Dr. João Cavalcanti – Portal Conservador https://portalconservador.com Maior Portal dirigido ao público Conservador em língua portuguesa. Thu, 12 Sep 2019 22:29:40 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.8.1 65453639 O miserê da burocracia ou o feudalismo moderno https://portalconservador.com/o-misere-da-burocracia-ou-o-feudalismo-moderno/ https://portalconservador.com/o-misere-da-burocracia-ou-o-feudalismo-moderno/#comments Thu, 12 Sep 2019 21:13:29 +0000 https://portalconservador.com/?p=4483 read more →]]> O feudalismo não acabou. E esta é sua versão moderna, muito mais insensível e inconsequente

“Como é que o cara vai viver com 24 mil reais?” (…) “Infelizmente, não tenho origem humilde. Não estou acostumado com tanta limitação. (…) Estou fazendo a minha parte. Estou deixando de gastar R$ 20 mil de cartão de crédito e estou passando a gastar R$ 8 mil para poder viver com os meus R$ 24 mil.”

Um procurador do Estado de Minas Gerais está dando o que falar. E não é, certamente, por menos. Num país com quase 13 milhões de desempregados (e esta, sendo uma estatística do governo, é de se imaginar que o número é infelizmente muito maior) e onde 55 milhões de pessoas convivem na pobreza, e com o salário mínimo vigente de R$ 998, o servidor público em questão demonstra que vive em uma ilha da fantasia rodeada por uma bolha intransponível onde ele residiria num “limiar da pobreza”, como é possível escutar no áudio proferido numa sessão da Câmara de Procuradores do MPMG em que ele questiona o procurador-geral da Justiça, Antônio Sérgio Tonet.

Segundo o portal de transparência do MPMG, a remuneração bruta do servidor em questão em janeiro de 2019 foi de R$ 35.462,22, dos quais lhe rende uma remuneração mensal líquida de no mínimo 24 mil reais, valor que não leva em consideração as indenizações e outras remunerações retroativas e/ou temporárias. Ou seja, é mais um ilustre representante da alta burocracia brasileira, sustentado pelo “contribuinte público”, que desconhece a verdadeira realidade sócio-econômica do país em que reside. Uma grande amostra de que existe diversos “Brasis” no que já fora chamada Terra de Vera Cruz.

Por mais infeliz que tenha sido a declaração do membro do Ministério Público, esta é certamente mais uma oportunidade para repensar a desigualdade social criada e fomentada pelo próprio Estado, onde é pago na burocracia estatal salários em média 67% superiores aos que são pagos pelo setor privado. E mais além, revela parte (sendo imensamente gentil) do caráter da alta burocracia que não enxerga à quem eles deveriam servir num Estado democrático.

Esta situação escancara não somente a desigualdade, mas como as elites burocráticas brasileiras são insensíveis para quem vive em outros estratos sociais. Por mais que existam conceituações errôneas sobre o feudalismo – sistema social e político que existiu na Europa durante o medievo – a aristocracia medieval não deixava de servir a “plebe”, no geral. Lhe confiava segurança, um estado de permanência, lhes confiando a ordem e a Justiça do soberano. Nas guerras medievais, não faltam exemplos de monarcas que comandavam pessoalmente as tropas, indo mesmo à frente das batalhas e personificando a nação. No estado moderno, a burocracia sequer enxerga o plebeu. Talvez como a personificação de uma doença altamente infecciosa, ou algo a ser escondido à todo custo, mas certamente alguém à quem não se deve qualquer sentimento. Para o Estado moderno e sua burocracia, o “contribuinte” só existe no momento de pagar os impostos.

O servidor público, membro da alta burocracia, desconhece o que é ser um “servidor” e para quem ele deve de fato explicações. E é essa falta de empatia que contribui para o dissenso social. Ele vive para o salário, é empregado do Estado, trabalha por si e fim. Não que seja crime sobreviver, jamais. A desigualdade social também não deve ser vista por si mesma como algo a ser combatido, posto que a pobreza é uma condição intrínseca do ser humano. E, geralmente, é apropriada como discurso para o fortalecimento do próprio Estado, através do socialismo. Entretanto, a burocracia não deve ser jamais estática ou rígida. É esse quadro que favorece a criação de uma desigualdade mantida por um pequeno aparato de “nobres”. Mais parece algum tipo de feudalismo, porém moderno e totalmente desprovido de suas vantagens.

Burocracia é um termo certamente moderno. E por burocracia devemos compreender como uma classe de funcionários do Estado. Na antiguidade, Aristóteles trata propriamente da aristocracia, como uma forma de governo exercida pelos melhores cidadãos, por seu valor moral e intelectual. Sem maiores dificuldades, a burocracia em Aristóteles também deveria assumir uma nova roupagem aristocrática, dos melhores e destinada aos interesses da pólis, o nosso equivalente de “cidade”. No Estado moderno, a aristocracia não é moral, talvez nem mesmo intelectual. No Brasil, a aristocracia também é dos melhores – mas os melhores não por suas qualidades ou virtudes – apenas porque recebem os maiores salários.

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Lumpemproletariado, violência e desarmamento civil em prol da Revolução https://portalconservador.com/lumpemproletariado-violencia-e-desarmamento-civil-em-prol-da-revolucao/ https://portalconservador.com/lumpemproletariado-violencia-e-desarmamento-civil-em-prol-da-revolucao/#comments Fri, 11 May 2018 22:39:11 +0000 http://portalconservador.com/?p=3842 read more →]]> O intento não é o de dar uma concepção filosófica à violência, ou de explicar o porquê da existência da violência. Aqui almejo discutir como a violência é utilizada em prol da revolução, e o porquê dela ser uma alternativa a longo prazo para o crescimento do Estado. O caminho do controle de armas é uma alternativa muito mais segura do que instalar uma ditadura goela abaixo. Primeiro porque os desarmamentistas podem se esconder no discurso da paz e na suposta segurança à população que um controle de armas pode fazer, independente dos resultados fáticos. A lógica parece ser bem simples. Sem armas igual a sem crimes. Mais armas significam mais crimes – menos armas significam menos crimes, essa é a pressuposição básica de todo o discurso desarmamentista.

Os desarmamentistas seguem a constatação de que todos os “verdadeiros cidadãos” estão dispostos a entregar suas armas em prol da segurança mútua, que ficaria a cargo unicamente de uma força policial mantida pelo Estado. De fato, as campanhas em prol do desarmamento são um enorme sucesso, e milhões de cidadãos cumpridores da lei entregaram (e continuam entregando) voluntariamente suas armas ao Estado. Afinal, quem em sã consciência é contrário a paz? Apenas os loucos, talvez. Mas não há como negar que a retórica emotiva logrou um sucesso estrondoso, e os cidadãos acreditaram que estariam mais seguros se entregassem o cuidado da própria segurança nas mãos do Estado.

O grande problema reside em que nenhum dos marginais e bandidos entregou sequer uma de suas armas. Aliás, o Estatuto do Desarmamento, imposto em 2003, foi a maior das conquistas nacionais para o banditismo. Agora, e sob a proteção da lei, podem cometer crimes com armas de fogo sem ter a certeza de reação do cidadão comum. O azar, naturalmente, ocorre quando eles se deparam com policiais militares ou com policiais civis, ou ainda com cidadãos armados, cujo único crime pode ser o de possuir uma arma de fogo para sua legítima defesa. O Estatuto, por sua vez, legitimou a ousadia criminosa – e a liberdade de cometer crimes em qualquer horário e em qualquer ambiente, com a tranqüilidade de se depararam com cidadãos desarmados, mesmo quando em se tratando de invasões a domicílio. Com uma canetada, a aprovação do Estatuto do Desarmamento, bem como outras leis restritivas de armas pelo mundo afora transformou bons cidadãos, que não cometiam crimes com as armas em que eram proprietários, em “legítimos” criminosos, ao passo que proporcionou mais segurança para os verdadeiros criminosos que continuamente cometem crimes utilizando armas de fogo!

Conquistar o direito de ter a posse de uma arma de fogo – e isso significa tê-la em seus domínios privados, como em casa ou no trabalho, se trata de um verdadeiro infortúnio. Não obstante os requisitos mínimos, como a idade de 25 anos ou a ausência de antecedentes criminais (embora, a princípio, em partes legítimos), o cidadão médio se deparará com a burocracia estatal e os altos preços das armas e munições vendidas no país, que fica a cargo de um monopólio estabelecido pela Forjas Taurus, companhia de armas, aliada à cumplicidade do governo. Nunca, jamais, foi tão caro proteger a própria vida, propriedades e liberdade. O porte de arma de fogo, que compreende a utilização ostensiva de uma arma, é praticamente proibido para o cidadão comum e permitida em parte apenas para funcionários públicos. O rol é taxativo e a lei de 2003 enumera onze exceções, como integrantes das forças armadas.

O que podemos provar aqui, a princípio, é que a retórica do controle de armas, não objetiva e sequer foi produzida para proteger a população da criminalidade. Aliás, foi construída de tal modo que protege o Estado da população. De um lado têm-se os agentes estatais armados, e seus representantes políticos, ora protegidos pela polícia estatal, ora protegidos pela segurança privada, à custa do contribuinte. Do outro, uma grande população refém da criminalidade e de possíveis devaneios autoritários do Estado. Quem quer que acredite que a Era das ditaduras acabaram, está redondamente enganado – o diabo está sempre à espreita. O 4º Presidente dos EUA, James Madison Jr. (1751-1836), já dizia acertadamente que os “governos temem cidadãos com armas”.

Se os políticos modernos estão tão convencidos de que menos armas significam menos crimes, porque ainda assim fazem grande uso de seguranças armados até os dentes? Barack Hussein Obama, outrora presidente dos Estados Unidos, é o maior dos desarmamentistas na história recente da política norte-americana. Em algum momento sequer ele recusou a proteção do Serviço Secreto, ou os dispensou de proteger sua nova mansão, no número 2446 da Rua Belmont, Kalorama, no noroeste de Washington? Desarmamentistas são mentirosos. Eles não estão preocupados com a segurança dos cidadãos, mas tão apenas com a própria segurança, e que não obstante, é paga com a “contribuição” do restante dos cidadãos! Você paga ao Estado pela segurança da classe política, ao passo que ela lhe nega o direito básico à própria segurança. O presidente Donald Trump acertou em cheio quando mandou a então candidata à Casa Branca, Hillary Clinton, a desarmar seus seguranças, já que as armas são incapazes de proteger quem quer que seja.

Nos Estados Unidos, praticamente todos os últimos grandes tiroteios em escolas e lugares públicos costumam ocorrer em áreas chamadas “gun free zones”, ou em tradução livre, áreas livres de armas. Vamos imaginar que você é um atirador e desequilibrado em potencial, disposto a levar dezenas para a cova. Me parece mais do que claro que você escolheria uma área livre de armas para descarregar o pente – é algo que qualquer terrorista em sã consciência faria. Na verdade, faz. Em 12 de junho de 2016, o terrorista muçulmano Omar Saddiqui Mateen, fiel ao Estado Islâmico, matou cinqüenta e feriu mais cinqüenta e três na boate Pulse (Orlando, Flórida), voltada ao público gay. O terrorista só caiu depois de ter encontrado policiais que atenderam a ocorrência. Policiais armados, vale dizer.

O fato é que a boate Pulse se situa em uma “área livre de armas” em Orlando, devido às leis de controle de armas da Flórida. O que parece curioso a um olhar desatento é o fato do então presidente Obama cobrar ainda mais do Congresso americano controle de armas para coibir atentados dessa natureza. Não vêem como isso soa ridiculamente falso? Eram lágrimas de crocodilo. A retórica desarmamentista falha miseravelmente e a resposta encontrada por políticos democratas é justamente acentuar o mesmo discurso que produziu o retumbante fracasso. O massacre em Orlando é a maior matança a tiros dos Estados Unidos, esta é a manchete de 13 de junho no El País. Um ou mais cidadãos armados na boate Pulse – e o desfecho poderia ter sido completamente diferente.

As escolas e universidades americanas são por imposição federal áreas livres de armas, e são sempre alvos prioritários de terroristas, tanto pela tranqüilidade como pela arrasadora probabilidade de sucesso – funcionários, professores e seguranças não podem, afinal, estar armados. A justificativa democrata (como também, mesmo republicana) é a de que, proibindo as armas nas escolas, as crianças e os jovens estudantes estariam mais protegidos. Quantas vidas esta política desastrosa conseguiu destruir? Tomando como partida o massacre em Columbine, em abril de 1999, têm-se pelo menos mais de uma centena de estudantes, muitas destas crianças.

Eu gostaria de viver num mundo em que as armas não fossem necessárias. Mas a idealização não é um campo em que os conservadores são peritos. O campo que almejamos é o dos fatos, movida por uma racionalidade exemplar, atenta aos devaneios do mundo. Deixemos as utopias para os vendedores de sonhos – políticos progressistas e de esquerda. Thomas Sowell, influente economista norte-americano, acertou em cheio quando afirmou que “quando as pessoas querem o impossível, somente os mentirosos podem satisfazê-las”. O controle de armas falhou miseravelmente. Quando a criminalidade aumenta, motivada pela ideologia anti-armas, os políticos argumentam que o controle não fora efetivo o suficiente!

Quem imaginaria que um controle bem sucedido de armas ocasionaria não em um aumento generalizado da segurança e da prosperidade, mas em um verdadeiro genocídio? A história recente do século XX não parece ser suficiente para colocar por terra toda a retórica desarmamentista? Adolf Hitler objetivava a paz quando impôs a força o controle de armas para os judeus alemães? O resultado parece ser bem óbvio – e poucos são aqueles que ousam discordar do terror do holocausto. Mas foi isto que verdadeiramente ocorreu. Muitos historiadores do nacional-socialismo foram unânimes em contar os detalhes sobre a escalada e a ascensão do regime nazista ao poder. Mas eles parecem não contar sobre toda a história. E a história do holocausto se inicia com o desarmamento civil dos judeus.

A Noite dos Cristais (Kristallnacht), como ficaria conhecida posteriormente o pogrom de 10 dez de novembro de 1938, foi precedido pelo desarmamento puro e simples. Não são poucos os historiadores de esquerda que tentaram argumentar que Adolf Hitler não era um legítimo representante da causa desarmamentista, partindo da constatação de que as leis da República de Weimar quanto ao controle de armas eram bem mais rígidas e de que, portanto, Hitler deveria ser compreendido como um liberal – tão apenas porque desregulamentou a posse de rifles e espingardas, como costumam defender os liberais. Mas há um detalhe, não tão curioso assim. Tal desregulamentação é verdadeira – mas ela não era válida para ciganos ou para judeus, mas apenas para membros do establishment e do Partido Nazista. Quando a Noite finalmente acabara, noventa judeus tinham sido assassinados e quase seis mil lojas judaicas foram depredadas, incendiadas e roubadas. Do lado nazista, nenhum membro do Partido saiu ferido no episódio. Deixassem as armas nas mãos dos judeus, e a Noite provavelmente sequer teria começado. Onde quer que os nazistas fossem em suas rotineiras invasões na Europa dos anos 40 e 50, lá estavam às proibições das armas de fogo. Dois eram os caminhos tradicionais para aqueles que eram encontrados com armas: fuzilamento (de imediato), ou na melhor das hipóteses, uma estadia sem volta para um campo de concentração.

Um problema verdadeiro nasce quanto à legitimidade da existência de um registro nacional de proprietários de armas. Os nazistas fizeram um grande e maldoso uso dos arquivos – foram à caçada de todo judeu que tivesse armas para sua defesa. Confiscaram armas e patrimônio, e condenaram os judeus ao holocausto. Uma tarefa absurdamente fácil. Nome e endereço eram tudo o que os nazistas precisavam – e que foi proporcionado pela Lei de Armas de Fogo de 1928, que obrigava aos proprietários de armas constarem no registro nacional de proprietários. É preciso dizer mais do que isso? Devemos esquecer-nos desse detalhe e confiar em todo e qualquer governo? Lutar contra um registro nacional de proprietários de armas é algo que qualquer conservador prudente deve ter como bandeira, e que pode nos proteger da tirania do governo. Aliás, o único registro nacional que deve existir é aquele “negativo” – pessoas que deveriam constar como proibidas de ter armas, mas tão apenas porque são verdadeiras ameaças à sociedade civil – ou seja, criminosos condenados e pessoas desequilibradas emocionalmente.

Também há algo a se dizer sobre a tradição suíça, e como ela ajudou a proteger o povo suíço da ocupação nazista. A Suíça, um pequeno país de 41.285 km² no meio do continente europeu, foi o único remanescente a ficar livre do terror nazista. Não que ela tenha sido determinante, vale dizer, porque é preciso relembrar que os próprios nazistas conservaram grande parte de seu espólio roubado dos judeus em cofres suíços. Mas a habilidade, a quantidade de rifles e o treinamento dos suíços com o manejo de armas de fogo era um argumento tão forte que fez Hitler e seus generais de guerra repensar exaustivamente sobre os planos de invasão e como todos eles teriam um alto custo para as tropas nazistas, mesmo quando os nazistas aparentemente eram os vencedores incontestáveis na Segunda Guerra. Hitler desprezava os suíços e se havia algo a falar de positivo sobre a Suíça, era como o país caberia bem no projeto da Grande Alemanha, embora não tenha sido do ponto de vista estratégico algo que devesse ter sido feito a todo custo. A grande verdade é que não foi o exército suíço o grande responsável pela defesa da vida e da liberdade da população, mas meros cidadãos armados, treinados desde a tenra idade. Se no Brasil o esporte nacional é o futebol, na Suíça o esporte nacional é o tiro esportivo. O cenário parece desanimador para criminosos e nações estrangeiras? Certamente. Enfrentar a geografia dos Alpes já era um grande empecilho para a infantaria. Quem dirá encarar civis da ordem de 850.000 homens armados? Não obstante a paixão natural e histórica pelas armas daquele povo, que remontam ao século XIII, os nazistas sabiam que em toda residência havia armas – e que grande parte do povo era treinada para utilizá-las.

Se o Estado está verdadeiramente preocupado com a segurança da população, deve permitir o direito do cidadão comum de ter e de portar armas. As leis de armas são ineficazes porque se destinam às pessoas erradas – porque se destinam aos verdadeiros cidadãos, cumpridores da lei e que não cometem crimes. Nenhum bandido ou marginalizado jamais se submeteria a cumprir as exigências mínimas da burocracia estatal para comprar armas. Duas são as fontes naturais de origem das armas dos criminosos: a do comércio ilegal e de armas legais roubadas dos cidadãos. Preencher as exigências legais tão só para cometer crimes é uma inocência grotesca e verdadeiramente burra. O direito de ter e de portar armas deve ser compreendido como um direito inalienável, verdadeiro direito humano, concedido a todo e qualquer cidadão apto a ser proprietário. Este é o entendimento dos Pais Fundadores ao redigirem a Segunda Emenda norte-americana.

Existe um dispositivo curioso em grande parte dos Estados Unidos. Cidadãos armados, com o devido porte legal de arma, podem a vir participar de excursões policiais em prol da segurança local, quando as circunstâncias assim a exigirem. É bem comum em pequenas cidades, quando os policiais se limitam muitas às vezes em um xerife com dois ou três patrulheiros. A insuficiência numérica da polícia local pode ser rapidamente sanada com o auxílio dos próprios cidadãos, convidados pelo xerife a combater a criminalidade. É um dispositivo sem precedentes na história brasileira. A Coroa portuguesa via com grande perigo as armas nas mãos dos colonos – porque havia sempre o temor das insurreições contra o rei – o mesmo ceticismo que os governos republicanos do século XX (e de esquerda) partilham. O principal traço dos regimes autoritários latinos, de cunho socialista, é a centralização das forças de segurança nacionais. Na Venezuela, uma iniciativa dessas foi levada a cabo por Hugo Chávez e seguida pelo seu sucessor no partido, Nicolás Maduro.

A impunidade e o lumpemproletariado. Cesare Beccaria já argumentava, no clássico “Dos Delitos e Das Penas”, de que a simples existência de uma lei incriminadora não era suficiente para prevenir crimes – mas a certeza da punibilidade da conduta criminosa. Mas o que é o lumpemproletariado, na concepção criada pelo Karl Marx? São os criminosos e marginalizados, visualizados como conseqüência natural do desenvolvimento do sistema capitalista. Uma vez que eles não são os proprietários dos meios de produção e tampouco possuem acesso aos bens de consumo, só restaria a eles a criminalidade – um argumento bastante utilizado e que se mostra insuficiente para explicar o porquê de tantos adolescentes e jovens entrarem no tráfico de drogas. Se o termo foi cunhado por Marx, o certo é de que os marxistas do século XX, enraizados na Escola de Frankfurt, como Walter Benjamin, Adorno, Marcuse e Lukacs, deram uma excelente contribuição para o pensamento autoritário moderno – como podem utilizar da criminalidade para o crescimento do poder estatal. A competência para o sucesso da revolução foi transferida dos operários modernos, como pensava Marx, para os criminosos e degenerados de toda espécie, como pensam os frankfurtianos.


A violência não desponta apenas pela incapacidade do Estado de conter a violência, ela é criada ou mesmo incentivada pelos Estados autoritários, numa orgia entre legisladores e julgadores, ambos permissivos. Sistemas de progressão das penas, visitas íntimas em presídios, indultos de festas e de Natal, permissividade quanto a existência de facções criminosas, discursos de “direitos humanos”. A criminalidade é muitíssimo útil para os Estados modernos, que podem criar mecanismos e instrumentos de controle. Não é senão a pretexto da segurança pública que o Estado moderno retirou as armas do cidadão comum? O resultado foi a concentração das armas nas forças estatais e nas mãos de criminosos. Um fato curioso me veio a despertar primeiro surpresa, e depois uma crise de risos: um noticiário local veiculou com particular felicidade o excelente trabalho da polícia civil do interior da Paraíba, que apreendeu quinze armas de fogo na pequena cidade de Alcantil, armamento que “talvez” fosse utilizado para assaltos a bancos. Um idoso, de mais de oitenta anos, também foi preso. O grande problema reside justamente na qualidade do dito “armamento”. Alguém imaginaria um assalto a banco com mosquetes (sendo a última imagem meramente ilustrativa), que em verdade traria grande alegria para colecionadores? É certo que nos idos de 1650 talvez um mosquete fosse considerado tecnologia de ponta, ou ainda no limiar da guerra civil norte-americana. No século XXI, sem dúvidas alguma, uma verdadeira blasfêmia.

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Mais 10 filmes conservadores para você assistir – Parte 3 https://portalconservador.com/mais-10-filmes-conservadores-para-voce-assistir-parte-3/ https://portalconservador.com/mais-10-filmes-conservadores-para-voce-assistir-parte-3/#comments Sat, 17 Feb 2018 23:20:56 +0000 http://portalconservador.com/?p=3793 read more →]]> 1. Silêncio (2016)

Dirigido pelo famoso diretor americano Martin Scorsese e com participação de Liam Neeson (o Barão de Ibelin em Cruzada) como um padre jesuíta, o filme retrata a dura perseguição sofrida pelos católicos no Japão do século XVII, onde o cristianismo fora proibido. De um solo inicialmente fértil para a difusão do cristianismo (onde se apontava mais de trezentos mil fieis), a reunificação do Japão promovida por um novo governo proibiu as ordens católicas, infligindo até mesmo aos padres inimagináveis torturas. Contam-se mais de cinco mil e quinhentos mártires, recriando-se uma verdadeira fé primitiva: uma fé das cavernas. No Japão, chamavam-se Kakure Kirishitan: os cristãos escondidos.

2. Um Estado de Liberdade (2016)

Matthew McConaughey (aquele mesmo de Interestelar) é o fazendeiro Newton Knight, durante a Guerra civil americana (1861-1865). Knight luta pelo fim da escravidão, mas também contra a Secessão. Reunindo diversos fazendeiros do seu condado, chegou a instituir um pequeno Estado livre, formando a primeira comunidade inter-racial do sul dos Estados Unidos. É um filme baseado numa história real. Conservadores são em, grande medida, verdadeiros patriotas. Mas defender-se de um Estado autoritário é um direito natural. Entre o primeiro valor e o segundo, os conservadores tendem a optar pelo último.

3. Man Down (2017)

Man Down não foi distribuído no Brasil, apesar de contar com o estrelato de Shia Labeouf, o astro de Transformers. Man Down retrata o drama sofrido pelos veteranos do Exército norte-americano na Guerra do Afeganistão. Poucos militares podem sair sem sequelas – sejam físicas ou emocionais – num ambiente hostil em que se é testado todos os dias. A dor da perda dos amigos e dos familiares é permanente e irreversível – o suicídio é um problema recorrente no exército estadunidense. O filme pode ser encontrado em sites de torrent brasileiros com o seguinte título: “A Guerra (2017)”, o título mais apropriado seria “Homem ao Chão”.

4. O Sol é para Todos (1962)

Baseado no livro de mesmo nome, escrito por Harper Lee, O Sol é para Todos conta a história de um advogado branco, interpretado por Gregory Peck (ganhador do Oscar de Melhor Ator por este filme) que defende um homem negro da acusação de estupro de uma mulher branca, filha de um rico fazendeiro da região. O palco é uma cidadezinha do sul dos Estados Unidos da década de 30, onde negros são automaticamente culpados das acusações. A história é contada pela perspectiva das crianças, assumindo uma conotação pouco usual aos filmes do gênero.

5. Nocaute (2015)

Jake Gyllenhaal interpreta o lutador de boxe fictício “Billy Hope”, detentor do cinturão e invicto há 43 lutas. Imbatível, O Grande Hope não sabia o que lhe esperava – sua mulher morre num embate com um rival, atingida por uma bala perdida, e ele vê o que lhe é mais caro desmoronar rapidamente. “Nocaute”, podem dizer alguns, tem tudo para repetir o clichê dos filmes de boxe. Mas a vitória nos ringues aqui terá outro sentido, qual seja o de recuperar o amor de sua única filha. É um filme típico estadunidense, mas também valoroso como tal: individualidade e meritocracia, redenção, amor à família.

6. O Melhor Jogo da História (2005)

Shia Labeouf é o jovem Francis Ouimet, um pobre morador inglês que sempre sonhou em jogar golfe, um esporte elitizado numa sociedade inglesa do século XX. É um drama real que retratou a superação de um filho de operário imigrante, desde cedo reprimido de seus desejos de trabalhar com o esporte. Ouimet começou trabalhando como caddie e viria a ser um golfista talentoso, o primeiro amador a vencer o torneio US Open de golfe de 1913, desbancando os maiores golfistas profissionais de seu tempo, como Harry Verdon (interpretado por Stephen Dillane) e Ted Ray.

7. Tempo de Glória (1989)

“Tempo de Glória” é baseado em fatos reais, e Matthew Broderick (famoso por interpretar Ferris Bueller em Curtindo a Vida Adoidado, clássico de 1986) assume o papel do Coronel Robert Gould Shaw, um oficial branco destacado para comandar o primeiro batalhão composto unicamente de soldados negros durante a Guerra Civil Americana. O curioso é que o próprio ator é um descendente do Coronel Shaw. O filme que também conta com Denzel Washington (Oscar de Melhor Ator Coadjuvante pelo filme) retrata o preconceito típico dispensado aos negros da época, mas também o heroísmo de uma divisão inteira de negros – que em certo momento combate em solo com o próprio Shaw, lado a lado – para conquistar um forte inimigo.

8. Corações de Ferro (2014)

Normalmente a presença de Brad Pitt em qualquer filme tende a agradar bastante o público. Em Corações de Ferro, Pitt é o capitão Don “Wardaddy”, liderando um pequeno punhado de cinco soldados contra batalhões inteiras de nazistas. À parte dos típicos filmes hollywoodianos onde os protagonistas conseguem realizar proezas homéricas, Corações de Ferro deve ser visto pela qualidade técnica e pela temática principal – que não é necessariamente a guerra – mas a relação de amizade e companheirismo de cinco soldados que se veem como membros de uma mesma família. Quem desempenha papeis ainda mais importantes que o de Pitt, é certamente Logan Lerman (astro da série de livros Percy Jackson), no papel de um jovem que se recusa à fuzilar soldados rendidos, e Shia Labeouf no papel de Boyd ‘Bible’, o Bíblia, um militar metodista que roga a Deus em todos os momentos.

9. Trilogia Matrix (1999)

Poucos são aqueles que certamente não assistiram a trilogia e que permitiu a Keanu Reeves, no papel de “Neo” sua ascensão ao estrelato de Hollywood. Ocorre que os três filmes não poderiam estar excluídos de uma lista geral de filmes conservadores. A obra se revela filosófica, de difícil compreensão, não sendo incomum ser preciso assistir mais de uma vez. Ocorre que entre a “Matrix” e o mundo real há um descompasso. Escrevi um artigo explorando uma faceta do que vemos sendo uma das partes da matrix: a promiscuidade. O próprio filme é senão a própria pílula da verdade – viver na matrix ou encarar a dura verdade do mundo real.

10. O Livro de Eli

Denzel Washington estrela Eli, um andarilho num mundo pós-apocalíptico. No filme, pouco se sabe as razões de tamanha destruição – de certo, e por algum motivo, todos os livros religiosos foram queimados. Mas também o trabalho intelectual parece inexistir por completo. Poucos são os alfabetizados. “O Livro de Eli” é o seu bem mais precioso, e ele o protege à todo custo. Trata-se de um exemplar da Bíblia, tradução do Rei Jaime, a única disponível no mundo retratado. Eli precisa encontrar um lugar que lhe seja seguro. É um drama violento, mas com certas doses de religiosidade.

Gostaram da terceira parte? Vocês veem que ainda falta algum filme conservador? Deixem suas sugestões nos comentários (;

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A Matrix da promiscuidade https://portalconservador.com/a-matrix-da-promiscuidade/ https://portalconservador.com/a-matrix-da-promiscuidade/#comments Sat, 09 Dec 2017 13:20:27 +0000 http://portalconservador.com/?p=3743 read more →]]> Entre a “matrix” e o mundo real há um abismo. Mas o que é uma matrix? Pode indagar-se o leitor. Certamente o que vem à mente em primeiro plano, é o clássico Matrix (1999) dirigido pelos irmãos Andrew e Lana Wachowksi, e interpretado por Keanu Reeves no papel de “Neo”, consolidando-o definitivamente na história do cinema. A Neo foi oferecido duas pílulas por outro personagem enigmático, “Morpheus”. “Se tomar a pílula azul… a história acaba, e você acordará na sua cama acreditando…no que quiser acreditar. Se tomar a pílula vermelha…ficará no País das Maravilhas…e eu te mostrarei até onde vai a toca do coelho.” Resumidamente, a matrix é um mundo de ilusão, uma estrutura montada para desviar, persuadir e enganar os incautos. Dizia Jesus Cristo, registrado por João (8:44): “o diabo é mentiroso, e ele mesmo é o pai da mentira”. Mentira e ilusão são dois sinônimos perfeitos. Até mesmo Nietzsche, por razões opostas, uma vez certificara-se que “por vezes as pessoas não querem ouvir a verdade porque não desejam que as suas ilusões sejam destruídas.”

A matrix da promiscuidade é um mundo de ilusão porquê ele promete algo que é incapaz, por si mesmo, de cumprir – que é prometer liberdade e felicidade para todos. Felicidade é a palavra do século, como uma vez fora entre os filósofos gregos. Sócrates (469~399 a.C) associava a felicidade (eudaimonia) ao exercício de condutas virtuosas, tal como a justiça, que eram proveitosas à alma. O mundo ocidental contemporâneo, cada vez mais secularizado, aproxima-o dos prazeres físicos e momentâneos. De regra, imagina-se que todas as pessoas querem ser felizes. É por esta razão que o discurso da promiscuidade têm logrado tanto êxito. Ele parte do princípio que, uma vez soltando-se das garras da moralidade tradicional, é possível viver em plenitude, livre das “repressões sexuais” da moralidade que inibem o espírito animalesco humano. Herbert Marcuse, tal como o Diabo, é um destes mestres da ilusão. Ideólogo (recuso-lhe a alcunha de filósofo) da Escola de Frankfurt (foto), escreveu “Eros e Civilização” em 1955, procurando combater as teorias freudianas da psicanálise mas, evidentemente, muito mais: servir de arcabouço teórico para a Revolução sexual que se seguiria nos anos 60, conferindo legitimidade aos movimentos de contracultura, tais como o movimento hippie.

Mas qual era, certamente, o objetivo da Escola de Frankfurt, que tinha outros representantes igualmente ilusionistas como Theodor Adorno, Max Horkheimer e Jürgen Habermas? dizimar os pilares da civilização ocidental. Notadamente e principalmente, aquilo que se referiam como a “cultura judaico-cristã”, um conceito delicado e extremamente impreciso, surgido nos idos dos anos 40, como defende o rabino inglês Adam Zagoria-Moffet num pequeno artigo intitulado “O Mito da Tradição Judaico-Cristã”. À parte da discussão, a razão de viver da Escola era certamente o combate puro e simples, parafraseando C. S. Lewis, à moral cristã.

A ilusão de Marcuse em Eros e Civilização é que ele propunha – entre linhas – a utilidade do sexo em resposta ao mal-estar civilizacional. Em Marcuse, a essência da civilização é a repressão. “Mal-estar”, curiosamente, produzido pelos próprios teóricos frankfurtianos. Os frankfurtianos criaram uma tese-problema, e prontamente se dignificaram a apresentar suas próprias “soluções”: um bom uso da dialética hegeliana, deve-se dizer. Combater a civilização proporcionaria no final liberdade e felicidade à quem aderisse a ideia. A ironia de Marcuse têm início na percepção deste sobre o trabalho. É que, para além de Marx, o primeiro não conferia valor à atividade laboral, porque em si mesma ela significaria a “negação do prazer”. O curioso (ou seria o desfecho da ironia?), é que no mundo moderno, os lucros são auferidos pelos descendentes dos capitalistas que financiaram os trabalhos de Frankfurt: o trabalho, que é utilitário, é utilizado para proporcionar o prazer! A ironia era proposital? Nada aponta o contrário.

É a ilusão quem proporciona o lucro, porque há uma indústria bilionária do sexo, nascida com a revolução sexual. Num mundo cristão e, portanto, monogâmico, o sexo tem seu valor, mas seu peso é medido por valores completamente diferentes: o moral, o familiar e o religioso, tendo início com o casamento: “o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne” (Marcos 10:7). A promiscuidade retira o valor original do sexo, associando-o unicamente ao conceito do prazer, e assim o hamster (agora o gênero humano) continua correndo na roda, sem contudo, sair do lugar – mantendo viva as engrenagens que mantém a indústria sexual. A promiscuidade, que materialmente falando está intrinsecamente ligada à prodigalidade, também proporciona uma devassidão moral que deixa vestígios psíquicos na mente e químicos no corpo, em suma, desenvolve-se paulatinamente uma incapacidade emocional de respeito e afeto aos parceiros (quiçá falar em amor), de forma que a manutenção do casamento, ou se for o caso, sua dissolução, seguirá critérios meramente econômicos, geralmente ocorrendo na forma de uma pensão paga pelos homens às mulheres.

A promiscuidade feminina é preferível à masculina – não que deixe de financiar a ambos, por óbvio – pela mídia de massa e pela educação estatal porque a psique evolutiva do homem é nitidamente territorialista – mesmo os promíscuos tendem a rejeitar mulheres igualmente promíscuas para um futuro relacionamento duradouro. As feministas atribuem a esta condição do homem como uma conduta que expressa o machismo, quando é biológico. O instinto evolutivo feminino, por outro lado, tende a considerar o homem segundo critérios materiais, o de garantir a sobrevivência da mulher e das crias (hipergamia natural – as mulheres sentem-se atraídas por homens de condição material superior). Nesse entendimento, se todas as mulheres são promíscuas, não restaria aos homens opções à não ser se render a promiscuidade. Os megacapitalistas não vendem a farsa do prazer pelo lucro financeiro imediato apenas. Se são promotores da promiscuidade, é porque defendem a tese de Engels de que as famílias existem em função da propriedade privada – e esta significaria perpetuação do poder. Revolucionários à primeira vista, são extremamente conservadores nos costumes. Perdendo-se a sacralidade, a sociedade perde seu valor em si mesma e pode ser tomada de assalto por aqueles que mantém o poder e o dinheiro associados – a exemplo de uma Europa dessacralizada e pós-cristã. A descristianização é necessária pela mesma razão: o cristianismo autêntico não tolera a imoralidade. Reconhece-o, mas exige sua conversão. Se uma conversão genuína ocorre, uma monogamia temporária ou permanente renasce, valorizando a instituição familiar.

Numa sociedade exibicionista, de cunho liberal e feminista, as mulheres aprendem desde cedo a fazer bom uso do corpo, na busca por homens cada vez mais ricos e mais destacados socialmente. De monta, as mulheres influenciadas pelo feminismo em seus mais variados graus fazem pouco caso de homens comuns, porém parceiros sólidos e responsáveis, na busca desenfreada por homens melhores, quando não há necessidade evolutiva imediata para a sobrevivência ou subsistência (hipergamia artificial/midiática). Apoiam todo seu sucesso ao físico, sem certificarem-se de que um corpo atraente não se conserva por muito tempo. Por outro lado, os homens buscam recursos financeiros para agregar valor, pagando pelo sexo num exemplo clássico de prostituição indireta, e assim poder se relacionar com diversas mulheres, antes negada pela pobreza ou falta de destaque social – proporcionada pela hipergamia da mídia que vende homens de sucesso como condição ad hoc para o coito. Este é o grande truque do pensamento frankfurtiano, prometer felicidade e liberdade (através de uma falsa democracia sexual) quando apenas têm a proporcionar tristeza e escravidão econômica ou emocional, num mundo cada vez mais tecnológico e globalizado, porém que regressa moralmente aos costumes antigos, antes do advento das civilizações, onde vigorara a lei do mais forte. No final, tem-se indivíduos, de ambos os sexos, mutilados na alma e no corpo, incapazes de produzir famílias sadias e felizes. Prelúdio do Fim. Uma vez disse Nosso Senhor: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32).

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O corno, a família, o conservadorismo ou “A Vida como ela É” https://portalconservador.com/o-corno-a-familia-o-conservadorismo-ou-a-vida-como-ela-e/ https://portalconservador.com/o-corno-a-familia-o-conservadorismo-ou-a-vida-como-ela-e/#comments Tue, 12 Sep 2017 23:45:53 +0000 http://portalconservador.com/?p=3644 read more →]]> O corno é certamente uma figura emblemática, algo quiçá mitológico. Nelson Rodrigues, PhD em balzaqueologia (de fato, a maior autoridade brasileira no assunto), há muito escreveu sobre o cotidiano carioca por meio de peças teatrais e crônicas, nos idos dos anos quarenta a sessenta. O teor das obras do romancista lhe rendeu a alcunha d’O Anjo pornográfico – ao menos este é o nome de uma das suas biografias, escrita por Ruy Castro. Nelson Rodrigues era um moralista ferrenho, um grand católico mal compreendido, porque, como Nietszche, era orgulhoso de suas críticas mordazes. É de se imaginar a figura de um Nelson Rodrigues pós-virada do milênio. Que me perdoe o autor, mas os tempos modernos transformaram sua genialidade em algo trivial, banal. Permanecem, certamente, sua maravilhosa forma e leituras cómicas. Nelson Rodrigues deve ser lido e esmiuçado.

As obras do pernambucano, naturalizado carioca, não são mais “pornográficas”, e hoje se aproximam mais do cômico do que do trágico (Nelson morreu no Rio de Janeiro em 1980). E isso se deve essencialmente porque o mundo mudou, e as ondas sucessivas da revolução cultural abateram-se sobre o ocidente. O que antes era belo virou arcaico, tradicional, ou mesmo “medieval”, e na modernidade, algo a ser esquecido, apagado da memória. O mundo moderno é um terror inconclusivo, uma obra cujo objetivo é o horror ou o escárnio. Não há nada de inteiramente novo no mundo moderno, talvez exceto o da roupagem, que é o do culto ao progresso: moralmente falando, é um regressão aos velhos hábitos, e que no mundo ocidental fora suplantado pelo cristianismo.

Por exemplo, na cultura asteca, aproximadamente vinte mil pessoas eram sacrificadas ano após ano para o deus Huizilopochtli. Os indígenas americanos, por sua vez, até hoje sacrificam bebês recém- nascidos com defeitos físicos aparentes. O bebê pode ser asfixiado, envenenado ou enterrado vivo. Há algo de curioso aqui? Certamente que não. Um dos métodos modernos de aborto, consistem em “triturar” o cérebro de um feto dentro do útero. E repare bem, o aborto é visualizado na modernidade como uma conquista social das mulheres, um direito inalienável tal como é o direito ao voto. Perdeu-se a sacralidade, aquele sentimento de que as mulheres partilham um pouco da mimésis de Maria Mãe de Deus: theotókos. Isso se deve muito ao feminismo, apesar do propósito burguês que constistiu em remodelar a família. (A cultura norte-americana é um exemplo excelente deste modelo familiar: um homem e uma mulher, com filhos, em cidade distante e desconectada do patriarca familiar).

É nesta discussão sobre a moral moderna que adentro a questão sobre o homem traído. Há espaço para o homem traído no conservadorismo? Esta é uma pergunta pertinente. Parafraseando Russell Kirk, a vida é a arte do possível, e não o espaço do ideário cristão. É verdade que Jesus diz, no episódio da mulher adúltera, “vai-te, e não peques mais” (João 8:11). Mas Ele atua como um senhor misericordioso, mesmo tendo previsto que a mulher retornaria a pecar – e talvez cometendo o mesmíssimo pecado do adultério – ele diz para que não “peques mais”. É mais um convite ou desejo do que uma ordem irrevogável, dada a natureza pecaminosa do gênero humano.

O homem conservador deve perdoar? Eu penso que sim. Ele deve perdoar. Mas daí em diante, como de continuar ou de manter este relacionamento, há uma distinção gritante. O conservador não é um idealista. O passado deve ser reverenciado, jamais idolatrado. Engana-se quem pensa nestes termos, de que o passado era moralmente superior, mais feliz ou mais completo. Eu também não vejo o homem conservador como um santo, ele está mais pra um humilde aprendiz. Engana-se o homem que se vê como moralmente perfeito, e mesmo que esteja próximo disso, a vida não é um quadro da Belle Époque de Toulouse-Lautrec, e engana-se mais ainda de que, pelo facto de ser um homem culto, ele poderá reproduzir o ideal romântico em uma sociedade moralmente decadente e encontrar uma mulher virtuosa e excelente por merecimento.

Os romanos, por exemplo, entendiam o casamento mais próximo de uma figura contratual do que como um sacramento, a despeito do modelo ser próximo ao “tradicional”: homem e mulher, intenção de constituir família e patrimônio. Porquê o casamento, acima de tudo, assumia um viés nitidamente econômico. Não é certamente, esta a visão do cristianismo católico, que se pôs a corrigi-la desde cedo, e que se encontra hoje, mais do que cambaleante. O homem cristão precisa designar-se também realista, ele necessita enxergar mais do que o discurso de uma fêmea, enxergar as entrelinhas. A beleza da mulher é fascínio, ao mesmo tempo que é uma maldição para os homens. Era exactamente assim que os medievais enxergavam a beleza deste ser divino, tão retratado em canções, prosas e versos. É exactamente esta a razão dos islâmicos esconderem o corpo das mulheres.

O homem conservador, e que deseja constituir família (a família também é uma vocação, isso deve ser dito), deve estar pronto para caso não consiga fazê-lo. Ele deve ter cuidado com falsos modelos de santidade. A modernidade é uma ilusão, mas o passado mítico também é um. O que deve prevalecer é a prudência – muitos sucumbiram perante a tentativa de resgatar um passado que provavelmente nem existirá mais e que não poderá ser reproduzido. E isto se deve porque estamos próximos do Fim. Naquele momento em que o Autor da peça, como diria C. S. Lewis, caminha triunfalmente para a frente do palco: Jesus Cristo, para o horror dos incrédulos.

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O ateu conservador ou “O Que é Conservadorismo”? https://portalconservador.com/o-ateu-conservador-ou-o-que-e-conservadorismo/ https://portalconservador.com/o-ateu-conservador-ou-o-que-e-conservadorismo/#comments Tue, 08 Aug 2017 23:37:41 +0000 http://portalconservador.com/?p=3569 read more →]]> “Se Deus não existe, tudo é permitido” – esta é certamente a frase mais famosa de Dostoievski, esboçada por um de seus personagens no diálogo com o Demônio (1879). Fora o próprio Dostoievski também o primeiro grande escritor a introduzir o conceito do homem-deus; bem distinto ao “superhomo” (super-homem) de Nietzsche que, explanando o conceito anterior, aboliu o pecado da mente do homem, excluindo por conseguinte, Satanás. Se pudéssemos resumir os pontos comuns aos dois conceitos, de ambos filósofos diametralmente opostos, estaria este firmando-se na compreensão de que o homem é por si mesmo a fonte legítima, e também natural, da moral, que é criadora de “deus” – uma concepção que nega como verdade absoluta um Deus que se fez homem, ora, Jesus Cristo.

O que proponho aqui como análise não é, evidentemente, o problema da existência do Deus católico e das implicações que se seguem a partir daí. O ateísmo contemporâneo têm como tese central “a não existência de Deus” – isto todos sabem muito bem, mas esconde em seu seio uma propaganda moral que é absolutamente estranha aos filósofos niilistas do século XIX, qual seja uma vida mais virtuosa, mais bela, e acima de tudo, mais racional do que aquela ao qual pertencem os ignorantes religiosos que acreditam na ideia estúpida de um Deus. Podem acusar Nietzsche de absolutamente qualquer coisa – e ele era certamente um louco – mas não lhe podem imprimir a alcunha de um hipócrita, jamais. Nietzsche encarnou seus conceitos, levou-os ao extremo, atuou como um juiz incorruptível. Sob o paradoxo de um padrão moral sem nenhuma moral, Nietzsche fora compreendido pelo niilismo como um vencedor, cujo suicídio de nada significou (e nada significaria, ora). Não há propriamente uma conduta boa ou má e, para além de Maquiavel, o homem (aqui compreendido como o gênero humano) não deve explicações à nenhuma moral.

É por isto que vejo, muito particularmente, uma questão demasiado interessante sobre o crescimento de um ateísmo que se designa agora conservador, e que frequenta há muito os espaços ditos católicos. Esta forma de ateísmo contemporâneo e conservador – em linhas gerais – tende a promover uma concepção de vida virtuosa distinta, um exímio modelo de santidade, mas sem os santos e sem o cristianismo, uma moral, que não deixaria de ser legítima e intrínseca ao homem; mas acima de tudo desconectada do fim último que é Deus – talvez uma forma de se seguir o modelo da Imitação de Cristo, de Tomás de Kempis, sem o Cristo. É uma moral de oposição ao que seria a moral hipócrita do Deus vingativo cristão do Antigo Testamento. Apelos emocionais e exemplos certamente não faltariam – estes quase sempre recorrem às cruzadas, às inquisições, às guerras religiosas, e até mesmo os crimes cotidianos nas sociedades ocidentais. O ateísmo poderia, neste sentido, libertar o homem de seus grilhões (mito da Caverna de Platão) e das instituições religiosas. A mim parece muitíssimo claro as fontes que estes embebedaram-se para tais discursos, embora passe despercebido para muitos – a influência protestante sobre o ateísmo contemporâneo é algo que pode ser até discutido, mas nunca negado.

De certo, e em linhas gerais, há uma incompreensão absoluta do que é o conservadorismo, mesmo por aqueles que se autodenominam conservadores, e talvez seja mais justo e didático colocar à mesa o conservadorismo como, primeiro, um compêndio de atitudes maduras e em segundo, como um movimento político, percebido no tempo e no espaço, mas nunca como um dogma. Russell Kirk, católico e filósofo norte-americano, é comumente retratado como o segundo grande pai do conservadorismo político moderno (o primeiro é, sem sombra de dúvidas, Edmund Burke), porquê foi deste o mérito em tentar-se estabelecer limites ao que seria entendido de forma geral como pensamento conservador – um certo tipo de ceticismo exacerbado para com a figura institucional do Estado, um carinho ou um senso de preservação pelas “coisas ditas permanentes”; a defesa de uma lei moral intemporal e a crença num Deus pessoal. Estes princípios possuem o dom e o condão de informar pessoas que são nitidamente conservadoras, a despeito dos rótulos tradicionais, de socialistas, democratas, revolucionários ou de outras terminologias, como o próprio libertarianismo de outrora, que já se integra ao movimento conservador, tanto em suas expressões norte-americanas como luso-brasileiras, de raízes diversas. O erro reside em visualizar o conservadorismo como um decálogo ou como um cânon. Não é verdade que todo conservador apóia o Estado mínimo, embora esta seja uma das características mais respeitáveis que auxiliam quem quer que seja na identificação de um conservador moderno.

O conservadorismo, e não propriamente um movimento conservador, é uma discussão atinente à valores morais, que perpassa por um conjunto arraigado de hábitos e de tradições, bem como de uma visão extremamente pessimista acerca da natureza do homem – o que nos aproxima, em verdade, de um mundo dividido entre Dostoievski e Nietzsche, talvez com algumas pitadas da filosofia de Rousseau. Visualizo o conceito aberto de conservadorismo com a maturidade alcançada no homem e, portanto, visualizada em qualquer sociedade humana. É muito feliz a expressão de Kirk sobre o conservadorismo: “A posição chamada conservadora se sustenta em um conjunto de sentimentos, e não em um sistema de dogmas ideológicos (…) capaz de abarcar uma diversidade considerável de pontos de vista.” (A Política da Prudência)

O grande imbróglio parece residir na constatação do indivíduo ateu, mas conservador. (A mim parece bastante suspeito expressar-me contra o conservadorismo ateu, visto que já fui um de seus representantes antes de minha conversão ao catolicismo). Mas a maior dificuldade não é tanto a integração com o movimento conservador, esmagadoramente cristão, mas analiso aquela que é de cunho filosófico e moral. O grande paradoxo do “conservador ateu” é a preferência pela cultura ocidental, que desde cedo tomou por bandeira uma moral objetiva – em oposição ao mundo decrépito romano – e a crença em um Deus trinitário. De certo, a escolha por uma cultura em detrimento das outras é uma das variadas expressões máximas do relativismo “absoluto” da modernidade – das quais dentre elas, a verdade irrefutável de que não há nenhuma verdade, e por óbvio, nenhum guia moral a sujeitar os homens (exceto, talvez, o de si próprio). Mas vejo a questão como sendo bastante razoável e compreensível, se tomarmos por vista o cunho liberal e o grande adversário cristão: o islamismo não visualiza uma forma de sociedade sem os auspícios de Allah, e a política sob a égide do Islã também é um traço de fé. Enganam-se aqueles teóricos frankfurtianos, como Jurgen Habermas, que defendiam haver um espaço, seguindo a argumentação do agir comunicativo, para uma integração da cultura islâmica no ocidente, porque o problema reside exatamente na forma que o islamismo entende como uma sociedade deve ser estabelecida, e o Estado é para eles uma expressão natural do poder divino. Reconheçam ou não, a liberdade religiosa proporcionada pela cultura ocidental é uma exceção notável na história mundial das religiões. Se o ateu conservador prefere a cultura ocidental (de raiz monárquica e católica, diga-se de passagem) em oposição às demais grandes civilizações, como a oriental e a totalizante de mundo árabe e muçulmana, é certamente porque a cristã é aquela que legitima e protege a descrença, não obstante o paradoxo patente à primeira vista.

Mas ainda há aqueles indivíduos que, com ódio rançoso e dotados de uma caricatura cômica quando não absurda da Igreja e do cristianismo, tentam esboçar um tipo de civilização ocidental desprovida da fé cristã, algo impensável, mesmo para os niilistas, e que não perduraria muito frente a outras ofensivas – e como nós é imensamente caro o problema do Islã, hoje. Um conservador pode ser ateu? Certamente. Ele pode continuar sendo muito crítico e um bom irmão de armas no combate a contracultura (ou como é comumente utilizado, um legítimo idiota útil do marxismo cultural). Mas ele pode ser um ateu no movimento conservador moderno? Certamente, também, apenas caso tenha levado em conta que o cristianismo fundou a civilização ocidental e que sem esta, não continuaria existindo um Ocidente. Jamais, sem os auspícios de uma crença religiosa, uma civilização tenha firmado suas bases. Quer queira quer não, estejamos ou não no século XXI, esta verdade continuará a mesma. O ateísmo puro não tem por si só as condições necessárias para fundar ou mesmo manter uma civilização, que requer sempre um ordenamento espontâneo de modos de vida e de culturas, mas que se propõe a si mesmo “civilizador”, de toda monta; porque é a negação de uma verdade caríssima aos homens, a da existência de Deus – fim último da humanidade. Ao mesmo tempo que o ateísmo nega, ele legitima: a crença de que sociedades inteiras e bilhões de seres humanos creram em Deus e que dedicaram sua vida para Ele.

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Conheça mais 10 filmes obrigatórios para conservadores – Parte 2 https://portalconservador.com/conheca-mais-10-filmes-obrigatorios-para-conservadores-parte-2/ https://portalconservador.com/conheca-mais-10-filmes-obrigatorios-para-conservadores-parte-2/#comments Thu, 11 May 2017 23:07:37 +0000 http://portalconservador.com/?p=3376 read more →]]> 1. À Espera de um Milagre (1999)

Baseado num livro homônimo de Stephen King, “À Espera de um Milagre” conta a história de John Coffey (como o café, mas não se escreve igual) um detento negro sentenciado a morte por eletrocussão. John Coffey foi acusado de estuprar e matar duas irmãs gêmeas de nove anos em uma fazenda do estado da Louisiana. Interpretado por Michael Clarke Duncan, Coffey é um negro alto, forte e musculoso, mas com o comportamento de uma criança pura e infantil. Como poderia ele ter cometido um crime tão brutal? Essa é certamente a pergunta-chave de toda a narrativa. O chefe da prisão é Paul Edgecomb, interpretado por Tom Hanks, que se surpreende com a capacidade sobrenatural e dos dons milagrosos que aquele desconhecido detento negro possui. Marmanjos ou donzelas, preparem os lenços.

2. O Resgate do Soldado Ryan (1998)

Dirigido por Steven Spielberg, poucos teriam sido aqueles que não assistiram este que foi um dos maiores filmes de guerra norte-americana da indústria de Hollywood. Mas certamente não poderia faltar a esta lista. “O Resgate do Soldado Ryan” conta a história do Capitão Miller, interpretado por Tom Hanks, envolvido numa busca condenada ao fracasso de resgatar apenas um único soldado: James Ryan, que perdeu todos os seus três irmãos nos combates da Segunda Guerra Mundial. Inúmeros soldados do batalhão do Capitão Miller morreram na guerra para salvar apenas um único homem. Patriotismo, lealdade, honra, coragem… Os valores ensinados são diversos.

3. Doze Homens e Uma Sentença (1957)

“12 Homens e uma sentença” já foi refilmado em algumas oportunidades, a que se destaca a refilmagem de 1997. Mas o que nos interessa é a versão em preto e branco de 1957, interpretado por Henry Fonda (pai do sobrenome Fonda no cinema norte-americano) no papel do Jurado de número #8. Aqui não interessa o nome dos jurados. Certamente um grande mérito do diretor Sidney Lumet, em retratar um típico processo penal da justiça americana. Do gênero drama, o filme faz uma defesa implícita dos princípios penais e da justiça. Não devem restar dúvidas sobre uma condenação, e mais além: pré-julgamentos são crimes contra a justiça. Uma grande obra para os amantes do Direito.

4. Karol – O Homem que se tornou Papa (2005)

O polonês Piotr Adamczyk interpreta São João Paulo II na história de sua vida. O papa e agora santo da Igreja era um mero jovem estudante polonês de 18 anos quando assistiu a sua amada Polônia ser dominada pelos nazistas, e nos anos seguintes, pelos comunistas. Conhecedor infeliz de ambos os totalitarismos, João Paulo II foi um dos grandes personagens da história contemporânea ao ter auxiliado nos processos que levaram a queda do comunismo russo.

5. Rocky Balboa (2006)

Dirigido e interpretado pelo próprio Sylvester Stallone na figura de Rocky Balboa, o filme homônimo de 2006 é uma boa opção para quem desconhece os filmes mais antigos de Rocky. É um filme dramático, e o Rocky do século XXI ainda reside no mesmo bairro decadente, preso em suas glórias passadas. Até que decide retornar ao boxe, e Rocky se envolve numa história de superação de si próprio, entregando lições de foco e determinação para aqueles que o assistem. Não se trata de um mero filme de boxe, com certeza.

6. Homens de Honra (2000)

Baseado em fatos reais, “Homens de Honra” conta a história de Carl Brashear, o primeiro mergulhador-mestre negro da história da marinha norte-americana, feito alcançado em 1970, num período em que o racismo ainda era uma figura predominante nas forças armadas dos Estados Unidos. Até então, o espaço reservado aos negros no Exército ou Marinha era o da cozinha ou como auxiliares de serviços-gerais. O papel de Carl é interpretado pelo excelente Cuba Gooding Jr. O filme também conta com Robert de Niro no papel do chefe Billy Sunday, que reconheceu a determinação de Carl em se tornar marinheiro. Carl nasceu em uma típica família pobre e negra do Estado de Kentucky. Cansado da vida difícil e das mãos calejadas do trabalho de arar a terra tal como seu pai, Carl não desistiu até alcançar os seus objetivos, não obstante ter sido em 1968 o primeiro amputado da Marinha a retornar ao serviço da ativa. O filme ensina duras lições de honra, perseverança, trabalho duro, patriotismo e família.

7. Até o Último Homem (2016)

“Até o Último Homem” é mais um filme conservador dirigido por Mel Gibson. Baseado em fatos reais, o filme retrata os feitos de um mero médico americano, Desmond Doss (interpretado por Andrew Garfield), que se recusou a pegar em armas em plena Segunda Guerra Mundial. Desmond resgatou mais de setenta soldados americanos na Batalha de Okinawa, numa das maiores ilhas do Japão, sem ter disparado um único tiro. Movido por sua fé e não obstante o heroísmo, o verdadeiro Desmond Doss é lembrado por ter sido o primeiro “objetor de consciência” da história dos Estados Unidos a receber uma Medalha de Honra.

8. As Cinco Pessoas que você encontra no Céu (2004)

Este é um grande livro que se tornou um grande filme. Escrito por Mitch Albom, o filme dirigido por Lloyd Kramer conta a história do solitário “Eddie Manutenção”, um auxiliar de um parque de diversões que morre ao tentar salvar uma garotinha de um acidente no parque. Em meio a flashbacks, a experiência pós-morte de Eddie é uma obra de auto-conhecimento, já que este se depara com a figura de cinco personagens enigmáticos que influenciou (ou que foi por este influenciado) sua trajetória de vida. Uma verdadeira obra-prima.

9. Interestelar (2014)

Do gênero ficção científica (ou seria ficção fantástica?) e dirigido por Christopher Nolan, acredito que este filme venha a surpreender aqueles que o veem adicionado a esta lista de filmes conservadores. Interestelar é certamente mais um daqueles filmes pós-apocalípticos que alcançaram enorme sucesso nos últimos anos. Mas, distintamente, tem um espírito conservador próprio por adicionar um outro recurso para além do cataclisma generalizado: o amor. Nenhuma tecnologia até então teria sido capaz de sobreviver a espécie humana, sedenta dos recursos naturais mais básicos. O personagem principal é Dr. Cooper, interpretado por Matthew McCounaughey, um cientista e piloto da NASA que perdeu décadas da vida com os filhos para a salvar a humanidade de sua extinção. Não é um filme para telespectadores preguiçosos (por sua longa duração) ou desatentos, já que a atenção aos detalhes é necessária para a compreensão do todo.

10. Cristiada (2012)


Dirigidor por Dean Wright, o filme mostra uma realidade desconhecida até mesmo para os católicos latinos, por retratar uma dura perseguição movida a Igreja Católica no final da década de 1920 pelo Estado do México. A guerra envolvido os cristeros (pessoas comuns do povo mexicano) e o Estado trouxe mártires para a Igreja, como o beato José Luis Sánchez del Rio, sacrificado aos 14 anos por soldados do governo mexicano por defender a liberdade religiosa e a profissão da fé católica.

E vocês, o que acharam da Parte 2 dos filmes conservadores? Já assistiram todos?

Não viu a primeira parte? Veja aqui.

Quer ver a terceira parte? Clique aqui.

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Conheça 10 filmes obrigatórios para conservadores – Parte 1 https://portalconservador.com/conheca-10-filmes-obrigatorios-para-conservadores/ https://portalconservador.com/conheca-10-filmes-obrigatorios-para-conservadores/#comments Sat, 04 Mar 2017 02:22:03 +0000 http://portalconservador.com/?p=3278 read more →]]> 1. A Paixão de Cristo (2004)

Dirigido por Mel Gibson, o filme retrata a história do Deus que se fez Homem, para redimir a humanidade. Ele conta a trajetória de Jesus Cristo quando começou a pregar o Evangelho em Jerusalém. Interpretado por Jim Caviezel, ator que veio a ser descartado em Hollywood por assumir o papel, o filme foca no sofrimento e no martírio de Jesus. É uma obra-prima, pelo excelente trabalho de fotografia e de conhecimento do aramaico e hebraico, idiomas populares na época de Jesus e que são utilizados no diálogo ao longo do filme, bem como também do uso do latim pelos romanos. Não é um filme para crianças, certamente, dado que este se concentra no sofrimento e na entrega de Jesus à humanidade, com diversos minutos se concentrando em chibatadas com lâminas afiadas.

2. Sniper Americano (2015)

Interpretado por Bradley Cooper e dirigido por Clint Eastwood, o filme conta a história de Chris Kyle, maior atirador da história do Exército norte-americano, que esteve na Guerra do Iraque logo após o atentado de 11 de Setembro de 2001. O filme conta a trajetória de um “caipira” comum do Texas e que ingressa nos SEALs, uma equipe de elite da Marinha americana. “Sniper Americano” demonstra com altas doses de realismo os dilemas morais e espirituais dos soldados que serviram no Iraque, ensinando valores carentes na sociedade moderna, como a virilidade e honra masculina, o patriotismo e uma defesa implícita da Bíblia e da família natural.

3. Doze Anos de Escravidão (2013)

Doze Anos de Escravidão conta a história de Solomon Northup, um negro livre e de elevada cultura na sociedade escravista norte-americana do século XIX. Interpretado por Chiwetel Ejiofor, conhecido como o físico do apocalipse “2012”, Solomon é um violinista bastante respeitado e requisitado nos ambientes da música. Prestes a fazer negócios com proprietários de circos, Solomon é enganado, preso e vendido como se fosse escravo. Mais do que qualquer outro filme que tenha a escravidão como tema, Doze Anos de Escravidão foca na realidade dura e cruel da escravidão: a submissão imposta aos escravos e os mais variados castigos físicos. Diversos são os valores pregados pelo filme: o amor conservador a família, a resiliência mental de um homem de elite convertido em escravo, e o conflito espiritual entre fé e descrença, a honra e força masculina.

4. Cruzadas (2005)

Interpretado por Orlando Bloom no papel de Balian de Ibelin, o filme conta a história de um simples ferreiro que se torna cavaleiro e barão de Ibelin, um território na cidade de Jerusalém, que se passa no século XII. Jerusalém havia sido conquistada pela Primeira Cruzada (1090), incentivada pelo papa Urbano II para proteger o caminho dos peregrinos e libertar a Terra Santa do jugo dos muçulmanos. Apesar de integrar esta lista de filmes a serem assistidos por conservadores, “Cruzadas” é um filme politicamente correto, escrito como se não pretendesse ofender ninguém – exceto aos cristãos, como parece ser, retratando muçulmanos piedosos e tolerantes ao compasso que demonstram cristãos cruéis, mentirosos e gananciosos, defendidos por um péssimo e covarde bispo. Apesar da beleza do filme, da construção dos personagens e das batalhas épicas, “Cruzadas” não é um filme historicamente defensável. Mas ainda deve ser visto porque retrata o heroísmo de um homem comum, movido pela compaixão e pela vontade de defender o povo, a honra e lealdade masculina.

5. Trilogia Batman (2005-2012)

Dirigido por Christopher Nolan e interpretado por Christian Bale, a trilogia que começa em Batman Begins conta a história de um jovem bilionário (Bruce Wayne) que fica órfão após presenciar o assassinato dos pais. Apesar da notória riqueza e dos excessos cometidos pelo personagem, toda a trajetória de Batman passa pelo seu trabalho moral e espiritual de combater a criminalidade que assola “Gotham City”, ou precisamente, Nova Iorque – e como suas escolhas foram altamente prejudiciais para sua vida amorosa e profissional. Wayne conseguiu a proeza de perder mais da metade da fortuna e correr o risco de ser despejado de sua mansão após o investimento de bilhões de dólares em energia limpa e renovável, que viria a se tornar uma arma nuclear nas mãos da famigerada Liga das Sombras, uma organização revolucionária que pretende “libertar e purificar a humanidade”, através de atentados. Qualquer semelhança com ideologias do século XX, como o nazismo e o comunismo são meras coincidências…

6. Trilogias O Senhor dos Anéis (2001-03) e O Hobbit (2012-14)

Ambas as trilogias fazem parte do fantástico mundo de J. R. R. Tolkien, um fervoroso católico britânico. É difícil de se resumir o épico tolkiano, mas as obras retratam com maestria o pensamento conservador. O amor aos parentes, a paixão pelas belezas da natureza, a coragem dos pequeninos hobbits – uma defesa arraigada dos hábitos e das tradições, o amor ao “país”, a certeza de que o mal deve ser combatido à todo custo. A maior das contribuições a obra partiu da Bíblia (vale dizer isto para os desavisados e que não se atentam a detalhes) – a sedução das “raças” pelo poder figurado em anéis de poder, conferidos por Sauron, o Senhor do Escuro. Os personagens são mais comuns a fé cristã do que se imagina – a maior das rainhas do povo “Elfo”, uma linda e resplandecente senhora, de notória sabedoria, é uma representação da Virgem Maria. O maior dos personagens, o Mago Branco, é uma representação do papa – e a raça humana que se situa meio que à deriva, com as nações definhando pela avareza e pelos pecados da carne, o convite de seres comuns para a redenção.

7. Forrest Gump: O Contador de Histórias (1994)

Forrest Gump é um filme cómico, mas uma obra-prima. Estrelado por Tom Hanks, Forrest é um jovem norte-americano com Q.I bem reduzido, mas que tem muito a ensinar. Além de ser um cristão que sempre age moralmente certo, é um homem bravo, combatente na Guera do Vietnã e que sempre seguiu seu coração – quer para onde ele os levasse. Apesar de ter sido construído como uma crítica – ainda que válida – ao americanismo, Forrest Gump nos premia com bons ensinos conservadores.

8. Sinais (2002)

É o meu filme favorito – e estrelado por Mel Gibson. “Sinais” pode falar sobre tudo – menos sobre invasões alienígenas. Ele conta a história de Graham Hess, um viúvo e ex-sacerdote anglicano que perde a fé após a morte da esposa em um acidente de carro. Mas o filme perpassa num cenário quase que apocalíptico, sem embora dar atenção ao que acontece no mundo. É um conflito acima de tudo moral e espiritual entre Graham Hess e ele mesmo – e o quanto a perda de sentido foi prejudicial para sua vida. É um filme conservador do início ao final.

9. O Patriota (2000)

Se fosse possível resumir “O Patriota”, o faria com duas palavras: dever patriótico. Dessa vez Mel Gibson encarna a figura de Benjamin Martin, herói de guerra no processo de independência dos Estados Unidos frente a Inglaterra do século XVIII. Entrar na guerra nunca lhe passou pela cabeça. Mas Benjamin Martin entendeu que as vezes a guerra é necessária, para defender aqueles em que amamos.

10. Gran Torino (2008)

Dirigido e interpretado por Clint Eastwood no papel do Sr. Kowalski, é um veterano da guerra da Coreia de hábitos arraigados. Seu relacionamento com asiáticos, a contragosto, o faz repensar sobre seus próprios valores.

Já assistiram todos os filmes da nossa primeira parte?

Vejam a nossa segunda parte.

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Para que serve a História? https://portalconservador.com/para-que-serve-a-historia/ https://portalconservador.com/para-que-serve-a-historia/#respond Tue, 20 Oct 2015 13:32:31 +0000 http://portalconservador.com/?p=4118 read more →]]> A história não é somente o adequado registro do passado. Não é, unicamente, a atividade de narrar, metodicamente, os fatos que se sucedem em uma dada sociedade nem, tampouco, a busca minuciosa nos textos daqueles fatos que se pretendem extrair. É claro que a história, como disciplina, exige esse caráter objetivo na leitura de diversos textos; contudo, o Historiador, em uma sociedade, deve desempenhar também outra função. Se não a desempenha, aliás, poderia ser facilmente confundido com um jornalista, no que concerne a narrar os acontecimentos.

Não há quaisquer dúvidas, afinal, de que o jornalista está inegavelmente ligado aos acontecimentos: o acontecimento se confunde com o jornalista, ele se vê realizado mediante esta atividade. Enquanto que no retorno ao passado, o jornalista pouco tem a informar: é nesta atividade que o historiador se vê realizado. Mas esse retorno ao passado, para muito além da objetividade, vai exigir uma análise crítica pelo qual o historiador enquadra os sistemas sociais e políticos como positivos ou negativos, obedecendo, como deve ser por nós sabido, determinados padrões. Tarefa que não pode, em qualquer momento, ser exercida por um jornalista. As metodologias e os objetivos se diferem.

Nesse sentido, por mais  que o historiador esteja atento aos fatos históricos, ele deve estar mais ainda atento às pressões do presente; tal como o jornalista o faz, apropriadamente. Não é por outra razão pelas quais os grandes jornalistas conseguem produzir uma história do presente mais competente do que a do historiador, tão absorto no passado. Portanto, cabe ao historiador, aprender, nesse sentido, com um exímio jornalista para analisar o presente.

A História, para além do seu conceito – presente nos mais variados dicionários – atua como um tribunal da realidade. É o parâmetro mais justo que já existiu ou existirá, para o estudo das sociedades do passado e para contribuir nas construções prudentes do futuro. Nesse sentido, o historiador, como verdadeiro cientista do social, deve ser sempre o último a ligar-se a utopismos de toda ordem – lembrando, com muita cautela aos seu conterrâneos, os diversos erros que selaram as sociedades do passado.

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O que está em jogo? O ocidente versus o Islã https://portalconservador.com/o-que-esta-em-jogo-o-ocidente-versus-isla/ https://portalconservador.com/o-que-esta-em-jogo-o-ocidente-versus-isla/#comments Tue, 13 Jan 2015 17:48:38 +0000 http://portalconservador.com/?p=1798 read more →]]> O atentado de radicais islâmicos à revista francesa anarco-trotskista Charlie Hebdo, na quarta-feira passada, 07 de janeiro, mobilizou, para além da cobertura massiva de grandes redes televisivas como CNN, FOX News e Rede Globo todo um leque de discussões quanto ao futuro do cristianismo no Ocidente. Outro atentado, desta vez realizada pelo Boko Haram, também muçulmano, dizimou mais de 2 mil mortos na cidade de Baga, na Nigéria. O primeiro foi largamento divulgado, o segundo, praticamente silenciado.

O grande conflito para o século XXI é mesmo de matriz cultural e religiosa. É um grande embate entre o Ocidente laico, outrora cristão, e o Islamismo militante, que há décadas discute as mais variadas formas de uma invasão cultural e religiosa da Europa. Como o resultado parece estar saindo melhor do que encomenda, a atual discussão islâmica está no patrocínio de incursões e financiamentos de mesquitas nas Américas.

Isto ficou evidente no último encontro muçulmano de 12 de novembro, em Istambul (Turquia). O evento foi noticiado pela grande mídia? A resposta é não. O tema? “Construindo as nossas tradições e o nosso futuro”. Ao contrário de Roma, que um dia fora a capital da Cristandade, Istambul permanece como a capital do Mundo Árabe. Quarenta líderes islâmicos e o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, discutiram e traçaram metas para uma expansão islâmica para os dez anos seguintes.

A escolha de Istambul é mesmo simbólica para o islamismo. Em 1453, os árabes liderados pelo sultão Maomé II (1432-1481) tomaram em assalto a cidade de Constantinopla (atual Istambul), selando o destino do Império Romano do Oriente e anunciando o seu próprio império, o Otomano, que só veio a ser dissolvido em 1922. A tomada de Constantinopla fora uma grande vitória contra o Ocidente cristão. E querem, a partir da própria Constantinopla, continuar os devidos trabalhos.

Todo este processo de invasão acontece enquanto o Ocidente está a dormir em torno de discursos politicamente corretos, liderados por políticos de ideologias socialistas e marxistas. É uma via de mão dupla: enquanto a mídia condena toda e mera crítica ao Islã como “islamofobia”, evidenciando o “fato de serem todos pacíficos”, do outro lado a política, que outorga o ensino islâmico sob debaixo dos panos e incentiva a imigração. É uma realidade que necessita ser rapidamente compreendida.

O islamismo está em conflito com o resto do mundo desde o século VII d. C, e o islã “moderno” está canalizando suas forças através do ensino, da grande mídia e da publicidade. Mesmos muçulmanos moderados (inofensivos?) apoiam os radicais do Estado Islâmico (ISIS), afinal, estão conquistando pessoas e territórios para Alá. E nenhum islâmico é contrário à instalação da lei divina. Nos Estados Unidos, a maior organização muçulmana, a Council on American-Islamic Relations (CAIR) ficou horrorizada com a proibição da Sharia em 16 estados americanos. [1]

Igreja-Catolica-Armenia-Portal-Conservador

Igreja Católica Armênia em Raqqa, Síria, atualmente escritório do ISIS.

O Estado Islâmico dominou dois terços do território iraquiano. A segunda cidade mais populosa, atrás apenas da capital Bagdá, Mossul, não existe mais. Mossul fora um centro cristão desde o II século d. C. Com muitos altos e baixos, a violência islâmica eclodiu após a invasão dos Estados Unidos em 2003 e a campanha do ISIS significou o golpe final [2]. O arcebispo de Mossul, Dom Amel Nona, foi enfático, em agosto de 2014: “Perdi minha diocese para o Islã – vocês no Ocidente também serão vítimas do Islã”.

E de fato, o mundo islâmico sabe muito bem que está em guerra com o cristianismo. É preciso compreender a posição do Corão sobre os infiéis, que são todos aqueles não-islâmicos. Para o islamismo, é irrelevante se você é cristão, ou ateu, ou budista, se é ou não é adepto das utopias messiânicas socialistas. Continua sendo infiel, pois não compartilha da fé em Alá. E portanto, ou você se converte ao Islã, ou você deve ser morto.

Ao contrário do Ocidente, que não experimenta nenhuma coesão religiosa ou até mesmo professa irreligiosidade, o mundo islâmico é representado por uma instituição internacional: a Organização da Cooperação Islâmica, com 57 países-membros. É simplesmente o maior bloco de países do mundo. Todos estes países defendem, desde o maior ao menor grau à instituição da lei islâmica, a Sharia. Rechaçaram, em diversas ocasiões, a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU.

É mais do que evidente que a secularização experimentada pelo Ocidente é completamente inofensiva contra uma religião totalitária que é o islamismo. Eles estão vencendo esta batalha, mas ainda podem perder a guerra. É só lembrar que a Cristandade foi atacada constantemente por mais de quatro séculos antes dos Papas aprovarem as Cruzadas[3] [4]. E ainda há gente ignorante, para dizer o mínimo, que as condenam.

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