Foro de São Paulo – Portal Conservador https://portalconservador.com Maior Portal dirigido ao público Conservador em língua portuguesa. Tue, 30 Oct 2018 09:50:09 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.3.3 65453639 Caos na Venezuela https://portalconservador.com/caos-na-venezuela/ https://portalconservador.com/caos-na-venezuela/#respond Mon, 07 Aug 2017 09:59:15 +0000 http://portalconservador.com/?p=3566 read more →]]> Desde as eleições da Assembleia Nacional Constituinte convocadas pelo ditador Maduro, a situação política e social da Venezuela piorou deveras. A repressão governamental contra os dissidentes tem se mostrado cruel e desumana.

No curso da semana, Antonio Mujica, diretor da Smartmatic, empresa que geriu a votação na Venezuela, denunciou a manipulação governamental no que tange ao número de eleitores. É de se reparar que a Smartmatic também já prestou serviços eleitorais no Brasil, o que, por si só, é alarmante, considerando que a fraude eleitoral nas últimas eleições brasileiras tem se mostrado cada vez mais provável.

A crise política e a repressão dos opositores agravaram o problema econômico venezuelano. A cotação do dólar, que estava em 12 mil bolívares, subiu para 19 mil; fruto da postura do Sr. Maduro, que está levando o país à ruína.

Ainda durante a semana, ocorreu a destituição da procuradora-geral Luisa Ortega Díaz, opositora ferrenha do regime chavista/bolivariano. A Comissão Internacional de Direitos Humanos garantiu uma medida cautelar para a ex-procuradora e considerou que “sua vida corre risco de dano irreparável”. Maduro demonstra que utiliza as mesmas táticas do seu querido amigo, o ditador Fidel Castro, no que diz respeito ao tratamento com aqueles que possuem divergências ideológicas. Cuba e Venezuela institucionalizaram o crime de opinião.

Hoje um grupo de militares do Forte Paramacay, no estado de Cararobo promoveu um levante contra o ditador, que acabou sendo reprimido pelos membros das Forças Armadas que são subservientes às ordens de Maduro.

No cenário internacional, as coisas se alteraram. Algumas nações já se referem ao governo de Maduro como uma ditadura, deixando de lado o discurso brando. Os representantes dos países fundadores do MERCOSUL – Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil – concordaram em prolongar a suspensão da Venezuela do bloco, com base na chamada “cláusula democrática”.

A ordem democrática na Venezuela foi rompida desde a eleição de Chávez, e a negligência disso por parte das demais nações foi um dos motivos que garantiu a ascensão de Maduro, sucessor do ex-presidente. O ditador declarou que “nunca tirarão a Venezuela do MERCOSUL”, além de ter referido-se aos governos do Brasil e da Argentina como “golpistas”.

Após decidir pela aplicação de sanções econômicas ao governo venezuelano e determinar o bloqueio dos bens do ditador que se encontram sob jurisdição norte-americana, o governo do Presidente Trump disse estar avaliando as opções de políticas públicas a serem adotadas para criar condições seja para que Maduro perceba que sua permanência no governo é insustentável, seja para fazer com que a Venezuela volte a possuir um governo constitucional.

Enquanto isso, no Brasil, o Partido dos Trabalhadores deu mais uma prova de seu viés autoritário. A Presidente Nacional do Partido, Senadora Gleise Hoffmann, uma das figuras mais lamentáveis que atuam no panamorama político nacional, escreveu em sua conta no Twitter: “Força, Presidente Maduro! Em 2018 estaremos governando o Brasil, juntos subjulgando nossos inimigos fascistas do império norte-americano e destruiremos de vez a direita na Venezuela e no Brasil”.

A postagem é apenas mais uma, entre as inúmeras provas, de que o Partido dos Trabalhadores não é um partido democrático e que deve ser cassado pelo TSE o quanto antes. Trata-se de um Partido que já declarou intervir na política interna de outros países, que participa de instituições internacionais (Foro de São Paulo), que possui ligações com o narcotráfico e que, além disso, defende ditadores dos mais variados tipos. Além de Fidel, Chávez e, mais recentemente, Maduro, o PT tem defendido ditaduras menos conhecidas do eleitorado brasileiro, como por exemplo as que desgraçam Angola, Congo, Coreia do Norte e Zimbábue.

Por outro lado, a postagem da nobre Senadora, que é investigada pelo Ministério Público Federal e teve o marido condenado e preso pelo crime de corrupção, serve para elucidar o modo de pensar da esquerda. O debate democrático e o confronto de ideias é mais importante para os liberais e conservadores do que para os comunistas. A esquerda não demonstra grande preocupação em perder a discussão intelectual, uma vez que já compreenderam que o poder se concretiza efetivamente através de pessoas e não de ideias. Ela prega a destruição do inimigo, de todas as formas possíveis: eleitoralmente, moralmente, psicologicamente e, por fim, até fisicamente. Gleisi, assim como demais membros do partido, demonstra ser incapaz de perceber qualquer traço de humanidade no outro.

Estamos sendo governados por psicopatas e, infelizmente, não é de hoje.

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S.O.S Venezuela https://portalconservador.com/s-o-s-venezuela/ https://portalconservador.com/s-o-s-venezuela/#respond Thu, 03 Aug 2017 22:06:42 +0000 http://portalconservador.com/?p=3560 read more →]]> A Assembleia Nacional Constituinte proposta por Maduro ultrapassa todo e qualquer limite de proporcionalidade. Vargas Llosa, em entrevista ao programa Roda Viva em 2013, diz que Maduro representava o início do fim do chavismo. Hoje, quatro anos depois, arrisco dizer: um fim que se anuncia, mas que não parece estar tão próximo.

No dia 27 de junho, Maduro declarou que “se a revolução bolivariana fosse destruída, nós iríamos ao combate, porque o que não se pôde com os votos, faríamos com as armas”. Em certa medida, o ditador venezuelano cumpriu com o que prometeu. Em 6 horas de votação para a Assembleia, 10 homicídios. Nos 4 meses de protesto, os números se aproximam de 120.

O governo venezuelano tortura os números, até obterem o resultado que esperam. A oposição afirma que 12.4% dos eleitores foram às urnas. Já o governo, alega que o número de eleitores corresponde a 41.53% da população. Ora, tomando os números do próprio governo, concluimos que a maioria dos venezuelanos não são favoráveis à constituinte.

Colômbia, Peru, México e Panamá já anunciaram que não reconhecerão o governo ilegítimo formado a partir da Assembleia. O governo Temer e o governo Macri, da Argentina, seguiram pelo mesmo caminho. Já a União Europeia apenas lançou uma nota oficial que possui pouco efeito prático.

Os EUA anunciaram sanções econômica à Venezuela. Maduro, num rompante de superioridade, afirmou que ninguém no seu país importa-se com o Presidente Donald Trump. Contudo, os EUA são os maiores comrpadores de petróleo venezuelano e, caso as sanções se confirmem – o que parece ser bastante provável – a já fraca economia venezuelana, se desestabilizará ainda mais.

O número de pedidos de visto para o Brasil por parte dos venezuelanos teve um aumento de 100%. Como um pedido de desculpas ao povo venezuelano, o Brasil deveria acolher essas pessoas. Sim, falo em pedido de desculpas. Explico: em famoso discurso de abertura do 15º Foro de São Paulo, o então presidente Lula, declarou que “fomos nós que colocamos o Hugo Chavez no poder”.O governo de um país interferir diretamente na política de outro já é algo bastante grave. Pior ainda é colocar um homem que apresenta traços sanguinários, problemas psíquicos e que deixou um sucessor tão ruim quanto ele.

A comunidade internacional deve se mobilizar e aplicar medidas efetivas que garantam que a democracia e a liberdade reinem na Venezuela. Não existe mais o caminho da direita e o caminho da esquerda. Não se trata de uma discussão de liberalismo x socialismo ou de conservadorismo x progressismo. Trata-se de uma discussão mais básica e fundamental: liberdade x repressão.

Termino por lembrar a frase do deputado Juan Requesens: “Se a constituinte é Maduro para sempre, então a Venezuela será caos e ingovernabilidade para sempre. Te vás ou não te deixaremos governar”. Ou, como diria Paulo Mercadante, não parar, não precipitar e não retroceder.

Avante, venezuelanos!

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As universidades estão produzindo ativistas, não acadêmicos https://portalconservador.com/as-universidades-estao-produzindo-ativistas-nao-academicos/ https://portalconservador.com/as-universidades-estao-produzindo-ativistas-nao-academicos/#respond Mon, 31 Aug 2015 21:16:23 +0000 http://portalconservador.com/?p=2431 read more →]]> Todo ano, a Associação Nacional de Acadêmicos dos Estados Unidos, compila uma lista de livros de mais de trezentas faculdades e universidades e os recomenda como leitura de verão para os seus calouros. A associação batizou essa lista de “Beach Books” [“Livros de Praia”], embora não seja muito provável que algum deles seja lido no lugar que for. Que dirá na praia.

O que é preocupante nessa lista é que as grandes obras da literatura, os chamados “clássicos”, são quase inexistentes. Apenas cinco instituições sugeriram livros escritos antes de 1910. Por outro lado, mais da metade de todos os livros sugeridos foram publicados depois de 2010. Os educadores se referem a esses livros modernos como “leitura comum”. De acordo com Ashley Thorne, diretor executivo da Associação Nacional de Acadêmicos, “a leitura comum serve para moldar as atitudes dos estudantes para os debates atuais. Muitas das leituras são memórias ou biografias de ativistas sociais, que sugerem que os estudantes deveriam seguir o exemplo deles”.

É evidente que as instituições que empurram esse tipo de livro para cima dos seus alunos nunca vão admitir que o seu objetivo é fazer uma lavagem cerebral, mas, quando pressionadas, elas apresentam justificativas para a exclusão dos clássicos que podem ser divididas em três tipos.

O primeiro tipo é o das justificativas que podem ser resumidas na seguinte ideia: “Os livros antigos são irrelevantes hoje”. Thorne escreve: “Os alunos estão mais interessados nos temas da atualidade, como a imigração, o racismo, o aquecimento global, o bem-estar econômico, a vida LGBT, o genocídio na África, a justiça na distribuição dos alimentos no mundo e as guerras”. De novo, a palavra-chave é “relevância”. E assim, em vez de ensinar os alunos a compreenderem o mundo através da leitura dos clássicos, o objetivo é “moldar ativistas para mudar o mundo”.

A segunda categoria de justificativas para rejeitar a literatura clássica é a da acessibilidade. Não que os alunos não consigam achar ou comprar os livros clássicos: por acessibilidade, neste caso, entenda-se a capacidade (ou a falta de capacidade) de compreender o seu conteúdo. Vários professores participantes de pesquisas admitiram que muitos dos calouros nunca leram um livro ao longo dos doze anos da sua vida escolar anterior à faculdade (eu sei que isto parece impossível, mas, aparentemente, é um fato real). Por isso, seria pedir demais que eles passassem das mensagens de texto dos seus smartphones diretamente para Tolstoi.

petistas

Na foto, parcelas de estudantes de universidades federais em conferência do ‘Partido dos Trabalhadores’

O terceiro tipo de desculpas apresentadas para driblar as grandes obras literárias é que elas seriam “privilegiadas demais”. Thorne cita um comentário de Christopher Eisgruber, da Universidade de Princeton: “O livro tem que ser algo com que os alunos possam discutir. Por este motivo, eu tendo a evitar os ‘clássicos’ que os alunos podem se sentir obrigados a venerar”.
Thorne explica as consequências desse pensamento tortuoso: a derrogação dos “homens brancos mortos” significa hoje a marginalização dos textos e das ideias que moldaram a cultura ocidental ao longo dos séculos. Longe de ser “venerados por alunos intimidados”, esses livros estão sendo cada vez mais ignorados e esquecidos.

Compartilhei o exposto acima porque, quando conheci esses fatos, eu estava lendo “O Cícero americano: a vida de Charles Carroll”, de Bradley Birzer, uma biografia fascinante do único nome católico entre os que assinaram a Declaração de Independência dos Estados Unidos. Nascido no Estado de Maryland, Charles foi enviado à França pelo pai para garantir uma educação excepcional. Aos onze anos, já na França, ele entrou no Colégio de St. Omer. Durante seis anos, estudou literatura, ciência e filosofia. Tinha de fazer recitações frequentes e participar de discussões, debates e concursos acadêmicos. Teve de aprender grego e latim. Além disso, estudou os escritos de alguns dos grandes autores do mundo ocidental, entre os quais Cícero, Horácio, Homero, Virgílio e Dryden. Todos os anos, Charles foi classificado como um dos seis melhores alunos da sua classe.

Este trecho da biografia é particularmente informativo: “Dos onze anos até os vinte e sete, Charles recebeu uma intensa educação na França e na Inglaterra. Dos jesuítas franceses, ele aprendeu as artes liberais e as grandes obras da tradição ocidental. Aos dezenove anos, Charles defendeu com sucesso a sua tese de ‘filosofia universal’ e se tornou mestre de artes. Com sólida base nos clássicos e nas artes liberais, ele estudou direito civil na França durante mais dois anos e, em 1759, foi para Londres a fim de estudar o direito comum”.

A formação de Charles se mostrou inestimável quando ele voltou para os Estados Unidos e começou a conviver com muitos dos fundadores da nação. Mas o seu conhecimento não era único, já que muitos daqueles homens também eram bem alicerçados nos clássicos antigos, que haviam começado a estudar desde bem jovens. Bradley Birzer escreve sobre os requisitos para se entrar na maioria das faculdades norte-americanas no período colonial: “Quando um estudante entrava na faculdade, geralmente aos catorze ou quinze anos de idade, ele precisava provar a sua fluência em latim e em grego. De acordo com os historiadores Forest e Ellen McDonald, o aluno precisaria ‘ler e traduzir do latim original para o inglês as três primeiras Orações Selecionadas [de Cícero] e os três primeiros livros da Eneida de Virgílio, bem como traduzir os dez primeiros capítulos do Evangelho de João do grego para o latim’”.

Você conhece alguém de catorze anos que seja capaz de fazer isso? Nem eu. Obviamente, as expectativas eram outras no período colonial dos Estados Unidos. Já nas faculdades norte-americanas de hoje em dia, as expectativas são tão baixas que um aluno que jamais leu um livro consegue ser aceito. Eu não sei se temos que rir ou chorar.

Posso lhe fazer uma sugestão? Se neste ano você for convidado a assistir a alguma formatura do ensino médio, pergunte a qualquer dos formandos quais foram os cinco melhores livros que ele leu ao longo do ensino médio. A resposta que ele der lhe dirá muito sobre a escola que ele frequentou.

Escrito por Thomas Addis.

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CNBB e Reforma Política https://portalconservador.com/cnbb-e-reforma-politica/ https://portalconservador.com/cnbb-e-reforma-politica/#respond Sat, 09 May 2015 02:19:14 +0000 http://portalconservador.com/?p=2303 read more →]]>  

1 – O Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Coalizão encabeçada pela CNBB-OAB não foi objeto de deliberação na 53ª assembleia dos Bispos. Estamos falando do PL em si. O PL não foi nem discutido nem votado por todos os Bispos presentes na Assembléia. Não estamos nos referindo à NOTA do momento nacional que foi votada, e que faz apenas uma ligeira menção à “proposta da Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, da qual a CNBB é signatária, se coloca nessa direção”, mas ao PL em si, que deveria ter sido analisado, com a devida contextualização e suas implicações, etc. O PL em si não foi deliberado.

2 – O Cân. 454 do Código de Direito Canônico é explícito em dizer que “nas assembléias gerais das Conferências dos Bispos, o voto deliberativo compete ipsu iure, aos Bispos diocesanos” [§1º], e “compete o voto deliberativo ou consultivo, de acordo com as prescrições dos estatutos da Conferência; esteja firme” [§2º]. O fato é que nem todos os Bispos estão conscientes das implicações desta “reforma política”, não há consenso nesta questão, pois nem todos leram e estudaram o assunto a fundo, e muito menos votaram, com firmeza, conforme requer o Cân. 454, referente às decisões da Assembléia das Conferências episcopais.

Coletiva-CNBB-Portal-Conservador

3 – Quando dizemos que o Projeto de Reforma Política da Coalizão encabeçada pela CNBB-OAB favorece o PT e muitos fazem cara de espanto e indagam: “onde está escrito que favorece o PT no PL?”, é porque não sabem ou não querem fazer a leitura devida do documento. Pois bem, damos aqui um exemplo: O art. 18 do referido PL diz claramente que, com o financiamento público de campanha, “os recursos do Fundo Democrático de Campanhas serão distribuídos entre os partidos políticos na seguinte proporção: […] 75% (setenta e cinco por cento) divididos entre os partidos políticos de forma proporcional em relação ao número de deputados federais eleitos no pleito anterior”. Isso quer dizer que, nas eleições de 2018, caso seja aprovada esta “reforma política”, o PT terá a maior parte do recurso público porque possui atualmente a maior bancada na Câmara dos Deputados.

4 – A Reforma Política da Coalizão encabeçada pela CNBB-OAB, portanto, favorece o PT e seu projeto de poder totalitário exposto no Caderno de Teses e nas atas do Foro de São Paulo, projeto este declaradamente socialista, inclusive, dentre outros pontos de sua agenda, sustentando a legalização do aborto no País, etc. Tais propósitos do PT conflitam flagrantemente com a sã doutrina moral e social da Igreja, daí os questionamentos de muitos católicos quanto ao apoio da CNBB a este específico projeto de “reforma política”, com o agravante do PL em si não ter sido objeto de deliberação na Assembleia.

Questionamentos estes legítimos, que querem preservar a Igreja Católica da ideologização da fé e instrumentalização de ideologias e forças políticas contrárias á fé cristã.

 

Escrito por Hermes Rodrigues Nery, coordenador do Movimento Legislação e Vida.

 

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O fim do embargo e a felicidade da esquerda mundial https://portalconservador.com/o-fim-do-embargo-e-a-felicidade-da-esquerda-mundial/ https://portalconservador.com/o-fim-do-embargo-e-a-felicidade-da-esquerda-mundial/#respond Sun, 21 Dec 2014 15:02:15 +0000 http://portalconservador.com/?p=1624 read more →]]> Se abrir relações comerciais com um país é uma arma contra o comunismo, alguém por favor me explique como a China, a Venezuela ou a Rússia, para ficar em exemplos óbvios, continuam ditaduras abjetas mesmo inseridas no mercado global e sem dar o menor sinal de liberalização ou flexibilização dos seus regimes?

Se as concessões feitas por Barack Obama não pressupõem quaisquer contrapartidas relevantes em termos de abertura política do regime cubano ou respeito mínimo aos direitos humanos na ilha-presídio, elas não servirão exatamente para financiar a ditadura genocida dos Castro e ajudar que seu regime de terror e barbárie se perpetue no poder?

Cuba-Portal-Conservador

O Brasil contrata milhares de médicos cubanos a peso de ouro e faz obras bilionárias na ilha. Alguém poderia identificar o que isso significou em termos de avanço de uma agenda de democratização do país?

Um dos argumentos mais risíveis a favor do fim do embargo é que ele seria uma “desculpa” dos Castro para a miséria da ilha. E qual ditador não tem desculpas para a miséria do seu povo? Quem impedirá que outras mentiras substituam as anteriores? Façam-me o favor! Dilma e o PT culpam uma “crise internacional” que só existe na cabeça deles pelo crescimento pífio do PIB brasileiro. Como dizia Roberto Campos, “para um socialista, um fracasso é apenas um sucesso mal explicado”. Sem mentiras, a esquerda sequer existiria.

VEJA: Senador cubano-americano comenta reaproximação dos dois países

Vivemos tempos estranhos em que abrir canais de financiamento de ditaduras é visto como algo positivo e até uma medida “liberal”. Em vez de destruir o liberalismo, os socialistas resolveram há décadas esticar o entendimento do que é ser liberal a ponto de que o termo está ficando praticamente irreconhecível. Não custa lembrar que a própria esquerda americana se auto-intitula “liberal”.

A economia é apenas um pequeno capítulo da política. O grande patrocinador da idéia absurda de que é a economia, mais especificamente a posse dos “meios de produção”, que molda a sociedade, foi Karl Marx. E é impressionante como o velho furunculoso consegue pautar até mesmo adversários com seu framework ideológico.

Por fim, se o fim do embargo fosse ruim para os Castro, por que a esquerda mundial está em festa? É nessas horas que eu lembro do conselho de Nelson Rodrigues aos jovens: “envelheçam!”.

Escrito por Alexandre Borges.

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Fidel Casto premiado com Prêmio Confúcio da Paz do governo chinês https://portalconservador.com/fidel-casto-premiado-com-premio-confucio-da-paz-do-governo-chines/ https://portalconservador.com/fidel-casto-premiado-com-premio-confucio-da-paz-do-governo-chines/#comments Sat, 13 Dec 2014 14:42:42 +0000 http://portalconservador.com/?p=1515 read more →]]> A China acaba de conceder a Fidel Castro o “Prêmio Confúcio da Paz”, uma espécie de alternativa chinesa ao Nobel. É um tapa na cara da humanidade. Não bastassem todos os crimes cometidos pelo genocida cubano com o próprio povo, não custa lembrar que ele quase levou o mundo a uma guerra nuclear em outubro de 1962, episódio que ficou conhecido como a “crise dos mísseis”. Foram 13 dias de máxima tensão entre EUA e URSS e o mais perto que já estivemos da terceira guerra mundial.

Esse campeão da paz é ainda um dos responsáveis por armar, financiar e treinar os guerrilheiros e insurgentes de esquerda na América Latina há mais de 50 anos, inclusive no Brasil. O mito de que a revolução de 1964 foi imotivada descarta o fato de que desde 1960 o governo cubano apoiava uma revolução comunista no país, como relatado aqui: http://on.fb.me/14zMGm2.

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Fidel Castro criou o Foro de São Paulo em 1990 como uma resposta à queda do Muro de Berlim e ao fim da União Soviética. Quase 25 anos depois, o Foro de São Paulo é a grande força política do continente, praticamente hegemônica. O Brasil acaba de eleger pela quarta vez consecutiva um membro do Foro para presidência.

Agora sob a bandeira da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), o Foro de São Paulo reuniu semana passada presidentes e ministros dos 12 países da América do Sul, além de embaixadores de outras partes do mundo. O encontro teve o objetivo declarado de relançar a Unasul e avançar com a integração das repúblicas socialistas da região. Não espere ver isso na grande imprensa.

Enquanto o Brasil persegue não-esquerdistas por livre interpretação de frases fora de contexto, a China dá seu “Nobel da Paz” a um genocida sanguinário que, a despeito de ter cometido todos os crimes mais assombrosos, brutais e cruéis imagináveis, é um dos seus. Pense nisso antes de jogar um dos nossos ao mar por qualquer besteira.

Escrito por Alexandre Borges.

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O verdadeiro Che Guevara https://portalconservador.com/o-verdadeiro-che-guevara/ https://portalconservador.com/o-verdadeiro-che-guevara/#comments Mon, 01 Dec 2014 17:19:20 +0000 http://portalconservador.com/?p=1293 read more →]]> “Execuções?”, gritou Che Guevara enquanto discursava na glorificada Assembléia Geral da ONU, em 9 de dezembro de 1964.  “É claro que executamos!”, declarou o ungido, gerando aplausos entusiasmados daquele venerável órgão.  “E continuaremos executando enquanto for necessário!  Essa é uma guerra de morte contra os inimigos da revolução!”

De acordo com O Livro Negro do Comunismo, escrito por estudiosos franceses de esquerda (ou seja, dificilmente uma mera publicação “direitista” ou de “fanáticos anticastristas de Miami”), ocorreram 14.000 execuções por fuzilamento em Cuba até o final de década de 1960.  (Slobodan Milosevic, não custa lembrar, foi a julgamento por ter ordenado 8.000 execuções.  A mesma ONU que aplaudiu delirantemente a orgulhosa declaração de Che Guevara condenou Milosevic por “genocídio”).

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“Os fatos e números são incontestáveis”, escreveu ninguém menos que o New York Times, ícone da esquerda, sobre o “Livro Negro do Comunismo”.  Jose Vilasuso, um cubano que à época era promotor dos julgamentos comandados por Guevara, fugiu horrorizado e enojado com o que presenciou.  Ele estima que Che promulgou mais de 400 sentenças de morte apenas nos primeiros meses em que comandava a prisão de La Cabaña.  Umpadre basco chamado Iaki de Aspiazu, que sempre estava à mão para ouvir confissões e fazer a extrema unção, diz que Che pessoalmente ordenou 700 execuções por fuzilamento durante esse período.  Já o jornalista cubano Luis Ortega, que conheceu Che ainda em 1954, escreveu em seu livro “Yo Soy El Che!” que o número real de pessoas que Guevara mandou fuzilar é de 1.892.

Em seu livro, Che Guevara: A Biography, o autor Daniel James escreve que o próprio Che admitiu ter ordenado “milhares” de execuções durante o primeiro ano do regime de Fidel Castro.  Felix Rodriguez, o agente cubano-americano da CIA que ajudou a caçar Che na Bolívia e que foi a última pessoa a interrogá-lo, diz que Che, em sua última conversação, admitiu “algumas milhares” de execuções.  Mas fez pouco caso delas, dizendo que todas as vítimas eram “espiões imperialistas e agentes da CIA”.

“Eu não preciso de provas para executar um homem”, gritou Che para um funcionário do judiciário cubano em 1959.  “Eu só preciso saber que é necessário executá-lo!”

As vítimas do regime fidelista, os “inimigos da revolução”, foram uns dos mais empreendedores e valentes lutadores do século XX, junto com os Guerreiros da Liberdade Húngaros.  Eles lutaram valente e desesperadoramente, mesmo sabendo que praticamente não tinham chances.  Eles lutavam até a última bala; e, normalmente, lutavam até a morte.  No final, eram capturados, amordaçados e fuzilados por Che e seus seguidores.

Os poucos sobreviventes vivem hoje em lugares como Miami e Nova Jersey, e podem ser considerados os prisioneiros políticos mais longevos e sofridos da história moderna.  Porém, se você procurar sobre a história deles na grande mídia, sua empreitada será em vão.  Afinal, eles lutaram contra a fina flor do esquerdismo chique.  Sendo assim, o heroísmo deles não é considerado um drama politicamente correto.

Por outro lado, a revista Time, por exemplo, classificou honrosamente Che Guevara como uma das “100 Pessoas Mais Importantes do Século”.  Não satisfeitos com tão incompleto louvor, também o colocaram na seção “Heróis e Ícones”, ao lado de Anne Frank, Andrei Sakharov, Rosa Parks e Madre Teresa.  Daqui em diante, as ironias vão ficando mais ricas.

A mais popular versão da camiseta e do pôster de Che, por exemplo, ostenta o slogan “Lute Contra a Opressão” sob sua famosa face.  Essa é a face de um homem que fundou um regime que encarcerou mais de seu próprio povo do que Hitler e Stalin, e que declarou que “o individualismo deve desaparecer!”.  Em 1959, com a ajuda dos agentes soviéticos da GRU, o homem celebrado naquela camiseta ajudou a fundar, treinar e a doutrinar a polícia secreta cubana.  “Sempre interrogue seus prisioneiros à noite”, ordenava Che a seus capangas.  “A resistência de um homem é sempre menor à noite”.  Hoje, um mural com o retrato de Che — o maior do mundo — adorna o Ministério do Interior, que é o quartel-general do KGB cubana — a polícia secreta treinada pela STASI.  Nada poderia ser mais apropriado.

O boxeador Mike Tyson costumava comemorar suas vitórias erguendo seus braços em triunfo.  Em 2002, ele visitou Cuba e tatuou uma enorme imagem de Che em seu torso.  Desde então, ele tem sido horrível e impiedosamente surrado em absolutamente todas as suas lutas, um processo que é uma mímica perfeita do histórico de combate de seu ídolo.  Que Mike Tyson aprenda: Che era de fato muito proficiente em castigar seus inimigos, milhares deles, mas somente após estes estarem devidamente amarrados, amordaçados e vendados — e creio que a Federação Nacional de Boxe não vai permitir isso.

Quando a intelligentsia e todo o beautiful people presente no Festival de Cinema de Sundance (que incluía variedades como Al Gore, Sharon Stone, Meryl Streep e Paris Hilton) explodiu numa extasiante ovação ao filme Diários de Motocicleta, eles estavam aclamando um filme que glorificava um homem que havia encarcerado ou exilado os melhores escritores, poetas e cineastas independentes de Cuba, ao mesmo tempo em que transformava a imprensa e o cinema — tudo sob a mira de metralhadores tchecas — em agências de propaganda do regime stalinista.

O produtor executivo do filme, Robert Redford (que sempre inicia os festivais discursando longamente sobre a importância da liberdade artística), foi obrigado a exibir o filme para Fidel Castro e para a viúva de Che (que chefia o Centro de Estudos Che Guevara, em Cuba) antes de seu lançamento oficial, para ver se ambos aprovariam o resultado.  Até onde se sabe, não houve gritos e protestos de “censura!” e “vendido!” para Redford.

As tietes de Che são muitas e variadas.  Christopher Hitchens, por exemplo, se maravilha com a “indomável rebeldia” de Che e nos assegura em seu mesmo artigo no New York Times que “Che não era um hipócrita”.  “1968 na verdade começou em 1967, com a morte de Che”, reconta Hitchens.  “Sua morte significou muito pra mim, e para muitos como eu, na época.  Ele era um modelo para todos”.

Johnny Depp gosta de ostentar o rosto de Che em seus pingentes, blusas e bandanas.  Tivesse ele nascido duas décadas antes em Cuba e tentasse ostentar esse estilo rebelde que lhe é peculiar, certamente teria sido enviado para um campo de concentração, onde seria obrigado a cavar fossos e túmulos — um sistema que foi criado pela primeira vez na América Latina exatamente pelo homem glorificado em seus adornos.

Já o célebre historiador Benicio Del Toro, que acaba de estrelar um filme no papel de seu herói, diz que “Che foi um daqueles caras que falavam e faziam.  Era coerente.  Sempre tem algo de cool em pessoas assim.  Quanto mais vou conhecendo Che, mais o respeito”.

Aparentemente Del Toro se entusiasmou tanto com a imagem cool de Che que esqueceu-se de examinar seu histórico, como comprova esse constrangedor vídeo em que uma jornalista cubana radicada em Miami humilha Del Toro, expondo toda sua ignorância sobre o passado de Che.

Nenhuma pessoa em seu perfeito juízo vestiria uma camiseta estampando o rosto de Che.  E nenhuma pessoa decente toleraria essa camisa em seus arredores.  Porém, a gravura de Che Guevara é considerada a imagem mais reproduzida do século, embelezando desde camisetas e pôsteres, até biquínis e skates, passando por celulares e fraldas.  Hollywood o glorifica em grandes produções e a revista Time o celebra como um ícone da mesma grandeza de Madre Teresa.

Quem foi Che Guevara?

Mas como um sujeito horrendo, vazio, estúpido, sádico e epicamente idiota conseguiu um status tão icônico?

A resposta é que esse nômade psicótico e completamente inexpressivo chamado Ernesto Guevara teve a magnífica sorte de associar-se ao maior assessor de imprensa da história moderna, Fidel Castro, que por meio século sempre foi capaz de manter toda a imprensa mundial diligentemente à espera de diretivas, correndo para ele a cada chamado seu, como pombos treinados.  Caso Ernesto Guevara De La Serna y Lynch não tivesse se juntado a Raul e Fidel Castro na Cidade do México naquele fatídico verão de 1955; caso ele não tivesse se associado, um ano antes, a um exilado cubano na Guatemala chamado Nico Lopez, que mais tarde o apresentou a Raul e Fidel Castro na Cidade do México; tudo indica que Ernesto continuaria vivendo sua vida de viajante vagabundo, mendigando e molestando mulheres, dormindo em albergues inabitáveis e escrevendo poesia ilegível.

“Estou aqui nas montanhas de Cuba sedento por sangue”, escreveu Che para a sua esposa abandonada em 1957.  “Querido pai, hoje descobri que realmente gosto de matar”, escreveu logo depois.   O detalhe é que essa matança de que ele gostava muito raramente era feita em combate; o que ele gostava mesmo era de matar à queima-roupa homens e garotos amarrados e vendados.

“Quando você via aquele olhar extasiado em sua face, enquanto as vítimas eram amarradas aos postes e logo em seguido estouradas”, disse a esse escritor um ex-prisioneiro político, “você percebia que havia algum distúrbio seriamente grave em Che Guevara”.  De fato, a única façanha genuína na vida de Che Guevara foi o homicídio em massa de homens e garotos indefesos.  De sua própria arma, dezenas morreram.  Sob suas ordens, milhares foram aniquilados.  Em tudo o mais que fez, Che fracassou abismalmente, até hilariamente.  (Em um episódio cômico, durante a invasão da Baía dos Porcos, Che e seus homens estavam em um lugar completamente diferente da parte da ilha em que estava ocorrendo a ação.  Mesmo assim, alguns exilados cubanos mandaram em sua direção um pequeno barco carregado de fogos de artifício, uma mera tática de distração.  O despreparado Che, liderando seus homens para uma ofensiva contra um barco completamente vazio, conseguiu a façanha de atirar em si próprio, acertando sua mandíbula.  Deve ser um caso raro de um soldado que se fere sozinho com sua arma quando não há inimigo algum por perto…)

Seus escritos revelam um jovem severamente problemático.  “Minhas narinas se dilatam quando aprecio o odor acre da pólvora e do sangue.  Louco de fúria, mancharei de vermelho meu rifle estraçalhando qualquer inimigo que caia em minha mãos!  Com a morte de meus inimigos preparo meu ser para a sagrada luta, e juntar-me-ei ao proletariado triunfante com um berro bestial!”

O termo “ódio” era uma constante em seus escritos: “Ódio como um elemento de luta”;  “um ódio que é intransigente”; “um ódio que é tão violento que impulsiona um ser humano para além de suas limitações naturais, fazendo dele uma violenta e fria máquina de matar.”

Dentre suas perturbadas fantasias, a mais proeminente era a implementação de um reino continental stalinista.  Para atingir esse ideal, o jovem problemático almejava “milhões de vítimas atômicas”.

O perturbado jovem argentino também era arredio e desprezava todos ao seu redor: “Não tenho casa, não tenho mulher, não tenho pai, não tenho mãe, não tenho irmãos.  Meus amigos só são amigos quando eles pensam ideologicamente como eu”.

Felizmente para ele, quando ainda era um vagabundo na Cidade do México, teve a sorte de encontrar um homem cujo julgamento sobre a psique humana era extremamente perspicaz.  Este homem, um exilado cubano, diagnosticou corretamente a psicose do argentino e fez uma “intervenção” no momento certo, canalizando os talentos e anseios deste jovem problemático para fins considerados construtivos pela intelligentsia mundial: o estabelecimento do stalinismo.

Rapidamente o argentino se viu lucrativamente empregado em Cuba.  Seu intenso desejo por sangue foi amplamente satisfeito no extermínio de cubanos anticomunistas, uma espécie mamária que os iluminados de todo o mundo consideram uma peste insuportável.

De início, o perturbado jovem argentino assumiu o papel de principal executor dos homicídios em massa de cubanos indefesos, estraçalhando os crânios de suas vítimas — que jaziam convulsionadas no chão — com tiros de sua própria pistola.  Mas dado o aumento no volume de serviço, a tarefa acabou se tornando fatigante, o que fez com que o argentino designasse alguns capangas cubanos para o trabalho, facilitando dessa forma a matança em série.

Não que ele tenha se distanciado da carnificina.  Na realidade, ele se deliciava tanto com o processo que uma janela especial foi construída em seu escritório, permitindo que ele visse e se regozijasse com a orgia sangrenta no campo logo abaixo de sua janela.

Em um famoso discurso em 1961, Che denunciou o “espírito de rebeldia” como sendo algo “repreensível”.  “A juventude deve abster-se de questionar de modo ingrato as ordens governamentais”, ordenou Guevara.  “Em vez disso, ela deve se dedicar completamente aos estudos (marxistas), ao trabalho (para o governo) e ao serviço militar (para matar os desobedientes)”.

E ai daqueles jovens “que ficarem acordados até tarde da noite e chegarem atrasados para o trabalho (forçado pelo governo)”.  Os jovens, escreveu Guevara, “devem aprender a pensar e a agir como uma massa única”.  “Aqueles que escolherem o próprio caminho” (como deixar o cabelo crescer e ouvir música imperialista ianque) serão denunciados como “dejetos” e “delinquentes”.  Em seu famoso discurso, Che Guevara até mesmo jurou “fazer com que o individualismo desapareça de Cuba!  É criminoso pensar como indivíduos!”

Dezenas de milhares de jovens cubanos aprenderam que as ameaças de Che Guevara eram mais do que mera linguagem bombástica.  Centenas de soviéticos do KGB e “consultores” da STASI da Alemanha Oriental, que inundaram Cuba no início da década de 1960, encontraram em Guevara um acólito extremamente zeloso.  Já em meados dos anos 60, o crime de se parecer com um “roqueiro” ou ter um comportamento efeminado fez com que a polícia secreta cubana retirasse das ruas e parques de Cuba milhares de jovens e os jogassem em campos de concentração que tinham os dizeres “O Trabalho Fará de Você um Homem” em seu portão principal, bem como homens com metralhadoras localizados estrategicamente em torres de observação.  As iniciais desses campos eram UMAP, mas eles em nada diferiam de um GULAG.

Cuba antes da revolução

O mito popular é que Cuba era um país com uma economia desintegrada e que Fidel melhorou a vida dos cubanos.  Será?

Nos meses seguintes à revolução cubana, por exemplo, o economista tcheco Radoslav Selucky visitou Cuba e tomou um susto:  “Pensávamos que Cuba fosse um país subdesenvolvido que tivesse apenas algumas refinarias de açúcar!”, escreveu quando voltou a Praga.  “Mas não!  Quase 25% da força de trabalho de Cuba estava empregada na indústria, onde os salários eram iguais aos salários pagos nos EUA!”

Agora, eis as palavras do próprio Che Guevara em 1961, após retornar a Cuba, junto com seus subordinados, de uma longa viagem ao Leste Europeu: “Não podemos dizer que só vimos maravilhas naqueles países”, admitiu Che.  (Considerando-se a natural propensão do povo cubano para o sarcasmo, é provável que Che tenha dito isso em resposta às zombarias e risadas de seus subalternos, que possivelmente ridicularizaram as — para eles — patéticas condições socioeconômicas das principais capitais do Leste Europeu — as quais Cuba deveria emular!)

“É natural que, para um cubano do século XX, acostumado a todos os luxos que o imperialismo lhe deu”, escreveu Che Guevara, “muito do que ele viu (no Leste Europeu) parecesse-lhe algo típico de países subdesenvolvidos”.

Mas não se intimide!  Logo após se tornar ministro da economia de Cuba, Guevara já tinha planejado como tirar aquele sorriso de escárnio do rosto dos cubanos.

Como o Czar da economia cubana, Che transformou uma nação que tinha uma renda per capita maior do que metade dos países da Europa, a menor taxa de inflação do Ocidente, uma classe média maior que a da Suíça, um enorme fluxo de imigrantes e cujos trabalhadores desfrutavam a oitava maior taxa salarial do mundo, em uma nação que causa repúdio até nos haitianos.  E isso mesmo após receberem abundantes subsídios dos soviéticos, cujo total foi igual a dez Planos Marshall (isso para uma nação de apenas 6,4 milhões de habitantes) — um feito econômico que desafia não somente as leis econômicas mas que também parece desafiar a física.  Se tem uma coisa com que os exilados cubanos concordam inteiramente com Fidel e Che é que eles são ícones do Terceiro Mundo.  Afinal, ambos certamente conseguiram o feito aparentemente impossível de converter Cuba em uma nação do Terceiro Mundo.

Utilizemos agora um estudo da ONU (ninguém menos!) sobre Cuba, de 1958.  “Cuba possui uma enorme vantagem em sua integração nacional — em comparação aos outros países da América Latina — por causa de sua enorme e homogênea base de imigrantes espanhóis brancos.  A pequena população negra de Cuba também é culturalmente integrada.  Aqueles modos de produção feudal que existem no resto da América Latina não existem em Cuba.  Ocamponês cubano não se parece com o camponês do resto da América Latina, que está preso à terra, é tradicionalista e se opõe às inovações que o levariam a uma economia de mercado.  O camponês cubano, em todos os aspectos, é um homem moderno.  Ele possui um nível educacional e uma familiaridade com métodos modernos que não é vista no resto da América Latina”.

Outra verdade escondida: “os trabalhadores pobres” não tiveram participação alguma na Revolução Cubana.  A rebelião anti-Batista foi liderada e composta predominantemente por membros da classe média cubana, principalmente da classe média alta.  Em agosto de 1957, o movimento rebelde liderado por Fidel organizou uma “Greve Nacional” contra a ditadura de Batista — e ameaçou matar os trabalhadores que aparecessem para trabalhar.  A “Greve Nacional” foi completamente ignorada.

Outra greve foi organizada para o dia 9 de abril de 1958.  E novamente os trabalhadores cubanos ignoraram solenemente seus “libertadores”, comparecendo em massa para trabalhar.

Eis um outro relatório, agora da UNESCO, sobre Cuba, em 1957: “Uma característica da estrutura social de Cuba é sua grande classe média“, começa o relatório.  “Os trabalhadores cubanos são mais sindicalizados (proporcionalmente à sua população) do que os trabalhadores americanos.  O salário médio para uma jornada de 8 horas diárias em Cuba em 1957 é maior do que para os trabalhadores da Bélgica, Dinamarca, França e Alemanha.  A mão-de-obra cubana recebe 66,6% da renda interna bruta.  Nos EUA, esse valor é de 70% e na Suíça, 64%.  44% dos cubanos são atendidos pela legislação social, uma porcentagem maior que a dos EUA.”

Em 1958, Cuba tinha uma renda per capita maior que a da Áustria e do Japão.  Os trabalhadores da indústria cubana recebiam o oitavo maior salário do mundo.  Na década de 50, os estivadores cubanos ganhavam mais por hora do que seus equivalentes em Nova Orleans e em São Francisco.  Cuba já havia estabelecido a jornada de 8 horas diárias em 1933 — cinco anos antes de Roosevelt e seu New Deal imporem a mesma regra.  E mais: um mês de férias pagas.  As tão aclamadas (pela esquerda) socialdemocracias da Europa só conseguiram implementar esse sistema 30 anos depois.

A mortalidade infantil em 1958 era a 13ª mais baixa — não da América Latina ou do Ocidente, mas do mundo.  O analfabetismo já estava quase erradicado.  Cuba era o país que mais gastava (23% do orçamento) com educação pública em toda a América Latina.  Mais ainda: os cubanos não eram apenas alfabetizados; eram também cultos.  Podiam ler George Orwell e Thomas Jefferson, bem como a arrebatadora sabedoria e cintilante prosa de Che Guevara.

A rebelião anti-Batista (e não revolução), como dito, estava apinhada de universitários e profissionais liberais.  Advogados desempregados abundavam (Fidel Castro, por exemplo).  Observe a composição do primeiro gabinete da “revolução camponesa”, composta pelos líderes do movimento anti-Batista: 7 advogados, 2 professores universitários, 3 estudantes universitários, 1 médico, 1 engenheiro, 1 arquiteto, 1 ex-prefeito e coronel que desertou do exército de Batista.  Um grupo notoriamente “burguês”, como poderia dizer Che.

Já em 1961, entretanto, operários e campesinos formavam a grande maioria dos rebeldes anti-Castro, principalmente as guerrilhas das montanhas Escambray.  Quem é que já ouviu falar de camponeses pobres lutando contra seus benfeitores Fidel e Che?

Antes de Castro tomar o poder, Cuba recebia mais imigrantes (principalmente da Europa) em proporção à sua população do que os EUA.  E mais americanos viviam em Cuba do que cubanos viviam nos EUA.  Ademais, naquela época, pneus, barris e caixas de isopor eram apenas isso, e não itens estimados no mercado negro para serem utilizados como dispositivos de flutuação marítima, sujeitando seus usuários — ingratos que fogem de seus libertadores — a tubarões e intempéries da natureza.

Em 1958, Cuba passava por uma rebelião, não uma revolução.  Os cubanos queriam mudanças políticas e não um cataclisma socioeconômico.

É uma questão de história o fato de que em janeiro de 1959 os EUA deram seu reconhecimento diplomático ao regime de Fidel/Che mais rapidamente do que reconheceram o de Batista em 1952.  Os arquivos do Departamento de Estado americano também mostram que os EUA impuseram um embargo de armas ao governo Batista e se recusaram a enviar armas pelas quais o governo cubano já havia pagado.  Os arquivos oficiais também documentam que o embaixador americano Earl T. Smith avisou pessoalmente Batista que ele não mais tinha o apoio do governo americano, que recomendava fortemente que ele deixasse Cuba.  Batista teve seu asilo político negado nos EUA.

Em 2001, em uma visita a Havana para uma conferência com Fidel Castro, Roberto Reynolds, o agente da CIA para o Caribe, responsável pelo gerenciamento da Revolução Cubana entre 1957 e 1960, declarou orgulhosamente que “Eu e toda a minha equipe éramos fidelistas”.

Robert Weicha, ex-agente da CIA lotado em Santiago de Cuba declarou que “Todos na CIA e todos no Departamento de Estado eram pró-Castro, exceto o embaixador Earl Smith.”

Não obstante, você aprendeu em seus livros de história que “Che Guevara ajudou a derrubar o ditador cubano Fulgencio Batista, que era apoiado pelos EUA”.

A Cuba de Fidel

A influência que Fidel Castro exerce sobre a intelligentsia só pode ser descrita como mágica, o que torna qualquer avaliação pública de seu regime por esses iluminados completamente despida de lógica.  A saber:

Ele encarcerou e torturou a uma taxa maior do que Stalin e se recusa (diferentemente da África do Sul do apartheid, do Chile de Pinochet e da Nicarágua de Somoza) a permitir que a Anistia Internacional ou a Cruz Vermelha inspecionem suas prisões.  Não obstante, Cuba ocupou a cadeira do Comitê de Direitos Humanos da ONU, e quando de sua visita a Nova York como o palestrante principal em 1995, a revista Newsweek aclamou Castro como “O Ticket Mais Quente de Manhattan”, e a Time disse que ele era “A Celebridade de Manhattan”, em referência ao enxame de pessoas da alta sociedade que o rodeavam e bajulavam pedindo autógrafos.

Seu código penal ordena 2 anos de prisão para qualquer um que seja ouvido fazendo uma piada qualquer sobre ele.  Não obstante, Jack Nicholson e Chevy Chase constantemente cantam-lhe glórias.

Ele aboliu o habeas corpus e o seu principal executor (o próprio Che Guevara) declarou que “evidências jurídicas são um arcaico detalhe burguês”.  Não obstante, a Escola de Direito de Harvard convidou-o como palestrante de honra e constrangedoramente irrompia em aplausos estrepitosos e ovações tumultuadas a cada três frases dele.

Ele expulsou uma maior porcentagem de judeus de Cuba do que o Czar Nicolau da Rússia.  Entretanto, o fundador da Shoah Foundation, Steven Spielberg, considera o jantar que teve com Fidel “as oito horas mais importantes da minha vida”.

Ele é o filho de um soldado europeu, branco como o lírio, que forçosamente derrubou um governo cubano em que negros ocupavam os cargos de presidente do Senado, ministro da Agricultura, ministro do Exército e Chefe de Estado (Fulgencio Batista, neto de escravos, nasceu em uma choupana com teto de palmeira).  Ele encarcerou um prisioneiro político negro pelo período mais longo da história moderna (Eusebio Penalver, que sofreu mais tempo na masmorra de Castro do que Nelson Mandela sofreu nas masmorras da África do Sul).  Hoje, de toda a população presa na Cuba stalinista/apartheidiana, 90% é composta por negros, ao passo que apenas 9% dos integrantes do partido stalinista dominante são negros.  Ele sentenciou outros negros (Dr. Elias Biscet, Jorge Antunez) a 20 anos de prisão apenas por terem citado frases de Martin Luther King em praça pública.  Não obstante, é tido como herói por negros como Danny Glover, Jesse Jackson e Charles Rangel, que não hesitam em dar-lhes fortes abraços.

Apesar de ter transformado uma nação que tinha uma renda per capita maior do que metade dos países da Europa, a menor taxa de inflação do Ocidente, uma classe média maior que a da Suíça e um enorme influxo de imigrantes em uma nação que causa repúdio até nos haitianos, Colin Powell e o London Times reconhecem “as conquistas sociais da revolução fidelista”.

Hoje, trata-se de um regime que prende qualquer um que tente viajar de uma província de Cuba a outra sem os devidos “papeis” fornecidos pelo estado policial, e que metralha qualquer um que tentar sair do país.

Os feitos de Che

Ernesto “Che” Guevara era o vice-comandante, o carrasco-chefe e o principal contato do KGB em um regime que proibiu eleições e aboliu a propriedade privada.  A polícia desse regime, supervisionada pelo KGB e empregando a tática da “visita da meia-noite” e do “ataque pela manhã”, capturou e enjaulou mais prisioneiros políticos em proporção à população do que Stalin e executou mais pessoas (em uma população de apenas 6,4 milhões) em seus primeiros 3 anos no poder do que Hitler (que comandava uma população de 70 milhões) em seus primeiros 6 anos.

O regime que Che Guevara ajudou a fundar confiscou a poupança e a propriedade de 6,4 milhões de cidadãos e tornou refugiada 20% da população de uma nação até então inundada de imigrantes e cujos cidadãos haviam atingido um padrão de vida maior do que o padrão daqueles que residiam em metade da Europa.  O regime de Che Guevara também destroçou — por meio de execuções, encarceramentos, expropriação em massa e exílio — virtualmente cada família da ilha cubana.  Muitos oponentes do regime podem ser classificados como os prisioneiros políticos mais longevos da história moderna, tendo sofrido no Gulag guevarista — campos de concentração, trabalhos forçados e câmaras de tortura — durante um período de tempo três vezes maior do que Alexander Solzhenitsyn sofreu no Gulag stalinista.

Com apenas uma semana no poder, Che já havia abolido o habeas corpus.  Além de afirmar que evidências judiciais eram detalhes burgueses arcaicos, ele complementava garbosamente dizendo que “executamos por convicção revolucionária!”.  Edwin Tetlow, correspondente do Daily Telegraph londrino em Havana, relatou sobre um “julgamento” em massa orquestrado por Che em que as sentenças de morte já estavam postadas em um quadro antes do julgamento começar.

Ele assinava seu nome como “Stalin II”, professava que “as soluções para o mundo estão atrás da Cortina de Ferro”, e dizia confiantemente que “se os mísseis nucleares tivessem permanecido em Cuba, teríamos disparado contra o coração dos EUA, incluindo Nova York”.  Ele também afirmava que pela vitória do socialismo era válido ter “milhões de vítimas atômicas”.

Imediatamente após marchar vitorioso em Havana, Guevara saqueou e depois se mudou para aquela que provavelmente era a mais luxuosa mansão de Cuba.  O proprietário dela havia conseguido fugir do país após ser caçado por um pelotão de fuzilamento, e o repórter que escreveu sobre a nova casa de Che em um jornal cubano foi ameaçado de morte por fuzilamento.  Um ano depois, milhares de cubanos foram mandados para campos de trabalho forçado sob ordens de Che, tudo baseado em seu desejo de moldar “um novo homem”.

Comemorou efusivamente a invasão soviética e o consequente massacre de milhões de húngaros que resistiram ao imperialismo russo.  De acordo com Guevara, aqueles húngaros que lutavam pela liberdade e resistiam à escravidão eram todos “fascistas e agentes da CIA”.

Apesar de seus fãs dizerem pomposamente que ele foi um médico formado, ninguém até hoje, após inúmeras tentativas, conseguiu localizar qualquer histórico sobre seu diploma de medicina.  Logo após ser capturado na Bolívia, Che admitiu para o comandante da operação, o Capitão Gary Prado, que ele não era médico, mas tinha “algum conhecimento de medicina”.

Dois heróis

Zoila Aguila

Em sua campanha de realocação e concentração de prisioneiros — que apequenava tudo que os britânicos fizeram aos Bôeres — os garbosos comunistas saquearam centenas de milhares de cubanos, despojando-os de suas casas e agrupando-os em campos de concentração no lado oposto de Cuba.  Tive a oportunidade de entrevistar várias dessas famílias “realocadas”.

Uma dessas cubanas, esposa de um trabalhador rural, recusou-se a ser realocada.  Após seu marido, filhos e sobrinhos terem sido todos assassinados pelo Galante Che e seus capangas, ela conseguiu apoderar-se de uma submetralhadora e de um pente de balas e se refugiou nas montanhas.  Ela acabou se tornando uma rebelde.  Os cubanos a conhecem como La Niña Del Escambray.

Ela passou um ano embrenhada nas montanhas, fugindo dos comunistas que varreram todas as localidades à sua procura.  Até que um dia seu suprimento de munição acabou e os vermelhos a capturaram.  Espantosamente, ela não foi executada (Che deve ter tirado um dia de folga), porém, durante anos, La Niña sofreu horrivelmente nas masmorras de Fidel (você pode ler as descrições das torturas aqui).  Após ser solta, refugiou-se em Miami (na década de 60 ainda se podia sair de Cuba).

Você acha que tal história é louvada por Oprah Winfrey?  Acha que Hollywood está interessada em narrá-la, tendo Susan Sarandon no papel principal?  Pense bem: temos aqui um dos temas favoritos dos produtores de Hollywood e das feministas em geral: a mulher brava e lutadora.  Dificilmente uma mulher pode ser mais aguerrida do que Zoila Aguila, seu nome verdadeiro.  Se ela tivesse lutado contra, digamos, Pinochet ou Somoza, certamente Hollywood e os editores de livros estariam dedicando toda atenção a ela.  Mas como ela lutou contra os garotos mais fotogênicos e queridos da esquerda, naturalmente ninguém nunca ouviu falar dela.

Tony Flores

Após chegar a Havana em janeiro de 1959, Che Guevara imediatamente percebeu que o fosso ao redor da fortaleza La Cabaña era uma cova perfeita para jogar seus executados.  Em Babi-Yar, em Kiev, a SS de Hitler teve de cavar suas fossas.  Em La Cabaña, Che Guevara havia encontrado uma já pronta.

Em 1961, um garoto de 20 anos chamado Tony Chao Flores, utilizando muletas e mancando pesadamente, chegou ao local onde seria executado.  Ele já havia tomado 17 tiros de metralhadoras tchecas quando os capangas de Fidel e Che o capturaram.  No caminho para esse seu local de execução, que ficava na velha fortaleza espanhola transformada em prisão e em centro de execução por Che Guevara, Tony foi forçado a descer mancando, sem quaisquer condições físicas e utilizando apenas muletas, uma longa escada feita de pedras esquadradas.  Tony tropeçou, caiu e foi rolando a longa escadaria, até finalmente chegar ao chão, debatendo-se e gritando de dor.  Uma das pernas de Tony, completamente baleada por metralhadoras, havia sido amputada, e a outra estava gangrenada e coberta de pus.  Os guardas fidelistas, gargalhando, foram na direção de Tony para amordaçá-lo para que ele parasse de gritar.

Enquanto eles se aproximavam, Tony cerrou o punho de sua única mão que ainda estava boa.  Quando o primeiro vermelho se aproximou dele — BASH! — Tony deu-lhe um soco bem no olho.

“Nunca consegui entender como Tony conseguiu sobreviver àquela surra”, disse Hiram Gonzalez, testemunha e ex-prisioneiro político, que observou toda a cena de sua cela na prisão de La Cabaña. O aleijado Tony quase foi morto no espancamento que se originou a seguir, que envolveu chutes, socos e golpes de arma.  Até que finalmente seus agressores se levantaram ofegantes, esfregando seus arranhões e machucados.  Eles haviam conseguido amordaçar a boca do garoto, mas Tony conseguiu empurrar os guardas antes que eles conseguissem amarrar suas mãos.  O comandante Guevara ordenou que seus capangas se mantivessem afastados de Tony, ainda no chão e com a boca amordaçada.

Tony começou a rastejar em direção ao já estilhaçado e ensanguentado poste de execução, que estava a uns 45 metros de distância.  Ele foi se arrastando lentamente utilizando suas mãos, enquanto o toco do que restou da sua perna ia deixando um rastro de sangue na grama.  Quando chegou perto do poste, ele parou, virou-se para seus executores e começou a bater no próprio peito.  Os capangas ficaram perplexos.  O garoto aleijado estava tentando dizer alguma coisa.  Mas sua mensagem estava abafada pela mordaça que o ídolo de Benicio Del Toro havia tornado obrigatória para suas milhares de vítimas.

A expressão de dor e os olhos brilhantes de Tony diziam tudo.  Mas ninguém conseguia entender os murmúrios do garoto.  Tony continuava batendo no peito, fechando seus olhos com força por causa da dor intensa oriunda de seu esforço.  Seus executores ficaram nervosos, sem saber o que fazer.  Levantaram e abaixaram seus rifles seguidas vezes.  Olharam para seu comandante, que deu de ombros.  Finalmente Tony levou a mão à sua face e arrancou a mordaça que o garoto propaganda de Del Toro havia mandado pôr nele.

A voz do guerreiro de 20 anos saiu num grito forte: “Atire BEM AQUI!”, urrou Tony para seus boquiabertos carrascos.  Sua voz foi um estrondo e sua cabeça se inclinou para trás como consequência do esforço.  “Bem aqui no PEITO!”, gritou Tony.  “Como um HOMEM!”  Tony rasgou sua blusa, bateu em seu peito e com uma forte expressão de dor gritou para seus embasbacados executores: “Bem AQUI!”.

Em seu último dia de vida, quando estava na prisão, Tony recebeu uma carta de sua mãe: “Meu querido filho, quantas vezes havia lhe falado para não se envolver com essas coisas… Mas eu sabia que minhas súplicas eramem vão.  Você sempre lutou por sua liberdade, Tony, mesmo quando ainda era uma criança.  Portanto eu sabia que você jamais toleraria o comunismo.  Castro e Che enfim pegaram você.  Meu filho, amo você do fundo do meu coração.  Minha vida agora está em pedaços e nunca mais será a mesma.  A única coisa que resta agora, Tony… é morrer como um homem”.

“FUEGO!!!”, gritou Che.  As balas despedaçaram o corpo mutilado de Tony, logo após ele ter chegado ao poste, se erguido por conta própria e encarado resolutamente seus assassinos.  Mas o pelotão de fuzilamento de Che estava acostumado a matar pessoas que estavam de pé.  Por estar sem uma perna, Tony era um alvo mais difícil.  Assim, boa parte da saraivada de balas não acertou o jovem.  Ainda vivo, era a hora do golpe de misericórdia.

Normalmente, um projétil de .45 é suficiente para esmagar um crânio.  De acordo com testemunhas, três foram despejadas no crânio de Tony.  Parece que a mão do carrasco estava tremendo muito.  Mas finalmente conseguiram matá-lo.  O homem que a revista Time aclama como sendo um dos “heróis e ícones do Século” adicionava mais uma vítima à sua coleção.  Mais um inimigo despachado — amarrado e amordaçado, como de costume.

Fidel e Che tinham por volta de 35 anos quando mataram Tony.  De acordo com o Livro Negro do Comunismo, seu pelotão de fuzilamento matou outros 14.000 guerreiros da liberdade, todos devidamente amarrados e amordaçados.  Muitos (talvez a maioria) de suas vítimas eram jovens por volta de 20 anos.  Alguns eram ainda mais novos.

O fim de Che

Durante todo esse processo, o argentino estava ajudando seu mentor cubano a estabelecer um controle feudal e pessoal que se comprovaria bastante duradouro.  Porém, o que pouco se comenta é que a utilidade do argentino para seu mentor não era absolutamente nada duradoura — e logo seu “martírio” passou a ser habilmente planejado.

Pena que Del Toro e Steven Sorderbergh, diretor de seu novo filme Che — O Argentino, não tenham entrevistado os ex-funcionários da CIA que revelaram a esse escritor como o próprio Fidel Castro, por meio do Partido Comunista Boliviano, constantemente informava a CIA sobre os paradeiros de Che na Bolívia.  As diretivas de Fidel para os comunistas bolivianos em relação a Che e seu bando eram claras. “Nem mesmo uma aspirina”, instruiu o líder máximo de Cuba a seus camaradas bolivianos, o que significa que os comunistas da Bolívia estavam proibidos de auxiliar Che de qualquer forma — “nem mesmo com uma aspirina”, caso Che reclamasse alguma dor de cabeça.

Ainda antes da Revolução, quando estavam em um barco decrépito navegando nas águas turbulentas que ligam Yucatán até a província Oriente, em Cuba, um dos rebeldes encontrou Che caído inconsciente na cabine do barco.  Ele correu para avisar o Comandante: “Fidel, parece que Che está morto!”

“Bom, se ele está morto”, respondeu Castro, “então joguem-no ao mar”.  Na verdade, Guevara estava sofrendo dos efeitos combinados de um enjôo marítimo e um ataque de asma.  Che nunca foi considerado um membro inestimável por Fidel.

Mais do que sua crueldade, megalomania e estupidez épica, o que mais distinguia Ernesto “Che” Guevara de seus companheiros era sua manhosa covardia.  Suas tietes podem ficar zangadas o quanto quiserem, bater a porta do quarto, cair na cama, espernear e chorar abraçadinhas com o travesseiro, mas o fato é que Che se entregou voluntariamente ao exército boliviano e a uma distância segura.  Foi capturado em ótimas condições físicas e com sua arma completamente carregada.

Um dia antes de sua morte na Bolívia, Che Guevara, pela primeira vez em sua vida, finalmente enfrentou algo que podia ser adequadamente chamado de combate.  Então ele ordenou a seus guerrilheiros que não cedessem um milímetro, que lutassem até o último suspiro e até a última bala.

Com seus homens fazendo exatamente o que ele ordenou (lutando e morrendo até a última bala), um Che ligeiramente ferido evadiu-se do tiroteio e se entregou com um pente cheio de balas em sua pistola, enquanto choramingava manhosamente para seus capturadores: “Não atirem! Sou Che! Valho mais para vocês vivo do que morto!”

E então ele rebaixou-se desavergonhadamente, tentando desesperadamente se engraçar: “Qual é o seu nome, meu jovem?”, perguntou Che a um de seus capturadores. “Ora, mas que nome bonito para um soldado boliviano!”

E mais tarde: “E então, o que eles vão fazer comigo?”, perguntou Che ao capitão boliviano Gary Prado.  “Não creio que irão me matar.  Certamente sou muito mais valioso vivo…  E o senhor, capitão Prado”, adulou Che, “o senhor é uma pessoa muito especial… Andei conversando com alguns de seus homens.  Todos lhe têm em alta estima, capitão!  E não se preocupe, tudo isso aqui acabou.  Nós fracassamos.”  E então, para adular ainda mais, “seu exército nos perseguiu muito obstinadamente … agora, será que o senhor por favor poderia descobrir o que eles planejam fazer comigo?”

O prazer que Che Guevara tinha em matar cubanos só era possível porque esses cubanos estavam completamente indefesos no momento.  Amarrados e vendados, de preferência.  E dessa forma eles eram alinhados de frente para o pelotão de fuzilamento e executados.  Porém, quando o cenário se alterou e as armas de fogo estavam em posse de outros, o argentino tremeu de medo.

Compare a morte de Tony Chao Flores — “Atire bem aqui! Como um homem!” — com a captura de Guevara:  “Não atirem! Sou Che! Valho mais para vocês vivo do que morto!”

E então pergunte a si próprio: quem deveria ter sua face exposta em camisetas vestidas por jovens que gostam de fantasiar, se imaginarem rebeldes, bravos e adoradores da liberdade?  Quem merece um filme de Hollywood?

Escrito por Humberto Fontova¹

Cubano, é escritor político. Uma de suas últimas obras é o “Fidel – o tirano mais amado do mundo” e “O verdadeiro Che Guevara e os Idiotas Úteis que o Idolatram”

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FHC, o último grande presidente do Brasil https://portalconservador.com/fernando-henrique-o-ultimo-grande-presidente-do-brasil/ https://portalconservador.com/fernando-henrique-o-ultimo-grande-presidente-do-brasil/#comments Sun, 16 Nov 2014 03:06:39 +0000 http://portalconservador.com/?p=1281 read more →]]> Que eu sou um causador de polêmicas, isto eu já sei. Semeio as minhas provocações, mas todas elas baseadas em concepções claras e argumentativas e não em paixonites de juventude ou esquerdismos patológicos. Com a não eleição de Aécio Neves – o que o tornaria um grande estadista, assim como o seu avô seria, caso não ocorresse a tragédia que ocorreu – em 2014, não posso negar que a presidência da República Federativa do Brasil esteve, pela derradeira vez, em mãos de um verdadeiro estadista com Fernando Henrique Cardoso.

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Não menosprezo os ganhos sociais posteriores. Não digo que não houveram avanços e grandes técnicas foram usadas. Mas com FHC, como é conhecido, o Brasil saiu de uma condição precária para uma economia sólida e sem riscos. A sua equipe econômica, sob o governo de Itamar Franco, proporcionou a estabilidade da moeda brasileira que seja sempre a mesma assim como o dólar ocupa até hoje, desde o início dos EUA, a condição monetária. Teve que fazer um governo impopular e austero, mas conseguiu fazer despencar a inflação e a especulação que sufocavam o povo brasileiro, em outras palavras, remediou a economia desse país até o ponto de ser possível falar-se em questões sociais sendo contempladas – não se distribui renda sem renda e esse foi um mantra de seus dois governos.

Conseguiu, com o ônus de fechar a torneira para concursos, poder reequilibrar as finanças para quem viesse depois pudesse ousar e continuar de onde foi parado. Eram anos difíceis. de 1998 até 2002 nós tínhamos instrumentos democráticos ainda precários. O Código Civil é de 2003 (entrada em vigor), a Constituição Federal tinha apenas 10 anos de existência, somente há 13 anos tínhamos visto acabar a ditadura no país. Ou seja, o rastro da ditadura era grande o suficiente para fazer com que qualquer governante arriscasse o pescoço para poder promover a paz social. Tinha do lado uma excelente mulher, ativa e independente, que foi a dona Ruth Cardoso, que não apenas pousava para fotos e companhia, mas agia em verdadeiras realizações sociais que foram aprimoradas posteriormente.

Por essas e outras razões eu não pestanejo em dizer: por toda a sua cultura social, experiência com países vizinhos durante o exílio, com a sua sensibilidade para governar, e com a sua dinâmica política, FHC foi o último grande presidente que o Brasil teve. Muitos falarão de arrocho. Muitos criticarão por medidas contra o funcionalismo público. Mas o que dizer agora? Como se expressar agora? Como ver agora escândalos atrás de escândalos na Petrobras e tudo? Uns chama-lo-ão de príncipe da privataria, coisa enganosa e grotesca. Privatizações são instrumentos necessários, especialmente em países em desenvolvimento, principalmente porque o governo não pode ser sobrecarregado. A sobrecarga no governo dá no que deu nos últimos 12 anos. Aparelhamento e um orçamento tão caro que tem que ser mudado por não conseguir ser cumprido. Quem viveu mais que 25 anos sabe que deixar o Brasil como ficou para os governos petistas, não foi tarefa fácil e o que se vê agora é um quadro semelhante ao desfazimento de tudo feito em 8 anos de governo FHC. Não é à toa que, num discurso contundente, fala em vergonha de falar do que há na Petrobras.

Muitos acusaram que seu governo tinha um engavetador geral da República, poucos se referem ao atual procurador geral da mesma forma, devido aos diversos escândalos não julgados, não cumpridos, não apreciados e não solucionados. E quanto ao engavetador tucano não se desengavetou nada por iniciativa do MP que assumiu posteriormente. O que fazer? Negar o presente? Devido a tais fatos não provados diante de fatos comprovados com quais você ficaria? Em sã consciência com os comprovados. Por isso não vejo essa mácula pesar sobre o governo FHC como querem colocar.

Experiência, vivência, talento e arrojo para enfrentar um povo sedento de tudo e que não poderia ter porque as contas não batiam, o governo FHC inovou e é extremamente menosprezado historicamente. Se Lula colhe até hoje louros que não são seus, FHC está por detrás de todas as condições propícias ao PT. Precisamos reconhecer o óbvio. Precisamos reconhecer o certo. Precisamos reconhecer que um governo como o de FHC não foi populista, mas especialmente necessário para o país naquele momento. Daí a minha necessidade de escrever essas polêmicas linhas, mas não me canso de falar de política sem o ranço esquerdista e por isso afirmo o que afirmo sem medo de errar. Quem pensa que governar um país recém saído de uma ditadura que o faça. Eis o meu desafio. No demais FHC foi o último grande presidente desse país e tenho dito.

Escrito por Eustáquio Silva¹.

¹Colunista, é social-democrata, formado em filosofia pela UFPE.

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Foro de São Paulo diz que ‘regulação da mídia’ deve ser ponto número 1 no Brasil https://portalconservador.com/foro-de-sao-paulo-diz-que-regulacao-da-midia-deve-ser-ponto-numero-1-no-brasil/ https://portalconservador.com/foro-de-sao-paulo-diz-que-regulacao-da-midia-deve-ser-ponto-numero-1-no-brasil/#respond Mon, 27 Oct 2014 17:37:03 +0000 http://portalconservador.com/?p=1190 read more →]]> Eu não tenho nenhuma dúvida. O que acontece na Venezuela hoje, e o que está acontecendo na Colômbia, tem um selo inconfundível: Foro de São Paulo. Muitos ouviram falar desta organização, mas poucos sabem acerca de sua real periculosidade.

O Foro de São Paulo foi criado em 1990 por Fidel Castro, com o propósito de ser um aparato unificador do comunismo em toda a América Latina. Sua intenção foi dar um novo alento ao regime comunista de Cuba após a queda do muro de Berlim e a descida em picada da União Soviética. A idéia, em 1990, era tomar inicialmente o controle de dois países poderosos da América Latina: Brasil e Venezuela, para desde lá financiar a rendição do resto da América Latina aos pés do castro-comunismo.

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Sendo o Foro de São Paulo uma organização decisiva, necessita dentro de cada país do apoio resoluto de organizações não-governamentais que são as que oferecem o músculo político e que, por sua vez, são apoiadas por organizações internacionais com aparência de legalidade. São milhares e milhares destas organizações com os mais variados fins em sua superfície: feministas, ambientalistas, coletivos de advogados, defensores de Direitos Humanos, homossexuais, indigenistas, ativistas de todo tipo. Junto a estas ONG’s, estão os meios de comunicação que se mobilizam em massa para defender os interesses destas organizações e, portanto, do Foro de São Paulo.

Tudo isto consegue importante apoio popular, uma vez que o castro-comunismo tem um controle muito mais importante que todos os mencionados, um controle cuja existência poucos reconhecem: a ideologia. O castro-comunismo encontra-se por toda nossa América Latina, infiltrado em universidades, colégios, grêmios de artistas e intelectuais, academias. Dali controlaram a ideologia que guia todos os seus fins perversos, implantam as premissas filosóficas do indigenismo, da etnicidade, com a idéia torcida de que o homem é definido por sua raça, por sua linha sangüínea, em vez de sê-lo pela capacidade de raciocinar. A etnicidade e o indigenismo foram utilizados para fragmentar as nações onde quer que tenham a má sorte de ter membros do Foro de São Paulo, quer dizer, toda a América Latina.

A Colômbia, por exemplo, baseou sua Constituição de 1991 (idealizada e realizada pelo terrorismo do M-19 dirigida pela mão de Castro) nestas premissas excludentes, com o fim de criar zonas, regiões onde o comunismo possa atuar livremente, burlando a soberania das nações. Dali saem as Zonas de Reserva Camponesas e os territórios autônomos das negritudes [1]. A ideologia castrista é a confluência da esquerda e dos grupos terroristas de toda Ibero-América. Essa ideologia é uma mistura de indigenismo, teologia da libertação e ambientalismo. Porém, todos têm em comum a defesa da Cuba castrista.

Os membros do Foro de São Paulo recebem ordem de realizar manifestações, marchas patrióticas [2], exercer pressão política internacional e enviar ajuda financeira ao regime dos Castro. Os que chegam a aceder a órgãos de poder em seus respectivos países, também cumprem com esta religiosa obrigação. O financiamento do Foro de São Paulo, para o caso da Colômbia, vem do narcotráfico. Aí temos o cartel das FARC. Vejamos como começou a suceder isto.

Quando desmoronou-se a União Soviética e acabou-se o financiamento da Internacional Socialista, os funcionários cubanos de Castro advertiram aos membros do Foro de São Paulo que deviam adotar “o modelo do M-19”. Quer dizer, assegurar sua auto-gestão por meio do narcotráfico. Daí o afã de legalizar as drogas, daí o afã de legalizar os narcotraficantes das FARC, daí o afã em destruir o Exército e beneficiar as zonas de reserva camponesa, corredores de mobilidade e narcotráfico destes bandidos. Sabendo que o Partido Comunista Cubano impulsionou a fundação do Foro de São Paulo, depois que o comunismo soviético se desintegrou, os grupelhos e ONG comunistas viram perigar sua sobrevivência financeira. Em 1990 o Partido dos Trabalhadores (PT) do Brasil faz a Primeira Conferência, e ali participaram 40 organizações e partidos de 13 países da Ibero-América e do Caribe. Seu fim: discutir como revisar a estratégica comunista revolucionária em meio à crise do socialismo em todo o mundo. Hoje também utilizam a mineração ilegal, com lucros astronômicos, para financiar o terrorismo e a ideologia nos países da Ibero-América.

A princípio o Foro de São Paulo era algo assim como uma Frente Patriótica encarregada de propor ações. Porém, em pouco tempo Castro consolidou o Foro como uma estrutura de comando bem centralizada, encabeçada pelos mais perigosos grupos terroristas da América Latina, com o propósito de reconstruir a caduca Internacional Socialista neste hemisfério, sob a direção de Cuba. E isto não digo eu, foi estabelecido no Congresso Intercontinental em janeiro de 1996. Antes, em 1991, se elaboraram os estatutos e elegeram-se os diretores. Vejam bem: Partido Comunista de Cuba, Partidos dos Trabalhadores (Brasil), Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (El Salvador), Movimento Bolívia Livre, Partido da Revolução Democrática do México, os Tupamaros do Uruguai. Em 1992 entraram nas direções a União Revolucionária Nacional Guatemalteca, um grupo de terroristas que seguem as idéias do Sendero Luminoso.

Já em 1995 somaram-se à direção do Foro os grupos narcoterroristas da Colômbia: FARC, ELN e M-19, (aparentemente desmobilizado), o Partido Laborista de Dominica, o Partido Revolucionário Democrático do Panamá e outros [3].

A agenda comum do terrorista Foro de São Paulo

O Foro de São Paulo tem uma agenda comum para a tomada do poder. Uma agenda que Luiz Inácio Lula da Silva, tão admirado por Henrique Capriles, ajudou a desenhar. A agenda consiste em: trabalhar pela Soberania Limitada. Em dezembro de 1992, Human Rights Watch revelou um projeto que vinham trabalhando. Chamava-se “Redefinindo a soberania”, que diz que a soberania “não deve ser um escudo atrás do qual os governos ou grupos armados possam se esconder”. Esse projeto argumenta que a soberania deve tomar o assento de trás na “ação hemisférica coletiva, no monitoramento das eleições, na resolução de conflitos, na supervisão de diálogos e acordos de paz, e na defesa dos direitos humanos”, mediante a supervisão e controle da OEA, da ONU, da Cruz Vermelha, Human Rights Watch, ou qualquer outra organização supra-nacional.

O projeto de 1992, que já está em curso, diz que “as nações do hemisfério devem promover ativamente a solução negociada dos conflitos guerrilheiros que ainda existem na América Latina”. Quer dizer, promove-se diálogos e acordos para suscitar a impunidade dos terroristas e os mecanismos para permitir o acesso ao poder com os terroristas, aliados e membros do Foro de São Paulo.

O modelo para conseguir isto, disseram em 1993, é o impulso de “Diálogos de paz” mediante o qual conseguem-se enormes vitórias políticas, não conseguidas no campo da batalha armada, e o desmantelamento oculto do Exército. Assim fizeram nas “negociações de paz” de El Salvador, onde as Nações Unidas serviram de intermediárias para a tomada do poder por parte dos narcoterroristas da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN).

Isto vai acompanhado, obviamente, de outras táticas: o exercício de uma “Comissão da Verdade” que publique mentiras como se fossem verdades oficiais. Aqui (na Colômbia) o M-19 pediu uma Comissão da Verdade que teve muito êxito, tanto que os terroristas andam soltos, impunes, exercendo cargos públicos e fazendo política, enquanto os militares que nos salvaram desta atrocidade estão presos, condenados pelo resto da vida às masmorras. E já vimos na Colômbia o informe da Comissão da Memória Histórica [4], dirigida por Gonzalo Sánchez.

Desmilitarização

O FSP diz que as nações da Ibero-América devem “redefinir a missão” de suas Forças Armadas e reduzir violentamente os orçamentos militares. Isto, ao tempo em que deve-se re-educar os militares, introduzindo-os à ideologia marxista. Por isto é que vemos personagens como Alejo Vargas, Gonzalo Sánchez, León Valencia e outros da mesma espécie, dando aulas aos oficiais de nossas Forças Militares. Carlos Gaviria, Venus Albeiro Silva e Jorge Robledo, do Polo Democrático, são membros do Foro de São Paulo, como Piedad Córdoba, do Partido Liberal e Marcha Patriótica, grupo político das FARC, também do FSP. O Foro de São Paulo disse em 1993, na declaração final de seu IV Encontro em Havana: “As Forças Armadas constituem uma das ameaças mais sérias à construção da democracia política na América Latina”. Tomas Borge, sandinista e membro do FSP disse que “os exércitos servem para dar golpes de Estado e para reprimir o povo (…) São um câncer em nossos países (…) não há razão para que continuem existindo”. Lula da Silva, admirado profundamente por Capriles, disse em 1994: “Creio que já temos forças armadas suficientes no mundo (…) Temos que diminuir o aparato militar”.

Legalização das drogas

O FSP diz que a guerra contra as drogas é um fracasso absoluto e que “devido a que os narcóticos são um problema tão formidável, deve-se examinar um grau amplo de alternativas, inclusive a legalização seletiva”. Já desde 1995 Evo Morales, nessa ocasião chefe da CAPHC, disse que aqueles que lutam contra o narco-tráfico têm uma “mentalidade hitleriana”, e que “defender a coca é defender a dignidade da soberania nacional”. Rigoberta Menchú, a estrela reluzente do comunismo indigenista, pediu então a Evo que lhe preparasse um documento que ela apresentaria ante a ONU para demonstrar que a coca é “um recurso natural e cultural dos povos andinos”, e para exigir “uma ação urgente da ONU para defender seu cultivo e consumo”. Façam-me o favor!

Política econômica

O FSP defende os acordos de livre comércio, os TLC, sem restrições de nenhuma ordem. Por que? Porque eles restringem a soberania nacional. A intenção oculta destes TLC indiscriminados é limitar a eleição soberana das nações contratantes a fim de alcançar benefícios estabelecidos de comum acordo. Quer dizer, o comunismo castrista ataca no papel o livre comércio do neo-liberalismo, porém compartilha totalmente seu enfoque. Apóiam o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a entrega da soberania a organizações internacionais de política econômica. Lula da Silva, admirado por Capriles, disse que “deve-se apoiar isto porque é socialismo prático, para se adaptar à realidade mundial”. Navarro Wolf, do M-19, diz que “louvo o Fundo Monetário Internacional por ter posto disciplina no manejo monetário, e isso ajuda na integração”. “Eu diria – disse Navarro – que essa é a parte positiva do neoliberalismo que forçou os empresários a ser mais responsáveis”.

Apoio ao regime de Castro

Embora pareça estranho a vocês, há funcionários norte-americanos afeitos aos Castro. Fazem lobby para adiantar negociações nos bastidores com o regime dos Castro com a finalidade de normalizar as relações com os Estados Unidos. O argumento com o qual baseiam tais pretensões, é que“o regime de Castro já não é uma ameaça de segurança convencional e ideológica para nenhum país vizinho, e certamente não para os Estados Unidos”.“Além disso – diz o informe de 1995 – Cuba reduziu sua interferência nos assuntos de outras nações”. Isso disseram em 1995. Perguntem hoje à Venezuela, perguntem à Colômbia!

Dizem os propagandistas do FSP que os candidatos de esquerda “não procuram usar a democracia como uma via para o socialismo”. Perguntem à Venezuela… Perguntem à Colômbia! Dizem também que – e isto Jorge Dominguez, membro do Grupo Especial de assuntos com Cuba, disse em 1993: “Qualquer dúvida que alguém possa ter sobre qualquer dos candidatos (da esquerda do FSP) é pueril, eles não estão fazendo agora o que faziam antes. Navarro Wolf não está disparando em mais ninguém, não está colocando bombas por aí. O mesmo se aplica a uma variedade de outros grupos que deixaram a violência…”. Isso Dominguez disse em 1993… e isso mesmo dizem hoje os terroristas disfarçados com terno e gravata.

Os guerrilheiros de hoje são camponeses, políticos e intelectuais de dia, enquanto que na escuridão seguem ameaçando a democracia da Colômbia, planejando atentados, traficando com coltán ou com coca, ordenando assassinatos seletivos, planejando emboscadas, atentando contra opositores ao regime de seus afetos. E fazem tudo cobertos com o guarda-chuva da legalidade.

Então, queridos amigos, a ameaça que se encerra sobre as nações da América Latina, já majoritariamente conquistados pela supranacional narcoterrorista chamada Foro de São Paulo, é algo palpável e espantoso. Já nos tiraram o mar territorial, vão pelo arquipélago de San Andrés, pelo Urabá, pela Guajira e pelo Catatumbo, todas regiões vitais para seu projeto expansionista e criminal.

Já caiu a Venezuela. A Colômbia se mantém de pé, apesar do camarada Santos, cognome “Santiago”. Porém, não por muito tempo. Outras novas anistias e indultos já estão às portas do forno para os piores criminosos da Colômbia, para os mais apátridas e sanguinários. Já deram aos do M-19 e hoje temos os resultados: perseguição judicial infame contra os melhores combatentes de nossas Forças Militares, solapamento de nossos valores, controle sobre o sistema educacional e judiciário, controle de universidades e colégios, prefeituras, governadores de estado e institutos descentralizados para usar os recursos públicos como caixa menor do terrorismo. Também se converteram em referências morais e ideológicas, e isto aceitamos como se fosse assunto de pouca monta. Já caiu a Venezuela. E o golpe final para a Colômbia culminará em Juan Manuel Santos e seu sinédrio de traidores, com cúpula e tudo, ao entregar nosso amado país nas fauces dos criminosos das FARC que, do mesmo modo que os do M-19, se converterão em nossos congressistas, nossos prefeitos, nossos professores, nossos líderes espirituais, nossos exemplos de virtude, decência e honestidade. Que tragédia…

***

Notas da tradutora:

[1] Equivalente às nossas “Comunidades Quilombolas”

[2] Aqui temos o “Grito dos Excluídos”

[3] Ver meu artigo: “Os Santos e sua militância castro-comunista” (nota do autor).

[4] Ver “As Forças Militares devem escrever a Memória Histórica do Conflito”

Traduzido por Graça Salgueiro.

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Sem choro, é hora de reagir https://portalconservador.com/sem-choro-e-hora-de-reagir/ https://portalconservador.com/sem-choro-e-hora-de-reagir/#respond Mon, 27 Oct 2014 13:13:23 +0000 http://portalconservador.com/?p=1187 read more →]]> 1. Não estou decepcionado. Sabia desde o início que seria muito difícil derrotar o governo petista, e isto, por três motivos básicos: a) a militância fanática, que não se abre ao bom senso e não admite as evidências, para a qual seus representantes podem fazer o que quiserem e sempre estarão justificados de antemão; b) a corrupção do povo, pois muito se critica a corrupção política, realmente nefasta, enquanto não se percebe que o povo foi corrompido por estes mensalões populares que compram o voto e denigrem as consciências — é a literal vitória do malufismo, “roubam, mas fazem”; c) o próprio sistema eleitoral não confiável — quem não se questionou pela inédita distância entre o encerramento da votação e a apuração pública? (Os próprios petistas sempre fizeram questão de acompanhar em bloco as apurações, que, agora, colocam sob o manto do mistério de três horas — “acuse-os do que você faz…”).

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2. O PT nunca esteve tão fraco. Metade da população acordou e lutou contra a maré. Esta “vitória” de Dilma foi muito entre aspas… Ela quase perdeu, nós quase ganhamos. A maior parte do congresso é oposição. O PT decresceu no país. Às vezes, queremos que as vitórias políticas venham como milagres. Somos nós que precisamos gerá-las com um movimento social, ainda em gestação. Não podemos apenas fazer militância pelo facebook, whatssap e demais “socials networks”, precisamos realmente unir forças políticas. Todavia, o povo está acordando, e tem muita gente que está inconformada em pensar apenas em “cumê, cumê, cumê”.

3. É hora de oposição, não de derrotismo. Quando agimos politicamente, temos de estar preparados para perder, legítima ou ilegítimamente, e isso de cabeça erguida. O mesmo povo que se manifestou nas últimas semanas, tem ainda mais razões para o continuar fazendo. Ontem, em seu discurso, Dilma prometeu “mudanças ainda maiores”, “fazer a reforma política”, além do que dizia durante a campanha, como “priorizar a educação”, “lutar pela igualdade de gênero”, “proteger a segurança da mulher”, todos eufemismos para a mudança de regime, imposição da ideologia de gênero e ampliação do aborto. Teremos de dar todo apoio ao Congresso para a destituição dos Conselhos Populares, a proteção da constituição, e a defesa da vida e da família.

Portanto, não nos desanimemos. É hora de reagir. Quanto aos irresponsáveis que elegeram este governo totalitário e messiânico, espero de coração que não precisemos todos perecer para que eles comecem a entender.

Escrito por Pe. José Eduardo.

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