul-africano, de 51 anos, já em 2006.
Inspirados por esta corrente de pensamento, partilhada por outros autores, como a britânica Sarah Perry, autora de ‘Every Cradle Is a Grave’ (‘Todos os berços são uma sepultura’), ou o norte-americano Thomas Ligotti, responsável por ‘The Conspiracy Against the Human Race’ (‘A Conspiração Contra a Raça Humana’), alguns espanhóis começam a tratar do assunto clinicamente.
Uma reportagem da revista Papel, do El Mundo, ouviu dois casais anti-natalistas que, garantem, nunca na vida irão ter filhos — apesar de alguns nem terem idade legal para isso, a convicção é tanta que conseguiram arranjar forma de se esterilizarem e assegurar o assunto.
Gemma Orozco, de 25 anos, garante que é antinatalista desde que se recorda — “Viver é sofrer e quem não existe não sofre. Sou anti-natalista desde que faço uso da razão” — e foi por isso que, com apenas 23 anos, se dirigiu ao centro de saúde e pediu que lhe laqueassem as trompas. “Disseram-me que não, que para fazê-lo tinha de ter pelo menos 35 anos ou dois filhos”, contou à Papel, três meses depois de finalmente fazer a intervenção, numa clínica privada. Marc, seu namorado, como não tinha seguro de saúde não conseguiu cumprir o objetivo: o sistema nacional de saúde espanhol não lhe permitiu que fizesse uma vasectomia.
“Não só lhe falei [à médica ginecologista que a consultou] sobre as minhas objeções éticas e morais face à ideia de trazer ao mundo uma pessoa sabendo de antemão que iria sofrer, como também lhe expliquei os meus argumentos ecológicos: o nosso mundo é um mundo superpovoado com gente a mais, onde a indústria pecuária é a principal responsável pelas alterações climáticas e pela desflorestação, não é razoável trazer para cá um novo ser humano. Já para não falar nos motivos políticos: vivemos sob um capitalismo terrível e sem piedade e ter um filho significa dar ao sistema um novo escravo, mais carne para canhão”, justificou Gemma Orozco à Papel. “Considero que ter um filho é um ato egoísta que responde apenas aos interesses dos progenitores“, concluiu.
Audrey García, de 39 anos, também laqueou as trompas aos 35. E, garantiu, inspiradas pelo seu blogue, que entretanto desativou, 14 pessoas ter-lhe-ão seguido o exemplo. “Falar da extinção humana pode parecer muito forte, mas a verdade é que somos algo nefasto. Extinguimos animais, destruímos o meio ambiente, não paramos de lutar. Também é inegável que só por nascer cada um de nós vai ter de lidar com o sofrimento, se não mais, pelo menos com o sofrimento e o medo que vêm com a morte.”
Publicado originalmente em Observador.pt.
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