Presidente da Polônia quer mudar Constituição para proibir adoção por casal LGBT

O presidente da Polônia, Andrzej Duda, propôs nesta segunda-feira (6) uma mudança na Constituição do país para proibir a adoção de crianças por casais gays. A medida foi anunciada antes de um concorrido segundo turno eleitoral, no próximo domingo (12).

O opositor da centrista Plataforma Cívica (PO), Rafal Trzaskowski, atual prefeito de Varsóvia, afirmou no fim de semana que também é contra a adoção de crianças por casais LGBT.

Duda é aliado do Partido Nacional da Lei e Justiça (PiS), que considera os direitos LGBT uma influência estrangeira invasora que mina os valores tradicionais da Polônia.

Para mudar a Constituição, é preciso o voto de dois terços dos membros da câmara baixa do Parlamento. Após eleição em outubro, o PiS governa com uma pequena maioria e não possui cadeiras suficientes para realizar essas mudanças.

Duda disse que espera conseguir um apoio mais amplo à sua proposta, incluindo alguns membros da PO, do grupo agrário PSL e do partido da Confederação, de extrema direita.

“Estou convencido de que, graças a isso, a segurança e a preocupação pelo bem das crianças serão garantidas em uma extensão muito maior”, disse Duda em um evento em Varsóvia.

A mudança constitucional especificaria que apenas casais heterossexuais poderiam adotar filhos, disse ele. Os tribunais teriam o direito de verificar os casais para garantir que eles se encaixem na definição.

Um porta-voz da PO disse que o partido era contra a mudança constitucional proposta por Duda. Trzaskowski havia dito anteriormente que era a favor de parcerias civis para gays e propôs um programa de educação sexual em Varsóvia que ensinaria sobre questões LGBT para as crianças.

No mês passado, Duda disse que a ideologia LGBT era pior que o comunismo e prometeu proibir o ensino sobre questões LGBT nas escolas, em um esforço para, segundo ele, proteger o que ele vê como a família tradicional.

A Polônia foi classificada neste ano como o pior país da União Europeia em relação aos direitos LGBT, em uma pesquisa realizada pela ONG ILGA-Europa, com sede em Bruxelas.

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