O procurador Pierre Sennès afirmou neste sábado (25) que o refugiado ruandês de 39 anos, suspeito de atear fogo na catedral de Nantes, no último dia 18, confessou em depoimento ter iniciado o incêndio. As motivações continuam desconhecidas.
O homem, que não tem antecedentes criminais, foi detido novamente e, se for condenado, pode ter uma pena de 10 anos de prisão, além de ser obrigado a pagar uma multa de € 150 mil (equivalente a R$ 915 mil).
De acordo com Sennès, os primeiros resultados do trabalho laboratorial da polícia mostram indícios de se tratar de um ato criminoso.
Até a última terça-feira (21), o ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, dizia que o incêndio poderia ter sido acidental. Entretanto, novas evidências levaram à detenção do ruandês.
Conhecido apenas como Emmanuel, ele trabalhava como voluntário na Catedral de São Pedro e São Paulo e havia sido detido anteriormente por contradições em seu depoimento. Emmanuel era um dos responsáveis pela segurança da igreja e estava encarregado de fechá-la na noite de sexta-feira (17), véspera do incidente.
Segundo o advogado do suspeito, Quentin Chabert, o cliente lamentou os atos e cooperou com as investigações. A CNN tentou entrar em contato com Chabert, mas ainda não obteve resposta.
Questionado na data do incêndio sobre o histórico do voluntário, o padre Hubert Champenois, chefe da catedral, afirmou que o voluntário era “um bom e generoso rapaz”.
O interior da estrutura, construída no século XV, foi queimado, destruindo o grande órgão, vitrais e um quadro do século XIX. De acordo com as autoridades, o incêndio começou em três pontos diferentes.
De acordo com o arquiteto Pascal Prunet, a restauração da catedral levará, pelo menos, três anos. Localizada em Nantes, a 385 km de Paris, o local foi listado como um monumento histórico pelo Ministério da Cultura da França em 1862. Estudos estão sendo realizados para avaliar o tamanho do dano causado.
Esta não foi a primeira vez que a Catedral de São Pedro e São Paulo sofreu com um incêndio. Em janeiro de 1972, um trabalhador que fazia reparos no telhado causou o fogo de forma acidental. Mais de 100 bombeiros participaram da operação para conter as chamas, que destruiu boa parte do telhado.
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