Igreja Católica – Portal Conservador https://portalconservador.com Maior Portal dirigido ao público Conservador em língua portuguesa. Sat, 22 Feb 2020 20:25:05 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.3.2 65453639 A força de 1,5 milhão de devotos marianos em todo o Brasil https://portalconservador.com/a-forca-de-15-milhao-de-devotos-marianos-em-todo-o-brasil/ https://portalconservador.com/a-forca-de-15-milhao-de-devotos-marianos-em-todo-o-brasil/#respond Sat, 22 Feb 2020 20:23:47 +0000 https://portalconservador.com/?p=4686 read more →]]> Ao longo da história, foram muitas as iniciativas de homens que se reuniram para recitar o Terço. No Brasil, o primeiro registro do movimento do Terço dos Homens data de 8 de setembro de 1936, no povoado Vila da Providência, em Itabi (SE). A ideia foi de um frade franciscano, o Frei Peregrino, de Penedo (AL), que fazia um trabalho missionário em municípios sergipanos.
Desse primeiro grupo, participavam 220 homens. Um deles era Antonio Menezes, que morreu em 2011, aos 90 anos.

“Todos os sábados, o Frei Peregrino fazia o sermão no Santuário e, depois, chamava os homens para fazer um sermão só para nós. Só podia entrar quem tinha mais de 16 anos. Como eu já tinha essa idade, pude entrar. Depois de alguns encontros, ele nos perguntou se gostaríamos de fundar o Terço dos Homens. A partir daí, começou o movimento”, contou Antonio Menezes, em um histórico depoimento registrado em vídeo. O Terço dos Homens espalhou-se por Sergipe e chegou a Pernambuco, mais precisamente ao Santuário da Mãe Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt, em Recife, de onde foi propagado para o restante do País.

DEVOÇÃO MARIANA

O Terço dos Homens não é a primeira iniciativa devocional mariana protagonizada por homens na Igreja. No passado, foram diversos os grupos que surgiram na forma de confrarias, federações, pias, uniões e associações. Um dos mais famosos foi a Congregação Mariana, fundada pelos jesuítas em 1563, em Roma.

Inspirados em Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, os congregados marianos faziam um ato de consagração a Nossa Senhora, tornando-se como um “cavaleiro de Maria”, na defesa da fé, em uma época em que se difundia o protestantismo.

A Congregação Mariana chegou ao Brasil em 1583, no Colégio dos Jesuítas da Bahia, em Salvador, sob a responsabilidade de São José de Anchieta.

Com o crescimento do Terço dos Homens no País, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) designou Dom Gil Antônio Moreira, Arcebispo de Juiz de Fora (MG), como referencial deste movimento (leia entrevista com o Bispo na página 16), que atualmente tem cerca de 1,5 milhão de membros em todo o Brasil.

Que nenhum homem reze sozinho

Pietro, 4 anos, brincava enquanto todos entoavam a canção “O Terço”, de Roberto Carlos. A ingenuidade de quem ainda não compreende o sentido desta oração estava a apenas um banco de distância da experiência de Zezinho, 93, que segurava com mão firme o seu Terço.

As duas gerações se encontram todas as quartas-feiras, das 20h às 21h, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no bairro de Pirituba, Região Episcopal Lapa. Formado em 5 de maio de 2016, este grupo é reconhecido pelo número expressivo de frequentadores. Os encontros sempre começam com a leitura das intenções do Terço, com base nas preces trazidas pelos participantes.

Valter José Lourenço, coordenador do movimento no local, afirmou que sua principal atribuição é zelar para que nenhum homem reze sozinho, uma vez que as dezenas são pronunciadas de forma coletiva, em um revezamento entre os bancos. Esse formato, segundo ele, foi pensado para estimular novos leitores para a Paróquia. O grupo também inspira outros serviços pastorais, como o dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão.

No começo, de 30 a 35 homens participavam, mas a intensa divulgação, sobretudo nas missas, e o apoio do Padre José Pedro Batista, Pároco, fizeram com que o número crescesse, chegando à média de cem pessoas por encontro. As mulheres, por sua vez, são exortadas a incentivar seus maridos a participar dos encontros do Terço dos Homens.

“O maravilhoso do Terço dos Homens é a interação total com a Igreja, é uma realidade mundial, e sua tendência é ser ainda maior. Nós temos essa esperança!”, disse o coordenador paroquial.
Edson Teixeira frequenta a Paróquia Nossa Senhora dos Remédios, da Diocese de Osasco (SP), onde também participa do Terço dos Homens, mas sempre reza com os amigos todas as quartas-feiras na igreja em Pirituba.

Jorge de Oliveira rememorou que a criação do grupo na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora se deve à experiência de comunidades próximas. Para ele, o principal não é a igreja estar cheia: o essencial neste grupo é a devoção a Nossa Senhora e a confiança em sua intercessão.

José Nicolino do Nascimento conheceu o Terço dos Homens quando se reaproximou da Igreja Católica. Seu filho, Eliudes, que tem síndrome de Down, sempre o acompanha. José acredita que o Terço na igreja em Pirituba o ajuda a ser um pai melhor e trata os encontros do grupo como prioridade.

‘SOMOS ESPELHOS’

No ano 2000, por incentivo do Padre João Batista Dinamarquês, na época Pároco da Paróquia Sagrada Face, na Região Episcopal Belém, formou-se um grupo com 25 homens, que, semanalmente, reuniam-se para rezar o Terço, meditar o Evangelho e partilhar experiências cotidianas. Em 2016, ao perceber o crescimento do Terço dos Homens em paróquias vizinhas, o grupo decidiu tomar para si a missão deste movimento.

Os encontros ocorrem sempre na primeira quinta-feira de cada mês, às 6h. Segundo Laércio Pires, nunca na história do grupo existiu a presença de um coordenador, pois todos se organizam voluntariamente e fazem os encontros acontecerem.

“Nós sempre lembramos que somos espelhos. As pessoas que nos encontram no mercado, na feira ou em outros lugares do bairro nos observam. Estamos sempre dando o exemplo, pois somos parte de um grupo de oração da Igreja, e a oração nos transforma por dentro”, salientou. Com a reza do Terço, em seu entender, é possível que ocorra uma mudança no comportamento paterno e familiar. Ele recordou que muitos homens se emocionam enquanto pedem, em oração, a intercessão para o sofrimento e condições difíceis dos filhos.

ENGAJAMENTO PAROQUIAL

Na Paróquia Nossa Senhora do Brasil, no Jardim América, Região Episcopal Sé, o grupo do Terço dos Homens surgiu em outubro de 2015. Inicialmente, eram dez membros, hoje são cerca de 50 homens que se reúnem todas as terças-feiras, às 20h.

“No Terço, temos amigos de fé que se encontram para rezar, e isso gera muita conversa positiva e um maior engajamento na comunidade. Embora a maior parte seja de paroquianos, o Terço foi instrumento para muitos casos de conversão, pois os membros trazem outros amigos”, explicou Luiz Conrado, coordenador do Terço dos Homens na Paróquia.

Na primeira terça-feira de cada mês, é realizado o Terço com todas as famílias, seguido de confraternização. Na semana seguinte, acontece uma reflexão preparada pelo Padre Michelino Roberto, Pároco. A última terça-feira é dedicada a orações pelos falecidos. O grupo também realiza, periodicamente, a adoração ao Santíssimo Sacramento.

Um dos momentos marcantes do grupo foi a organização de uma procissão luminosa, em 2016, que levou às ruas do bairro a imagem peregrina de Nossa Senhora das Graças. Desde então, a procissão se repete anualmente. Os membros também são muito engajados e costumam estar na organização da Semana Santa, do Tapete de Corpus Christi e de outros eventos paroquiais.

“Rezar o Terço diariamente é um ato de piedade, pois a devoção a Nossa Senhora é algo grandioso. O fato de rezar toda semana em grupo reforça essa prática na caminhada de fé”, ressaltou Conrado, destacando que a presença nos encontros gera mudanças positivas também na relação familiar.

TRANSFORMAÇÃO DE VIDAS

Na Paróquia Nossa Senhora do Loreto, na Vila Medeiros, Região Episcopal Santana, todas as segundas-feiras, às 20h, aproximadamente 50 homens se reúnem para reza do Terço. O grupo surgiu em março de 2014, com o objetivo de envolver os homens na comunidade paroquial e reunir as famílias.

“Nós percebemos uma grande mudança nos homens que participam, pois muitos tiveram a graça de deixar seus vícios. Já ouvi muitos depoimentos de mulheres relatando que os maridos tiveram uma grande transformação”, disse Edmar da Silva, um dos coordenadores do movimento na Paróquia.

Como gesto concreto, é realizada mensalmente a arrecadação de alimentos para as famílias carentes assistidas pela comunidade. Também há a reza do Terço nas residências. “Quando alguma família está necessitando de oração ou enfrentando uma enfermidade, rezamos nas casas. Nós trabalhamos muito esse relacionamento, buscando estar atentos às necessidades dos nossos irmãos”, declarou.
Silva assegurou que, depois que começou a participar do movimento, sua vida se transformou: “Passei a ser uma pessoa melhor, pois penso muito mais na minha família. Outro diferencial é a intimidade criada com os amigos do Terço, que se tornam verdadeiros irmãos”.

Aos pés da Mãe Aparecida

80 mil participantes do movimento em todo o Brasil foram ao Santuário Nacional de Aparecida, entre os dias 14 e 16, para participar da 12ª Romaria Nacional do Terço dos Homens, com o tema “Terço dos Homens: fonte de graças” e o lema “Confiantes como Maria”.

Além das missas realizadas ao longo desses dias, os romeiros participaram de procissões luminosas, adoração ao Santíssimo Sacramento, vigílias e partilharam suas experiências de fé em Deus e de devoção a Nossa Senhora.

“Em 2011, eu sofri um acidente de moto grave, passei dois meses e 15 dias no hospital e, infelizmente, tive que amputar a perna. No decorrer da recuperação, eu tive várias turbulências, pois eu não aceitava a minha situação. Foi no Terço dos Homens que encontrei a libertação e onde eu obtive uma direção. Faz um ano e dois meses que participo do grupo do Terço e lá estou encontrando um novo meio para viver. Para mim, está sendo a salvação”, testemunhou Gabriel Antonio Lopes, de Pontal (SP), durante a oração do mistério luminoso, no interior da Basílica de Aparecida, no sábado, 15.

Jornal O SÃO PAULO. Arquidiocese de São Paulo-SP.

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Padre polonês morre estrangulado em paróquia de Brasília https://portalconservador.com/padre-polones-morre-estrangulado-em-paroquia-de-brasilia/ https://portalconservador.com/padre-polones-morre-estrangulado-em-paroquia-de-brasilia/#respond Sun, 22 Sep 2019 14:43:19 +0000 https://portalconservador.com/?p=4516 read more →]]> Vítima de latrocínio, o pároco da paróquia Nossa Senhora da Saúde, na 702 Norte, em Brasília, foi assassinado na noite deste sábado (21/9)

O padre Kazimierz Wojno, de 71 anos, conhecido popularmente como padre Casemiro, tinha 46 anos de sacerdócio, segundo informou em nota a Arquidiocese de Brasília. Casemiro foi vítima de latrocínio, roubo seguido de morte, depois que homens armados o renderam nas proximidades da casa paroquial que estava em obras, após uma celebração da missa. A Polícia Civil suspeita que quatro homens tenham participado do crime.

Diversos objetos da igreja foram roubados e o religioso foi encontrado com pés, mãos e pescoço amarrados. O caseiro José Gonzaga da Costa, 39, foi amarrado no local e conseguiu pedir socorro. Ele sofreu escoriações nos braços e nas mãos e foi transportado, estável e orientado, pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital Regional da Asa Norte.

Esta não é a primeira vez que a paróquia Nossa Senhora da Saúde sofreu assaltos. O próprio padre Casemiro vinha trabalhando afim de melhorar a segurança das instalações da igreja. No vídeo a seguir postado pelo Correio Braziliense, o delegado Laércio Rossetto fala rapidamente sobre o andamento das investigações.

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Muçulmanos e cristãos não adoram o mesmo Deus, alude cardeal Raymond Burke https://portalconservador.com/muculmanos-e-cristaos-nao-adoram-o-mesmo-deus-alude-cardeal-raymond-burke/ https://portalconservador.com/muculmanos-e-cristaos-nao-adoram-o-mesmo-deus-alude-cardeal-raymond-burke/#respond Sun, 10 Feb 2019 13:37:39 +0000 https://portalconservador.com/?p=4393 read more →]]> De acordo com o ex-chefe da mais alta corte do Vaticano, o cardeal Raymond Burke (foto), muçulmanos e cristãos não adoram o mesmo Deus, já que Allah é um “governador”, enquanto o cristianismo foi “fundado no amor”.

A crença moderna de que o islamismo e o cristianismo são fundamentalmente os mesmos “é muito influenciada por um relativismo de uma ordem religiosa”, disse o cardeal em uma recente coletiva de imprensa.

“Eu ouço as pessoas dizendo para mim, bem, todos nós estamos adorando o mesmo Deus. Nós todos acreditamos no amor. Mas eu digo pare um minuto, e vamos examinar cuidadosamente o que é o Islã e o que nossa fé cristã nos ensina.”

“Eu não acredito que seja verdade que todos nós estamos adorando o mesmo Deus, porque o Deus do Islã é um governador”, disse Burke. “A sharia é a lei deles, e essa lei, que vem de Allah, deve dominar todo homem eventualmente.” O Cardeal disse que, diferentemente do cristianismo, a sharia “não é uma lei fundada no amor. Dizer que todos nós acreditamos no amor simplesmente não é correto ”. O cristianismo e o islamismo não apenas diferem quanto à natureza de suas leis, propôs Burke, mas também em sua abordagem ao proselitismo e à vitória sobre os convertidos. No final, ele disse, nós temos que entender que “o que eles acreditam mais profundamente, o que eles atribuem em seus corações, exige que eles governem o mundo”. As palavras do cardeal ecoaram as recentes declarações de um prelado católico da Hungria, que advertiu que as enormes ondas de migrantes que chegam à Europa devem-se, em grande parte, a uma “vontade de conquista” muçulmana. “A jihad é um princípio para os muçulmanos, o que significa que eles precisam se expandir”, disse o arcebispo Gyula Marfi em uma entrevista em agosto. “A terra deve se tornar dar al-Islam, isto é, território islâmico, introduzindo a sharia – a lei islâmica”.

As duas palavras dos prelados, de fato, encontram confirmação em recentes afirmações do próprio Estado Islâmico na última edição de sua revista de propaganda, Dabiq.

“De fato, travar a jihad – espalhar o governo de Allah pela espada – é uma obrigação encontrada no Alcorão, a palavra de nosso Senhor”, diz o texto.

O Estado Islâmico estava reagindo especificamente às alegações do Papa Francisco de que a guerra travada por terroristas islâmicos não é de natureza religiosa, assegurando ao pontífice que sua única motivação é religiosa e sancionada por Allah no Alcorão.

“Esta é uma guerra divinamente garantida entre a nação muçulmana e as nações de descrença”, afirmam os autores em um artigo intitulado “Pela Espada”.

O Estado Islâmico atacou Francisco por sua afirmação de que “o Islã autêntico e a leitura adequada do Alcorão se opõem a toda forma de violência”.

O papa Francisco “lutou contra a realidade” em seus esforços para retratar o Islã como uma religião de paz, insiste o artigo, antes de pedir a todos os muçulmanos que adotem a espada da jihad, a “maior obrigação” de um verdadeiro muçulmano.

Em uma coletiva de imprensa em julho, o papa Francisco disse aos jornalistas que o mundo está em guerra, mas isso não é uma guerra religiosa.

“Toda religião quer a paz”, disse ele.

Em sua conferência de imprensa, o cardeal Burke insistiu que “o que é mais importante para nós hoje é entender o Islã a partir de seus próprios documentos e não presumir que já sabemos do que estamos falando”.


Traduzido por Salve Roma. Original em inglês (Breitbart).

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Em pleno 2018, um novo cisma abala os cristãos https://portalconservador.com/em-pleno-2018-um-novo-cisma-abala-os-cristaos/ https://portalconservador.com/em-pleno-2018-um-novo-cisma-abala-os-cristaos/#respond Tue, 23 Oct 2018 20:33:08 +0000 https://portalconservador.com/?p=4278 read more →]]> Aleteia (23.10.2018) – Acaba de acontecer a maior ruptura desde o grande cisma de 1054.

No último dia 15 de outubro, o Patriarcado de Moscou rompeu com o Patriarcado Ecumênico de Constantinopla. Não se trata de uma ruptura teológica: o motivo é territorial e político. No dia 11, o patriarca ecumênico Bartolomeu I, de Constantinopla, tinha concedido a autocefalia (independência) à Igreja Ortodoxa na Ucrânia, que, até então, dependia da jurisdição russa. Em reação, o patriarca Kirill, de Moscou, rompeu a comunhão eucarística dos russos ortodoxos com o Patriarcado Ecumênico de Constantinopla e, por conseguinte, com todas as Igrejas ligadas a ele.

A medida representa um novo e grave cisma entre os cristãos, considerado o maior da história depois do grande cisma de 1054, que separou Constantinopla de Roma e que perdura até hoje. Este cisma de 2018 fragmenta a “comunhão plena” da ortodoxia, pela qual os sacerdotes de diferentes patriarcados podiam celebrar juntos e os fiéis de uma Igreja ortodoxa podiam receber os sacramentos em outra. Agora, isto deixa de valer para os russos, que se isolam da comunhão com os demais cristãos ortodoxos.

Para entender melhor o que aconteceu nesta metade de outubro, é preciso retornar alguns séculos na história.

O nascimento de Constantinopla

No ano 330 d.C., o imperador romano Constantino decidiu criar uma “nova Roma”: com a Roma antiga avançando inexoravelmente rumo à decadência, ele transferiu a capital do Império para a cidade de Bizâncio, que foi então renomeada em homenagem a ele e passou a ser chamada de Constantinopla. Trata-se da atual Istambul, a metrópole da Turquia moderna e uma das maiores cidades do planeta.

Em 381, o bispo de Constantinopla reivindicou um “primado de honra” entre as Igrejas cristãs devido à posição da cidade como capital imperial. Esse reconhecimento o destacaria entre os demais patriarcas cristãos e, em termos honoríficos, o colocaria logo abaixo do Papa, cuja sede continuava em Roma.

Depois da morte do imperador Teodósio, que, sediado em Constantinopla, foi o último a governar um Império Romano ainda unificado, consumou-se a fatídica divisão do Império Romano entre Oriente e Ocidente. A partir dessa divisão política, as pretensões do bispo de Constantinopla encontraram suficiente acolhimento no Concílio de Calcedônia, em 451, para alçá-lo a um posto de honra e lhe conceder jurisdição sobre várias dioceses. Esta decisão, porém, nunca foi reconhecida pelo Papa, dado que foi tomada depois que os legados de Roma no concílio já tinham retornado ao Ocidente.

O surgimento da “ortodoxia”

Em Constantinopla continuou a fortalecer-se a convicção de que cabia ao bispo local um patriarcado com autoridade absoluta, ainda que honorificamente inferior ao papado. A separação ia se tornando mais nítida com as diferenças culturais entre o mundo latino e o greco-oriental, que se estendiam também a certas concepções teológicas. Mas as diferenças mais críticas eram principalmente políticas: os imperadores do Oriente não queriam, afinal, que a Igreja do seu império estivesse submetida à autoridade estrangeira de um Papa sediado em Roma. Isto os levava de modo natural a apoiar as pretensões de independência dos patriarcas orientais.

Chegou a ocorrer um breve cisma entre os anos de 863 e 867, encerrado pelo patriarca Fócio, de Constantinopla. Mas o grande cisma não pôde ser evitado: em 1054, quando as relações com Roma já eram praticamente nulas, o patriarca Miguel Cerulário se empenhou em evitar as tentativas de restabelecê-las. Reabriram-se nesse contexto as polêmicas já iniciadas por Fócio, séculos antes, a respeito das diferenças entre os ritos e costumes latinos e os greco-orientais. Enfatizaram-se ainda discordâncias teológicas e, principalmente, deixou-se de reconhecer o primado de jurisdição do Papa, numa decisão em que as demais Igrejas do Oriente seguiram a de Constantinopla. O cisma estava consumado: o mundo cristão se dividiu então entre romanos e ortodoxos.

As diferenças entre ortodoxos e católicos

O termo “ortodoxo”, em grego, quer dizer “doutrinalmente correto“. No entanto, as diferenças no tocante à doutrina católica são muito poucas. A mais expressiva diz respeito à procedência do Espírito Santo: para os ortodoxos, Ele procede apenas de Deus Pai, enquanto os católicos professam que Ele procede do Pai e do Filho. Esta discordância teve grande peso no cisma de 1054, mas hoje é entendida como uma diferença de ênfase teológica e não propriamente como uma diferença de dogma.

A proximidade doutrinal é tão grande que a Igreja católica considera válidos os sacramentos celebrados pelas Igrejas ortodoxas. Isto também se deve ao fato de que a Igreja católica reconhece que as ortodoxas preservam legitimamente a sucessão apostólica.

Grosso modo, a grande questão que as mantém separadas é mesmo a do primado de jurisdição do Papa. Outras diferenças menores entre católicos e ortodoxos estão ligadas ao calendário, a normas disciplinares e a costumes culturais.

As diferenças dos ortodoxos entre si

Existem 14 Igrejas ortodoxas autocéfalas, ou seja, independentes umas das outras. Elas reconhecem o primado honorífico do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, mas não estão sujeitas à sua jurisdição. Esse primado tem caráter apenas simbólico: o patriarca de Constantinopla é comumente descrito, em latim, como “primus inter pares“, isto é, “o primeiro entre os iguais“.

Em termos doutrinais, todas essas Igrejas professam a mesma fé e celebram basicamente os mesmos ritos, com algumas diferenças culturais. As 14 Igrejas autocéfalas incluem os 4 patriarcados da antiguidade (Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém, que, junto com Roma, formavam a “pentarquia” do primeiro milênio cristão). As outras 10 são as Igrejas da Rússia, da Sérvia, da Romênia, da Bulgária, da Geórgia, de Chipre, da Grécia, da Polônia, da Albânia e, conjuntamente, a da República Tcheca e Eslováquia.

Existe também a Igreja Ortodoxa da América, sediada em Nova Iorque, mas a sua autocefalia não é reconhecida por todas as Igrejas – Constantinopla, emblematicamente, não a reconhece.

Rumando à unidade cristã

Até o século XX, os líderes da Igreja católica e das Igrejas ortodoxas não tinham realizado nenhum encontro desde o cisma de 1054. A primeira reunião aconteceu em 1964, quando o Papa Paulo VI se encontrou em Jerusalém com o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Atenágoras, e ambos levantaram as mútuas excomunhões que estavam em vigor havia 910 anos.

O diálogo foi se aprimorando cada vez mais a partir desse histórico reencontro. O Papa João Paulo II, um dos maiores propulsores do diálogo ecumênico e inter-religioso de todos os tempos, enfatizou com força a necessidade da “comunhão afetiva” antes de se chegar à “comunhão efetiva”.

O Papa Bento XVI viajou à Turquia em 2006 para visitar o Patriarca Ecumênico Bartolomeu, que retribuiu a visita em 2008 em plena festa de São Pedro e São Paulo: na ocasião, Papa e Patriarca deram uma homilia conjunta e rezaram juntos o credo em grego. No mesmo ano, Bartolomeu participou do Sínodo dos Bispos no Vaticano.

Em 2013, Bartolomeu compareceu à missa de inauguração do pontificado de Francisco, um fato inédito desde o cisma de 1054. Em 2014, Francisco e Bartolomeu repetiram o encontro de Paulo VI e Atenágoras para celebrar os 60 anos do encontro de Jerusalém. Pouco depois, Bartolomeu voltou a estar presente no Vaticano quando o Papa Francisco reuniu para um momento de oração os presidentes de Israel e da Palestina. Francisco ainda dedicou uma seção de sua encíclica Laudato Si’ aos ensinamentos de Bartolomeu sobre os cuidados que devemos ter com o meio ambiente. Em 2017, o Papa também se dispôs a alterar a data em que os católicos celebram a Páscoa, visando celebrá-la simultaneamente com os ortodoxos.

A tensa relação entre católicos e ortodoxos russos

Um dos mais importantes passos pendentes na aproximação entre as Igrejas ortodoxas e o catolicismo era o encontro entre um Papa e o Patriarca de Moscou.

Esse evento é particularmente importante devido ao grande peso da Igreja russa dentro do mundo ortodoxo: trata-se da mais numerosa das Igrejas ortodoxas autocéfalas, com cerca de 150 milhões de fiéis, praticamente a metade do total.

O encontro era dificultado principalmente por acusações de proselitismo dirigidas pelos ortodoxos russos aos católicos do país, embora apenas 1% dos russos sejam católicos.

As relações foram sendo aquecidas por encontros cada vez mais frequentes entre delegações das duas Igrejas.

Assim como seu antecessor, o Patriarca Kirill sempre se mostrou muito crítico no tocante à Igreja católica, mas, ao abrir o sínodo dos bispos ortodoxos russos em 2013, reconheceu “a necessidade de unir forças em defesa dos valores tradicionais cristãos e de se contrapor a algumas ameaças da modernidade, como a secularização agressiva, que ameaça as bases morais da vida social e privada, a crise dos valores da família e a perseguição e discriminação contra os cristãos no mundo”.

O longamente ansiado encontro entre um Papa e o Patriarca de Moscou finalmente aconteceu em fevereiro de 2016, quando Francisco e Kirill se reuniram em Havana durante a viagem apostólica do Papa a Cuba e ao México.

A tensa relação entre ortodoxos russos e ucranianos

Existem – ao menos até aqui – três grandes Igrejas Ortodoxas na Ucrânia.

A Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscou esteve sob a jurisdição russa desde 1686, por decisão do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla.

A Igreja Ortodoxa Autocéfala Ucraniana é uma dissidência surgida em 1921, reinstalada em 1990 após a queda do comunismo soviético e liderada hoje pelo metropolita Macarius.

Por fim, a Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Kiev é outra dissidência, fundada em 1992 e hoje liderada pelo patriarca Filaret.

A decisão tomada neste mês pelo Patriarca Ecumênico Bartolomeu, de Constantinopla, reabilitou Filaret, Macarius e os fiéis das suas Igrejas, que estavam excomungados. Os dois grupos voltaram, assim, à plena comunhão com o Patriarcado Ecumênico.

Juntas, essas duas Igrejas têm cerca de 14,5 milhões de fiéis e, agora, devem unificar-se numa nova Igreja Ortodoxa autocéfala. Isto quer dizer que essa nova Igreja ortodoxa se torna totalmente independente do Patriarcado de Moscou e passa a ser reconhecida por toda a ortodoxia – com exceção do próprio Patriarcado de Moscou.

O atrito entre as Igrejas da Rússia e da Ucrânia tem natureza política.

O presidente russo Vladimir Putin enxerga no Patriarcado de Moscou um importante braço da sua influência sobre a Ucrânia, país com o qual a Rússia está em guerra. A ocupação da Crimeia pela Rússia em 2014 piorou a já difícil relação entre os países. Putin também vê na Igreja Ortodoxa Russa um fator crucial para a hegemonia cultural da Rússia no Leste Europeu – e o patriarca Kirill é visto internacionalmente como um importante aliado do mandatário.

Por outro lado, o presidente ucraniano Petro Poroshenko fomenta por motivos óbvios a independência da Igreja ortodoxa em seu país. Ele próprio encaminhou ao patriarca Bartolomeu, em abril, o pedido de autonomia. Em agosto, Bartolomeu informou a Kirill sobre a iminência da autocefalia a ser concedida à Ucrânia, o que levou a Igreja Ortodoxa Russa a não mais mencionar o nome do patriarca ecumênico durante a liturgia.

Na segunda semana de outubro, Bartolomeu reuniu o sínodo de sua Igreja e reiterou a decisão de conceder a autocefalia aos ucranianos, o que, para os russos, é particularmente difícil de aceitar porque o próprio berço do cristianismo russo é Kiev, a capital da Ucrânia moderna.

Por enquanto, o novo cisma é a nova realidade das relações entre essas Igrejas e povos irmãos.

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O julgamento de Jesus Cristo e a crucificação masculina https://portalconservador.com/o-julgamento-de-jesus-cristo-e-a-crucificacao-masculina/ https://portalconservador.com/o-julgamento-de-jesus-cristo-e-a-crucificacao-masculina/#comments Mon, 17 Sep 2018 23:41:57 +0000 http://portalconservador.com/?p=4092 read more →]]>

Jesus Cristo foi preso sem culpa, acusado sem indícios, julgado sem testemunhas legais, apenado com veredito errado, e por fim, entregue à mercê da boa vontade de um Juiz. (Roberto Victor Pereira Ribeiro)

A história de Jesus Cristo é conhecida no mundo inteiro e o seu julgamento, o maior escândalo de ilegalidades processuais de todos os tempos, cuja condenação descumpriu os ritos judiciais da época, da lei hebraica e também da lei romana. A sua sentença já estava pronta, assim como as dos homens atualmente.

1. AS ACUSAÇÕES JUDAICAS

Jesus foi acusado por Caifás, perante o Sinédrio, de praticar os crimes de blasfêmia, profanar o sábado e ser um falso profeta, segundo o ordenamento hebraico. O crime de blasfêmia consistia na negação ao monoteísmo, todavia, Jesus disse que era o filho de Deus e que estaria sentado ao seu lado, não que ele era um deus, mais um deus ou um novo deus, ser filho é um privilégio e estar ao lado, um status, logo fato atípico, e inexistindo esse crime.

Jesus, porém, guardava silêncio. E o sumo sacerdote disse-lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho do Deus. Respondeu-lhe Jesus: É como disseste; contudo vos digo que vereis em breve o Filho do homem assentado a direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu. Então o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou; para que precisamos ainda de testemunhas? Eis que agora acabais de ouvir a sua blasfêmia. (Mateus 26:63-65)

Também foi acusado de profanar o sábado, dia sagrado e por isso, com algumas regras e recomendações, por exemplo, a realização mínima de atividades. É verdade que Jesus praticou um milagre no sábado, todavia não estava tipificado em lei a sua proibição, bem como a condenação para esse tipo de delito consistia em pena de prisão pelo prazo de 7 dias, não pena de morte. Passar-se por profeta também era crime, e ocorria pela inexistência de realização das profecias, que desestabilizava a ordem social.

2. AS ACUSAÇÕES ROMANAS

Diferentemente do direito hebraico, o direito romano não possuía viés religioso e acusaram Jesus de crimes políticos: incitação ao não pagamento de tributos, sedição e declaração de ser rei.

A primeira acusação, incitação à não pagar os tributos devidos consistia em crime contra a ordem pública, com fulcro na Lei das XII Tábuas, o que hoje seria uma inadimplência fiscal e em caso de fraudes, crime de sonegação de impostos, conforme as leis nº 8.137/90 e nº 4.729/65. Entretanto, o condenado não proferiu nenhuma palavra que tipificasse esse delito, pelo contrário, afirmou aos seus seguidores e ao povo que deviam cumprir as leis:

Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. (Mateus 22:21)

Denominar-se Rei, enquanto questões terrenas, seria sim uma afronta ao Imperador, e também crime, contudo, Jesus não intencionava ser um imperador, e tomar o lugar de César, mas a sua fala em ser Rei era puramente religiosa e espiritual, não física. Já o crime de sedição, consistia em desordem e conspiração, um crime contra a segurança do estado:

E, levantando-se toda a multidão deles, o levaram a Pilatos.
E começaram a acusá-lo, dizendo: Havemos achado este pervertendo a nação, proibindo dar o tributo a César, e dizendo que ele mesmo é Cristo, o rei. E Pilatos perguntou-lhe, dizendo: Tu és o Rei dos Judeus? E ele, respondendo, disse-lhe: Tu o dizes. E disse Pilatos aos principais dos sacerdotes, e à multidão: Não acho culpa alguma neste homem. Mas eles insistiam cada vez mais, dizendo: Alvoroça o povo ensinando por toda a Judéia, começando desde a Galiléia até aqui. (Lucas 23:1-5)

3. PRISÃO

A prisão de Jesus foi acordada entre os romanos e judeus, que ignoraram a ausência de provas, para a manutenção da ordem social vigente, vulgo, a manutenção inabalável dos poderes do Imperador e da tradição. A prisão aconteceu a noite, nas vésperas da páscoa (Pessach), uma das festas mais importantes para lembrar a existência de um único Deus, no momento da cerimônia de Sefer e ausente de qualquer mandado de prisão, porém já aguardado por Jesus, que se encontrava em oração, traído por Judas Iscariotes.

Quando Jesus acabou de orar, atravessou o vale de Cedrom com os seus discípulos. Eles foram para o outro lado do vale, onde havia um jardim. Judas, o traidor, conhecia aquele lugar, pois Jesus costumava ir ali com seus discípulos. Então Judas foi para lá se encontrar com ele. Ele estava guiando alguns soldados romanos e um grupo de guardas do templo enviados pelos líderes dos sacerdotes e pelos fariseus. Eles estavam armados e levavam lanternas e tochas. 4 Jesus sabia tudo o que ia acontecer. (João 18:1-4)

4. JULGAMENTO JUDAICO E ROMANO

Como já mencionado, Jesus foi acusado perante os judeus, sob o viés religioso, mas também pelos romanos, por crimes políticos, e em ambos inexistiam provas e acusações fundamentadas. Com a prisão, Jesus foi levado para o interrogatório, realizado por Anás, que não era mais um sacerdote do Sinédrio, e realizado na casa de Caifás. Faz-se mister ressaltar que o Sinédrio não possuía competências penais, mas legislativa, bem como a total incompetência de Anás para exercer o interrogatório, assim como a inquirição realizada sem qualquer aviso ou publicidade.

O julgamento romano, foi demasiadamente semelhante, ocorreu no praetorium, realizado pelo Governador Pilatos (e na época não existia o princípio da separação dos poderes, checks and balances, logo, Pilatos era o acusador, promotor, mas também o juiz). Pilatos não encontrava nenhum crime nas atitudes e falas de Jesus, mas o clamor da população, ativado pelos judeus e sacerdotes, condenaram-no a morte.

Então, Pilatos foi até lá fora e perguntou-lhes:
—De que é que vocês acusam este homem?
Eles responderam:
—Se ele não fosse um criminoso, nós não o teríamos trazido até o senhor.
Então Pilatos disse aos judeus:
—Por que vocês não o levam e não o julgam vocês mesmos, de acordo com a lei de vocês?
Eles responderam:
Nossa lei não permite matar ninguém. (João 18:29-31)

Pilatos ainda sofreu ameaças da população, por acreditar na inocência de Jesus Cristo:

Então Pilatos respondeu:
—Vocês que o levem e que o preguem na cruz vocês mesmos, pois eu não encontro nenhum crime nele.
Os judeus responderam:
—A nossa lei diz que ele deve morrer, pois ele afirma que é o Filho de Deus!
(Quando Pilatos ouviu isto, ficou com mais medo ainda.) (João 19:6-8)

Posteriormente, e no seu último gesto, Pilatos lavou as mãos, numa demonstração de covardia, e entregou o condenado.

5. ILEGALIDADES: NO PROCESSO DE JESUS CRISTO E NOS PROCESSOS MASCULINOS

No julgamento instituído contra Jesus, desde a prisão, uma hora talvez antes da meia-noite de quinta-feira, tudo quanto se fez até o primeiro alvorecer da sexta-feira subsequente, foi tumultuário, extrajudicial, e atentório dos preceitos legais. (Rui Barbosa)

Inexistiram testemunhas da defesa, bem como a defesa técnica propriamente dita, assim como qualquer notícia pública; julgamento noturno e produção de testemunhas falsas de acusação; condenação por fato atípico e impunível; ausência de mandado de prisão, assim como falta de indiciamento; incompetência de Anás no julgamento do Sinédrio; prisão a noite; porte de armas durante a prisão – o que era crime na cerimônia de Páscoa; confissão de Jesus em ser filho de Deus, o que isentaria de pena de morte; a sentença já estava pronta, independentemente dos acontecimentos; tortura ao condenado e penas diferentes da tipificação legal. No julgamento romano também houve arbitrariedade, como a ausência de delatio criminis, não houve rol de culpados, nem prazo de 30 dias para colheita de provas, como a lei determinava; ausência de jurados; provas falsas; flagelo e tortura para quem não era escravo, e pena de crucificação para crimes não puníveis com essa medida.

São inúmeras ilegalidades, que podem ser analisadas fria e calmamente, em ambos julgamentos, mas no presente, nos interessam as ilegalidades comuns e também presentes no cenário judiciário atual, quando o acusado é um homem. Importante lembrar que a ilegalidade começa antes mesmo do processo, na fase do inquérito.

a) Prisões ilegais

Com a utilização da Lei Maria da Penha, inúmeras mulheres que não sabem lidar com o término da relação, traição, divisão dos bens, valor da pensão alimentícia recebida para a sua manutenção da sua vida até encontrar um emprego ou “permanente” (no caso das que dependem da renda do marido), mas que não mantém os luxos e satisfações que tinha ao lado do deste, bem como qualquer outra característica narcisista, que fale mais alto, acusam injustamente o homem de violência doméstica, como punição ou chantagem para obtenção do que deseja. Teoricamente, há necessidade de provas, mas na prática, diversos homens são presos com a mera palavra da vítima, mesmo que os exames médicos (perícia) nada detectem de vestígios – assim como ocorreu com Jesus, em que a mera palavra dos que queriam afastá-lo da sociedade, por egoísmo, foi capaz de prendê-lo e condená-lo.

b) Cerceamento de defesa

Embora todo acusado tenha direito a defesa técnica e também de realizar a própria defesa, através do interrogatório, quando o homem é acusado por uma mulher, de violência doméstica ou estupro, automaticamente a sua sentença está pronta, pois culturalmente atribuímos ao feminino o papel de vítima, como se até o presente elas se comportassem como Maria, bem como enraizou-se a falácia da “cultura do estupro”, em que culpabiliza-se o homem.
Não existe cultura do estupro, mas cultura da falsa acusação de estupro… essa sim é aplaudida todo dia, incentivada
, ou será que alguém conhece uma transgressora dessa, que destrói a vida de um homem e que precisa ficar em ala separada no presidio para não virar a “princesinha” das colegas? Não, vocês não conhecem, porque um estuprador é punido e repreendido até mesmo dentro de uma penitenciária, porque ninguém tolera crime contra a dignidade sexual, mas a denunciação caluniosa é aceita com naturalidade. Assim como vivemos a “cultura” da falsa acusação de estupro, vivemos também a cultura da impunidade, a cultura do vitimismo, a cultura que ignora a criminalidade feminina.
A palavra da mulher, embora no processo penal inexista hierarquia de provas, prevalece sobre as demais. Não há presunção de inocência, mas presunção de culpabilidade. Semelhante ao julgamento de Cristo, não?

c) Ausência de fato típico punível

A demonização do homem, forçosamente empurrada no seio da família, das escolas, dos veículos de comunicação, contribui para a criação de um novo crime, não tipificado, que é o “crime de ser homem”. Hoje basta ser homem, hétero, e que não faça parte de nenhuma “minoria” que será automaticamente culpado por todos os crimes, afinal, os homens têm uma dívida história com as mulheres, por um dia terem praticado violências contra elas. Entretanto, nada se diz a respeito, o meio jurídico não questiona as inúmeras condenações de homens inocentes, bem como as discrepâncias na aplicação das penas, para os mesmos crimes, praticados por homens e por mulheres. E Jesus, condenado por crime que também não era tipificado, o de praticar milagre ao sábado.

d) Pena diversa da legal

Os crimes impostos à Jesus não eram penalizados com a morte e tampouco com a crucificação, mas com simples pena de prisão. E os homens, o que tem com isso? Recebem sentenças condenatórias, mesmo inocentes, por um julgamento cultural e midiático, mas também recebem sentenças, quando culpados, por um crime que na verdade não existe, chamado de feminicídio, que serve aos interesses públicos feministas e marxistas, bem como dividir a população e coloca-la em estado de guerra contra o masculino. Não existe homicídio por ser mulher, caso existisse, o sujeito ativo do feminicídio não seria apenas o homem, mas a mulher, em relações homossexuais, comprovadamente mais violenta que relações heterossexuais; existe apenas homicídio, que ocorre entre pessoas, e não por questões de sexo.

A Constituição Federal diz que todos são iguais perante a lei, porém, essa lei penaliza de modo diferenciado os homens, em detrimento de mulheres. Feminicidio é o aumento da pena para um crime já existente, homicídio doloso, que inclusive, conforme o Atlas da Violência edição 2018, informa que em 2016 ocorreram 62.517 assassinatos, e desse número, 4.645 mulheres, logo 57.874 assassinatos de homens – importante mencionar, que o respectivo informe produzido pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), não diz explicitamente sobre a taxa de homicídios de homens, diferentemente do que ocorre com a taxa feminina. Essa discrepância não é recente, no ano de 2010, entre os homicídios 47.749 (ou 91,4%) eram de homens; em 2001 44.040 vítimas masculinas (ou 91,8%); na década de 80 não era diferente, 90% dos homicídios também eram de homens (12.534 do total de 13.910). Onde está o feminicídio se historicamente os homens sofrem em média 90% dos homicídios? O feminicídio encontra-se apenas na lei, no marketing ideológico e consequentemente nas pautas feministas que ganham incentivos públicos para propagar informações parciais.

Ainda, as alterações hormonais, como a menopausa e a tensão pré-menstrual (TPM) são levadas em consideração na dosimetria da pena, pelos nossos magistrados, por caracterizar “violenta emoção”. Crimes quando praticados em tal estado emocional e hormonal são denominados de crime de ímpeto, curto circuito, explosivo ou de vontade instantânea. Mas por que nenhum juiz aplica tal atenuante nos casos de andropausa, fenômeno hormonal e psíquico que atinge os homens a partir dos 40 anos, ou por que ninguém discute a respeito? Porque assim como Jesus sofreu com discrepâncias judiciais, os homens também sofrem. Os homens não são julgados pelos crimes que praticam, ou que são acusados de praticar, são sentenciados por serem homens, assim como Cristo foi condenado por ser filho de Deus.

e) Linchamento público

A partir do momento em que o homem é acusado falsamente de estupro, antes mesmo da sentença condenatória, já é condenado ao linchamento público, perda de emprego e/ou clientes, tem que mudar de cidade, sofre ataques inesperados, agressões físicas e verbais, tem a sua liberdade de ir e vir tolhida, ainda na fase de inquérito policial; em inúmeros casos é preso inocentemente, com a mera palavra da “vítima” e violentado no presídio e contrai doenças sexualmente transmissíveis; durante o processo perde o vínculo com os filhos, que pode nunca mais ser recuperado, impedido do exercício à paternidade; assim como Cristo, que foi violentado, sem ter praticado crime algum, e que mesmo se houvesse praticado, tinha direito a defesa.

f) Julgamento parcial

O julgamento de Jesus foi meramente simbólico, pois a sentença já estava premeditada, com base na inveja, e vingança por atrair atenção do povo, assim como o Judiciário brasileiro, que permite que mulheres se vinguem por meros aborrecimentos cotidianos com anuência do Estado.

Jesus foi crucificado pela multidão, que escolheu libertar Barrabás em seu lugar, assim como a mídia que incentiva o ódio aos homens e cobre as mulheres com o véu da inocência. Ocorre que o Mestre escolheu morrer, e fazer um sacrifício de vida pelo bem comum, pela melhoria da humanidade, diferentemente dos homens, que não querem e tampouco lhes foi perguntado se querem se sacrificar pelas mulheres e por seus antepassados que podem ter cometido alguma violência contra as damas.

Não há correta aplicação das leis no julgamento proporcionado aos homens, mas o ignorar de direitos humanos e manipulação em todas as instâncias, policial e judicial, com usurpação de defesa e execução brutal pelo estado e pelas mulheres, assim como Cristo foi executado brutalmente pelos romanos e pelos judeus. Vive-se a época de verdadeiros assassinatos praticados pelo poder estatal, que causam a morte social e também física, para realizar um fim especifico, a desordem e porque não, o desvio de verbas de políticas públicas que não passam de folhas de papel, desnecessárias, pois inexiste mulheres em risco, mas homens com direitos negligenciados, demonizados e manipulados forçosamente, como fantoches na mão do ventríloquo chamado Estado.

Se uma mulher quiser destruir um homem, ela consegue (psicologicamente), e agora, moralmente, fisicamente e socialmente, com o apoio legal, assim como os sacerdotes judaicos tiveram o apoio do direito romano para ceifar a vida de Jesus, como planejaram.

Apropriando-me de Agamben, os homens, réus, enfeitam e cumprem a história já determinada pelos que detém o poder e ditam as regras, Jesus, “aquele que veio para cumprir a lei, aquele que foi mandado ao mundo não para julgá-lo, mas para salvá-lo, deve submeter-se a um processo sem julgamento”, o que não é o objetivo dos homens, mas que é imposto a figura masculina assim mesmo. “O juiz pode apenas entregar o acusado ao carrasco, não pode julgá-lo. O indeciso Pilatos e o decidido Jesus não têm nenhuma decisão a tomar”, a sentença já está pronta e ela é sempre condenatória.


Referências:

Agamben, G. Pilatos e Jesus. São Paulo: Boitempo, 2014.
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatorio_institucional/180604_atlas_da_violencia_2018.pdf
https://marihamm.jusbrasil.com.br/artigos/196386015/o-julgamento-de-jesus
https://saraproton.jusbrasil.com.br/artigos/581886942/a-falacia-da-discriminacao-positiva-e-o-esquecimento-dos-direitos-dos-homens
https://saraproton.jusbrasil.com.br/artigos/621302366/setembro-amarelo-e-as-causas-do-suicidio-masculino
https://www.conjur.com.br/2018-abr-01/embargos-culturais-julgamento-jesus-representa-indecisao-judicial-opiniao-publica

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A primeira Universidade Católica do mundo https://portalconservador.com/a-primeira-universidade-catolica-do-mundo/ https://portalconservador.com/a-primeira-universidade-catolica-do-mundo/#respond Sat, 30 Jun 2018 17:05:48 +0000 http://portalconservador.com/?p=4025 read more →]]> A humanidade conhece, periodicamente, eventos que se transformam em elementos originários e estruturantes da nossa civilização. No início da era cristã, ocorreu um fato cuja complexidade e caráter insólito o transformaram em ponto axial da nossa história ocidental e fonte perene de questionamento. Trata-se do encontro entre o cristianismo nascente e o pensamento helênico

Valendo-se de toda a arquitetônica conceitual da filosófica grega, o pensamento cristão primitivo construiu sua sistematização e consolidação até a etapa final do medievo. Daquele encontro surgiu a questão da articulação entre fé e razão. Encontramos durante esse longo período de quinze séculos diversas posições sobre essa questão que não será completamente resolvida. A questão recebeu atenção crescente na alta idade média, o período da escolástica e no século XIII com o empenho de vários teólogos. No entanto, foi, sobretudo, Tomas de Aquino que conseguiu apresentar uma síntese original entre fé e razão que permitiu uma racionalização da fé colocando de acordo o pensamento antigo e a doutrina cristã.

Nesse ambiente investigativo do medievo cristão nasceram as escolas episcopais e monacais e, posteriormente, as universidades. Não se pode compreender a carreira de um filósofo e de um teólogo medieval sem conhecer a organização do ensino durante o período da escolástica até o século XIV. O termo universitas designa comunidade. A universitas studiorum – universidade dos estudos – é uma forma de comunidade, autônoma e que se livra das amarras do direito comum. A Universitas não designava, então, como a entendemos hoje, um conjunto de faculdades, mas um conjunto de mestres e alunos que se dedicavam aos estudos das artes, do direito e da teologia. Studium generale ou também universale designava um centro de estudos no qual estudantes de origem diversa poderiam ser recebidos.

Foi por necessidade de independência que nasceram as primeiras universidades; independência da autoridade eclesiástica: de fato a primeira geração de universidades, as de Bolonha, de Paris e de Oxford dentre outras, se constituíram em reação contra os bispos que governavam as escolas estabelecidas sob o teto de suas catedrais. Essas universidades conseguiram sua independência graças ao apoio papal. A essas universidades seguiram outras durante o século XIII, XIV e XV. Nenhuma delas recebeu, então, a designação de universidade católica.

Escolhi apresentar brevemente a história e as características de uma universidade que, embora tendo sido instituída no século XV, foi durante sua longa história uma instituição de prestígio. Criada como “Universidade de Louvain” conheceu uma história atribulada, viu passarem por seus muros eminentes personagens, como professores e alunos, que formaram, através dos séculos, a sociedade da região que, à época, incluía a atual Holanda e a atual Bélgica. Esteve sob domínio francês e holandês até a secessão e a formação do reinado da Bélgica, em 1830.

A Universidade de Louvain ou Studium Generale Lovaniense ou Universitas studiorum Lovaniensis, foi fundada, em 1425, por um príncipe francês, Jean de Bourgogne, Jean IV, duque de Brabante (província belga), com o consentimento do papa Martinho V. Nessa época, observava-se uma constante histórica. A fé cristã em lugar de ser individualista, sempre teve a tendência de se incorporar nas instituições, em particular aquelas dedicadas ao ensino. O ensino das artes liberais e outros saberes, como o direito e, sobretudo, a medicina não constituia um fim em si, mas um meio de se atingir o fim último da existência, a saber a fé que conduz à salvação. Desse modo, as faculdades de teologia se desenvolveram rapidamente no seio das universidades.

Na Universidade de Louvain, em 1432, sete anos após a fundação, foi instalada a Faculdade de Teologia. Engajada nos debates da sociedade desde a origem da Reforma, a Faculdade de Teologia da Universidade de Louvain foi a primeira, em novembro de 1519, a condenar abertamente Martinho Lutero, antes mesmo da bula de excomunhão de Leão X, no ano seguinte. Claro que, atualmente, por conta do espírito ecumênico deve-se questionar o sentido dessa condenação radical. No entanto, à época, não deixava de ser um tipo ousado de engajamento.

A universidade foi fechada oficialmente, em outubro de 1797, em aplicação da lei de 15 de setembro de 1793, que suprimia todos os colégios e universidades da república francesa.

A antiga Universidade de Louvain, que teve como professor e reitor Cornelius Jansen ou na forma latina Jansenius, o defensor da doutrina agustiniana da graça, foi até o fim do antigo regime, justamente o grande centro doutrinal do jansenismo na Europa.

Em 1819, foi reaberta com a designação de Universidade de Estado de Louvain, mas, novamente, fechada em 1883. Em 1835, os bispos belgas reinstituiram a antiga Universidade de Louvain com a designação de Universidade Católica de Louvain pela carta pontifícia de 13 de dezembro de 1833, de Gregório XVI, no espírito das universidades gregorianas da reconquista católica empreendida por esse papa. A direção da universidade foi colocada sob a autoridade direta dos bispos belgas.

No dia 4 de agosto de 1879, no segundo ano de seu pontificado, o papa Leão XIII publicou a carta encíclica Aeternis Patris, sobre a restauração da filosofia cristã conforme a doutrina de Santo Tomás de Aquino. Na sua primeira carta encíclica, Inscrutabili Dei consilio, de 21 de abril de 1878, ele assinalou a suprema importância da filosofia tradicional para as escolas católicas, do ponto de vista social, do ponto de vista da exposição e da defesa da fé cristã, assim como da perspectiva do progresso de todas as ciências. Entretanto, sendo conveniente reatar com a grande tradição medieval, ponderava como impositivo o discernimento levando-se em conta o progresso das ciências dos tempos modernos e da necessidade de se adaptar às concepções antigas às condições do pensamento atual. Leão XIII conhecia bem a Bélgica, pois havia sido núncio apostólico em Bruxelas, de 1843 a 1846. Na época, a Universidade Católica de Louvain era a única universidade católica completa e essa é a característica que a diferenciou desde então. Leão XIII estava ciente das vantagens incomparáveis que representava, para a renovação das concepções filosóficas medievais, esse meio católico no qual todas as ciências eram ensinadas e na qual especialistas de todos os ramos do saber humano estavam em constante interação no ensino e na pesquisa; e que recebia já estudantes de inúmeros países estrangeiros.

No dia 25 de dezembro de 1880, Leão XIII envia uma carta pontifícia ao arcebispo de Malines, o cardeal Deschamps, para lhe solicitar providências no sentido de criar uma cadeira especial de filosofia de Santo Tomás de Aquino na Universidade Católica de Louvain. Em 1889, Leão XIII solicitou aos bispos belgas que criassem cadeiras de filosofia agrupadas em um «Instituto Superior de Filosofia» no seio da Universidade Católica de Louvain. O texto fundador foi a carta pontifícia de 8 de novembro de 1889. Os bispos nomearam como seu primeiro «presidente» Monsenhor Desiré Mercier, que seria mais tarde nomeado cardeal. Desiré Mercier era titular de um curso de «filosofia especial segundo Santo Tomás». Com o auxílio do papa, ele conseguiu obter a criação de um verdadeiro instituto ao qual acrescentou , com anuência de Leão XIII, a denominação «Escola SantoTomás de Aquino» para bem notar que o novo instituto tinha como objetivo central a renovação do tomismo preconizado por Leão XIII em sua carta encíclica, acima citada. Na mente de Monsenhor Mercier o neo-tomismo deveria constituir uma filosofia original em debate com com os problemas de seu tempo, e, especialmente, com os problemas das ciências da natureza e as ciências humanas.

Desde então, o novo Instituto consolidou sua missão e ampliou sua presença, com disciplinas filosóficas para a Universidade toda. Consolidou sua reputação segundo as diretrizes da encíclica como havia solicitado o papa aos bispos belgas. Sua atuação se deu em quatro direções principais atribuídas progressivamente ao ensino e à pesquisa: o estudo histórico e crítico dos grandes filósofos, reflexão epistemológica sobre as técnicas e métodos das ciências, o questionamento sobre as relações entre a fé cristã e a razão, a interrogação sobre a interação da filosofia com a vida social.

O Instituto Superior de Filosofia ocupou um lugar relevante na Universidade Católica, pela característica de sua implantação, seguindo as diretrizes diretas do papa Leão XIII, e pelos propósitos de sua vocação direcionada ao ensino da Filosofia em atenção à carta encíclica Aeterni Patris, assumindo o compromisso de trabalhar na renovação do pensamento de Tomás de Aquino e de seu pensamento erigido como modelo da formação filosófica para os futuros presbíteros. A seriedade com que tomou para si a relevância do diálogo constante entre a filosofia e as ciências foi amplamente facilitada pelo fato, acima mencionado, de que a Universidade Católica de Louvain foi, desde essa sua implantação, herdeira da antiga Universidade de Louvain, como Universidade Católica, a única universidade católica completa no mundo, abrigando todos os ramos do saber ora existentes.

A Faculdade de Teologia, Sacra Facultas Theologiae, foi erigida no dia 7 de março de 1432, pelo papa Eugênio IV. Os mestres da Faculdade se interessavam, sobretudo, por questões de moral e a faculdade permaneceu, de início, bem impermeável aos progressos do humanismo, abrindo-se, pouco a pouco, posteriormente, às pesquisas de teologia positiva. Foi em Louvain que foi redigida, ao final de 1519, a primeira censura de toda a cristandade contra os escritos de Lutero, tendo a Faculdade de Teologia redigido, à intenção dos dominicanos, um resumo das verdades religiosas atacadas pelo inovador. O teólogo alemão Hubert Jedi, em sua obra História do Concílio de Trento, tomo 1, considera esse documento como a melhor realização da teologia pretridentina.

Creio pertinente afirmar-se da Universidade Católica de Louvain que ela, nos dizeres de João Paulo II, “compartilha com todas as outras universidades aquele gaudium de veritate, tão caro a Santo Agostinho, isto é, a alegria de procurar a verdade, de descobri-la e de comunicá-la em todos os campos do conhecimento” (Ex Corde Ecclesiae 1).

Escrito por Newton Aquiles von Zuben. Publicado originalmente em Jornal da PUC Campinas.

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Bispos portugueses sobre reprovação da eutanásia no país: Uma vitória da vida https://portalconservador.com/bispos-portugueses-sobre-reprovacao-da-eutanasia-no-pais-uma-vitoria-da-vida/ https://portalconservador.com/bispos-portugueses-sobre-reprovacao-da-eutanasia-no-pais-uma-vitoria-da-vida/#respond Thu, 31 May 2018 17:50:41 +0000 http://portalconservador.com/?p=4012 read more →]]> Lisboa, 31 Mai. 18 / 05:00 am (ACI).- A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) congratulou-se com a reprovação na Assembleia da República de quatro projetos de lei que propunham a despenalização da eutanásia no país, decisão que classificaram como uma vitória.

“É uma vitória da vida em todo o seu sentido, da vida que nunca deveria ser posta à votação tendo em vista a sua eliminação”, assinala nota assinada pelo secretário da CEP, Pe. Manuel Barbosa. Os quatro projetos apresentados pelos partidos PS, BE, PAN e PEV foram discutidos e votados pelos deputados portugueses na terça-feira, 29 de maio, obtendo a maioria dos votos contrários à legalização da eutanásia.

“Como afirmou o Cardeal-Patriarca de Lisboa Dom Manuel Clemente, Presidente da CEP, devemos ir sempre no sentido de uma ‘sociedade solidária e paliativa onde todos se sintam protegidos. A vida é um bem absoluto e por isso tem que ser absolutamente protegido e promovido’”, reforça a nota.

No dia da votação dos projetos no Parlamento, centenas de pessoas se reuniram em frente ao Parlamento para se manifestar contra a eutanásia, em uma iniciativa promovida pela Federação Portuguesa pela Vida, responsável pela campanha ‘Toda Vida tem Dignidade’.

Além disso, durante os últimos dias, diversas manifestações foram realizadas para expressar a opinião contrária da população à despenalização desta prática no país.

Diante disso, a CEP considerou que a decisão dos deputados é também “uma vitória da democracia e de todos os que se empenharam na defesa da vida, desde as inúmeras instituições da sociedade civil e das várias associações de profissionais católicos até às confissões religiosas, com realce para a declaração comum destas confissões contra a Eutanásia”, assinada em 16 de maio pelo Grupo de Trabalho Inter-religioso Religiões-Saúde.

“Reconhecemos ainda o papel ativo que todas as comunidades cristãs e os seus pastores tiveram neste processo de defesa da vida através da oração e da sensibilização”, completa a nota.

Publicado originalmente em ACI Digital.

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Mais 10 filmes conservadores para você assistir – Parte 3 https://portalconservador.com/mais-10-filmes-conservadores-para-voce-assistir-parte-3/ https://portalconservador.com/mais-10-filmes-conservadores-para-voce-assistir-parte-3/#comments Sat, 17 Feb 2018 23:20:56 +0000 http://portalconservador.com/?p=3793 read more →]]> 1. Silêncio (2016)

Dirigido pelo famoso diretor americano Martin Scorsese e com participação de Liam Neeson (o Barão de Ibelin em Cruzada) como um padre jesuíta, o filme retrata a dura perseguição sofrida pelos católicos no Japão do século XVII, onde o cristianismo fora proibido. De um solo inicialmente fértil para a difusão do cristianismo (onde se apontava mais de trezentos mil fieis), a reunificação do Japão promovida por um novo governo proibiu as ordens católicas, infligindo até mesmo aos padres inimagináveis torturas. Contam-se mais de cinco mil e quinhentos mártires, recriando-se uma verdadeira fé primitiva: uma fé das cavernas. No Japão, chamavam-se Kakure Kirishitan: os cristãos escondidos.

2. Um Estado de Liberdade (2016)

Matthew McConaughey (aquele mesmo de Interestelar) é o fazendeiro Newton Knight, durante a Guerra civil americana (1861-1865). Knight luta pelo fim da escravidão, mas também contra a Secessão. Reunindo diversos fazendeiros do seu condado, chegou a instituir um pequeno Estado livre, formando a primeira comunidade inter-racial do sul dos Estados Unidos. É um filme baseado numa história real. Conservadores são em, grande medida, verdadeiros patriotas. Mas defender-se de um Estado autoritário é um direito natural. Entre o primeiro valor e o segundo, os conservadores tendem a optar pelo último.

3. Man Down (2017)

Man Down não foi distribuído no Brasil, apesar de contar com o estrelato de Shia Labeouf, o astro de Transformers. Man Down retrata o drama sofrido pelos veteranos do Exército norte-americano na Guerra do Afeganistão. Poucos militares podem sair sem sequelas – sejam físicas ou emocionais – num ambiente hostil em que se é testado todos os dias. A dor da perda dos amigos e dos familiares é permanente e irreversível – o suicídio é um problema recorrente no exército estadunidense. O filme pode ser encontrado em sites de torrent brasileiros com o seguinte título: “A Guerra (2017)”, o título mais apropriado seria “Homem ao Chão”.

4. O Sol é para Todos (1962)

Baseado no livro de mesmo nome, escrito por Harper Lee, O Sol é para Todos conta a história de um advogado branco, interpretado por Gregory Peck (ganhador do Oscar de Melhor Ator por este filme) que defende um homem negro da acusação de estupro de uma mulher branca, filha de um rico fazendeiro da região. O palco é uma cidadezinha do sul dos Estados Unidos da década de 30, onde negros são automaticamente culpados das acusações. A história é contada pela perspectiva das crianças, assumindo uma conotação pouco usual aos filmes do gênero.

5. Nocaute (2015)

Jake Gyllenhaal interpreta o lutador de boxe fictício “Billy Hope”, detentor do cinturão e invicto há 43 lutas. Imbatível, O Grande Hope não sabia o que lhe esperava – sua mulher morre num embate com um rival, atingida por uma bala perdida, e ele vê o que lhe é mais caro desmoronar rapidamente. “Nocaute”, podem dizer alguns, tem tudo para repetir o clichê dos filmes de boxe. Mas a vitória nos ringues aqui terá outro sentido, qual seja o de recuperar o amor de sua única filha. É um filme típico estadunidense, mas também valoroso como tal: individualidade e meritocracia, redenção, amor à família.

6. O Melhor Jogo da História (2005)

Shia Labeouf é o jovem Francis Ouimet, um pobre morador inglês que sempre sonhou em jogar golfe, um esporte elitizado numa sociedade inglesa do século XX. É um drama real que retratou a superação de um filho de operário imigrante, desde cedo reprimido de seus desejos de trabalhar com o esporte. Ouimet começou trabalhando como caddie e viria a ser um golfista talentoso, o primeiro amador a vencer o torneio US Open de golfe de 1913, desbancando os maiores golfistas profissionais de seu tempo, como Harry Verdon (interpretado por Stephen Dillane) e Ted Ray.

7. Tempo de Glória (1989)

“Tempo de Glória” é baseado em fatos reais, e Matthew Broderick (famoso por interpretar Ferris Bueller em Curtindo a Vida Adoidado, clássico de 1986) assume o papel do Coronel Robert Gould Shaw, um oficial branco destacado para comandar o primeiro batalhão composto unicamente de soldados negros durante a Guerra Civil Americana. O curioso é que o próprio ator é um descendente do Coronel Shaw. O filme que também conta com Denzel Washington (Oscar de Melhor Ator Coadjuvante pelo filme) retrata o preconceito típico dispensado aos negros da época, mas também o heroísmo de uma divisão inteira de negros – que em certo momento combate em solo com o próprio Shaw, lado a lado – para conquistar um forte inimigo.

8. Corações de Ferro (2014)

Normalmente a presença de Brad Pitt em qualquer filme tende a agradar bastante o público. Em Corações de Ferro, Pitt é o capitão Don “Wardaddy”, liderando um pequeno punhado de cinco soldados contra batalhões inteiras de nazistas. À parte dos típicos filmes hollywoodianos onde os protagonistas conseguem realizar proezas homéricas, Corações de Ferro deve ser visto pela qualidade técnica e pela temática principal – que não é necessariamente a guerra – mas a relação de amizade e companheirismo de cinco soldados que se veem como membros de uma mesma família. Quem desempenha papeis ainda mais importantes que o de Pitt, é certamente Logan Lerman (astro da série de livros Percy Jackson), no papel de um jovem que se recusa à fuzilar soldados rendidos, e Shia Labeouf no papel de Boyd ‘Bible’, o Bíblia, um militar metodista que roga a Deus em todos os momentos.

9. Trilogia Matrix (1999)

Poucos são aqueles que certamente não assistiram a trilogia e que permitiu a Keanu Reeves, no papel de “Neo” sua ascensão ao estrelato de Hollywood. Ocorre que os três filmes não poderiam estar excluídos de uma lista geral de filmes conservadores. A obra se revela filosófica, de difícil compreensão, não sendo incomum ser preciso assistir mais de uma vez. Ocorre que entre a “Matrix” e o mundo real há um descompasso. Escrevi um artigo explorando uma faceta do que vemos sendo uma das partes da matrix: a promiscuidade. O próprio filme é senão a própria pílula da verdade – viver na matrix ou encarar a dura verdade do mundo real.

10. O Livro de Eli

Denzel Washington estrela Eli, um andarilho num mundo pós-apocalíptico. No filme, pouco se sabe as razões de tamanha destruição – de certo, e por algum motivo, todos os livros religiosos foram queimados. Mas também o trabalho intelectual parece inexistir por completo. Poucos são os alfabetizados. “O Livro de Eli” é o seu bem mais precioso, e ele o protege à todo custo. Trata-se de um exemplar da Bíblia, tradução do Rei Jaime, a única disponível no mundo retratado. Eli precisa encontrar um lugar que lhe seja seguro. É um drama violento, mas com certas doses de religiosidade.

Gostaram da terceira parte? Vocês veem que ainda falta algum filme conservador? Deixem suas sugestões nos comentários (;

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Anti-natalistas. Espanhóis optam pela esterilização como meio de extinguir a raça humana https://portalconservador.com/anti-natalistas-espanhois-optam-pela-esterilizacao-como-meio-de-extinguir-a-raca-humana/ https://portalconservador.com/anti-natalistas-espanhois-optam-pela-esterilizacao-como-meio-de-extinguir-a-raca-humana/#respond Thu, 18 Jan 2018 00:47:52 +0000 http://portalconservador.com/?p=3780 read more →]]> Para os anti-natalistas, vida é sofrimento e o suicídio não pode resolver a questão, porque a morte também não vem isenta de dor. A solução que alguns espanhóis começam a seguir? Esterilização.

A vida é horrível: ou temos sede, ou temos fome, ou vontade de ir à casa de banho ou calor ou frio. Sofremos com desgostos de amor, despedimentos, despedidas, doenças, mortes, notas negativas, filas de trânsito ou dores menstruais. O pior? A morte não é muito melhor, bem pelo contrário, pelo que o cenário “se é assim tão mau por que não te suicidas e pronto?” não se qualifica como saída válida. O ideal, garante o filósofo a que a New Yorker deu recentemente o epíteto de “mais pessimista do mundo”, é mesmo nem sequer chegar a nascer.

Eis a premissa do movimento anti-natalista, divulgado essencialmente por David Benatar, diretor do departamento de Filosofia da Universidade do Cabo, na África do Sul, e autor de ‘Better Never to Have Been: The Harm of Coming into Existence’ (qualquer coisa como ‘É Melhor Nunca Ter Sido: O Mal de Passar a Existir’), e seguido por cada vez mais pessoas em todo o mundo.

Para Benatar, que dedica a obra aos pais — “apesar de me terem trazido para a existência” –, a saída para o universo é nada menos que a extinção da espécie humana e a forma de lá chegar o fim de todos os nascimentos. “Embora as boas pessoas façam grandes esforços para poupar os seus filhos do sofrimento, poucas delas parecem aperceber-se de que a única forma garantida de prevenir todo esse sofrimento é não lhes dar sequer vida”, escreveu o sul-africano, de 51 anos, já em 2006.

Inspirados por esta corrente de pensamento, partilhada por outros autores, como a britânica Sarah Perry, autora de ‘Every Cradle Is a Grave’ (‘Todos os berços são uma sepultura’), ou o norte-americano Thomas Ligotti, responsável por ‘The Conspiracy Against the Human Race’ (‘A Conspiração Contra a Raça Humana’), alguns espanhóis começam a tratar do assunto clinicamente.

Uma reportagem da revista Papel, do El Mundo, ouviu dois casais anti-natalistas que, garantem, nunca na vida irão ter filhos — apesar de alguns nem terem idade legal para isso, a convicção é tanta que conseguiram arranjar forma de se esterilizarem e assegurar o assunto.

Gemma Orozco, de 25 anos, garante que é antinatalista desde que se recorda — “Viver é sofrer e quem não existe não sofre. Sou anti-natalista desde que faço uso da razão” — e foi por isso que, com apenas 23 anos, se dirigiu ao centro de saúde e pediu que lhe laqueassem as trompas. “Disseram-me que não, que para fazê-lo tinha de ter pelo menos 35 anos ou dois filhos”, contou à Papel, três meses depois de finalmente fazer a intervenção, numa clínica privada. Marc, seu namorado, como não tinha seguro de saúde não conseguiu cumprir o objetivo: o sistema nacional de saúde espanhol não lhe permitiu que fizesse uma vasectomia.

“Não só lhe falei [à médica ginecologista que a consultou] sobre as minhas objeções éticas e morais face à ideia de trazer ao mundo uma pessoa sabendo de antemão que iria sofrer, como também lhe expliquei os meus argumentos ecológicos: o nosso mundo é um mundo superpovoado com gente a mais, onde a indústria pecuária é a principal responsável pelas alterações climáticas e pela desflorestação, não é razoável trazer para cá um novo ser humano. Já para não falar nos motivos políticos: vivemos sob um capitalismo terrível e sem piedade e ter um filho significa dar ao sistema um novo escravo, mais carne para canhão”, justificou Gemma Orozco à Papel. “Considero que ter um filho é um ato egoísta que responde apenas aos interesses dos progenitores“, concluiu.

Audrey García, de 39 anos, também laqueou as trompas aos 35. E, garantiu, inspiradas pelo seu blogue, que entretanto desativou, 14 pessoas ter-lhe-ão seguido o exemplo. “Falar da extinção humana pode parecer muito forte, mas a verdade é que somos algo nefasto. Extinguimos animais, destruímos o meio ambiente, não paramos de lutar. Também é inegável que só por nascer cada um de nós vai ter de lidar com o sofrimento, se não mais, pelo menos com o sofrimento e o medo que vêm com a morte.”

Publicado originalmente em Observador.pt.

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Cruz Vermelha pede para retirar todos os crucifixos dos seus centros na Bélgica https://portalconservador.com/cruz-vermelha-pede-para-retirar-todos-os-crucifixos-dos-seus-centros-na-belgica/ https://portalconservador.com/cruz-vermelha-pede-para-retirar-todos-os-crucifixos-dos-seus-centros-na-belgica/#respond Thu, 07 Dec 2017 20:45:18 +0000 http://portalconservador.com/?p=3739 read more →]]> As filiais belgas da organização de ajuda internacional receberam um e-mail do Comitê Provincial da Cruz Vermelha de Liège, no qual se pede retirar todos os crucifixos.

André Rouffart, presidente da Cruz Vermelha em Verviers, explica: “Eles nos pediram para respeitar os princípios da entidade” e a “não distinguir entre raças ou crenças religiosas”.

Do mesmo modo, Rouffart disse que os voluntários e os outros membros manifestaram seu descontento depois desta decisão, segundo informa Breitbart.

“Esta é a decadência da Bélgica. Nós substituímos o Natal pelas férias de inverno, o mercado natalino de Bruxelas agora se chama Prazeres de Inverno”, denunciou um voluntário entrevistado pela rede belga RTL, que compara o abandono das tradições nativas com a reafirmação da identidade muçulmana no país.

“As cruzes foram retiradas das casas da Cruz Vermelha e, especialmente, de Verviers, por certa parte da população”, e justifica esta decisão pelas reclamações da população muçulmana.

Recordemos que 6% da população da Bélgica é muçulmana. Ou seja, dos 11 milhões de pessoas que vivem no país, 628.751 são muçulmanos.

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